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Edição #154

R$29,00

O Anthrax é daquelas bandas que tinha tudo para dar errado, mas que, justamente por ser cabeça dura e fazer exatamente o oposto do que todos esperam e/ou desejam, acaba dando certo…

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ANTHRAX

Por Thiago Sarkis

METAL NA CABEÇA!

O Anthrax é daquelas bandas que tinha tudo para dar errado, mas que, justamente por ser cabeça dura e fazer exatamente o oposto do que todos esperam e/ou desejam, acaba dando certo. Em 1981, quando Thrash Metal era sinônimo de ruído, eles perseveraram no estilo. Em 1991, quando um músico de Heavy Metal só falava com pessoas do Heavy Metal, eles se uniram ao Public Enemy, um grupo de Rap/Hip Hop. De 1992 a 2005, enquanto os fãs pediam pela volta de Joey Belladonna (vocal), eles seguiam com John Bush. Depois, optaram por retornar com Belladonna. Em 2007, quando todos acreditavam que eles gravariam um novo álbum com a “formação clássica”, Belladonna abandonou o grupo e deu lugar a… um desconhecido, Dan Nelson. Tudo parecia tranquilo e criou-se a expectativa para o próximo trabalho de inéditas com o novo vocal. Porém, em julho de 2009, uma súbita ruptura ocorre entre Anthrax e Nelson. O passo seguinte? Shows com John Bush e mais uma vez a esperança de uma reunião. E eis que… eles anunciam o retorno de Joey Belladonna, saem em turnê com o Big 4 e lançam Worship Music (2011). Entendeu? Nós também não. Por isso conversamos com o guitarrista Scott Ian e falamos do disco recém-lançado e deste verdadeiro imbróglio de Metal da melhor qualidade que é o Anthrax.

ALMAH

Por Thiago Rahal Mauro

DO FUNDO DA ALMA

A banda Almah não deve ser mais considerada um projeto paralelo de Edu Falaschi (vocal, Angra, ex-Symbols e Mitrium). O novo trabalho Motion é, de fato, um álbum diferente e que carrega características nunca vistas anteriormente na carreira dos músicos Marcelo Barbosa (guitarra, Khallice), Paulo Schroeber (guitarra, Astafix e Hammer 67), Felipe Andreoli (baixo, Angra) e Marcelo Moreira (bateria, Burning In Hell). Em entrevista exclusiva à ROADIE CREW, o vocalista conta detalhes do disco, da participação do Angra no “Rock in Rio” e de seu futuro na música.

BRUCE DICKINSON E ALEISTER CROWLEY - P 1

Por Adriano Camargo Monteiro

A ligação entre Bruce Dickinson e Aleister Crowley (Parte 1)

Que o mago inglês Aleister Crowley (1875-1947) tem influenciado o mundo do Rock e as artes em geral e que o multitalentoso vocalista inglês Bruce Dickinson é uma das personalidades mais inteligentes do Heavy Metal todos sabem. Mas é possível que nem todo mundo saiba que Dickinson, formado em História pela Universidade Queen Mary, sempre teve um grande interesse por história da magia, ocultismo e Aleister Crowley.

Ao contrário do que a maioria pensa, Crowley não era satanista, mas um filósofo e ocultista praticante assíduo, envolvido em diversos ramos da magia (“magick”) e da filosofia oculta, desde a bruxaria europeia e o paganismo até a cabala, alquimia, magia sexual, hinduísmo, budismo etc. Contudo, ele ficou muito conhecido e mal-afamado devido ao seu comportamento “inadequado” e “chocante” para a época (a Era Vitoriana) e às difamações de fundamentalistas religiosos – nos dias de hoje, provavelmente ele não chamaria tanto a atenção…

Por outro lado, Dickinson se destaca por seu trabalho artístico e por suas outras habilidades, interesses e inteligência. Como músico e letrista, o trabalho de Bruce é

repleto de referências ao mago inglês e a diversas áreas da filosofia oculta, desde letras de sua carreira solo e do Iron Maiden até seu filme “Chemical Wedding” (2008).

SEBASTIAN BACH

Por Steven Rosen

E A CABELEIRA AINDA BALANÇA…

Sebastian Bach é mais conhecido por ter sido vocalista do Skid Row, banda surgida nos anos 80 e que fez fama através de músicas como 18 And Life, I Remember You e Youth Gone Wild. Nascido nas Bahamas e criado no Canadá, Bach se mostrou o vocalista ideal para a banda: parecia um rockstar, graças à cabeleira loira, e soava como muitos dos cantores da sua geração, abusando dos gritos e dos vibratos. No entanto, em Kicking & Screaming, seu novo disco solo, ele mostra uma face diferente através de músicas como I’m Alive e Lost In The Light, temas calcados no Rock mas com melodias e arranjos que pouco lembram seu último disco, Angel Down (2007). Fluente e bem humorado como sempre, Sebastian falou sobre seu novo álbum, sobre os discos antigos, sobre o Skid Row e sobre seu trabalho na televisão.

DEF LEPPARD

Por Mitch Lafon

OLHANDO NO ESPELHO

Demorou mais de trinta anos (34 se contarmos desde a criação da banda), mas finalmente o Def Leppard lançou seu primeiro disco ao vivo. E Mirror Ball: Live And More demorou mas vem com tudo a que tem direito: é um disco duplo com mais de vinte músicas gravadas ao vivo, com três faixas inéditas de estúdio de bônus e um DVD com faixas ao vivo e imagens de bastidores. Além disso, o álbum marca uma parceria inédita entre a banda e a rede de lojas de departamentos Wal-Mart, que vem comercializando o álbum com exclusividade nos EUA e no Canadá, algo que só foi possível porque o Def Leppard, pela primeira vez em décadas, não se encontra sob contrato com nenhuma grande gravadora. Para completar, quando você estiver lendo esta entrevista, os ingleses já vão estar na estrada para divulgar esse novo trabalho. A ROADIE CREW foi atrás dos dois guitarristas da banda, Phil Collen e Vivian Campbell que, em ocasiões diferentes, falaram sobre esse novo momento na vida do Def Leppard e seus planos para o futuro.

