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Edição #136

R$29,00

Oportunidade, capacidade e a interação de músicos, amigos e fãs de Heavy Metal de uma mesma localidade foram alguns dos fatores que contribuíram para o fenômeno ocorrido na Bay Area de São Francisco, no norte do estado da Califórnia (EUA). Em meados dos anos 80…

Fora de estoque

BAY AREA ESPECIAL - THRASH METAL

Por Ricardo Batalha

Bay Area Especial – Thrash Metal

THRASHING ALL AROUND!

Colaboração: Antonio Carlos Monteiro e Maicon Leite

Oportunidade, capacidade e a interação de músicos, amigos e fãs de Heavy Metal de uma mesma localidade foram alguns dos fatores que contribuíram para o fenômeno ocorrido na Bay Area de São Francisco, no norte do estado da Califórnia (EUA). Em meados dos anos 80, quase vinte anos após a explosão do Acid Rock e da cena psicodélica de nomes como Grateful Dead, Jefferson Airplane, Moby Grape, Big Brother And The Holding Company e Quicksilver Messenger Service, surgiram naquela região diversas bandas que, anos depois, foram capazes de fazer com que o local se voltasse a ser comentado no meio musical.

São Francisco, que era considerada o “quartel general” do movimento de contracultura dos hippies dos anos 60, abrigava muitos imigrantes e a diversidade cultural sempre foi enorme. Berço de outros grandes nomes da música, como Carlos Santana, Creedence Clearwater Revival, Sly & The Family Stone, Blue Cheer, Journey, Huey Lewis And The News e Dead Kennedys, a região agora teria que se preparar para a invasão de outros jovens cabeludos e rebeldes.

A nova cena nada tinha a ver com ficar chapado e sair fazendo jams mas, assim como aquela fase psicodélica dos anos 60 influenciou todas as expressões de arte, da música e da moda, o Thrash Metal da Bay Area teve grande impacto e mudou os rumos do Heavy Metal, sendo o novo grande ‘boom’ ocorrido após a New Wave Of British Heavy Metal na Inglaterra. “O que mais lembro foi o quanto nós todos nos divertimos e ficamos contentes em estar fazendo parte de tudo que estava acontecendo na cena musical. Nossos amigos da escola estavam nos ajudando e apoiando porque sabiam que estávamos fazendo uma coisa importante, tendo que viajar e tocar para muitas pessoas. Me lembro que passamos ótimos momentos e sempre fomos muito amigos dentro da banda. Tivemos sorte de estar juntos naquele momento”, diz Rob Cavestany, guitarrista e fundador do Death Angel. “A Bay Area foi um fenômeno, uma explosão de excelentes bandas que tocavam, compunham, interagiam e faziam shows o tempo inteiro. Não vejo isso atualmente e acredito que aquilo não se repetirá”, completa Gary Holt, guitarrista do Exodus.

A Bay Area antes do Thrash

“Se você estiver indo a São Francisco / Não se esqueça de colocar flores nos seus cabelos”.

DEATH ANGEL

Por Ricardo Batalha

Death Angel

OS PRODÍGIOS DA BAY AREA

Conhecidos como “os moleques filipinos”, os músicos do Death Angel nasceram nos EUA e iniciaram a carreira bem cedo, tornando-se rapidamente os prodígios da Bay Area. Rob Cavestany (guitarra), Andy Galeon (bateria), Mark Osegueda (vocal), Gus Pepa (guitarra) e Dennis Pepa (baixo) conquistaram em pouco tempo o respeito dos mais velhos e, mesmo com a pouca idade, conseguiram mostrar sua força na efervescente cena do Thrash Metal da Bay Area. Após o lançamento da demo Kill As One (1986), produzida por Kirk Hammett (Metallica, ex-Exodus), foram contratados pela gravadora Enigma, que lançou o álbum de estreia, The Ultra-Violence, em 1987. O grupo foi se desenvolvendo e com os bons resultados obtidos com Frolic Through The Park (1988) conseguiu fechar com a major Geffen Records, que lançou em 1990 o cultuado Act III. Alguns problemas com empresariamento e um acidente com o ‘tour bus’, que impediu Andy Galeon de tocar bateria por um bom tempo, botaram fim nas atividades da banda. Em 2001, o grupo retomou sua carreira com êxito. A atual formação – Mark Osegueda (vocal), Rob Cavestany e Ted Aguilar (guitarras), Damien Sissom (baixo) e Will Carroll (bateria) – se prepara para uma série de shows e já adianta o novo álbum, previsto para 2011. Na entrevista a seguir, Rob Cavestany relembra o início do Thrash da Bay Area.

