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Edição #159

R$29,00

Quando se fala em Motörhead, a associação que se faz de imediato é com Lemmy Kilmister, fundador, líder, baixista, vocalista e alma da banda…

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MOTÖRHEAD

Por Steven Rosen / Ricardo Batalha

PHIL CAMPBELL

Steven Rosen

O OUTRO LADO DO MOTÖRHEAD

Quando se fala em Motörhead, a associação que se faz de imediato é com Lemmy Kilmister, fundador, líder, baixista, vocalista e alma da banda. Já nas coletivas, como já se viu diversas vezes, as perguntas são respondidas por Lemmy de seu próprio jeito, normalmente irônico e divertido, enquanto cabe ao baterista Mikkey Dee dar a resposta “que vale”. Só que ao lado deles está Philip Anthony Campbell, ou simplesmente Phil Campbell, guitarrista que está na banda há nada menos que 28 anos. Sujeito simples, Phil nunca negou sua admiração por Jimmy Page, como ficava claro no som de sua banda pré-Motörhead, Persian Risk. E essa influência continuou a ser sentida depois que se juntou a Lemmy e pode ser conferida no mais recente disco, The Wörld Is Yours – depois dele, a banda ainda lançou um CD/DVD ao vivo chamadoThe Wörld Is Ours. Isso não quer dizer que Campbell imite Jimmy, mas sua influência é evidente, assim como a de outros ícones da guitarra como Jimi Hendrix e Tony Iommi e até mesmo o menos cotado Todd Rundgren. Phil fala com cuidado sobre o passado. Num certo ponto da conversa, chegou a dizer: “Estou lembrando dessas coisas apenas agora! (risos) São coisas que aconteceram comigo há muitos anos e que só agora estou me lembrando.” Então, vamos embarcar com Phil Campbell nessa volta ao passado.

‘FAST’ EDDIE CLARKE

Ricardo Batalha

O MOTOR AINDA FUNCIONA BEM

Se existe uma figura no meio do Rock que pode ser vista como sinônimo de Rock’n’Roll é Ian “Lemmy” Kilmister. Só que o guitarrista “Fast” Eddie Clarke não fica atrás. Oriundo da banda Curtis Knight Zeus, liderada pelo falecido Mont Curtis McNear, Clarke foi oficializado em 1976 como segundo guitarrista do Motörhead. Não muito tempo depois, o grupo voltou a ser um trio e o resto da história todos sabem: clássicos atrás de clássicos, sempre tocando com o volume no máximo e com amplificação suja e distorcida. Ao deixar o Motörhead em 1982, após a turnê de Iron Fist, Eddie Clarke cedeu o posto a Brian Robertson (ex-Thin Lizzy e Wild Horses) e criou o Fastway com o baixista Pete Way (UFO), que não levou o projeto adiante e deu início ao Waysted. Eddie seguiu na luta com o Fastway durante muitos anos e, após não gravar algo inédito desde 1990, lançou Eat Dog Eat no ano passado, novamente caindo nas graças dos fãs.

BRIAN ROBERTSON

Steven Rosen

A GUITARRA MENOS LEMBRADA DO MOTÖRHEAD

Brian Robertson pode não ser um dos guitarristas mais conhecidos da história do Rock, mas marcou presença em pelo duas das mais importantes bandas dos anos 70 e 80, Motörhead e Thin Lizzy. Além desses dois grupos, Robertson participou de incontáveis outros projetos e se destacou também como produtor. Por tudo isso, só agora, aos 55 anos, ele lançou seu primeiro disco solo, o aclamado Diamonds And Dirt, no qual ele faz sua Les Paul turbinada com muito wah-wah dominar boa parte do repertório. Brian começou cedo e aos 18 anos já era um dos guitarristas do Thin Lizzy, uma das primeiras bandas a incrementar o conceito de “guitarras gêmeas”, tão seguido posteriormente por bandas como Iron Maiden. Depois de deixar a banda de Phil Lynott, montou o Wild Horses para, pouco depois, ingressar no Motörhead substituindo “Fast” Eddie Clarke. Nessa entrevista, Brian fala seu disco solo e conta um pouco de sua história.

AS I LAY DYING

Por Steven Rosen

CELEBRANDO A PRIMEIRA DÉCADA

Nick Hipa, do As I Lay Dying, está na linha, mas não sabe muito bem porque está ligando. “Acho que tenho uma entrevista com você…”, ele diz. A confusão do guitarrista pode até dar a impressão de que estava falando com alguém não muito bom da cabeça, mas nada pode estar mais longe da verdade do que essa conclusão. Nick é um sujeito esperto, com uma visão muito clara sobre as coisas e com plena consciência da posição de sua banda no cenário do Metal mundial. O As I Lay Dying acaba de lançar Decas, coletânea para celebrar os dez anos de estrada do grupo. O disco ainda traz três novas músicas, além de covers e remixes. “Estávamos pensando numa forma de lançar essas três músicas, então tivemos a ideia de fazer a coletânea. Resolvemos incluir alguns covers e, depois, os remixes. É um disco comemorativo, então tem material para agradar todo mundo lá”, diz ele. Nesta entrevista, ele fala sobre o novo lançamento e sobre sua trajetória com a banda.

DJ ASHBA

Por Mitch Lafon

O MOVIMENTADO MUNDO DE ASHBA

Daren Jay Ashba desde sempre foi artista. Ainda na infância era solicitado a desenhar a capa dos “Livros do Ano” da escola. Com meros 5 anos já se apresentava como pianista, instrumento que sua mãe lhe ensinara. Com o tempo, foi seduzido pelo mundo do Rock e aos 8 anos pegou sua primeira guitarra. Sua trajetória musical acabou se tornando um autêntico “quem é quem” do Rock dos anos 80. Afinal, ele compôs para o Mötley Crüe, excursionou com o Bulletboys, criou o Beautiful Creatures com Joe Lesté (vocalista do Bango Tango) e se juntou a Nikki Sixx em seu projeto solo Sixx: A.M. Isso até ser anunciado, em março de 2009, como novo guitarrista do Guns N’Roses, substituindo Robin Finck. Hoje, ele se divide entre o Sixx: A.M. e o Guns, e ainda tem uma empresa que comercializa roupas com motivos de Rock, algumas com desenhos criados por ele. A ROADIE CREW encontrou com Ashba para dar uma geral na sua carreira e conferir quais são seus planos para o futuro.