DR. SIN

Por Ricardo Batalha

É ANIMAL!

Apesar de ter sido chamado por muito tempo de “banda de Hard Rock”, o Dr. Sin pratica um som bem mais amplo e versátil, algo que fica cada vez mais consolidado em sua extensa carreira, iniciada há vinte anos. O mais recente lançamento, Animal, é a maior prova, pois consegue condensar todos os elementos musicais e a técnica apurada que permeiam a vida de Andria Busic (vocal e baixo), Edu Ardanuy (guitarra) e Ivan Busic (bateria e vocal). Na entrevista a seguir, o baterista fala sobre o atual momento da banda e conta detalhes de mais esta nova obra, que vem sendo recebida com grande entusiasmo pelos fãs.

HATE ETERNAL

Por Thiago Sarkis

DANDO AS CARTAS DO DEATH METAL MODERNO

Erik Rutan toca, vive e respira Metal extremo. Como músico e produtor, poucos foram os seus trabalhos – como o Alas, grupo com o qual lançou Absolute Purity (2001) – fora desse estilo. Ex-membro de Morbid Angel e Ripping Corpse, amigo e parceiro musical de Alex Webster do Cannibal Corpse, o guitarrista norte-americano fundou o Hate Eternal em 1997 visando centrar a banda pura e exclusivamente na vertente que mais ama: o Death Metal. Lançou, desde então, quatro elogiados discos de estúdio e um DVD, o que fez seu nome se tornar sinônimo de pioneirismo, qualidade e ‘know-how’, sustentando e liderando a cena atual. Agora, apoiado por Jade Simonetto na bateria e J.J. Hrubovcak no baixo, ele lança Phoenix Amongst The Ashes (2011), quinto capítulo desse legado, e mostra que sabe como poucos fazer o que faz. A seguir, Erik nos dá mais detalhes do álbum e da trajetória do conjunto…

MARDUK

Por Luciano Krieger

VINTE ANOS DE FOGO, SANGUE E GUERRA

Divulgando mais um trabalho, o EP Iron Dawn, o lendário Marduk está a todo o vapor para conquistar novos horizontes e novas plateias, voltando suas atenções mais uma vez para o Black/War Metal enquanto o novo álbum está sendo preparado. Celebrando duas décadas de intensa atividade, com muitos shows e line-up estabilizado, o fundador Morgan (guitarra) cedeu alguns minutos de seu tempo para um bate-papo telefônico no qual fala de assuntos do passado, faz uma análise do momento atual e comenta as perspectivas de futuro para o Marduk. Prepare sua munição, a artilharia sueca está a caminho.

PAURA

Por Antonio Carlos Monteiro

MAIS FÚRIA DO QUE MEDO

São dezesseis anos batalhando no underground, luta essa que já levou o Paura a várias tours pelo exterior (Europa e América do Sul), além de já ter rendido a gravação de cinco ‘full lenghts. O último deles, History Bleeds, saiu pela Travolta Discos e deixa evidentes a competência e a fúria de Fabio Prandini (vocal), Rogério Rondotaro (guitarra), Caio Lubliner (guitarra), Danilo Fratangelo (baixo) e Henrique Pucci (bateria). Nessa conversa com a ROADIE CREW, o vocalista Fabio mostra que, além de fazer música de primeira linha, a banda também tem o que dizer.

PORCUPINE TREE

Por Steven Rosen

OS SEGREDOS DE GAVIN HARRISON

Gavin Harrison, baterista do Porcupine Tree, é um músico de muita personalidade. A sua capacidade de interpretação e a forma como ele trabalha o ritmo já fizeram com que ele merecesse um lugar de destaque na seleta lista dos grandes bateristas da atualidade. A despeito de sua banda não ter atingido o mesmo destaque de nomes como Rush ou Dream Theater, é inegável que hoje ela já ostenta uma legião de fãs fiéis que sempre comparece a seus shows e consome todos os produtos que lança. E para essas pessoas Gavin é e sempre será o número um nas listas de melhores do ano que revistas e sites especializados em bateria promovem anualmente. Nesta entrevista exclusiva ele fala sobre sua carreira e sobre o trabalho com o Porcupine Tree.

SEPTIC FLESH

Por Luciano Krieger

INSPIRAÇÃO SINFÔNICA

A banda grega Septic Flesh, formada em 1990, já  passou por muitas mudanças, incluindo uma parada nas atividades que durou mais de quatro anos. Porém, nada disso impediu que Seth (baixo e vocal), Christos (guitarra), Sotiris (guitarra) e Fotis (bateria) voltassem em 2008, lançando o ótimo disco Communion e agora seu sucessor, The Great Mass, no qual foram acompanhados pela Orquestra Filarmônica de Praga (CHE). Apesar da agenda de apresentações lotada, conseguimos uma brecha para conversar com Sotiris, que explica mais sobre o conceito existente no novo trabalho, além de fatos que marcaram a carreira da banda. A grande celebração do Septic Flesh é revelada nas linhas a seguir.