DEFIANCE

Por Ricardo Batalha

Defiance

O ÚLTIMO QUE SAIR, NÃO APAGUE A LUZ

O Defiance surgiu em 1985 na cidade de Oakland, na Bay Area de São Francisco, e desde o início as mudanças de formação foram constantes. Responsável por grandes lançamentos, como Product Of Society (1989), Void Terra Firma (1990) e Beyond Recognition (1992), o grupo se afastou da cena em 1994, retornando somente em 2005. No ano seguinte, o lançamento do box Insomnia pela Metal Mind Productions fez com que o nome Defiance voltasse a ser comentado, o que animou os músicos para um novo trabalho de estúdio. O CD, The Prophecy, finalmente saiu no ano passado pela Candlelight Records, mas logo depois houve outra debandada geral. Porém, ao contrário do que parece, o guitarrista Jim Adams está muito animado com a atual formação, que traz Shawn Bozarth (guitarra), Keven Albert (vocal), Mike Kaufmann (baixo) e Burton Ortega (bateria). Jim fala, na entrevista a seguir, sobre a nova fase, o início da banda e a cena da Bay Area.

Defiance

O ÚLTIMO QUE SAIR, NÃO APAGUE A LUZ

O Defiance surgiu em 1985 na cidade de Oakland, na Bay Area de São Francisco, e desde o início as mudanças de formação foram constantes. Responsável por grandes lançamentos, como Product Of Society (1989), Void Terra Firma (1990) e Beyond Recognition (1992), o grupo se afastou da cena em 1994, retornando somente em 2005. No ano seguinte, o lançamento do box Insomnia pela Metal Mind Productions fez com que o nome Defiance voltasse a ser comentado, o que animou os músicos para um novo trabalho de estúdio. O CD, The Prophecy, finalmente saiu no ano passado pela Candlelight Records, mas logo depois houve outra debandada geral. Porém, ao contrário do que parece, o guitarrista Jim Adams está muito animado com a atual formação, que traz Shawn Bozarth (guitarra), Keven Albert (vocal), Mike Kaufmann (baixo) e Burton Ortega (bateria). Jim fala, na entrevista a seguir, sobre a nova fase, o início da banda e a cena da Bay Area.

ED REPKA

Por Maicon Leite

Ed Repka

O TRAÇO INCONFUNDÍVEL DO THRASH

Responsável por praticamente definir todo o visual Thrash Metal nas capas dos discos, Edward J. Repka, mais conhecido como Ed Repka, tornou-se popular inicialmente por seu trabalho com o Megadeth, pois são dele os traços da mascote Vic Rattlehead e aquelas capas clássicas, como Peace Sells e Rust in Peace. Como acontece com todo bom artista, após o sucesso dessas obras muitas bandas passaram a querer contar com seu trabalho em suas capas. A lista é grande, mas vale a pena aqui citar algumas bandas que levaram a assinatura de Ed: Vio-Lence, Death, Toxik, Massacre, Atheist, Nuclear Assault e Sanctuary. Ultimamente, há várias bandas novas requisitando seus serviços, como Municipal Waste, Merciless Death, Eliminator, Pitful Reign e Hyades, entre outras. Além de reviver o som oitentista, essas bandas também estão resgatando o estilo único de Repka, que envolve guerra nuclear, política e terror. Nesta entrevista, o mestre nos fala sobre o que o motivou a desenhar, seus principais trabalhos e o que tem feito atualmente.

EXODUS

Por Ricardo Batalha

Exodus

THRASH METAL COMMAND

Considerado um dos maiores nomes do Thrash Metal mundial, o Exodus surgiu há trinta anos com uma formação pouco conhecida: Keith Stewart (vocal), Carlton Melson (baixo), Tim Agnello e Kirk Hammett (guitarras) e Tom Hunting (bateria). Em pouco tempo, ocorreu uma debanda geral: Gary Holt foi para o lugar de Angnello – que hoje é pastor da Alliance Church, em Stockton/CA –, Paul Baloff substituiu Stewart e Geoff Andrews ficou com o baixo. Assim, gravaram uma demo de três faixas em 1982, único registro com Hammett, que foi para o Metallica, e com Andrews, que cedeu o posto a Rob McKillop. O quinteto depois se estabilizou e seguiu fazendo shows até que, em meados de 1984, já tinha gravado seu álbum de estreia, Bonded By Blood. Ainda que uma certa frustração tenha abatido a banda com o atraso no lançamento do disco, que só saiu no ano seguinte, os rumos do Heavy Metal foram abalados e Bonded By Blood se tornou referência para o então novo estilo praticando na Bay Area, o Thrash Metal. O Exodus seguiu sua carreira passando por diversas outras mudanças de formação, mas sempre gravando álbuns de impacto. Gary Holt relembrou os tempos da Bay Area, falando sobre a cena e comentando as bandas da época. O guitarrista, que está bastante animado com o novo lançamento, The Atrocity Exhibition… Exhibit B: The Human Condition, ainda falou sobre a regravação do ‘debut’, que saiu com o título Let There Be Blood e contou diversas outras curiosidades.