DROWNED

Por Maicon Leite

CONSTRUINDO UM ESTILO PRÓPRIO

Existem milhares de grupos espalhados pelo Brasil, mas poucos são os que realmente conseguem se destacar, já que a maioria opta por seguir a mesma sonoridade de outras tantas bandas. No entanto, na segunda metade dos anos 90 o Brasil viu surgir um dos nomes mais festejados entre os fãs de Metal Extremo, o Drowned. Sua sonoridade abrangia a extremidade com o lado mais melódico do Metal, influenciados principalmente por Iron Maiden e Kreator, além de mestres do Death Metal como Deicide e Morbid Angel. Foi com a demo Where Dark And Light Divide… que tudo começou e, a partir daí, o que se viu foi uma evolução tremenda. Conversamos com o viocalista Fernando Lima – completam a banda Marcos Amorim e Kerley Ribeiro (guitarras), Rafael Porto (baixo) e Beto Loureiro (bateria) – sobre diversos assuntos e, segundo ele, os fãs podem esperar um show “furioso, impiedoso e carniceiro” no festival “Metal Open Air”, que será realizado entre os dias 20 e 22 de abril em São Luís (MA). Conheça um pouco mais da história do Drowned, os detalhes sobre as duas partes de Belligerent e entenda por que a ordem de lançamentos dos discos foi invertida.

JON ANDERSON

Por Thiago Sarkis

O VOO SOLO DA VOZ DO YES

Aos 67 anos de idade, o lendário Jon Anderson, ex-vocalista mas eterna voz do Yes, permanece ativo compondo, fazendo turnês e se envolvendo em diversos projetos. A recente retomada de sua carreira solo, após um bom tempo de tratamento de uma série de problemas respiratórios, já rendeu bons frutos aos fãs, como o álbum Survival & Other Stories e a peça musical Open. No horizonte há agora projetos com os ex-companheiros de banda Rick Wakeman e Trevor Rabin, parceria com músicos brasileiros e recriação de discos clássicos. Na entrevista a seguir, ele nos dá todos os detalhes e fala de sua situação e da possibilidade de um retorno ao Yes.

LACUNA COIL

Por Thiago Sarkis

FLERTANDO COM O PASSADO

O Lacuna Coil surgiu no final da década de 90 como uma das maiores revelações do profícuo Metal italiano e não demorou a se transformar em um dos grandes destaques do Gothic Metal mundial. In A Reverie (1999), Unleashed Memories (2001) e Comalies (2002) asseguraram esse lugar proeminente ao grupo e deixaram no ar a promessa de mais trabalhos de altíssima qualidade. No entanto, o sexteto passou a circular e a ganhar espaço pela cena norte-americana e parece não ter escapado às influências de vários aspectos da cultura metálica dos Estados Unidos. Com afinações diferentes e mais graves para as guitarras e novas abordagens sonoras e visuais, o conjunto lançou Karmacode (2006), decepcionando a maioria daqueles que o admiravam até ali. Por outro lado, conquistou pessoas que jamais se atentariam ao estilo dos registros anteriores e, assim, cindiu sua base de fãs. Dark Adrenaline (2012) chega ao mercado como um eventual apaziguador dessa querela e, ainda que não seja o elo perfeito entre as duas perspectivas, definitivamente se arrisca a combinar o que encantava no Lacuna Coil de 1998 a 2002 e o que passou a ser executado dali por diante. Cristina Scabbia parece gostar da ideia e em entrevista exclusiva à ROADIE CREW nos fala da eminente turnê sul-americana e dos bastidores do novo álbum.

MATANZA

Por Antonio Carlos Monteiro

BÁSICO INSTINTO

Fazendo uma insólita mas interessantíssima mistura de Hardcore com Country Music, o Matanza foi criado por Jimmy London (vocal) e Donida (guitarra) em 1996, no Rio de Janeiro, e lançou seu primeiro disco, Santa Madre Cassino, em 2001. De lá para cá, foram mais cinco discos (incluindo um tributo a Johnny Cash e um CD/DVD ao vivo), sempre compostos por temas instigantes e letras que falam de brigas, bebedeiras, mulherada, psicopatias, carros velozes e tudo mais que povoa (de forma voluntária ou não) os instintos básicos de boa parte das pessoas. O mais novo trabalho, Odiosa Natureza Humana, lançado no ano passado, só confirmou que a fórmula forjada pelo Matanza é mais que eficiente. Além de incontáveis outros shows, a banda foi chamada para participar do “Rock In Rio” e do “Metal Open Air”. Só que, nesse meio tempo, o Matanza ficou sem seu guitarrista e compositor, Donida, que, mesmo assim, não deixou a banda… Nessa primeira entrevista da banda para a ROADIE CREW, Jimmy falou sobre tudo isso e muito mais.

MESHUGGAH

Por Thiago Sarkis

KOLOSSAL

Formado em Umeå, na Suécia, em 1987, o Meshuggah se prontificou desde o início de sua carreira a fazer o incomum e absolutamente impopular. Por incrível que pareça, porém, com músicas complexas, mecânicas, extremas, agressivas, esquisitas e cheias de polirritmias, o grupo foi se transformando em um dos grandes nomes da cena Metal dos anos 90. Seu estilo é algo que muitos odeiam e alguns contestam. Sua competência, entretanto, ninguém questiona. Com Koloss (2012), o quinteto sueco chega a seu sétimo álbum de inéditas em estúdio e insiste em inovar, experimentar e impressionar. Na entrevista a seguir, o guitarrista Mårten Hagström conta mais sobre o novo lançamento e sobre a trajetória do conjunto.