URIAH HEEP

Por Ricardo Batalha

OS VETERANOS AINDA SURPREENDEM

Embora alguns ainda o encarem como “o novo frontman”, o vocalista canadense Bernie Shaw está com a banda britânica Uriah Heep há vinte e cinco anos, tendo registrado sete álbuns de estúdio. O mais recente, Into The Wild, foi lançado em abril e vem obtendo uma boa resposta dos fãs e da mídia. O trabalho mostra Bernie, Mick Box (guitarra), Trevor Bolder (baixo), Russell Gilbrook (bateria) e Phil Lanzon (teclado) explorando todas as características marcantes do Heep – os coros estão lá, assim como o Hammond e o wah-wah –, mas com uma força extra. O som revigorado, segundo Bernie, veio da tentativa de se fazer um simples álbum de Rock. Na entrevista a seguir, ele conta diversos detalhes sobre gravação, dá uma geral em toda a sua carreira e ainda conta que gosta bastante de se apresentar para os fãs brasileiros.

BACKSPAGE

Por Vitão Bonesso

“ROCK IN RIO”… EU NÃO FUI!

O “Rock In Rio” enfim voltou ao seu país e cidade de origem após dez anos. Foram meses de espera e confirmações de atrações que, gradativamente, eram anunciadas na Rede Globo. Alguns momentos de alegria vieram com o anúncio de nomes como Metallica, Motörhead e Slipknot, além das nacionais Sepultura, Angra e Korzus, que foram empurradas para o Palco Sunset, de dimensões menores, sem pompa e sem um cuidado maior no que se refere ao som em comparação ao gigantesco Palco Mundo.

Ouvir comentários de uma parte do público, que comparava essa edição com realizadas antes no Brasil (1985, 1991 e 2001), foi curioso. Com ar de saudosismo, não era difícil encontrar uma molecada entrevistada que, mal saída das fraldas, dizia: “Ah, que saudades da primeira e da segunda edições, aquelas sim tinham a ver com Rock…” E blá blá blá… Ledo engano. O cast de todas as edições contou com uma boa quantidade de artistas que nada traziam de Rock em sua bagagem.

Se muitos torceram o nariz para a abertura feita com Milton Nascimento resmungando Love Of My Life do Queen, em homenagem a Freddie Mercury, vale lembrar que a primeira atração a adentrar ao palco da edição de 1985 foi um Ney Matrogrosso estrebuchando em trejeitos pra lá de exagerados.

BACKGROUND KING DIAMOND/MERCYFUL FATE-4

Por Silvio Cesar Brandespim/Ricardo Batalha

O começo do “fim”

No início de 1985, a banda estava focada na criação do material para o álbum seguinte. No final de fevereiro, o guitarrista Hank Shermann foi ao apartamento de King Diamond para entregar-lhe uma fita com alguns riffs e ideias para o novo trabalho. King já possuía algumas faixas prontas, seguindo a linha de Don’t Break The Oath (1984), algo bem diferente do que lhe fora apresentado por Hank. Por causa da turnê nos Estados Unidos, o gosto de Hank havia mudado drasticamente e o que ele apresentou foi algo muito mais leve, deixando quase óbvio que King jamais iria aceitar colocar seu nome e seu legado naquele tipo de material. Toda essa situação fez King optar por uma única saída: o fim da banda. “Quando Hank mostrou a fita com as ideias que possuía para o novo material do Mercyful Fate, King teve uma grande decepção. E Hank estava determinado a convencer os outros a abraçarem suas ideias. Quando King falou para Denner e para mim sobre aquela fita, nos negamos a ouvir”, recorda o baixista Timi Grabber. “Tudo indica que Hank havia se cansado da vida como músico do Mercyful e havia mudado radicalmente como pessoa. Então, King, Denner e eu tivemos uma reunião séria para discutirmos qual seria nosso próximo passo. Queríamos obter um contrato de gravação melhor e a única maneira de sermos bem sucedidos foi encerrar as atividades. Concordamos que os fãs iriam imeditamente conectar o nome Mercyful Fate com o de King Diamond e foi por isso que resolvemos começar a banda solo de King”, completa.

BLIND EAR - DORO PESCH

Por Thiago Rahal Mauro

Blind Ear – Doro Pesch

Texto e Fotos: Thiago Rahal Mauro

“Meu deus, isso aqui é Too Drunk To Fuck. Muito bom ouvir algo da minha grande amiga Sabina Classen. (R.C.: Você sabia que essa é uma versão do Dead Kennedys?) Sim, inclusive acho que toquei essa música recentemente… (R.C.: No festival alemão ‘Wacken Open Air’?) Exatamente! Foi maravilhoso dividir o palco com a Sabina, pois além de uma magnífica cantora é uma grande amiga. Não lembro exatamente quantas vezes tocamos juntas, mas foi excelente. É sempre muito espontâneo e divertido. Só no ‘Wacken’ é possível fazer essas coisas, principalmente por causa dos fãs que sempre são maravilhosos e carinhosos. O clima do festival é incrível. (R.C.: E você gosta dessa música em especial?) Claro, ela é muito divertida e tem uma vibração bem Rock.”

Holy Moses – Too Drunk To Fuck

Too Drunk To Fuck

CLASSICOVER - PAINKILLER

Por Maicon Leite

Original: Judas Priest
Álbum: Painkiller (1990)

Cover: Death
Álbum: The Sound Of Perseverance (1998)

Provando que o som pesado vive em constante evolução, e até mesmo dentro de um provável círculo vicioso, o grupo norte-americano Death – um dos pais do Death Metal – deu ares ainda mais agressivos para o clássico do Judas Priest, um dos maiores nomes do Heavy Metal mundial. Fazendo uma análise entre as bandas, cada uma teve sua importância dentro de seus respectivos estilos, tornando-se referência. A agressividade contida em Painkiller foi uma consequência natural do Priest, que na época se viu influenciado por grupos de som mais brutal, como Pantera e Slayer, e assim assimilou tendências mais violentas e incorporou-as à sua já clássica sonoridade.

