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Edição #134

R$29,00

Falei com Slash em setembro de 2008 e naquela época ele estava juntando algumas ideias para um possível álbum solo, mas tudo ainda sem compromisso. O Velvet Revolver tinha encerrado atividades por conta dos problemas de Scott Weiland…

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SLASH

Por Steven Rosen

ENTRE AMIGOS ILUSTRES

A CARTOLA E A GUITARRA

Trad.: Antonio Carlos Monteiro

Falei com Slash em setembro de 2008 e naquela época ele estava juntando algumas ideias para um possível álbum solo, mas tudo ainda sem compromisso. O Velvet Revolver tinha encerrado atividades por conta dos problemas de Scott Weiland e o guitarrista tinha optado por não se envolver com o sempre complicado processo de encontrar um novo guitarrista. Então, começou a compor simplesmente como um passatempo. Depois de vinte músicas prontas, um disco solo acabou se tornando uma realidade concreta. Então, Slash entrou em contato com vários vocalistas com quem ele sempre quis trabalhar, como Ozzy Osbourne, Iggy Pop, Myles Kennedy, Fergie (do grupo Pop/Hip Hop Black Eyed Peas) e vários outros. Mandou as músicas a eles, todos escreveram letras e melodias, e em seguida o guitarrista levou um por vez ao estúdio para gravar. O disco transita pelos mais variados estilos, do Heavy Metal ao Rock à la Led Zeppelin. Esta entrevista que você vai ler em seguida foi a primeira concedida por Slash sobre o novo trabalho. Na verdade, fui o primeiro jornalista do mundo a ouvir o novo disco na íntegra. E poucas pessoas tiveram essa oportunidade, como diz o próprio guitarrista. “Tem dias em que eu levo meus filhos de carro para a escola e aí eles são obrigados a ouvir. Mas eles gostam.”

ARTILLERY

Por Ricardo Batalha e Maicon Leite

When thrash comes

Exatos dez anos após a primeira tentativa de retorno, a banda dinamarquesa de Thrash Metal Artillery voltou a lançar um novo disco de estúdio. Porém, desta vez, o comprometimento entre Søren Adamsen (vocal), Michael Stützer e Morten Stützer (guitarras), Peter Thorslund (baixo) e Carsten N. Nielsen (bateria) foi fundamental para fazer com que essa volta não passasse despercebida. Afinal, o grupo está unido e coeso, como vem demonstrando na turnê que promove seu mais recente álbum, When Death Comes, trabalho que foi indicado ao Danish Metal Awards de 2009. Michael Stützer, um dos fundadores, conversou com a ROADIE CREW e falou, diversas vezes, do seu interesse em tocar no Brasil.

BELIEVER

Por Guilherme Spiazzi

Sempre Um Passo À Frente

 Quem conhece o Believer através dos trabalhos lançados no final da década de 80 e início dos anos 90, sabe que não se trata de uma banda qualquer que surgiu no meio do auge do Thrash Metal. Combinando elementos progressivos, passagens orquestradas, peso, agressividade e letras muito bem escritas, o grupo transformou sua música em algo único que só conseguiu ser rotulado pelo seu conteúdo lírico. A notícia de que o Believer estava de volta trazendo seus fundadores causou uma grande expectativa, fãs e críticos começaram a se perguntar como o novo álbum soaria. Afinal, eles nunca apostaram na mesma fórmula e sempre buscaram ser pioneiros inclusive na maneira de gravar seus trabalhos. Kurt Bachman (vocal e guitarra), Joey Daub (bateria) e o mais novo integrante Jeff King (teclados) foram atenciosos em nos dar esta entrevista franca e aberta. Confira mesmo se o Believer é uma banda cristã como muitos dizem. Talvez você esteja enganado…