FORBIDDEN

Por Ricardo Batalha

Forbidden

EVIL AND TWISTED!

Dois anos após sua reunião, o Forbidden se prepara para o lançamento de um novo álbum de estúdio. Russ Anderson (vocal), Craig Locicero e Steve Smyth (guitarras), Matt Camacho (baixo) e Mark Hernandez (bateria) entraram em estúdio no início de março e pelo jeito não estão para brincadeira, prometendo reviver os bons tempos vividos entre 1988 e 1990, época dos álbuns Forbidden Evil (1988) e Twisted Into Form (1990). Craig Locicero, que falou sobre a cena da Bay Area dos anos 80, se mostra bastante animado com este retorno e, ainda mais, em sentir que o grupo está novamente trabalhando com objetivos concretos em vez de fazer apenas alguns shows para saudosistas.

GRANDES ÁLBUNS - BAY ÁREA

Por Vários

Grandes Álbuns – Bay Área

Death Angel – Act III

Death Angel – Frolic Through The Park

Death Angel-The Ultra Violence

Defiance – Void Terra Firma

Exodus – Pleasures Of The Flesh

Exodus Fabulous Disaster

Exodus-Bonded By Blood

Forbidden – Forbidden Evil

Forbidden – Twisted Into Form

Heathen – Breaking The Silence

Heathen – Victims Of Deception

Lääz Rockit – Citys Gonna Burn

Metallica – Kill ‘Em All

Metallica – Ride The Lightning

Metallica  – Master Of Puppets

Testament – Practice What Your Preach

Testament – The New Order

Testament – The Legacy

Vio-Lence – Eternal Nightmare

Vio-Lence – Oppressing The Masses

HEATHEN

Por Ricardo Batalha

Heathen

LANÇANDO UM NOVO CLÁSSICO?

“Fantástico, um dos melhores álbuns que ouvi na vida!” Foi assim que o guitarrista Gary Holt descreveu The Evolution Of Chaos, o mais recente trabalho do Heathen. Ao que tudo indica, quase vinte anos depois de seu último álbum de estúdio, Victims Of Deception, o grupo tem tudo para conseguir emplacar um novo clássico do Thrash Metal da Bay Area. Lee Altus, que atualmente atua ao lado de David White (vocal), Kragen Lum (guitarra), Jon Torres (baixo) e Darren Minter (bateria), falou sobre a fase atual, sobre alguns momentos do início do Thrash da Bay Area e confessou que o Exodus deseja gravar um CD/DVD ao vivo no Brasil.

HIRAX

Por Maicon Leite

Hirax

MANTENDO VIVO O ESPÍRITO DO THRASH METAL

Formado no meio do furacão Thrash Metal que invadiu o mundo na primeira metade dos anos 80, o grupo norte-americano Hirax emergiu de Cypress, cidade localizada no estado da Califórnia, mas participou ativamente das cenas de São Francisco e Los Angeles. Seu carismático líder, o vocalista Katon W. De Pena, é um dos maiores batalhadores do underground e tem levado a banda a novos patamares em cada lançamento desde seu retorno, em 2000. Referência para diversos nomes da música pesada, o Hirax caracterizou-se pela mistura pioneira entre o Thrash Metal e o Hardcore, o famigerado Crossover, ao lado de bandas como D.R.I., S.O.D. e Suicidal Tendencies. Dando uma geral em sua carreira, Katon falou sobre o mais novo CD, El Rostro De La Muerte, e ainda relembrou os tempos de Phantasm, que contava com o ex-baixista do Metallica, Ron McGovney.

LÄÄZ ROCKIT

Por Ricardo Batalha

Lääz Rockit

PASSADO DIGNO, FUTURO ANIMADOR

O Lääz Rockit, que surgiu em 1982 e dois anos depois lançou seu primeiro álbum, City’s Gonna Burn, pode nunca ter conseguido o mesmo status de algumas outras bandas da cena da Bay Area, mas participou ativamente do momento histórico de criação do Thrash Metal. Ainda bem jovens, os músicos buscavam criar seu estilo próprio e foi somente com o terceiro disco, Know Your Enemy (1987), que conseguiram êxito. No entanto, após mais dois álbuns – Annihilation Principle (1989) e Nothing’$ $acred (1991) – resolveram sair de cena e retornaram somente em 2005. O primeiro fruto deste retorno foi Left For Dead (2008), que foi bem recebido e surpreendeu até mesmo Michael Coons (vocal), Aaron Jellum e Phil Kettner (guitarras), Willy Lange (baixo) e Sky Harris (bateria). Na entrevista a seguir, o vocalista Michael Coons fala sobre o momento atual e relembra a fase inicial da cena do Thrash Metal da Bay Area.