Lançado em setembro de 1990, Painkiller – 12º álbum de estúdio da banda – surgiu como um monstro na cena Metal e deu ao Priest a chance de se redimir perante lançamentos anteriores como Turbo (1986) e Ram It Down (1988) que, embora sejam bons, não tinham a mesma pegada e o mesmo peso necessários em um trabalho dos ingleses. Essa transição dos anos 80 para os 90 foi crucial para determinar muita coisa no som pesado e a banda, que atingira um sucesso absurdo com o disco, viu tudo desmoronar com a saída do vocalista Rob Halford dois anos mais tarde.

O que se ouve em Painkiller é um grupo afiado…

CLASSICREW- KING CRIMSON/STONES/CULT

Por Vários

1971

KING CRIMSON

Islands

Jorge Krening

Dentre algumas reencarnações do King Crimson nos anos 70, esta sem dúvida é uma das que mais marcou, em função de representar uma fase de transição e também de instabilidades. Porém, esse fato não interferiu negativamente nas composições de Islands, quarto registro oficial do grupo, apesar das sérias dificuldades que o guitarrista Robert Fripp encontrava para solidificar uma formação que fizesse os fãs esquecerem de vez a anterior, que contava com o gênio Greg Lake (Emerson, Lake & Palmer) no baixo e vocal.

Era mais que óbvio que a bolacha registraria muito bem este momento vivido por Fripp, que puxaria para si a responsabilidade pelos rumos musicais que o King Crimson tomaria a partir dali. Contando com a colaboração do velho parceiro e letrista Peter Sinfield, que assumiu os sintetizadores, do saxofonista e flautista Mel Collins, do baixista e vocalista Boz Burrell e do baterista Ian Wallace, Fripp conseguiu registrar de forma autêntica um dos momentos mais depressivos e melancólicos da carreira do King Crimson através de seis composições que possuem sonoridade típica do Rock Progressivo praticado impecavelmente pela banda nos seus trabalhos anteriores.

A genialidade de Fripp como compositor estava evicenciada em faixas como Formentera Lady, Sailor’s Tale, The Letters, Ladies Of The Road e na faixa título, todas carregadas de passagens tristes e climas que levam o ouvinte a uma verdadeira ‘viagem’ sem sequer necessitar da ingestão de qualquer substância.

1981

ROLLING STONES

Tattoo You

Antonio Carlos Monteiro

Tinha tudo pra dar errado. Afinal, os Rolling Stones fecharam uma monstruosa turnê pelos EUA com início no final de 1981 (no ano seguinte, seria a vez da Europa) e não tinham um álbum novo para promover. A solução foi fazer um “catado” de músicas que não haviam sido lançadas e fazer isso virar um disco. “Felizmente, a gente tinha um estoque enorme de material não-utilizado”, diria Keith Richards tempos depois. Dessa verdadeira garimpagem pelos arquivos saiu Tattoo You, que viria ser um dos discos mais aclamados da carreira dos Stones e o último a atingir o primeiro posto das paradas nos Estados Unidos.

Com um repertório bem equilibrado, com um lado com Rocks simples e diretos e o outro contendo baladas, o álbum emplacou de cara um hit que hoje pode ser comparado a Satisfaction em termos de popularidade: Start Me Up abre o disco com um riff absurdamente simples, de duas notas apenas, mas que se tornou um daqueles hinos “levanta multidão” nos shows. Essa música, na verdade, quase foi abandonada pela banda. Durante as gravações de Black & Blue (1975), disco que marcou a estreia do guitarrista Ronnie Wood, o quinteto começou a trabalhar num Reggae chamado Never Stop. Como a música não engrenava, acabou ficando de lado. Cinco anos depois, alguém achou a fita com os ensaios, a banda resolveu interpretá-la com um andamento Rock e, voilà!, estava criado mais um hit dos Rolling Stones.

1991

THE CULT

Ceremony

Ricardo Batalha

Quando o grupo inglês The Cult se apresentou pela primeira vez no Brasil, a 4 de dezembro de 1991, promovia justamente Ceremony, seu quinto álbum de estúdio. Porém, como sempre foi uma formação imprevisível e de musicalidade versátil, antes de soltar o disco seus fãs estavam apreensivos. O que iriam aprontar desta vez os líderes Ian Astbury (vocal) e Billy Duffy (guitarra), questionavam-se. A dupla preferiu não arriscar e soltou um trabalho que manteve as características do Rock básico de Electric (1987) e a pompa Hard de Sonic Temple (1989).

Quando estavam gravando a demo para o álbum, conhecida como The Red Zone Demos, quem deu uma ajuda para Astbury e Duffy foram o baixista Todd Hoffman e o baterista James Kottak. Para o posto de Kottak, recrutado pelo Scorpions, veio Larry Abberman, que fez sua estreia gravando o clipe do ‘hit-single’ Wild Hearted Son, 12º lugar na parada ‘Mainstream Rock’ da Billboard.

Abberman não permaneceu e foi substituído por Mickey Curry, que já havia auxiliado a banda em Sonic Temple. O baterista se juntou a Astbury, Duffy e ao baixista Charley Drayton para finalizar a produção do álbum no A&M Music Grinder Studios, em Los Angeles.

EDITORIAL

Por Airton Diniz

Estreias no papel e novo site no ar

Continuando nossa permanente busca pelo aperfeiçoamento do trabalho que realizamos, a equipe da ROADIE CREW tem a enorme satisfação de apresentar a nova versão do nosso website (www.roadiecrew.com) além de algumas adaptações na revista em papel buscando ter uma integração maior com o material publicado na Internet. As duas mídias continuarão a ter conteúdos exclusivos, mas que se complementam, o que traz como consequência a disponibilização de mais matérias com entrevistas, resenhas de shows e notícias. Como exemplo, a matéria de capa da edição #154, com o Anthrax, tem a entrevista com Scott Ian e Joey Belladonna nas bancas e a entrevista com Frank Bello no site, em “Matérias Online”. Ou seja, muito mais Metal com o padrão de qualidade que é o compromisso que temos com o leitor e com o segmento musical que faz parte de nossa vida por uma questão de opção, por puro prazer.