DELAIN

Por Antonio Carlos Monteiro

Beleza E Personalidade

 Talvez algo que exista na água servida na Holanda explique o fenômeno, mas o fato é que o país acabou virando uma espécie de celeiro de bandas de Gothic Metal com vocais femininos. Within Temptation, Epica e o extinto After Forever puxam a lista, mas há muitas outras mais. Uma das que só agora está de fato surgindo para o grande público é o Delain, criado em 2002 pelo ex-tecladista do Within Temptation, Martijn Westerholt. Um ano antes, ele havia sido forçado a deixar sua banda original por ter contraído uma grave doença, a mononucleose infecciosa – doença virótica extremamente debilitadora e que chega a levar meses para ser integralmente curada. Por conta disso, o delain teve início como um projeto que tinha apenas dois membros fixos: o próprio Martjin e a belíssima vocalista Charlotte Wessels. O primeiro disco, Lucidity, saiu em 2005 e acabou alcançando repercussão acima do esperado. Esse fato e a recuperação do tecladista levaram o Delain a se transformar numa banda (completam a formação atualmente o guitarrista Ewout Pieters, o baixista Rob van der Loo e o baterista Sander Zoer), que acaba de lançar April Rain. Conversamos com Charlotte sobre o disco e sobre os planos da banda.

ENSIFERUM

Por Ricardo Campos

Ensiferum

A Força Do Folk Finlandês

Fundada em 1995, a banda finlandesa Ensiferum evoluiu ao longo dos anos até chegar numa sonoridade bem singular na cena do Folk Metal. Deram muito duro todo esse tempo e, nos últimos anos, Petri Lindroos (vocal e guitarra), Markus Toivonen (guitarra e vocal), Sami Hinkka (baixo e vocal), Janne Parviainen (bateria) e Emmi Silvennoinen (teclado) começaram a colher os frutos de seu esforço com um incrível ganho de popularidade ao redor do mundo. O mais recente lançamento, From Afar (2009), veio para confirmar a ascensão e proporcionar novas conquistas. Nesta entrevista, Sami nos conta mais sobre este momento da banda e revela preciosos detalhes sobre o álbum. Confira!

EUROPE

Por Ricardo Batalha

‘Hitmakers’, Com Ou Sem Teclado

Quando o Europe reapareceu na cena com o álbum Start From The Dark (2004), assustou muita gente com uma sonoridade encorpada e pesada. Passado o impacto inicial, o grupo sueco – famoso nos anos 80 por praticar um Hard/AOR repleto de teclados – conseguiu êxito e voltou a emplacar hits nas paradas. Embora não deixando de apresentar seus grandes sucessos nos shows, a intenção da banda era não se repetir ou deixar seu som datado. Os fãs entenderam, aceitaram esta nova fase e agora Mic Michaeli (teclado), Joey Tempest (vocal), John Norum (guitarra), Ian Haugland (bateria) e John Levén (baixo) – foto – chegam ao seu quarto lançamento após o retorno à ativa. Em plena turnê de promoção de Last Look At Eden, o vocalista Joey Tempest conversou com a ROADIE CREW e confessou que parte de sua empolgação em relação ao mais recente disco se deve à espontaneidade com que o grupo trabalhou para criá-lo.

HELLOWEEN

Por Ricardo Campos

Comemoração Incomum, Mas Criativa

Desde os primórdios, o senso de humor esteve presente na música do Helloween, mesmo com a banda sendo um dos grandes nomes do Power Metal. Pois bem, parece que foi justamente este elemento que motivou o quinteto, hoje composto por Andi Deris (vocal), Michael Weikath (guitarra), Sascha Gerstner (guitarra), Markus Grosskopf (baixo) e Daniel Löble (bateria), a comemorar o 25º aniversário da banda (na verdade, a data marca 25 anos desde o primeiro lançamento, Walls Of Jericho, que saiu em 1985) com um álbum acústico/orquestrado, Unarmed – Best Of 25th Anniversary, dando para muitas das mais famosas músicas da banda versões completamente inusitadas. Obviamente, parte dos fãs desaprovou a ideia, enquanto outra parte gostou. Mas o ponto foi justamente oferecer algo diferente ao invés de uma simples coletânea ou um DVD, e é justamente este o ponto que Andi Deris deixa bem claro nesta entrevista. Esclarecedora, também, é a informação de que foi algo exclusivo para este material e que a banda volta em seu formato normal no próximo álbum – que já está sendo produzido e, segundo o vocalista, soa bem pesado. Com a simpatia usual, Andi conta tudo sobre Unarmed e oferece ao fã a perspectiva da banda, desmistificando muitas coisas sobre este disco.