MIKE PORTNOY

Por Thiago Sarkis

UMA MUDANÇA DE ESTAÇÕES

Alguns músicos constroem carreiras fundamentadas em um talento tão fenomenal que nem mesmo suas personalidades controladoras e extravagantes conseguem estragar legados que artisticamente parecem praticamente irrefutáveis. Mike Portnoy é um desses caras e há praticamente dois anos vem surrando sua reputação com atitudes questionáveis e posicionamentos que decepcionaram muitos fãs. Em 2010, depois de pedir uma pausa nas atividades do Dream Theater enquanto tocava com o Avenged Sevenfold, ele se deparou com um enfático “não” de seus companheiros e jogou uma última cartada: “Vou embora!” Os colegas de banda continuaram irredutíveis e o baterista se foi, em suas palavras, “contra sua vontade inicial”. A saída traumática com vasta cobertura pela imprensa incomodou o Avenged Sevenfold, que decidiu não continuar com Portnoy. Este, por sua vez, quis voltar para seu antigo grupo e novamente bateu com a cara na porta. Desde então, insatisfeito, o ex-Dream Theater já falou da vontade de retornar ao conjunto com o qual mudou a cena do Progressivo mundial, porém, ao mesmo tempo alfineta sempre que possível seus antigos companheiros. Errante, egocêntrico e difícil, criativo, competente, talentoso e apaixonado pelo que faz, Mike Portnoy consegue, até em uma mera entrevista de trinta e cinco minutos, mostrar todas as suas facetas… Para o bem e para o mal. A seguir, ele fala de suas novas bandas, Adrenaline Mob e Flyind Colors, nos conta de seu trio com Billy Sheehan (baixo) e Richie Kotzen (guitarra, vocal), dá um breve chilique, volta ao normal e, atencioso, comenta sobre Dream Theater, Avenged Sevenfold, Ytsejam Records, Fates Warning, Stone Sour e “Rock In Rio”.

NIGHTRAGE

Por Guilherme Spiazzi

O MELHOR ESTÁ POR VIR

Após o lançamento de seu mais novo trabalho, o Nightrage se prepara para dar um dos passos mais importantes de sua carreira. Marios Iliopoulos (guitarra), Antony Hämäläinen (vocal), Olof Mörk (guitarra, Amaranthe, Dragonland), Anders Hammer (baixo) e Johan Nunez (bateria) encontraram na estabilidade uma forma de trazer o melhor da sua performance tanto em estúdio quando nos palcos. Mesmo sendo fortemente influenciado pelo Melodic Death Metal de Gotemburgo, o grupo agrega características bem particulares em sua música e muito disso vem dos riff e palhetadas certeiras de Marios, fundador e principal compositor do quinteto. A ROADIE CREW teve a oportunidade de agendar uma entrevista exclusiva com ele, que nos falou sobre o atual momento do Nightrage.

OF THE ARCHAENGEL

Por Maicon Leite

ORIGINALIDADE ACIMA DE TUDO

Surgida das cinzas do Lethal Curse, a banda Of The Archaengel surpreendeu os fãs de um Metal calcado em influências diversas, do Heavy ao Black Metal, sempre prezando por uma musicalidade refinada e pela originalidade acima de tudo. O ‘debut’, The Extraphysicallia, tem conquistado uma boa parcela de fãs e obtido excelentes críticas pela imprensa, enobrecendo ainda mais o trabalho de Alex Rodrigues (vocal), Paulo Moura (guitarra e teclados), Kleber Fabianni (guitarra), Daniel Rizzo (baixo) e Pedro Alzaga (bateria).

PSYCHOTIC EYES

Por João Luiz Zattarelli Jr.

A TRILHA SONORA DO CAOS

O Psychotic Eyes é uma das grandes promessas do nosso cenário e, com muito esforço, dedicação e superação, lançou no final de 2011 seu segundo álbum, I Only Smile Behind The Mask. Mesmo que de forma virtual e com mudanças de formação inesperadas, a banda paulista atingiu um nível de qualidade ímpar que só vem a acrescentar à cena nacional, tão abalada recentemente. A ROADIE CREW conversou com Dimitri Brandi (vocal e guitarra) sobre diversos aspectos e influências do grupo, como temas atuais e conflitantes em suas letras, música virtual, Chico Buarque etc.

BACKGROUND – WARLOCK

Por Ricardo Batalha

Ainda que tenha uma sólida carreira solo, a vocalista alemã Dorothee Pesch é sempre citada como ex-Warlock, grupo que a fez conhecida em sua terra natal e que formou sua personalidade. A chamada ‘Rainha do Metal Alemão’ nasceu em 3 de junho de 1964, em Düsseldorf, e iniciou sua trajetória na música com as bandas Snakebite e Beast.
Filha de um caminhoneiro e acostumada a acompanhar o pai em algumas viagens, aos 16 anos de idade Doro sofreu com uma tuberculose. Passou muito tempo em tratamento e quando estava no hospital se recuperando fez uma promessa: quando melhorasse iria dedicar a vida à música, sua única e verdadeira paixão. Entre suas favoritas estavam Janis Joplin, Heart, Lee Aaron, Lita Ford e Rock Goddess. “Quando tinha uns 10 anos de idade, era muito fã da Janis Joplin que, por muitos anos, foi minha vocalista preferida. Gosto muito quando uma mulher canta de forma intensa e forte, passa sua mensagem e tem carisma”, analisa Doro Pesch, que também é fã de T. Rex, Sweet, Slade, Led Zeppelin, Dio, Whitesnake (David Coverdale), Accept e Judas Priest (Rob Halford).

Ao se recuperar, entrou em um coral de igreja em Düsseldorf e passou a buscar uma banda de Heavy Metal na linha de Judas Priest e Accept para cantar. Quando leu um anúncio em que um grupo estava à procura de um vocalista, foi até o local de ensaio e fez o teste.

BACKSPAGE

Por Vitão Bonesso

MONKEESMANIA X BEATLEMANIA – ISSO REALMENTE ACONTECEU? (Parte 1)

A ‘Invasão Britânica’

No início dos anos 60, a música jovem americana padecia de novos talentos. Elvis Presley perdera parte de sua popularidade frente aos fãs quando aceitou abandonar os palcos, passando a atuar em diversas produções de Hollywood como ator em filmes que não passavam de medianos. Então, no final de 1963 a gravadora americana Capitol lançou o single I Want To Hold Your Hand dos Beatles, que instantaneamente pulou para a primeira posição das paradas daquele país, possibilitando a primeira visita do grupo aos EUA em fevereiro do ano seguinte.