METALLICA

Por Ben Mitchell (Planet Syndication)

JAMES HEtFIELD: A HISTÓRIA COMPLETA

Trad.: Antonio Carlos Monteiro

Há uma cena no vídeo Some Kind Of Monster (2004) em que o baterista Lars Ulrich, de forma petulante, mostra sua insatisfação com a forma como James estaria se portando em estúdio após passar por um programa de reabilitação. Mais especificamente, o batera reclamava da rotina estabelecida por James para a gravação do disco seguinte do Metallica, St. Anger. Como o guitarrista queria passar mais tempo com a família, ele resolveu que ficaria no estúdio apenas até as quatro horas da tarde. Quando foi comunicado disso, Lars resmungou: “Eu pensei que te conhecia…” Foi um simples comentário mas que acabou se tornando marcante junto aos fãs. No fim das contas, a verdade é que desde o disco de estreia da banda, Kill ‘Em All (1983), Hetfield desenvolveu para si a imagem de um frontman de uma banda de Metal. Com uma postura intensa, descompromissada, cheia de carisma e quase feroz, o tempo livre do vocalista era preenchido com mulheres de reputação duvidosa, bebedeiras homéricas, caçadas e muito Rock. Para seu público, o guitarrista era um modelo perfeito do “rockstar” – além de ser uma usina de riffs. Seus fãs acreditavam que conheciam seu ídolo, mas eles estavam completamente enganados. Sentado num sofá de couro no escritório da bancada, na Califórnia, Hetfield às vezes interrompe seu discurso para dar algumas risadas nervosas enquanto responde às perguntas que lhe são feitas. Como comprova a repercussão junto a fãs e crítica do mais recente álbum da banda, Death Magnetic (2008), um James Hetfield sem armas, sem bebida e sem outros ‘aditivos’ não interferiu em nada no sucesso do Metallica.

Nesta entrevista de mais de uma hora, Hetfield prova que não tem nada daquela postura arrogante que muitos ídolos adotam. Pelo contrário, ele se mostrou o tempo todo simpático e gentil, mesmo quando falava sobre detalhes mais desagradáveis de sua trajetória.

TESTAMENT

Por Ricardo Batalha e Ricardo Campos

THRASH METAL’S LEGACY

O Testament, um dos nomes de maior impacto da cena do Thrash Metal da Bay Area de São Francisco, surgiu em meados de 1983 sob o nome Legacy, contando com Steve “Zetro” Souza (vocal), Eric Peterson e Derrick Ramirez (guitarras), Greg Christian (baixo) e Mike Ronchette (bateria). Logo Ramirez cedeu o posto a Alex Skolnick que, tempos depois, se tornaria o maior virtuose de toda a cena. Essa formação registrou a demo First Strike Is Deadly, o último trabalho de Ronchette que, em 1986, foi substituído por Louie Clemente. As coisas iam bem até que Steve “Zetro” Souza recebeu um convite para substituir Paul Baloff no Exodus e indicou o “índio” Chuck Billy para seu lugar. Entretanto, se era para mudar, eles resolveram radicalizar e passaram a se chamar Testament. E foi assim que lançou seu ‘debut’, The Legacy, em 1987, rapidamente passando a ser considerada a revelação daquele ano. No entanto, a consagração veio com The New Order (1988) e a posição de destaque foi mantida no trabalho seguinte, Practice What You Preach (1989). Daí em diante enfrentaram comparações com o Metallica, mas sempre mostraram seu estilo próprio. Ao longo dos anos foram diversas mudanças de formação, mas agora Chuck Billy espera que o trabalho ao lado de três integrantes originais – Eric Peterson e Alex Skolnick (guitarras) e Greg Christian (baixo) – e de um exímio baterista como Paul Bostaph seja para sempre mantido. Na entrevista a seguir, o vocalista fala sobre a Bay Area e conta diversas curiosidades acerca da cena e da banda.

VIO-LENCE

Por Ricardo Batalha

“VIVI UMA ÉPOCA DE OURO!”