IHSAHN

Por Ricardo Campos

VIDA PÓS EMPEROR

É impressionante que, com apenas 35 anos de idade, o multi-instrumentista e compositor norueguês Ihsahn, que atende pelo nome real de Vegard Sverre Tveitan, já tenha feito tanta coisa. Aos 17 anos, época em que muitos sequer ainda sabem o que querem da vida, o músico lançava In The Nightside Eclipse, hoje clássico absoluto do Black Metal e um dos responsáveis por transformar o Emperor no que é hoje. Aliás, era. Segundo Ihsahn, a reunião de 2006 foi o ponto final da banda. Outro assunto abordado nesta entrevista foi sua carreira solo, que agora chega ao seu terceiro álbum, After, com uma sonoridade muito interessante que une o Metal Tradicional ao Extremo, dá espaço para toques do Progressivo e muito, mas muito experimentalismo. Ihsahn nos conta tudo.

MELHORES DE 2009

Por Redação

Melhores De 2009 Segundo Os Leitores Da Roadie Crew

Assim como ocorreu na votação anterior dos melhores do ano segundo os leitores da ROADIE CREW, feita através da internet, o número de votos inválidos se manteve alto, com muitos votantes citando trabalhos não lançados em 2009, além de incluir nomes que nada têm a ver com a linha editorial da revista. Outro fato preocupante, novamente repetido, foi a dificuldade de se apontar revelações entre as bandas estrangeiras pois, em alguns casos, grupos de renome e com muitos anos de estrada foram citados.

NILE

Por Steven Rosen

O Allman Brothers Do Death Metal?

Trad.: Antonio Carlos Monteiro

A intenção de Karl Sanders, guitarrista e vocalista do Nile, é levar o Death Metal de sua banda a um novo patamar. Em Those Whom The Gods Detest, seu sexto álbum, o grupo americano mostra uma nova face de sua música através da interação entre as guitarras de Karl e de Dallas Toler-Wade e das próprias composições. Em suma, tudo nesse disco traz uma nova e elevada versão da brutalidade que estamos acostumados a ouvir. Afinal, as músicas estão mais consistentes e eficientes, as guitarras soam muito mais trabalhadas e precisas, e as músicas estão muito mais coesas. Para isso, Sanders teve que se superar como músico e compositor. Além disso, ele e Toler-Wade assistiram com atenção o DVD Intense Rock, de Paul Gilbert, para aprimoraram a técnica de palhetada. Para completar, Sanders ainda se dedicou com especial cuidado à composição, valendo-se de influências não muito usuais, como iranianas e hindus, e misturando isso com tempos bizarros e vocais torturantes que evocam aos gritos imagens que parecem saídos do Oriente Médio.

REMOVE SILENCE

Por Thiago Rahal Mauro

Defina, Se For Capaz

O guitarrista Hugo Mariutti (guitarra e vocal, Andre Matos, Henceforth, ex-Shaman) se uniu ao velho companheiro Fábio Ribeiro (teclados, Andre Matos, ex-Shaman, Angra, entre outros) e a Alexandre Souza (baixo e vocal) e Edu Cominato (bateria e vocal, Jeff Scott Soto, ex-Tempestt), criando o Remove Silence, que está em plena divulgação de primeiro álbum, Fade. O trabalho foi lançado primeiramente em formato digital, para depois ser disponibilizado em CD, o que é um marco para o Heavy Metal nacional. A revista ROADIE CREW conversou com o guitarrista sobre este lançamento e muito mais. Confira!