No novo site poderão ser acessados vídeos e áudios, alguns exclusivos, relacionados com as matérias publicadas. As coberturas de shows que forem direcionadas para o site passam a ter publicação mais rápida e com maior quantidade de fotos para ilustrar a resenha. A agenda de shows, com novo visual, continua informando tudo o que estiver ocorrendo em todos os cantos do país, pode ser alimentada pelo próprio visitante do site, que tem à disposição formulário para cadastrar os eventos cuja publicação será liberada pela equipe da redação. A seção de notícias, mantida permanentemente atualizada pelos redatores da revista, informa instantaneamente o que de mais importante acontece no mundo. Com o novo site também está sendo lançada a ROADIESHOP, loja virtual instalada em ambiente seguro, onde poderão ser adquiridas assinaturas e edições avulsas, além de CDs, DVDs e camisetas.

Na revista em papel estamos fazendo ajustes que se caracterizam pela busca da qualidade e atratividade para o público que nos tem acompanhado nesses anos todos. Assim, desde a edição #153 incluímos as resenhas de DVDs na seção de “Releases”, e a principal novidade é a estreia nesta edição de uma nova seção, a “Old Crew”, que sempre apresentará uma entrevista de valor histórico com artista consagrado, realizada efetivamente por algum colaborador direto da ROADIE CREW. Trata-se da publicação do texto original, liberado pelo autor em caráter oficial para nossa publicação, e nunca será a reprodução de algum material de outro veículo. Para inaugurar a seção não poderia haver ninguém mais importante para o mundo da música e da cultura contemporânea do que um dos membros dos Beatles, por isso apresentamos a entrevista realizada por Steven Rosen, ainda no início de sua carreira de jornalista, com Sir Paul McCartney, no ano de 1973. Steven tem um arquivo precioso, de onde traremos outras matérias como Led Zeppelin, Van Halen, The Who, e muitos outros monstros sagrados, para deleite de fãs do que há de melhor no mundo da música.

Airton Diniz

ETERNAL IDOLS - JOHN LENNON

Por Antonio Carlos Monteiro

JOHN LENNON (09/10/1940 – 08/12/1980)

“Hoje, somos mais populares que Jesus Cristo.” Na conservadora Inglaterra de 1966, um jovem de 25 anos proferir palavras como essas era mais do que ousadia, era praticamente uma afronta. Só que ousar e afrontar sempre foram missões dos grandes artistas e John Winston Lennon nunca se negou a enfrentar esse desígnio, fossem quais fossem as consequências.

Nascido em meio à II Guerra Mundial, mais exatamente em 9 de outubro de 1940, John era filho de Alfred, um marinheiro, o que implicava em ficar longos períodos longe de casa, até que um dia simplesmente parou de dar notícias e de enviar dinheiro para casa. Sua mãe Julia casou-se novamente e John, com cerca de 3 anos de idade, passou a ser criado por sua tia Mimi Smith (irmã mais velha de Julia). A mãe de Lennon era uma pessoa impulsiva, com forte veia artística e foi ela quem ensinou ao filho os primeiros acordes no banjo.

Tia Mimi e seu marido, George, sempre trataram John com carinho e disciplina. E foi sua mãe quem lhe deu o primeiro violão, quando ele tinha 15 anos. Mimi não viu aquilo com bons olhos e comentou: “Tudo bem que você queira um violão, mas você nunca vai ganhar a vida com ele.” Muitos anos depois, Lennon, com seu humor ferino, mandou gravar essa frase numa placa de prata e a deu de presente à tia…

GARAGE DEMOS

Por Vários

Envie o seu link no MySpace (com pelo menos três músicas novas disponíveis) acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]

Nesta edição:

Couro-Cabeludo

Curse

Deep Coma

Dor De Ouvido

Hellcome

Krake’n’house

Matvey

Silver Cry

Sinos Do Tempo

The Imperial Betrayer

Vociferatus

Vorpal-Nomad

HIDDEN TRACKS - WILDSIDE

Por Ricardo Batalha

WILDSIDE

Origem: EUA

Época: Anos 90

Estilo: Hard Rock

Formação clássica: Drew Hannah (vocal), Brent Woods e Benny Rhynedance (guitarras), Marc Simon (baixo) e Jimmy Darby (bateria)

Discografia: Under The Influence (1992), Wildside (1995) e The Wasted Years (2004)

Site: www.facebook.com/wildside.official

Drew Hannah (vocal), Brent Woods e Benny Rhynedance (guitarras), Marc Simon (baixo) e Jimmy Darby (bateria) tinham todos os predicados para decolar, mas acabaram se perdendo. O início promissor ocorreu no cenário mais propício: Los Angeles, na Califórnia. “Eu e Drew tocamos em algumas bandas em Hollywood e Seattle”, recorda o guitarrista Benny. “Nós nos conhecemos na escola, em Issaquah/Washington, e nossas bandas preferidas eram Van Halen, Iron Maiden, AC/DC e Judas Priest… Éramos típicos fãs de Metal.”

Na adolescência, o Van Halen e seu guitarrista, Eddie Van Halen, mudaram a cabeça de Benny. “Quando escutei Runnin’ With The Devil eu pirei! Queria, a todo custo, ser guitarrista profissional, assinar com uma gravadora e fazer turnês”, conta o guitarrista que, aos 14 anos, formou a banda cover NuProphet.