O Vio-lence pode não ter figurado no topo da cena Thrash da Bay Area, mas desde sua formação em 1985, quando ainda atendia por Death Penalty, chamava a atenção por seu estilo bem particular. A banda começou a decolar após a entrada do guitarrista Robb Flynn (ex-Forbidden e atual Machine Head), que formou uma dupla consistente com o também guitarrista Phil Demmel. O time se estabilizou com Perry Strickland (bateria), Dean Dell (baixo) e Sean Killian (vocal), e o quinteto acabou conquistando uma ótima reputação por suas apresentações. Desta forma, assinaram com a Mechanic Records para lançar o clássico Eternal Nightmare (1988). No entanto, após mudar para a Megaforce Records e soltar Oppressing The Masses (1990), a banda enfrentou problemas com os negócios, que levaram à saída de Robb Flynn em 1992. E foi com Ray Vegas (ex-Attitude Adjustment) que o grupo promoveu seu terceiro e último disco, Nothing To Gain (1993), encerrando as atividades oficialmente após um show em dezembro de 1993. Perry Strickland relembra, a seguir, seus anos de glória.

BACKGROUND - GRATEFUL DEAD

Por Antonio Carlos Monteiro

Grateful Dead

Era uma época em que a espontaneidade imperava. Não havia nada meticulosamente planejado quando se falava de arte. Afinal, naqueles tempos, arte era muito mais uma manifestação vinda do íntimo do artista do que um produto comercial. Além disso, era uma época em que os jovens, após décadas de submissão, começavam a se manifestar acerca de tudo que acontecia, em especial a postura beligerante do governo dos EUA que, mal recuperado a II Guerra Mundial e da subsequente Guerra da Coreia, já se metera em outro entrevero, a Guerra do Vietnã, que levava mais jovens americanos ao campo de batalha.

Cansada de tudo aquilo, a juventude americana começava a se mobilizar espontaneamente e a região da Bay Area de São Francisco acabou se tornando o centro do movimento. E era lá que morava Jerome “Jerry” John Garcia, como tantos outros um jovem sem grandes perspectivas na vida e que acabara vendo na música uma espécie de válvula de escape para os problemas, traumas e frustrações.

CLASSICOVER - MEGADETH - MECHANIX

Por Ricardo Campos

Megadeth – Mechanix

Álbum: Killing Is My Business… And Business Is Good! (1985)

Esta seção tem como finalidade analisar uma interpretação musical – cover – realizada por uma banda e compará-la à versão original da música. Mas dado o caráter especial desta edição, optamos por um clássico do Thrash Metal Bay Area que gerou muita polêmica quando lançado, The Four Horsemen, que acabou saindo em dois álbuns de estreia, do Metallica e do Megadeth.

O guitarrista Dave Mustaine se juntou ao Metallica em janeiro de 1982, completando um line-up até então composto por Sammy DeJohn (vocal – que durou apenas três semanas nessa formação), James Hetfield (vocal e guitarra), Ron McGovney (baixo) e Lars Ulrich (bateria). Respondendo a um anúncio publicado no jornal The Recycler, o novo guitarrista trazia consigo composições (ou trechos) que havia escrito para sua antiga banda, Panic, entre elas uma que pouco tempo depois se tornaria The Mechanix.

EDITORIAL

Por Airton Diniz

Presente de aniversário

No mês de maio de cada ano temos procurado oferecer algo de especial aos nossos leitores como forma de celebrar o aniversário da Roadie Crew, que em 2010 completa 12 anos tomando como base a primeira edição que foi para as bancas em escala nacional, em maio de 1998, portanto a partir do lançamento oficial da revista após o período de circulação como fanzine.

Nesta edição de número 136 trazemos um conteúdo muito especial, algo que cada um dos nossos redatores estava ansioso por fazer já há muito tempo: um mergulho de cabeça na cena musical da Bay Area, abordando a magia que sempre floresceu na região metropolitana da encantadora São Francisco, um verdadeiro paraíso na costa oeste americana, que sempre representou um berço natural para todo tipo de manifestação artística e uma fonte inesgotável de inspiração para pensamentos e atitudes que moldaram muitos aspectos do comportamento das pessoas na cultura ocidental a partir dos anos 60.

A Bay Area é especial, a música oriunda de lá é especial, o Metal de lá é especial, por isso o espaço físico de uma edição não seria suficiente para esgotarmos o assunto, então nos limitamos a fazer referências a alguns destaques do Classic Rock da fase psicodélica do Flower-Power, e nos concentramos naquilo que é uma verdadeira paixão entre os “headbangers” de todo o planeta: o THRASH METAL DA BAY AREA. Esse movimento se tornou marcante e gerou monstros sagrados da música pesada que continuam influenciando bandas pelo mundo afora.

Desenvolver a pauta da revista de maio teve um delicioso sabor para toda nossa equipe, reconhecidamente fanática pelo estilo musical que preenche a maior parte das páginas deste mês. E bem que essa comemoração de aniversário mereceria também uma bela festa, e com muita cerveja, a bebida oficial de todo “Thrasher” que se preze.