RICHIE KOTZEN

Por Steven Rosen

Técnico E Orgânico

Trad.: Antonio Carlos Monteiro

Se você quiser fazer um rápido resumo da carreira de Richie Kotzen, pode dizer que desde os primórdios, quando foi descoberto por Mike Varney (fundador da Shrapnel Records), seu trabalho solo é totalmente calcado nos vocais vindos do Rhythm’n’Blues e nos riffs de guitarra de Jimi Hendrix. Além de seu próprio trabalho, a trajetória de Kotzen inclui participações em bandas como Poison e Mr. Big e trabalhos com nomes como Stanley Clarke, Lenny White, T.M. Stevens e Gregg Bissonette. Isso prova a versatilidade de Kotzen, que é capaz tanto de dividir o microfone com vocalistas do gabarito de Darryl Hall como de se apresentar ao lado de guitarristas da estirpe de Paul Gilbert e George Lynch. E foi justamente ao lado desses dois últimos que Richie passou boa parte de 2009, excursionando com o Guitar Generation, projeto semelhante ao G3 que apresenta três guitarristas fazendo shows individuais de 45 minutos cada e um set com todos em cena no encerramento da apresentação. Às vésperas de se apresentar mais uma vez no Brasil, Kotzen fala sobre sua participação nesse projeto, sobre seu novo disco, sobre o público brasileiro e sobre sua visão muito particular sobre o que é tocar guitarra.

SHADOW GALLERY

Por Ricardo Campos

Renascimento

Surgido em 1985 sob o nome de Sorcerer, que seis anos mais tarde seria mudado para Shadow Gallery, esta banda norte-americana construiu uma carreira sólida calcada na complexidade e criatividade do Prog Metal. Foram cinco exímios álbuns, Shadow Gallery (1992), Carved In Stone (1995), Tyranny (1998), Legacy (2001) e Room V (2005), até que no final de outubro de 2008 os fãs ficaram chocados com a notícia de que o vocalista e membro fundador Mike Baker, 45, havia falecido por conta de um ataque cardíaco. Mas Gary Wehrkamp (guitarra, teclado, bateria e backing vocals), Brendt Allman (guitarra e backing vocals), Carl Cadden-James (baixo, flauta e backing vocals) e Joe Nevolo (bateria) foram persistentes e, após uma época de decisões e definições, anunciaram a entrada do vocalista Brian Ashland, juntamente com a notícia de que um novo álbum seria lançado. Nesta entrevista, Gary nos conta tudo sobre o que aconteceu com a banda após a morte de Mike e dá valiosos detalhes sobre o álbum Digital Ghosts, além de falar sobre a possibilidade de a banda tocar ao vivo pela primeira vez na carreira – fato confirmado após a realização da entrevista.

SONATA ARCTICA

Por Antonio Carlos Monteiro

Uma Visita Ao Lado Sombrio

Criado em 1996, o Sonata Arctica pode-se dizer que veio “comendo pelas bordas” ao longo de sua trajetória. Depois de dar os primeiros passos seguindo a trajetória dos conterrâneos do Stratovarius, o grupo que hoje tem em sua formação Tony Kakko (vocal), Elias Viljanen (guitarra), Marko Paasikoski(baixo), Henrik Klingenberg (teclados) e Tommy Portimo(bateria), acabou conquistando fama mundial, o que já lhe valeu várias tours ao redor do mundo divulgando seus discos. O último deles, o sexto de estúdio, se chama The Days Of Grays e traz um Sonata Arctica surpreendentemente mais sombrio do que costuma ser em seus discos, que se caracterizam pelo repertório alegre e “pra cima”. Conversamos com o vocalista e líder Tony Kakko, que falou bastante sobre o novo disco, comentou a estreia em estúdio do guitarrista Elias Viljanen, refletiu sobre a trajetória de sucesso da banda e não economizou elogios aos fãs brasileiros.

BACKGROUND - JEFF SCOTT SOTO PARTE 1

Por Ricardo Batalha Quando o guitarrista sueco Lars Johan Yngve Lannerbäck (“Yngwie J. Malmsteen”, ex-Steeler e Alcatrazz) lançou seu álbum de estréia, em 1984, marcou uma época e se tornou referência para as gerações seguintes de guitarristas. Embora voltado para a guitarra, o disco trazia duas faixas não instrumentais. Assim, o que nem todos esperavam era que, além de Malmsteen, aquele vocalista que havia aparecido de forma até tímida também se tornaria mundialmente conhecido, gravando um número impressionante de discos sempre mostrando sua grande versatilidade. Era Jeff Scott Soto.