Empresários americanos do show business ficaram de queixo caído ao ver a popularidade avassaladora daqueles quatro moleques de Liverpool, com um sotaque carregado do norte da Inglaterra, dando uma audiência histórica no programa de Ed Sullivan do dia 9 de fevereiro de 1964. A ‘Invasão Britânica’ estava somente começando, atingindo em cheio o orgulho norte-americano, que ainda teria que se curvar à chegada de novos talentos ingleses como The Rolling Stones, The Who, The Kinks e Animals. Arrumar um antídoto que pudesse frear tal invasão parecia impossível.

Os seriados e uma ideia brilhante

Demoraria mais algum tempo para que a ‘Invasão Britânica’ fosse combatida, ainda que de forma tímida. Na verdade, muita gente do setor de entretenimento americano enriqueceu com o talento inglês. Os Beatles continuavam à frente de qualquer movimento, abarrotando estádios e batendo recordes um atrás do outro. Era a música, o comportamento e o envolvimento com o cinema que os tornavam imbatíveis.

BLIND EAR – RUDY SARZO

Por Ricardo Batalha

Fotos: Claudio Vicentin
“Está próximo da versão original. (R.C.: O guitarrista é um de seus ídolos). Não dá para identificar assim. Quem é? (R.C.: Carlos Santana). Este aqui é o Santana?! Nunca tinha escutado isso e nem sabia que ele havia gravado um cover do Def Leppard! (R.C.: É um disco de covers de 2010). Estou surpreso. Santana sempre teve uma grande influência em mim e na grande maioria dos latinos que vivem nos EUA. Nasci em Cuba e um pouco antes de Fidel Castro havia Rock’n’Roll por lá. Ouvíamos Little Richard, Elvis e coisas assim no rádio. E também tínhamos alguns rockeiros latinos, como Ritchie Valens da La Bamba, e então o Santana, que trouxe aquelas influências africanas, caribenhas e do Blues. Até teria sido legal se ele tivesse feito esse cover do jeito que ele fez She’s Not There (The Zombies), por exemplo. Mesmo assim, ficou muito boa!”

Santana & Chris Daughtry – Photograph

Guitar Heaven

CLASSICREW HAWKWIND/ANVIL/FASTERPUSSYCAT

Por Redação

1972

HAWKWIND

Doremi Fasol Latido

Ivanei Salgado

Lançado nos últimos suspiros de 1972, o terceiro álbum do britânico Hawkwind tem importância histórica na cena Rock mundial por dois motivos: aqui o grupo consolidou o trabalho iniciado em In Search Of Space como uma banda de Space Rock e marcou a estreia de Ian “Lemmy” Kilmister, que mais tarde montaria o Motörhead.

Com uma prolífica carreira artística que conta com mais de 90 lançamentos entre álbuns de estúdio, coletâneas e discos ao vivo, o Hawkwind pode ser considerado como um sobrevivente dos anos 70. Em atividade até hoje, o grupo lança um novo disco, já intitulado Onward, no próximo dia 30 de abril pela Eastworld Recordings.

De difícil assimilação, assim como a maioria dos trabalhos da banda, Doremi Fasol Latido é realmente uma viagem cósmica aos confins da psicodelia espacial. Enquanto o conterrâneo Deep Purple explorava a pureza do Hard Rock com Machine Head e o Uriah Heep, magistralmente, caminhava por caminhos místicos com Demons And Wizards e The Magician’s Birthday, o Hawkwind uniu a essência do Hard Rock ao experimentalismo.

1982

ANVIL

Metal On Metal

Ricardo Batalha

“Metal com Metal / É o que eu desejo / Quanto mais alto, melhor…” Assim se inicia a faixa título do segundo álbum lançado pela banda canadense Anvil. A música se tornou um dos hinos do Heavy Metal dos anos 80 e um clássico criado por Steve “Lips” Kudlow (vocal e guitarra), Dave Allison (guitarra e vocal), Ian Dickson (baixo) e Robb Reiner (bateria).

A gravação de Metal On Metal, lançado em abril de 1982, foi realizada com o produtor inglês Chris Tsangarides no estúdio Phase One, em Toronto (CAN). Já a mixagem ocorreu no renomado estúdio londrino Townhouse. Como até então o Thrash Metal estava em estágio embrionário, bandas da cena inglesa da NWOBHM e outras como Anvil, Riot, Manowar e The Rods brilhavam entre os fãs de Heavy Metal.

Mais pesado que seu antecessor, Hard’N’Heavy (1981), o trabalho seguiu a fórmula da banda em ter títulos formando um jogo de palavras. “Hard’N’Heavy era até natural e fácil de se pensar, mas nunca acreditei que depois de Metal On Metal eu seria capaz de criar tantos outros títulos interessantes com esse jogo de palavras”, explicou o líder Lips.

Outro grande destaque do disco é Mothra, na qual os riffs e a timbragem característica das guitarras se unem ao andamento firme e às viradas sempre criativas de Robb Reiner. Já Stop Me inicia com um dedilhado e uma pegada mais Hard, habitual nas faixas cantadas por Dave Allison, com seu estilo Ace Frehley. Como era comum à época trazer faixas instrumentais, March Of The Crabs foi amplamente saudada pelos fãs e até hoje faz parte do set nos shows.

1992

FASTER PUSSYCAT

Whipped!

Ricardo Batalha

O vocalista Taime Downe havia sido coproprietário do Cathouse, um dos clubes mais emblemáticos da cena do Hard Rock de Los Angeles dos anos 80. Anos depois, já se dedicando em tempo integral ao Faster Pussycat, ajudou a solidificar o estilo mais sujo que mesclava Rock’n’Roll, Glam, Punk e Hard, o Sleaze. Decadente por natureza, o grupo conseguiu sucesso logo no disco de estreia, homônimo, lançado em 1987, um ano após o Cathouse abrir suas portas – no disco há uma faixa dedicada ao clube.