Tocando com seu parceiro e vocalista Drew Hannah, o NuProphet passou a se apresentar durante o ano de 1984 em bares e auditórios de escola em Seattle. Isso durou até 1986, quando a formação mudou. A ideia era se realocar para o maior centro do Rock dos EUA daquela época e se enfiar no cenário do Hard Rock. O NuProphet então passou a se chamar Rogue e começou a se apresentar na Sunset Strip. “Nós tínhamos muita vontade, mas faltava aquela magia. Com sorte, aprendemos com os erros”, destaca Benny.

LIVE EVIL - DEEP PURPLE

DEEP PURPLE Via Funchal – São Paulo/SP

10 de outubro de 2011

Por Vinicius Mariano / Fotos: Guilherme B. Nozawa

Já perdi as contas de quantas vezes o Deep Purple esteve no Brasil. Até para os músicos nosso país deve ser considerado como uma segunda casa, já que volta e meia se ouve falar de que a banda está a caminho com uma nova turnê e não tocando apenas nas principais capitais, mas também em algumas cidades do interior. E dessa vez não foi diferente: foram cinco shows, passando por Belém, Fortaleza, Campinas, São Paulo e Belo Horizonte.

Havia dúvida se a apresentação na capital paulista, em uma segunda-feira complicada, teria um público digno, principalmente pela quantidade de shows acontecidos na cidade nos últimos meses e pelo fato de a banda sempre bater cartão por aqui. E a resposta veio com a imensa fila que quase abraçava o quarteirão da Via Funchal. Os ingressos estavam completamente esgotados.

Os rapazes do República foram incumbidos de aquecer o público e se deram bem. Tiveram respaldo em sua apresentação, intercalando músicas próprias com clássicos como The Number Of The Beast(Iron Maiden) e Ace Of Spades (Motörhead).

LIVE EVIL - ERIC CLAPTON

ERIC CLAPTON

Estádio Cícero Pompeu de Toledo/Morumbi – São Paulo/SP

12 de outubro de 2011

Por Vinicius Mariano / Fotos: Marcos Hermes

‘Clapton is God’. A expressão, que surgiu na parede da estação de metrô de Islington na Inglaterra em 1965 quando o guitarrista tinha apenas 20 anos e estreava no John Mayall & The Bluesbreakers, completou 46 anos. Muita gente não concorda. Mas para quem estava no último dia 12 de outubro no Morumbi, ela é a mais pura expressão da verdade. Fazia dez anos que Eric Clapton não pisava no Brasil, pelo menos para fazer uma turnê. Dessa vez, passou pelo Rio de Janeiro, Porto Alegre e encerrou o seu giro por aqui diante de 45 mil pessoas em São Paulo, num Morumbi que cantou e dançou durante a cerca de 1h45 de apresentação.

Antes de ‘deus’ dar o ar da sua graça, um de seus discípulos, o guitarrista Gary Clark Jr., se encarregou da abertura da noite e mostrou por que é considerado um diamante em processo de lapidação. Fez um set curto regado a muito Rock, Soul e Blues. Prodígio, o garoto esbanjou técnica, feeling e um som muito musical. Não à toa, é considerado uma das esperanças do Blues. E foi convidado pelo próprio ‘homem’ para fazer a abertura dos shows pela América do Sul. Dá para duvidar de uma aposta de ‘deus’?

Pontualmente às 21h, as luzes do Morumbi se apagaram para se concentrar no palco e iluminar o onipotente. Sim, era ele, em carne e osso empunhando a sua Stratocaster azul. Suas palavras: “Boa noite. Gostaria de dedicar esse show a Felipe Massa”. E soltou de cara Key To The Highway, belíssimo Blues de Charles Segar. Mas foi a deliciosa Tell The Truth, de sua fase no Derek And The Dominos, que colocou senhoras, senhores e jovens para dançar.

LIVE EVIL - MACHINE HEAD/SEPULTURA/THRE

MACHINE HEAD / SEPULTURA / THREAT

Via Funchal – São Paulo/SP

14 de outubro de 2011

Por João Luiz Zattarelli Jr. / Fotos: Renan Facciolo

O momento não poderia ser mais propício para a primeira vinda do grupo norte-americano Machine Head ao Brasil, já que seu novo trabalho de estúdio, Unto The Locust, vem obtendo ótima receptividade por parte de fãs e mídia. Além disso, o pacote do evento, realizado no dia 14 de outubro na Via Funchal, em São Paulo, ainda incluiu o Sepultura, em ótima fase, Kairos, e o Threat, responsável pela abertura.

Como de praxe em uma sexta-feira chuvosa, com o trânsito e o caos da cidade, um show tende a não começar com a casa cheia. Assim, às 20h20, os que conseguiram chegar mais cedo foram surpreendidos pela apresentação impecável do Threat. Descontando problemas que sempre ocorrem com o ajuste de som das bandas de abertura, o grupo mostrou domínio do palco, energia, simpatia e interagiu com a plateia o tempo todo. Dando ênfase ao material do novo CD a ser lançado, o set trouxe cinco músicas novas e duas do ‘debut’, Heaven To Overthrow.  Um set digno de respeito, com um som pesado e bem característico da banda. Ao final do show, próximo da entrada em cena de dois gigantes do Metal mundial, nem um terço da casa havia sido tomada pelo público.

Às 21h20, o Sepultura entrou no palco promovendo seu mais recente álbum, Kairos, com Intro, seguida da poderosa e clássica Arise. O som estava, até então, nítido e alto, principalmente a guitarra de Andreas Kisser. A sempre esperada Refuse/Resist continuou a deixar os fãs em êxtase, gritando o nome da banda, pulando a cada batida e “se matando” em enormes rodas.