A estrutura normal da revista foi ligeiramente modificada e, excepcionalmente, algumas seções foram suprimidas enquanto outras foram modificadas, como a “Garage Demos”, na qual trazemos as resenhas das principais demos das bandas de Thrash Metal lançadas no início dos anos 80. As notícias do mês deixaram de ser “News” para dar espaço a acontecimentos da época do surgimento do Thrash e, portanto, se tornaram “Oldies”.

Além da matéria principal, a entrevista de destaque do mês, como não poderia deixar de ser, concentra-se na maior expressão do movimento “Thrash Bay Area”, o Metallica, uma das maiores bandas do Heavy Metal de todos os tempos. E nessa entrevista James Hetfield fala de muitos assuntos que envolveram sua vida pessoal, desde a infância, e sobre sua convivência com os companheiros de banda, numa demonstração sincera e aberta de seus sentimentos como ser humano. É importante enfatizar que, mesmo reportando fatos da vida particular de James e sua família, a matéria nunca tende para o sensacionalismo vulgar, deixando transparecer o quanto os acontecimentos narrados pelo entrevistado foram importantes para explicar tanto as fases de sucesso como os momentos de fracasso no trabalho do Metallica.

Airton Diniz

GARAGE DEMOS

Por Vários

Garage Demos

Envie o seu link no MySpace (com pelo menos três músicas novas disponíveis) acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]

Nesta Edição:

Death Angel – Heavy Metal Insanity

Death Angel – Kill As One

Exodus – 1982 Demo

Forbidden Evil – Endless Slaughter

Legacy – Demo:1

Metallica – Metal Up Your Ass-

Metallica – No Life Til Leather-

Vio-Lence – Demo 1986

HIDDEN TRACKS - MORDRED

Por Maicon Leite

MORDRED

Origem: EUA

Época: Anos 80/90/2000

Estilo: Thrash/Funk Metal

Formação Clássica: Scott Holderby (vocal), J. Taffer (guitarra), Danny White (guitarra), Arthur Liboon (baixo) e Gannon Hall (bateria)

Discografia: Fool’s Game (1989), In This Life (1991) e The Next Room (1994)

Site relacionado: www.myspace.com/deathsdawn

Inicialmente fazendo parte do time de Thrash Metal da Bay Area, com o tempo o Mordred foi modificando sua musicalidade, adicionando elementos incomuns em suas músicas e distanciando-se de sua proposta original, mas criando para si um estilo próprio.

A história do grupo teve início na cidade de São Francisco em 1984, quando o baixista Arthur Liboon e o guitarrista James Sanguinetti resolveram formar uma banda, já que viviam no meio a todo o agito musical da época, encabeçado pelo Thrash Metal.

Em 1986, James saiu para formar o Mercenary, dando lugar a Sven Sodderlund que, curiosamente, tocava justamente no Mercenary. Apesar de a maioria das bandas da Bay Area falar de temas como violência ou política, o Mordred já se diferenciava das demais em suas letras. Na época, a banda era liderada pelo vocalista Steve Shaw Scates, que escrevia letras baseadas em assuntos fantasiosos, inspirado por Tolkien e lendas sobre o Rei Arthur. Mordred, a propósito, é um dos personagens das lendas arthurianas e há várias contradições sobre seu relacionamento com o rei – algumas versões retratam Arthur como sendo tio ou pai de Mordred.

LIVE EVIL - DREAM THEATER

Por Thiago Rahal Mauro

DUAS NOITES NA MEMÓRIA

Fotos: Renan Facciolo

O fã do Dream Theater que assistiu aos últimos shows do grupo em terras tupiniquins esperava que a banda norte-americana tocasse músicas pouco apresentadas anteriormente, além de composições de seu mais recente álbum de estúdio, Black Clouds & Silver Linings (2009). O grupo tem o costume de nunca repetir o repertório e é fato que se você deseja ver o máximo possível de canções ao vivo, deve fazer um esforço a mais e acompanhar a banda por duas ou três cidades no mínimo. Por causa disso, a ROADIE CREW conferiu as apresentações nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e comprovou o que era óbvio: a banda repetiu apenas três músicas nos dois shows, apresentando sets completamente diferentes.

A parte sul-americana da turnê começou no dia 12 de março, em Santiago (CHI), e coincidiu com a onda de terremotos que aconteceram no país desde o final de fevereiro. “Tivemos o quarto tremor de terra do dia aqui em Santiago. Coisa totalmente assustadora…

LIVE EVIL - EPICA

Por Fabio Rogério Piva

A TERCEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE

Fotos: Ricardo Zupa

A terceira vez a gente nunca esquece – essa foi a sensação deixada pelo Epica em cerca de 4 mil de seus fãs, que se dirigiram ao Via Funchal (SP) no sábado, dia 10 de abril. Em sua terceira passagem pelo Brasil, desta vez promovendo o álbum Design Your Universe (2009), os holandeses reafirmaram o porquê de o Epica ser tão estimado pelos amantes do Gothic Metal: eles são muito mais do que outra bandinha de vocais femininos.