Tocando com bandas como os então novatos Guns N’Roses, L.A. Guns e Jetboy, o Faster Pussycat foi construindo sua reputação e manteve a boa fase com seu segundo álbum, Wake Me When It’s Over (1989). O único problema sério enfrentado ocorreu com o baterista Mark Michals, que foi obrigado a deixar a banda após ter sido preso por causa de drogas às vésperas de uma turnê com Almighty e Dangerous Toys. O posto foi temporariamente ocupado por Frankie Banali, que realizou shows na turnê com Kiss e Mötley Crüe. Depois, Brett Bradshaw foi oficializado e não alterou tanto a estrutura musical da banda, que conseguiu se renovar e evoluir em seu terceiro álbum, Whipped!, lançado em agosto de 1992.

A faixa que mais fez sucesso nas paradas (35º posto na Mainstream Rock da Billboard), nas rádios e teve boa exibição na MTV, Nonstop To Nowhere, trazia um coro de vocais femininos típicos da música negra norte-americana – Lisa Reveen, Stephanie Weiss e Bekka Bramlett –, repetindo aquela estrutura dos Rolling Stones apresentada no ‘debut’.

CLASSICOVER - I CAN'T EXPLAIN

Por Bento Araújo

Classicover I CAN’T EXPLAIN Bento Araujo
Original: The Who

Álbum: single (1964 – EUA / 1965 – ING)

Cover: Scorpions

Álbum: Best Of Rockers’n’Ballads (1989)

A importância do surgimento de uma banda como o Who no mundo da música dos anos 60 é descomunal e incomensurável. Antes deles ninguém havia executado o Rock com tanta entrega, devoção, agressividade pueril e vigor. A destruição dos instrumentos foi só a cereja do bolo, a coroação de um som totalmente jovem, novinho em folha, protagonizado pelo quarteto Roger Daltrey, Pete Townshend, John Entwistle e Keith Moon.

Na Inglaterra, a explosão sonora promovida pelo Who começou através da saudosa rádio pirata Caroline que, de um navio, emitia as ondas sonoras mais sacolejantes do período. Foi a Caroline que executou em primeira mão o primeiro compacto da longa carreira do The Who, I Can’t Explain, em janeiro de 1965.

I Can’t Explain era uma pérola típica da época, condensada num pequeno pedaço de vinil de sete polegadas. Sua semelhança com outros hinos do Rock da primeira metade dos sixties era evidente, principalmente com Louie Louie, imortalizada pelos Kingsmen, e All Day And All Of The Night dos Kinks

EDITORIAL

Por Airton Diniz

Rock e Futebol, insuperáveis.

Existem assuntos cujas discussões em torno deles, por mais ridículas que possam parecer, sempre voltam a ocupar espaço na mídia e levam alguns “inocentes” a valorizar e a levar a sério as insipientes e descabidas polêmicas normalmente fabricadas por espertalhões, que visam obter autopromoção por conta da repercussão que possam provocar.

Na área da música é sempre recorrente o aparecimento de falsos profetas que preconizam a morte do Rock como algo inevitável, além daqueles que, por pura ignorância, afirmam de pés juntos que o Rock já morreu, como se arte fosse algo perecível, que pudesse ter um fim como qualquer outro lixo produzido para ser consumido em massa, e que logo apodrece. Mais uma vez algum idiota dotado de uma “brilhante inspiração” resolveu colocar um tema com o título “2012 – The Year Dance Music Killed Rock & Roll” (O ano que a Dance Music matou o Rock & Roll) entre os debates que fizeram parte da programação do festival “South By Southwest”, um evento que acontece no Texas (EUA) e só conseguiu surgir e se manter ativo à custa do Rock, e especialmente do Heavy Metal. Esse tipo de babaquice já foi irritante um dia, mas atualmente é algo apenas cansativo e merece ser ignorado. Portanto, recuso-me a argumentar contra essa inútil excrescência. Aliás, o fato de lembrar-me de ter lido sobre isso, teve uma única utilidade: escrever este editorial relacionando esse papo furado com pelo menos dois outros temas que já chegaram a me causar náuseas, mas agora me fazem rir.

O primeiro deles, e que já dura cerca de cinco décadas, é a grotesca pergunta se alguém é, foi, ou será melhor que Pelé no futebol. Alguém que tenha essa dúvida e tenha idade suficiente para ter tomado conhecimento do que o Eterno Rei fez nesse mundo, só pode ser um desequilibrado mental, e merece compaixão pela terrível doença, ou não passa de um imbecil que quer ser o engraçadinho da turma. Qualquer comparação nesse caso é semelhante às que alguns “gênios” chegaram a fazer com relação ao Beatles sempre que aparecia algum novo grupo fazendo sucesso. Isso aconteceu com os Monkees – criados pela indústria americana com o objetivo de suplantar a popularidade dos Beatles – e o mesmo se deu com David Bowie e o Yes (entre outros) que, quando surgiram, alguns saltitantes membros da ala moderninha e “modista” da mídia britânica se apressaram em dizer que superariam o FabFour.

O outro assunto que já está me fazendo rir de tão burlesco é o grande interesse dos vários “conselheiros do diabo” (esse era o nome de uma das melhores bandas de rock que conheci na adolescência) de mandar o Neymar Jr. para a Europa. Por que esses “caras” não vão dar conselhos para os da sua “tchurma”? São técnicos despeitados, cronistas-torcedores invejosos, ex-jogadores receosos de serem ofuscados, esses todos com diferentes motivações e alguns com interesses inescrupulosos.

Bem, uma coisa é certa: o Rock representa para o mundo da arte o mesmo que o futebol representa para o mundo dos esportes, e são, definitivamente, o gênero musical e a modalidade esportiva que jamais sucumbirão aos predadores.

Airton Diniz

ETERNAL IDOLS - MARK REALE

Por Vinicius Mariano

MARK REALE
(07/06/1955 – 25/01/2012)

Filho do casal Anthony e Frances Reale, Mark nasceu no ensolarado dia 7 de junho de 1955 no Brooklyn, em Nova York (EUA). Desde pequeno foi cercado pela boa música, mas uma banda em particular lhe chamava mais a atenção: os Beatles – George Harrison era o seu favorito. Mas só descobriria a sua paixão verdadeira quando, no início dos anos 70, assistiu a um show do guitarrista Ronnie Montrose (falecido no dia 3 de março deste ano) e de Rick Derringer com Edgar Winter. Foi quando decidiu se tornar guitarrista de Rock. Anos mais tarde, em 1975, quando já tinha em suas prateleiras discos de Eric Clapton, UFO, Gary Moore, Deep Purple, Thin Lizzy e Montrose, que encontrou o versátil vocalista Guy Speranza (RIP, 2003) e juntos deram luz ao Riot.