BACKSPAGE

Por Vitão Bonesso

Londres, ainda irresistível e cheia de supresas

Ao longo dos anos, relatei no meu programa Backstage e em algumas publicações, incluindo a ROADIE CREW, o fascínio de conhecer Londres e ver de perto lugares históricos para a história do Rock. Com exceção de alguns locais que infelizmente foram demolidos ou bastante alterados por reformas não muito cuidadosas, Londres nos reserva uma viagem admirável. Em poucos dias é possível conhecer dezenas de pontos históricos, seja um teatro, um estúdio ou mesmo uma residência que um dia foi habitada por algum ilustre.

Desde minha primeira estada na capital inglesa, em março de 1995, recebi e ainda recebo centenas de mensagens de pessoas interessadas em conhecer alguns desses lugares, que guardam histórias e recordações incríveis para os que querem se aprofundar na história do Rock em Londres.

BLIND EAR - DAVID VINCENT

Por Claudio Vicentin

(Baixista do Morbid Angel).

Fotos: Rodrigo “Mettal” Carvalho

“(N.R.: David começa a cantar) Run like hell, in hell / The deadly race begins / cyanide, suicide…” Obviamente é Venom, excelente! Lembro quando escutei esse álbum pela primeira vez e, de imediato, curti essa música. Aliás, esse foi o primeiro disco que escutei do Venom e desde então sou fã. Muitos dizem que eles não sabem tocar, mas não estou nem aí para isso. Sou muito influenciado por Venom e especialmente por esse disco, At War With Satan!”

Venom – Rip Ride

At War With Satan

CLASSICOVER

Por Bento Araújo

I Heard It Through The Grapevine

Original: Marvin Gaye

Álbum: In The Groove (1968)

Cover: Creedence Clearwater Revival

Álbum: Cosmo’s Factory (1970)

Grande clássico imortal da Motown, I Heard It Through The Grapevine foi escrita em 1966 pela dupla Norman Whitfield e Barrett Strong, que trabalhavam construindo hits para o renomado selo. A primeira versão do tema foi gravada por Smokey Robinson & The Miracles, porém o todo-poderoso chefão da Motown, Berry Gordy, detestou a canção e comunicou a dupla de compositores que achava melhor engavetá-la pra sempre. A dupla respondeu a Gordy que gostaria de ter mais uma chance e foi assim que Whitfield escalou um parceiro de peso para cunhar uma nova versão: Marvin Gaye, uma das grandes vozes eternas da Motown.

CLASSICREW

Por Vários

1970

SIR LORD BALTIMORE – KINGDOM COME

Em 1970, o caldo já tinha entornado. A nova década estava pintando e tudo era mais agressivo, visceral e intenso. O sonho havia acabado; o Vietnã continuava aterrorizando cada vez mais lares de famílias pelo mundo e o ‘flower power’ era coisa de quem tinha ficado estagnado no tempo. Musicalmente, surgiam novas bandas sedentas por peso e as que já existiam investiam sem medo nessa sonoridade; foi quando o Purple inovou e achou sua identidade com In Rock e o Sabbath lançou seus dois primeiros álbuns, por exemplo.

Dos grupos que também lançavam suas estreias naquele ano de 1970, talvez o mais cavernoso e espalhafatoso era um que vinha da barra pesada do Brooklyn de Nova York, o Sir Lord Baltimore. Como vinham de NY, o SLB também tinha uma veia punk, muito antes de esse estilo musical pintar na cidade, em 1974.

EDITORIAL

Por Airton Diniz

Separação: é inevitável

Não é algo simples de se analisar, e em muitos casos é quase impossível compreender situações que ocorrem na convivência diária entre pessoas, seja em família, no trabalho, na escola, enfim em qualquer ambiente onde dois ou mais seres humanos têm que interagir entre si.