A fila ainda estava longa do lado de fora do Via Funchal quando o Tierramystica iniciou o seu set de abertura. Quem chegava se deparava com um Heavy Metal Melódico, consistente e genuinamente nacional, repleto de elementos de música latina.

LIVE EVIL - JOHN CORABI

Por Marcelo Martins

Blackmore Rock Bar – São Paulo/SP

26 de março de 2010

Foto: Alexandre Cardoso

Conhecido por sua passagem pelo Mötley Crüe e em bandas como The Scream, Union, Eric Singer Project, além de mais recentemente ter atuado como guitarrista base no Ratt, o norte-americano John Corabi veio ao Brasil pela primeira vez para fazer dois shows acústicos, em São Paulo (26 de março) e no Rio de Janeiro (27).

Acompanhado de Chris Nolen, atual baixista de sua banda solo, Corabi entrou no palco do Blackmore Rock Bar esbanjando simpatia. O ar intimista da noite deixou os presentes – poucos, porém verdadeiros fãs – ansiosos para o início do show. Love (I Don’t Need It Anymore), do álbum ‘debut’ do Union, deu início ao set e impressionou pela qualidade vocal de Corabi, que nos deu a impressão de estarmos ouvindo o CD. O vocalista agradeceu a presença dos fãs, dizendo “obrigado” e falando que além dessa, a única palavra que ele aprendeu em português foi “puto”, arrancando risos da galera.

LIVE EVIL - KORPIKLAANI

Por Antonio Carlos Monteiro

Sebastian Bar – Campinas/SP

19 de março de 2010

Fotos: Cristina Mochetti

Casa nova na cena rockeira de Campinas, o recém-inaugurado e simpático Sebastian Bar abriu suas portas pela primeira vez para um evento internacional ao promover o show dos finlandeses do Korpiklaani. Foi, aliás, uma apresentação repleta de idas e vindas, já que chegou a ser agendada para o final de 2009, cancelada, remarcada para 2010 e, de última hora, confirmada para o Sebastian Bar em substituição ao Hammer Rock Bar, que fechou suas portas recentemente. Seja como for, o fato é que um público numeroso foi assistir à atração principal e às três bandas de abertura.

Quem iniciou os trabalhos foi o Taberna Folk. Como o nome dedura, a banda faz um trabalho acústico baseado na música Folk, capitaneada pelo talentosíssimo violonista, vocalista e flautista Ricardo Amaro – e o faz com muita competência.

LIVE EVIL - OVERKILL

Por Jorge Krening

VELHA GUARDA DO THRASH EM ALTA

Fotos: Ricardo Zupa

E lá se vão quase nove anos desde a última passagem dos ‘thrashers’ norte-americanos do Overkill pelo Brasil. O quinteto, liderado pelo lendário vocalista Bobby “Blitz” Ellsworth e completado pelos os experientes Carlos “D.D.” Verni (baixo), Dave Linsk e Derek Tailer (guitarras) e Ron Lipnicki (bateria), desembarcou na capital paulista para divulgar seu décimo quinto trabalho oficial, o excelente e aclamado Ironbound. A pequena turnê sul-americana, que tinha passado dias antes por cidades como Santiago (CHI) e Buenos Aires (ARG), parece ter sido suficiente para deixar Bobby “Blitz” cansado, algo facilmente perceptível logo após sua chegada a São Paulo. Já Derek Tailer se mostrou bastante empolgado, inclusive chegando ao hotel empunhando uma garrafa básica de uísque.

LIVE EVIL - W.A.S.P.

Por Jorge Krening

Santana Hall – São Paulo/SP

10 de abril de 2010

Foto: Gisele Rathmann

Esta foi a segunda passagem da lenda do Hard’n’Heavy oitentista W.A.S.P. pelo Brasil, ou melhor, por São Paulo, já que somente os fãs que compareceram ao Santana Hall na noite de 10 de abril tiveram a sorte de assistir Blackie Lawless e sua gangue neste ano. O engraçado é que alguns países latino-americanos como Colômbia, Chile, Peru e México tiveram suas apresentações canceladas sem nenhum tipo de esclarecimento, abrindo brecha para uma indagação: afinal de contas, o que se passa na mente de Blackie Lawless? Talvez essa questão ainda esteja latejando forte na cabeça dos fãs que compareceram ao show de Curitiba (PR) no dia 9 de abril e foram surpreendidos com o cancelamento do espetáculo. Tocamos no assunto envolvendo esse fato porque os mais de 1.500 fãs paulistas que compareceram na fria noite de sábado no Santana Hall passaram por momentos de dúvidas e incertezas semelhantes. Com a abertura da casa marcada para 17h e o início do espetáculo – conforme divulgado na mídia – para 18h30, a sensação de quem chegava ao local era somente uma: cancelamento à vista. No entanto, em São Paulo a novela não teve o mesmo final trágico, mas já se passava das 19h e o W.A.S.P. ainda estava realizando a passagem de som, sem permitir a entrada do público na casa, que só conseguiu adentrar mais de duas horas após o previsto. Na abertura das portas deu para notar um misto de euforia e nervosismo fora do comum por parte de todos, incluindo produção e funcionários da casa, que certamente devem ter sofrido uma enorme pressão psicológica.