O primeiro álbum, Rock City, saiu em 1977. Um petardo, assim como os dois sucessores, Narita (1979) e, principalmente, Fire Down Under (1981), o disco de maior repercussão da banda e, para muitos, o melhor. Antes de o grupo terminar sua, digamos, primeira fase, ainda lançou Restless Breed (1982) e Born In America (1983), ambos com o vocalista Rhett Forrester, já homenageado nessa página por este mesmo redator – além do EP ao vivo Riot Live (1982) e de Live In London (1983), que reuniu gravações ao vivo com Rhett e Guy Speranza. Não há como duvidar da solidez dos álbuns. E o Riot, por fim, tinha o ‘frontman’ que sempre desejou. Mas comercialmente os álbuns não vingaram e Mark decidiu pôr fim a banda.

Procurando por novos ares, o guitarrista se mudou para o Texas e se juntou a Don Van Stavern (baixo), Steve Cooper (vocal – falecido em 2006) e Dave McClain (bateria, atual Machine Head) – os três vinham do Juggernaut e do S.A. Slayer – e formou o projeto Narita.

GARAGE DEMOS

Por Redação

Envie o seu link no MySpace (com pelo menos três músicas novas disponíveis) acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]

Nesta edição:

Imperium Infernale

Lutemkrat

Insanity Force

Hellige

Downhead

Tanatopraxia

HIDDEN TRACKS - DIAMOND HEAD

Por Ricardo Batalha

DIAMOND HEAD

Origem: Inglaterra

Época: Anos 70/80

Estilo: NWOBHM

Formação clássica: Sean Harris (vocal), Brian Tatler (guitarra), Colin Kimberley (baixo) e Duncan Scott (bateria)

Discografia: Lightning To The Nations (1980), Borrowed Time (1982), Canterbury (1983), Death & Progress (1993), All Will Be Revealed (2005) e What’s In Your Head? (2007)

Site relacionado: www.diamond-head.net

A carreira dos ingleses de Stourbridge começou da mesma forma que a de muitos outros grupos, quando colegas de escola se uniram para formar uma banda. Mal sabiam eles que se tornariam um dos pilares de um forte movimento musical, a New Wave Of British Heavy Metal, e, posteriormente, referência para a criação de um novo estilo: o Thrash Metal.

Em meados de 1976, Brian Tatler (guitarra) e Duncan Scott (bateria) tiveram a ideia de criar uma banda e tiraram o nome Diamond Head do ‘debut’ solo do compositor e produtor Phil Manzanera (Roxy Music). A dupla depois se uniu ao vocalista Sean Harris e, após algumas tentativas, efetivou Colin Kimberley, amigo de escola de Tatler, como baixista. Com o repertório pronto, o grupo fez seu primeiro show em fevereiro de 1977, seguido pela gravação de uma demo (Streets Of Gold/Shoot Out The Lights).

Quando o jornalista Geoff Barton (Sounds, Kerrang!) colocou a demo em seu ‘play list’ e armou a primeira entrevista do grupo na mídia, os músicos ficaram ainda mais confiantes. Até então, a New Wave Of British Heavy Metal não era uma realidade, mas as bandas independentes tentavam se impor.

Àquela altura, a mãe de Sean Harris, Linda, empresariava a banda que, embora tivesse boas composições e um show eficiente, não havia assinado com uma gravadora. O jeito foi criar o selo Happy Face e soltar o single Shoot Out The Lights/Helpless (1980).

No mesmo ano saiu o ‘debut’, que acabou ficando conhecido como Lightning To The Nations – na verdade, o disco não tinha um título e a capa branca trazia apenas as assinaturas dos integrantes. A razão para isso foi cortar despesas, já que o coempresário Reg Fellows era dono de uma fábrica de papelão e pôde produzi-las a um custo mais baixo.

LIVE EVIL - ABORTED

Por Frans Dourado

Hangar 110, São Paulo/SP

18 de fevereiro de 2012

Por Frans Dourado / Fotos: Edi Fortini

O que seria uma apresentação a ser capitaneada pelo Aborted e pelo quarteto estadunidense Exhumed terminou sendo estrelado apenas pelo Aborted, tendo em vista problemas com os vistos de entrada dos americanos. O fato aborreceu algumas pessoas, o que pode explicar a lotação apenas razoável da casa, fato este que foi potencializado pelo abandono da capital paulista por boa parte da população no feriado de Carnaval.

A despeito desses problemas, os trabalhos foram iniciados pelo Desecrated Sphere. O grupo, que divulga seu primeiro álbum The Unmasking Reality (2011), começou a apresentação de forma tímida, mas com o passar do tempo a confiança foi sendo adquirida e pudemos perceber o quão grande é o potencial desta formação muito técnica e brutal de Death Metal.

Na sequência tivemos o já veterano Anarkhon, de Guarulhos. A performance matadora do quarteto já se tornou conhecida do público Death Metal e novos sons como Corporal Sores e Rotten Flesh Reanimated foram apresentados ao lado do clássico Satisfação Em Costurar Um Corpo Retalhado Com Arame Farpado.

O Black Metal fluminense do Unearthly tomou o palco logo após o Anarkhon e não deixa de impressionar o nível alcançado pelo grupo, que é um dos grandes expoentes da cena nacional há anos. O quarteto está divulgando o CD Flagellum Dei (2011) e apresentou sons como Flagellum, Baptized In Blood, 7.62 e Age Of Chaos.

O Aborted, única apresentação internacional do dia, não demorou a tomar o palco e de cara abriu sua apresentação com o som que nomeia seu último álbum, Global Flatline.