Quando se trata de um grupo musical, em que artistas compartilham o dia-a-dia, a coisa fica ainda mais complicada. Em alguns casos misturam-se as origens dos vínculos entre as pessoas, pois podem tocar juntos membros de uma mesma família e, normalmente, uma banda se inicia numa fase em que seus componentes são amigos do tempo de escola, ou convivem num mesmo bairro desde a infância. Uma coisa é certa: a harmonia dessa convivência tem sempre uma espécie de prazo de validade. O tempo passa, uns amadurecem mais que os outros, alguns assumem a responsabilidade e a liderança com naturalidade, mas pode também acontecer que a vaidade fale mais alto, e passa a ser corriqueira uma disputa mesquinha pelo brilho das luzes. É inerente ao ego do ser humano, e isso é potencialmente maior quando os envolvidos se sentem “artistas”, não importando o grau de sucesso ou reconhecimento que a banda tenha alcançado.

Sem dúvida alguma a separação de maior impacto em todos os tempos foi a dos Beatles, anunciada em 1970. No Brasil é impossível não considerar o caso dos Secos e Molhados como o fim mais prematuro de uma banda que estava no auge, em 1974.

Nosso entrevistado da matéria de capa deste mês também é protagonista de uma das separações mais marcantes do Rock. Slash fez parte de um dos grandes fenômenos de popularidade do ‘showbiz’, o Guns N’Roses, que surgiu como um furacão com o álbum Appetite for Destruction em 1987 e lançou outros discos, entre 1988 e 1993, que venderam milhões de cópias no mundo todo. Mas, depois de 6 anos brilhando veio a separação. Atualmente, todas as estrelas da formação mais vitoriosa da banda estão em atividade. Axl Rose, o vocalista e ‘dono’ do GN’R, com a reativação do grupo reformulado; o baixista Duff McKagan, que passou pelo Brasil com o Velvet Revolver e o Loaded; Izzy Stradlin, que segue em carreira solo; Steven Adler, que também tocou por aqui com o Adler’s Appetite; e Slash, com um álbum solo que traz no título seu próprio nome, Slash. Com uma concepção diferenciada, o disco envolve a participação de convidados de grande importância, entre eles Ozzy Osbourne e Lemmy Kilmister. Neste início de 2010, os fãs brasileiros de Axl e Slash terão oportunidade de ter contato com os trabalhos de ambos, mesmo que separados, pois o Guns N’Roses está em turnê pelo Brasil em março, e a EMI já anunciou para abril o lançamento nacional do CD Slash, sobre o qual o guitarrista conta os detalhes nesta edição.

Finalizando, tenho que tocar num assunto que foi o tema do “Stay Heavy Report” nas edições 133 e 134 da RC: “Leis de Incentivo à Cultura x Heavy Metal”. Cintia e Vinicius encerram o texto com uma pergunta que faço questão de responder: “E aí, deu pra animar?”

Minha resposta é: Não! Não acredito nesse tipo de incentivo nem patrocínio! Isso é ficção quando se trata do segmento cultural que tenha Heavy Metal como possível beneficiário, e falo isso depois de ter dois projetos aprovados na Lei Rouanet, sem conseguir a captação do recurso por razões seria impossível descrever neste pequeno espaço.

Airton Diniz

ETERNAL IDOLS - RONNIE VAN ZAN

Por Antonio Carlos Monteiro

Ronnie Van Zant * 15/01/1948 + 20/10/1977

Na história oficial do Lynyrd Skynyrd, a seção dedicada ao vocalista Ronnie Van Zant é contada por ninguém menos que sua viúva, Judy Van Zant, e começa com a seguinte frase: “Para muitos, Ronnie Van Zant era o Lynyrd Skynyrd.” Trata-se de uma grande verdade. Afinal, mais do que um simples vocalista, Ronnie sempre encarnou o espírito de um verdadeiro frontman, além de ser um compositor de mão cheia.

Nascido em Jacksonville (Flórida), no dia 15 de janeiro de 1948, filho de Lacy e Marion Van Zant, Ronald Wayne Van Zant teve uma infância normal e um grande envolvimento com esportes. Como a vizinhança onde morava não era exatamente tranquila, Ronnie foi obrigado a resolver vários desentendimentos no braço, o que o tornou um bom boxeador. Também cogitou ser piloto de carros de corrida mas foi no beisebol que se destacou, quase se tornando jogador profissional – e chegou a ver nisso uma grande chance de sair do lugar barra-pesada em que vivia.