LIVE EVIL – RESUMO DOS EVENTOS

Desde o mês de outubro, o site da ROADIE CREW foi reformulado. Como você certamente já viu, ele agora está mais dinâmico e mais informativo, como exigem os tempos atuais. E uma das seções que recebeu grande atenção no novo site foi justamente o “Live Evil”. Assim, a partir deste mês, você poderá acompanhar as resenhas de alguns shows diretamente no site, logo após sua realização. E com comentários mais detalhados e com muito mais fotos. Nas páginas da revista, estarão as resenhas de apenas alguns eventos maiores e este resumo do que rolou no mês para que você saiba o que vai encontrar no site.

A maratona de shows pelo Brasil seguiu a todo vapor em outubro. Noprimeiro dia do mês, enquanto o “Rock In Rio” rolava na ‘Cidade do Rock’, tivemos dois eventos na capital paulista: System Of A Down, que se apresentou para cerca de 20 mil pessoas na Chácara do Jockey, e o experiente vocalista Mark Boals. Dono de uma carreira extensa, com passagens pelo Savoy Brown, Yngwie Malmsteen, Ring Of Fire, Royal Hunt e diversos outros projetos, Boals tocou ao lado dos irmãos Andria (baixo e backing vocals) e Ivan Busic (bateria), do Dr. Sin, do tecladista Bruno Sá e do guitarrista Hard Alexandre (ex-Madgator). O set contou com hits de sua época de Malmsteen, como Queen In Love, Fury e You Don’t Remember, I’ll Never Forget.

O ex-Iron Maiden Paul Di’Anno retornou ao Brasil para uma extensa turnê, a “Running Free Again”, que teve início dia 30 de setembro em Porto Alegre/RS e passou por mais dez cidades. Nela, apresentou músicas como Purgatory e Drifter, que não costumava tocar mas incluiu por causa dos trinta anos do lançamento de Killers (Iron Maiden). Assim como ocorreu nas duas turnês anteriores (2009/2010), novamente a banda de apoio foi o Scelerata, que também fez a abertura dos shows. Em São Paulo, Di’Anno ainda fez questão de, no dia 12/10, ir ao jogo do seu time do coração, o Corinthians, contra o Botafogo (0 a 2), no Pacaembu.

E no mesmo dia em que Di’Anno iniciava sua turnê brasileira, realizou-se o ‘Punk Metal Allstars’ no Blackmore Rock Bar (SP), repetindo o congraçamento do que se viu no Palco Sunset do ‘Rock In Rio’, com o Korzus recebendo convidados ilustres como Schmier (Destruction), East Bay Ray (Dead Kennedys) e Mike Clark (Suicidal Tendencies). A abertura do evento ficou a cargo dos paulistanos do Furia Inc. que, além de temas autorais, tocaram Walk (Pantera) tendo Felipe Andreoli (baixo, Angra e Almah) como convidado.

Já a banda irlandesa de Pagan/Folk Metal Cruachan desembarcou no Brasil para promover o álbum Blood On The Black Robe e fez uma apresentação em São Paulo (12/10 – Blackmore Rock Bar) – show de Curitiba (11/10 – Blood Rock Bar) acabou sendo cancelado. Por falar nisso, quem deveria vir para um giro na América do Sul mas cancelou pela segunda vez foi o guitarrista norte-americano George Lynch (Lynch Mob, ex-Dokken), que se apresentaria dia 25 de setembro, em São Paulo.

Confira resenhas de alguns destes e de outros shows/eventos na seção “Matérias Online” do site da ROADIE CREW (www.roadiecrew.com).

LIVE EVIL - ROCK IN RIO 2011

ROCK IN RIO 2011

Complexo Esportivo Cidade do Rock – Rio de Janeiro/RJ

23 a 30 de setembro / 1º e 2 de outubro de 2011

Por Claudio Vicentin / Fotos Renan Facciolo

Após dez anos afastado do Brasil e mais especificamente do Rio de Janeiro, o hoje internacional “Rock In Rio” retornou. Até hoje a mais marcante de todas foi a primeira edição, realizada em 1985, até pelo momento em que se encontrava o país, saindo de uma ditadura militar e rumando para a Nova República. Além disso, as grandes bandas do Heavy Metal ainda não estavam acostumadas a visitar nosso país, então, de repente ter a oportunidade de ver Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Scorpions, Whitesnake, Queen (que havia se apresentado por aqui em 1981), AC/DC e Yes era incomum e empolgante. Outras edições vieram. Em 1991 foi ótimo ver Guns N’Roses, Judas Priest, Queensrÿche, Megadeth, Sepultura e Faith No More; e em 2001, aqueles shows históricos de Iron Maiden e Halford.

Dito isso, sabemos que o “Rock In Rio” não é um festival de nicho e que existe apenas um dia dedicado ao Heavy Metal. Dessa maneira, muitos contestam o uso da palavra “Rock” no nome do evento e com certa razão, já que sua utilização é inadequada em grande parte dos dias em que é realizado. E ainda quando o uso é adequado, como no caso o dia do Metal, somos sempre discriminados. Para quem não se lembra, em 2001, no dia em que o Iron Maiden gravou seu DVD, a organização diminuiu o número de ingressos com medo de que os fãs causassem problemas. Ou seja, ainda não sabiam – e a grande maioria ainda não sabe em 2011 – que o fã de Metal é o mais pacífico de todos. O jornal O Globo publicou que o dia do Heavy Metal foi o mais harmonioso comparado aos demais. Isso pode ser novidade para eles, mas ainda bem que estão percebendo. Se a mídia começa a mostrar isso, vamos ver se as grandes empresas e as agências que fazem suas propagandas também passem a perceber e apoiem os festivais de Heavy Metal que acontecem neste país. É, tem quem ainda ache que headbanger não compra carro, eletrônicos em geral, não usa celular, não tem conta em banco, não se alimenta e por aí vai…

OLD CREW - PAUL MCCARTNEY - 1973

Por Steven Rosen

Old Crew – Paul McCartney – 1973

Nesta edição, estamos estreando mais uma seção na revista. Intitulada “Old Crew’, nela serão publicadas entrevistas históricas feitas no passado com bandas e músicos consagrados. É sempre interessante ver as opiniões e as ideias de nossos ídolos há duas, três ou mais décadas. E, aproveitando a passagem do beatle Ringo Starr pelo Brasil, vamos começar com Paul McCartney, que, ao lado de sua esposa Linda e do guitarrista de sua banda Wings Henry McCullough, falou com nosso colaborador Steven Rosen nos idos de 1973 sobre o momento de sua carreira, o trabalho com o Wings, seu envolvimento com drogas e uma possível volta dos Beatles.