LIVE EVIL - BLUE ÖYSTER CULT

Por Bento Araújo

HSBC Brasil – São Paulo/SP

24 de fevereiro de 2012

Por Bento Araujo / Fotos: Eduardo Guimarães

Fãs de longa data se reuniram para ouvir e presenciar uma das bandas mais enigmáticas, surpreendentes e inteligentes do Rock setentista norte-americano. E ficou provado que o culto continua, porém sem a mesma força de outros tempos. O aguardado show foi na verdade uma sucessão de altos e baixos.

O início do trajeto da montanha russa do BÖC começou bem, com The Red And The Black, na época (1973) festejada como uma das coisas mais rápidas e agressivas já gravadas até então. Além de ser uma ótima escolha como tema de abertura, foi seguida pela melódica Golden Age Of Leather, que mostrou que os vocais do pessoal continuam em forma, aqui bebendo, é claro, na fonte dos Beach Boys e nas bandas da costa oeste norte-americana dos anos 60.

Burnin’ For You, um dos maiores hits do grupo, levantou ainda mais o público. Até aqui o show estava animado e parecia que ia ser uma grande noite. Só que a peteca começou a cair em Buck’s Boogie, tema geralmente executado ao vivo pelo BÖC, mas que soou desgastado. Mostrou muito bem as habilidades e as particularidades do guitarrista Buck Dharma, mas só. Para a maioria do público foi aquela hora de ir buscar mais uma cerveja.

Shooting Shark foi a primeira surpresa da noite. Bem Pop e melódica, apresentou uma faceta alternativa e também fundamental do BÖC dos anos 80. Perfect Water foi outra surpresa nessa mesma linha.

O primeiro deslize brabo do show aconteceu em Cities On Flame With Rock And Roll, classicaço do primeiro álbum que contou com efetiva participação da galera. No início, o tema impressionou, um tom abaixo em relação ao original e com uma interpretação dramática de Eric Bloom – tudo contribuindo ainda mais para acrescentar peso à gravação em estúdio.

LIVE EVIL - DIMMU BORGIR

Por Heverton Souza

Dimmu Borgir
Carioca Club – São Paulo/SP

06 de março de 2012

Por Heverton Souza / Fotos: Renan Facciolo

Os noruegueses do Dimmu Borgir voltaram ao Brasil após oito anos para apresentação única no país em plena noite de terça-feira (06/03), na capital paulista. Mesmo com ingressos a preços bastantes salgados para um show underground, o público compareceu em bom número.

Às 21h, a introdução soou nos PAs e a banda surgiu de cara tocando seu maior hino, Mourning Palace, euforicamente cantado pelo público. Com o advento da internet, praticamente não há mais surpresas com relação ao repertório de shows, então a grande maioria sabia que a primeira parte da apresentação consistiria na execução do álbum Enthrone Darkness Triumphant, o mais aclamado da banda até hoje, que completa quinze anos de seu lançamento em 2012.

Assim, a sequência, apesar de óbvia, não foi pouco comemorada, com Spellbound (By The Devil) e In Death’s Embrace. Era impossível não sentir o clima de nostalgia. Com voz tímida e calma, o vocalista Shagrath agradeceu a oportunidade de estar de volta a São Paulo e deu sequência ao caos: Relinquishment Of Spirit And Flesh, The Night Masquerade, Tormentor Of Christian Souls e a “balada” A Succubus In Rapture. Originalmente lançada no primeiro álbum, For All Tid, de 1994, Raabjørn Speiler Draugheims Skodde saiu novamente em Enthrone Darkness Triumphant como faixa de encerramento e foi tocada em seguida. Aí sim aconteceu para muitos a surpresa do set list, pois o clássico álbum de 1997 não foi executado na íntegra como a banda vem fazendo desde o fim de 2011, já que três músicas ficaram de fora. Na verdade, isso também aconteceu dois dias antes, na Argentina. Sem grandes explicações para tal, o mais claro é atribuir isso ao cansaço da banda que vem em constantes turnês desde 2010.

LIVE EVIL - MARK FARNER

Por Bento Araújo

MARK FARNER (GRAND FUNK RAILROAD)

Turnê Brasileira (SP, RS e MG)

10, 11 e 13 de março de 2012

Por Bento Araujo / Fotos: Irisbel Mello

Demorou anos, décadas, mas finalmente os brasileiros tiveram a oportunidade de conferir Mark Farner ao vivo, a voz e a alma do lendário Grand Funk Railroad que, ao lado do Mountain, formava uma poderosa dupla norte-americana capaz de olhar nos olhos dos gigantes britânicos Zeppelin, Sabbath e Purple.

Após uma passagem pelo Chile, Farner se apresentou para um bom público no Via Marquês (SP), casa que se mostrou ser uma interessante opção para eventos de pequeno/médio porte. O que primeiro chamou a atenção foi a forma física em que Farner se encontra atualmente. Aos 63 anos de idade, o vocalista/guitarrista esbanja vitalidade energia e alto astral em cada solo, cada vocalização e em cada uma de suas divertidas e já tradicionais danças. Sua voz continua impecável, atingindo tons altíssimos, os mesmos alcançados em estúdio na fase áurea do Grand Funk. Nada de abaixar o tom, como muitos contemporâneos de Mark vêm fazendo atualmente.

A banda que vem acompanhando Farner, mais conhecida como N’rG (leia-se ‘energy’), também impressionou. O tecladista Karl Propst cumpre muito bem seu papel e ainda canta as partes originalmente entoadas por Don Brewer; o baixista Lawrence Buckner segura o ‘groove’ e também canta muito bem; e o baterista Hubert “The H-Bomb” Crawford é o melhor de todos, tocando com fidelidade e violência as partes de Don Brewer (seu maior ídolo) e também não abrindo mão do tão salutar groove. Com um time desses, só restou a Mark passear por um repertório 100% Grand Funk, considerando alguns covers clássicos que tal banda regravou nos anos 70.

LIVE EVIL - SOULFLY/KORZUS/SKIN CULTURE

Por João Luiz Zattarelli Jr.

Soulfly / Korzus / Skin Culture
Via Marquês – São Paulo/SP

24 de fevereiro de 2012

Por João Luiz Zattarelli Jr. / Fotos: Renan Facciolo

Parabéns à excelente e inovadora iniciativa da Ativa Ai, que foi responsável pela contratação dos artistas juntamente com os fãs (ativadores), viabilizando a realização do evento. O Skin Culture abriu a noite de forma honesta e com um público minúsculo, despejando seu Groove Metal influenciado por Hardcore e Thrash Metal moderno. Deram conta do recado e saíram aplaudidos.