GARAGE DEMOS

Por Vários

HIDDEN TRACKS - ACID

Por Maicon Leite

Origem: Bélgica

Época: Anos 80

Estilo: Heavy/Speed Metal

Formação clássica: Kate (vocal), Demon e Dizzy Lizzy (guitarras), T-Bone (baixo) e Anvill (bateria)

Discografia: Acid (1982), Maniac (1983), Engine Beast (1985) e Live in Belgium ‘84 (2009)

Site relacionado: www.myspace.com/acidspeedmetal

Por Maicon Leite

Enquanto grupos como Motörhead, Girlschool e Tank brilhavam no Reino Unido, um grande seguidor surgia em Brugge, na Bélgica: o Acid. Formado das cinzas do Previous Page, Kate de Lombaerd (vocal), Donald Demon (guitarra), Dirk Dizzy Lizzy (guitarra), Peter T-Bone (baixo) e Geert Anvill (bateria) estrearam em 1982 com o single Hell On Wheels/Hooked On Metal. Como o contrato com a gravadora Roadrunner não vingou, o quinteto seguiu em frente e resolveu soltar no mercado o ‘debut’ autointitulado de forma independente, criando o selo Giant.

Lançado em janeiro de 1983, Acid mostrava o que seria o embrião do Speed Metal, trazendo consigo letras falando sobre demônios, inferno e outros temas decorrentes do estilo. De fato, Acid se tornou um disco clássico, no qual os riffs rápidos e pesados, em total sintonia com baixo e bateria elevados ao peso máximo, davam o tom para que Kate esbanjasse poder com sua voz forte e marcante. Pouco antes do lançamento, o Acid tocou em sua cidade natal com as bandas Bodine, Soggy e Viva, deixando os fãs ainda mais ansiosos em relação ao seu primeiro ‘full length’. Acid, com suas dez músicas, causou grande impacto na cena, que não esperava que uma banda fosse tão rápida, ainda mais oriunda da Bélgica, país praticamente nulo no quesito Metal.

LIVE EVIL - DEICIDE

Por Frans Dourado

Masters Of The Underworld

Fotos: Ricardo Zupa

A etapa paulista da segunda vinda do grupo norte-americano Deicide ao Brasil começou com certo atraso. Os portões do Carioca Club, em São Paulo (SP), foram abertos pouco depois das 19h e momentos depois tivemos a banda que abriu o evento, realizado no último dia 17 de janeiro. O Maithungh, quinteto de Porto Ferreira/SP, executou um Death Metal tradicional e muito técnico, com ênfase no trabalho inspirado das guitarras e no vocal poderoso e versátil de Helton, capaz até de segurar o falsete em Black Magic, na ótima versão do clássico do Slayer. Os destaques da apresentação ficaram por conta das músicas Fassade e Lust In The Kingdom Of God, que dá nome ao disco de estreia da banda.

Live Evil - Iced Earth

Por João Luiz Zattarelli Jr.

Quebrando O Gelo!

Fotos: Ricardo Zupa

O que vimos no último dia 6 de fevereiro no Via Funchal (SP) marcará a memória dos fãs. Pela primeira vez na América do Sul, o Iced Earth, ainda promovendo seu último álbum, The Crucible Of Man – Something Wicked Part II (2008), chegou sem saber como seria recebido depois de tantos altos e baixos na carreira. Essa dúvida desapareceu totalmente quando Jon Schaffer e Troy Seele (guitarras), Matthew Barlow (vocal), Brent Smedley (bateria) e Freddie Vidales (baixo) entraram no palco. Sem banda de abertura ou produção de palco – nem pano de fundo havia –, o que pudemos conferir foi uma aula de Metal, com muita energia, vibração, sentimento e tudo que qualquer fã espera de seus ídolos.