LIVE EVIL - BLAZE BAYLEY

Por João Luiz Zattarelli Jr.

Manifesto Bar – São Paulo/SP

08 de abril de 2010

Foto: Thiago Rahal Mauro

Em sua terceira passagem pelo Brasil com sua banda solo, o vocalista Blaze Bayley mostrou novamente que carisma, humildade, dedicação e, principalmente, paixão pelo que faz estão além de toda turbulência emocional que o acometeu recentemente com o falecimento de sua esposa.

Novamente o local escolhido foi o Manifesto Bar (SP), mas o número de presentes não passou de 250 pessoas, especialmente por ter sido uma noite fria de quinta-feira e com horário previsto de início do show para às 23h. Com apenas 15 minutos de atraso, entraram no palco os irmãos Nicholas (guitarra) e David Bermudez (baixo), Jay Walsh (guitarra) e o excelente baterista Cláudio Tiricanti (Nasty Tendencies) – substituindo Lawrence Paterson, que se ausentou da turnê brasileira por motivos de saúde e não fez falta nenhuma – e, por último, Blaze Bayley.

LIVE EVIL - NILE

Por Frans Dourado

BLACK SEEDS OF DEATH METAL

Fotos: Ricardo Zupa

Quando a temática básica do Metal Extremo dava mostras de que o esquema violência/satanismo/escatologia/política não tinha mais pra onde ir, uma banda americana do estado da Carolina do Sul mostrou que havia a possibilidade de explorar outros caminhos e aprofundar o que grupos como Morbid Angel haviam tratado em algumas das suas letras. O Nile, através do seu líder e principal compositor, o guitarrista Karl Sanders, levou a antiguidade egípcia e de todo o Oriente Próximo ao Império do Death Metal. Desde o ‘debut’ Amongst The Catacombs Of Nephren-Ka até o recém lançado Those Whom The Gods Detest, o que o Nile tem mostrado ao mundo é que seu legado de maldições faraônicas está longe de ter um fim.

RELEASES CDS

Por Vários

Nesta edição:

7cities

Alestorm

Annihilator

Blues Riders

Cement Rain

Charred Walls Of The Damned

Cracker Blues

Crazy Lixx

Disarmonia Mundi

Funeral Mist

Grimlord

Hazy Hamlet

Jimi Hendrix

Orden Ogan

Pestilential Shadows

Process Of Guilt

Ratt

Rei Lagarto

Reset To Zero

Treat

Tribe

Unleashed

While Heaven Wept

ROADIE COLLECTION – BAY AREA (60'S)

Por Bento Araújo

Bay Area (60’s)

Bento Araújo
Editor da poeira Zine (poeirazine.com.br)

Se você pensa que a Bay Area de São Francisco é sinônimo de Thrash Metal, você está certo. Mas fique sabendo que muito antes dessa explosão a região foi também palco do efervescente movimento ‘flower power’ e do famigerado “verão do amor”, além de berço de centenas de bandas psicodélicas. Tudo começou com os Charlatans e logo a cidade estava infestada de ‘freaks’ e músicos que adotaram a vizinhança da Haight Ashbury como quartel general lisérgico. Daí foi um pulo para os populares ‘acid tests’, o ‘human be-in’ e o surgimento de casas de shows como o Fillmore. A popularidade dessa cena cresceu bastante também com o festival de Monterey e com o hit de Scott MacKenzie, San Francisco (Be Sure To Wear Flowers In Your Hair), que promoveu o êxodo de jovens do mundo todo rumo à terra prometida do então “novo Rock”. A partir daí, muitas outras bandas de todo o país mudaram-se para a cidade para aproveitar o agito da cena. A essência da música feita por esses gurus do ácido permanece intacta até hoje, influenciando milhares de bandas mundo afora. As letras, os efeitos musicais e visuais, os timbres das guitarras e as capas dos discos tentavam recriar uma autêntica experiência lisérgica. Das profundezas da mente para o prato da vitrola…

ROADIE NEWS

Por Vários

Roadie Oldies

Resumo das principais notícias da Bay Área nos anos 80.

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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