Em questão de minutos a casa beirou sua lotação máxima para a apresentação dos monstros do Korzus. O som estava perfeito, deixando o caminho aberto para a avalanche de novos clássicos do grupo, já que preferiram mostrar material recente. A qualidade e a adrenalina de faixas como Guilty Silence e Truth, Raise Your Soul são indiscutíveis, mas se tivessem incluído Agony, por exemplo, seria muito bem-vinda. O nível que a banda atingiu é tão grande que nem os problemas técnicos com a guitarra de Heros Trench tiraram o brilhantismo desse show memorável, com direito a muita brincadeira por conta do antológico Marcello Pompeu (vocal).

Longos quarenta minutos depois eis que surge a maior figura representativa do Metal nacional: Max Cavalera e seu Soulfly. Todos estavam lá para ver ‘o cara’, mesmo passando por uma paralisia temporária em seu rosto, causando dúvidas sobre um possível cancelamento da apresentação. Ao entrar no palco. os quase três mil fãs presentes foram ao delírio.

POSTER - WHITESNAKE - SLIDE IT IN

Por Redação

Whitesnake
Slide it In – O álbum

ROADIE COLLECTION-CORROSION OF CONFORMITY

Por Jorge Krening

Corrosion Of Conformity
Formada em Raleigh, na Carolina do Norte (EUA), no início dos anos 80, o Corrosion Of Conformity surgiu no cenário underground americano apresentando basicamente a sonoridade suja e agressiva do Hardcore/Punk. Na fase marcada pelas fusões dentro do Metal, Eric Eycke (vocal), Mike Dean (baixo), Woody Weatherman (guitarra) e Reed Mullin (bateria) mesclavam Punk e Metal, tornando-se pioneiros do chamado Crossover ao lado de nomes como S.O.D. e D.R.I., sempre priorizando o conteúdo lírico altamente politizado e inteligente. Após o rompimento com o seu primeiro selo, causado por instabilidades internas, a banda demorou a se reestruturar. Isso durou até 1991, quando lançou Blind, trabalho que marcou o início de uma nova fase, traçando a passagem do Crossover ao Metal em definitivo, com tendo fortes e diretas influências de Black Sabbath. Atualmente, a formação que gravou o clássico Animosity (1985) – Weatherman (guitarra e vocal), Dean (baixo e vocal) e Mullin (bateria) – se reuniu e lançou o álbum homônimo. Nele, o trio apresenta uma combinação de todos os elementos que consagraram o Corrosion Of Conformity ao longo de sua carreira – o peso do Heavy Metal com a energia e a agressividade do Punk.

ROADIE NEWS

Por Redação

Resumo das principais notícias do mês

STAY HEAVY REPORT

Por Cintia Diniz e Vinicius Neves

Heavy Metal e Vinho: dois mundos fascinantes

Se formos pensar em alguma bebida que combine com Heavy Metal, certamente a primeira que vem à cabeça da maioria das pessoas é a cerveja – pelo menos, é a mais comumente consumida. Mas um dia desses, após ouvir comentários de um enófilo (pessoa que se dedica profissionalmente ou por prazer a estudar o mundo dos vinhos), fizemos uma associação do vinho ao Heavy Metal e achamos que seria interessante compartilhá-la.

Existem milhares de bandas de Metal ao redor do mundo, dos mais diversos estilos, que normalmente são classificadas dentro de um subgênero, no qual ainda se diferenciam das demais por características bem definidas. Assim também são os vinhos, bebida produzida em todas as partes do mundo mas que, ao invés da audição, utilizamos paladar e olfato para reconhecê-la.

Acontece que para um leigo, em qualquer dos dois assuntos, ouvir uma conversa entre seus apreciadores pode parecer uma conversa em grego. Tudo questão de familiaridade, costume e treino que, convenhamos, é mais do que divertido!

WANTED CREW - MARTIN LOPEZ (OPETH)

Por Thiago Sarkis

O RETORNO DO EX-OPETH AO LADO DE STEVE DIGIORGIO

Martin Lopez comandou as baquetas do Opeth de 1997 a 2006, tempo suficiente para deixar a sua marca na banda como um baterista criativo e técnico que tocava muito mais que simplesmente Metal. Influenciado por outros estilos, o músico sueco de raízes uruguaias experimentava constantemente, usando referências de Jazz e música latina, e se tornou, ele próprio, um ícone. Ovacionado pelos fãs, abandonou o grupo para procurar espaço para suas composições e ideias, infeliz por apenas executar aquilo que Mikael Åkerfeldt (vocal, guitarra) compunha. Depois disso, pouco se manifestou e foi ouvido em raríssimas ocasiões, como em Worm’s Eye View (2011), registro de estreia dos árabes do Anuryzm. O retiro, entretanto, acabou e seis anos após encerrar a era ‘Lopeth’, Martin dá início ao Soen, quarteto no qual toca ao lado de Joel Ekelöf (vocal), Kim Platbarzdis (guitarra) e Steve DiGiorgio (baixo). Saiba mais sobre o grupo, o primeiro álbum Cognitive (2012) e a vida de Martin Lopez na entrevista a seguir.

RELEASES

Por Redação

Nesta edição:

Borknagar

Soulfly

Heartless

Deep Purple (DVD)

Pretty Maids

Black Oil

Ancesttral

Kraken Duumvirate

Bahimiron

Game Over

T.I.R.

Jeff Healey

Harmony Fault

Holod

Lillian Axe

Thrall

Orphaned Land (DVD)

Queen (DVD)

Cannibal Corpse

M.D.K./Expurgo

Fyrnask

Nekromantheon

Rancid Flesh/Pankreatite Necro Hemorrágica

Aborted

Buck Satan And The 666 Shooters

Deus Otiosus

Dimesland

Tuff

Vomitoma

Adrenaline Mob

Coração de Herói

Torqverem

Slasher

Rising

I Exist

Bastard Priest

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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