Poder ver Jon Schaffer e Matthew Barlow mostrarem toda a química que conquistaram no passado e duplicando-a na frente de nossos olhos foi um sonho realizado. Sem exagero, muitos sonhavam com esse dia e ele enfim chegou. Falar bem do Via Funchal chega a ser redundância. É a melhor casa de show de São Paulo, tanto em termos de localização como de acústica, iluminação e conforto.

Live Evil - Metallica

Por João Luiz Zattarelli Jr. / Maicon Leite

O Fim Do Jejum

Fotos: Marcelo Rossi (SP) / Marcus Rovere (RS)

A quarta passagem da banda norte-americana Metallica ao Brasil demorou quase onze anos. Nesse meio tempo, uma fase negra assolou a vida dos americanos, deixando-os aparentemente perdidos. Mas, após a troca do baixista Jason Newsted por Robert Trujillo, em 2003, e o lançamento do pouco elogiado álbum St. Anger, no mesmo ano, parece que James Hetfield (vocal e guitarra), Lars Ulrich (bateria) e Kirk Hammett (guitarra) renovaram os ânimos e acordaram do pesadelo em que viviam – e Death Magnetic (2008) foi a prova cabal disso. Após confirmada a turnê pelo Brasil, a procura pelos ingressos (com preços exorbitantes) foi intensa. O resultado foi uma celebração do Metal em Porto Alegre (RS) e nas duas datas em São Paulo (SP).

PÔSTER - JUDAS PRIEST – BRITISH STEEL

Por Redação Judas Priest – British Steel

Releases CDs

Por Vários

RELEASES DVDS

Por Vários

ROADIE COLLECTION – BAD COMPANY

A origem do Bad Company se deu a partir do Free, grupo formado em 1968 e que contava com o vocalista, guitarrista e tecladista Paul Rodgers e o baterista Simon Kirke. Nos últimos dois anos de existência, o Free passou por diversas alterações em seu line up, o que provocou algumas fissuras irreparáveis, levando Rodgers e Kirke a terminarem a banda após o lançamento do álbum Heatbreaker, em janeiro de 1973. Em seguida, Rodgers e Kirke formaram o Bad Company, que teve como empresário o polêmico Peter Grant (Led Zeppelin). O time seria completado pelo ex-baixista do King Crimson, Boz Burrel, e pelo ex-guitarrista do Mott The Hoople, Mick Ralphs, formação que durou até 1982, quando Rodgers saiu para seguir carreira solo e foi substituído por Brian Howe. Desde então, o grupo passou por várias mudanças de formação, sempre tendo Kirke à frente. Entre 1998 e os dias de hoje Rodgers foi e voltou diversas vezes e após seu trabalho ao lado do Queen o vocalista anunciou que voltaria a fazer shows com o Bad Company. Hoje a banda é completada pelos guitarristas Mick Ralphs e Howard Leese (Heart), o baterista Simon Kirke e o baixista Lynn Sorensen, que substituiu Boz Burrel, falecido em setembro de 2006 devido a um ataque cardíaco.

ROADIE NEWS

Por Redação Com e sem foto

STAY HEAVY REPORT

Por Cintia Diniz e Vinicius Neves

Leis De Incentivo À Cultura X Heavy Metal (Parte 2)

Retomando o tema abordado na edição anterior, a lei de incentivo oferece benefício fiscal como atrativo para investimentos em cultura. Hoje existem leis de incentivo federais, estaduais e municipais, e o abatimento em impostos pode chegar até a 100% do investimento dependendo da lei utilizada.

O procedimento para aprovar um projeto cultural é relativamente simples. É preciso entrar em contato com o Ministério da Cultura ou com o órgão estadual ou municipal que regulamenta a lei e ver quais os parâmetros exigidos para a área em questão, em nosso caso a música. A primeira etapa a ser seguida para que o projeto possa vir a ser aprovado é ter o projeto cultural formatado com todas as previsões: orçamento, equipe, plano de mídia etc. Em seguida, deve-se contatar o órgão responsável pela aplicação da lei de incentivo que o produtor deseja utilizar. Por fim, é preciso reunir todos os documentos solicitados e dar entrada no projeto.

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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