PAUL McCARTNEY – 1973

Muito se falou sobre o convite que você recebeu para escrever a trilha Sonora do filme “Live And Let Die” (de 1973). Como isso aconteceu, afinal?

Paul: Foi um cara que trabalhava na Apple (N.T.: gravadora criada pelos Beatles no final dos anos 60) que me indicou. Ele conhecia o produtor Albert Broccoli e um dia me perguntou: ‘Você toparia fazer uma música para um filme de James Bond?’ Eu respondi: ‘Claro!’ Então, a ideia inicial era que eu fizesse algo para ‘Diamonds Are Forever’ (1971), mas não deu certo por questões contratuais. Mas ficou certo que eu faria algo para o próximo filme. Quando chegou a época, me deram o roteiro de ‘Live And Let Die’ e eu fiquei me perguntando como iria fazer uma música com esse nome! De repente, vieram as frases na minha cabeça: ‘When you were young and your heart was an open book / You used to say live and let live / But now you say live and let die’ (N.T.: ‘Quando você era jovem e seu coração era um livro aberto / Você costumava dizer viva e deixe viver / Mas agora você diz viva e deixe morrer’). É aquela história, eu não gosto de me repetir, gosto de variar naquilo que faço…

RELEASES

Por Vários

Nesta edição:

Almah

Anathema

Arch-Matheos

Behemoth

Charred Walls Of The Damned

Devin Townsend

Doobie Brothers (DVD)

Dr. Sin

Edguy

Foreigner

Gestos Grosseiros

Glyder

Hangar

Head Cat

Helix

Krisiun

Mastodon

Maycon Bianchi

One Without

Ordo-Obsidium

Private Line

Rise To Remain

Running Wild (DVD)

Skeletonwitch

Sweet

The Empire Shall Fall

Thin Lizzy

Vulcano

Whocares

Woslom (DVD)

ROADIE COLLECTION – ANVIL

Por Maicon Leite

Anvil, uma das bandas mais íntegras e batalhadoras do Metal, ainda que severamente injustiçada, mantém-se na cena desde o final dos anos 70. Combinando influências do Hard Rock setentista com altas doses de velocidade e agressividade, o grupo capitaneado por Steve “Lips” Kudlow (guitarra e vocal) e Robb Reiner (bateria) lançou três clássicos seguidos e deu ao mundo, ainda que sem ter consciência disso, um dos pilares do Thrash Metal, tornando-se influência assumida de monstros como o Metallica, por exemplo. É interessante citar que do Canadá vieram inúmeras bandas de destaque e que competiram lado a lado com o Anvil, como Exciter, Voivod, Razor e Annihilator, cada uma com suas próprias características. Com o passar dos anos, o Anvil teve uma queda de popularidade mas seguiu firme lançando excelentes discos, alguns com uma dose maior de agressividade, como Speed Of Sound (1999), que incorporou até elementos de Death Metal. Nos últimos anos, devido à popularidade do documentário “Anvil! – The Story Of Anvil” (2009), Lips & Cia. finalmente obtiveram reconhecimento, culminando com o lançamento de Juggernaut Of Justice que, com o perdão do trocadilho, faz justiça à pesada bigorna canadense.

ROADIE NEWS

Por Redação

Roadie News

Resumo das noticias do mês

ROADIE PROFILE - ANDRÉ MEYER

Roadie Profile – André Meyer (Distraught)

Heavy metal Joke- Marcio Baraldi

STAY HEAVY REPORT - METAL STARS 2011

Por Cintia Diniz

Metal Stars 2011

O Stay Heavy comemorou seu oitavo aniversário com uma nova edição do “Stay Heavy Metal Stars”, evento organizado pela produção do programa e que reúne estrelas do Metal nacional em jams tocando os clássicos do Heavy Metal. Esta quinta edição do evento, realizado no Blackmore Rock Bar (SP) a 8 de outubro (sábado), teve uma temática diferenciada: uma homenagem à cena do Heavy nacional!

A noite teve início com um ‘playlist’ selecionado pelo Editor-Chefe da ROADIE CREW, Ricardo Batalha, apenas com músicas de bandas brasileiras.

Com a casa lotada, subiu ao palco a atração surpresa, que o público só descobriu naquele momento: Korzus. A abertura do pocket show, iniciado um pouco depois da meia noite, veio com a música Revolution, cujo riff é a trilha sonora da vinheta de abertura do Stay Heavy. Em um set de 45 minutos, o grupo apresentou outras músicas do mais recente álbum, Discipline Of Hate, além de faixas de Ties Of Blood e de outros trabalhos, como a clássica Agony.

Num aquecimento para as jams, subiram ao palco o guitarrista Hudson Vai (Comitiva do Rock) e o vocalista Bruno Sutter (Death Tribute, Massacration), que ficaram ao lado de Rodrigo Oliveira e Dick Siebert para tocar Orgasmatron (versão Sepultura) junto com o apresentador do Stay Heavy, Vinicius Neves, na outra guitarra. A versão foi improvisada mostrou o caráter da noite: diversão entre amigos!

POSTER - RATT

Por Redação

Poster – Ratt – Invasion Of Your Privacy

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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