fbpx

Edição #160

R$29,00

Desde quando Max Cavalera deixou o Sepultura, os fãs estavam esperando por um álbum como o novo trabalho do Soulfly, Enslaved. Por motivos diversos, pois estamos falando de arte, o início do grupo foi algo mais espiritual e com influências diversas na parte instrumental…

Em estoque

SOULFLY

Por Claudio Vicentin

Cada Dia Mais Rápido E Agressivo

Desde quando Max Cavalera deixou o Sepultura, os fãs estavam esperando por um álbum como o novo trabalho do Soulfly, Enslaved. Por motivos diversos, pois estamos falando de arte, o início do grupo foi algo mais espiritual e com influências diversas na parte instrumental. De uns tempos para cá, Max vem transformando o Soulfly em uma das bandas mais agressivas da cena e isso tem agradado demais seus antigos fãs e fazendo com que conquiste novos. Podemos dizer que Enslaved seria uma continuação natural de Roots, último trabalho dele com o Sepultura. Na esteira deste novo disco, Max Cavalera concedeu duas entrevistas exclusivas à ROADIE CREW. Na primeira, concedida ao editor Claudio Vicentin, ele esmiúça Enslaved, o mais pesado da carreira do Soulfly, e fala sobre as datas marcantes que comemorará neste ano. Em seguida, num papo com nosso correspondente Steven Rosen, Max falou sobre sua trajetória, lembrando a evolução disco a disco do Soulfly, além de detalhes curiosos de sua carreira e até sobre as tragédias que aconteceram na época em que gravou um de seus álbuns. Com a palavra, e de peito aberto, Massimiliano Antonio Cavalera.

BORKNAGAR

Por Claudio Vicentin

Progredindo Sem Perder As Raízes

A banda norueguesa Borknagar tem uma maneira de compor bem complexa. O estilo Progressivo se une ao Black Metal intrincado em músicas emotivas, cheias de arranjos e melodias fenomenais. Podemos classificá-los como Avant-garde Metal, ou seja, não existem regras e as estruturas de suas músicas não têm limites. Os vocais sempre tiveram destaque, principalmente com a presença do vocalista Vintersorg, mas nesse novo trabalho, Urd, a banda conta com o retorno de ICS Vortex, que passou um bom tempo no Dimmu Borgir. Conhecido por ter uma voz de timbre limpo e potente, ICS Vortex também toca baixo com muita técnica. A parte lírica recebe o mesmo tratamento cuidadoso e criativo do instrumental, tratando de temas como paganismo e filosofia, entre tantos outros assuntos instigantes e misteriosos. O líder, fundador e guitarrista Oystein G. Brun nos atendeu diretamente de seu estúdio para um bate-papo sobre o momento que a banda atravessa e o desejo verdadeiro de querer tocar no Brasil.

CALIBAN

Por Thiago Sarkis

Rejeitado Pelo U2

Destacar-se fazendo Metalcore na Alemanha não é para qualquer um. O estilo, praticado à exaustão e adorado nos Estados Unidos, conquistou um bom público no Velho Continente, contudo jamais se expandiu por lá tanto quanto Power Metal, Metal Melódico, Heavy Tradicional, Progressivo etc. O Caliban, na ativa desde 1997, entretanto, vai muito bem, obrigado. Em seu oitavo registro de estúdio, o conjunto segue fiel à sua trajetória de peso e mostra porque, além de conquistar o respeito e a admiração de seus conterrâneos, foi também reconhecido no palco principal de seu gênero musical: a América do Norte. Na entrevista a seguir, o líder, principal compositor e guitarrista do quinteto, Marc Görtz, fala do novo álbum I Am Nemesis (2012), do EP Coverfield (2011) e nos explica porque não lançou a versão que gravou para Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me do U2.

CANNIBAL CORPSE

Por Claudio Vicentin

Tratando O Death Metal Com Veneração

A seriedade com que o Cannibal Corpse leva sua carreira, a qualidade de suas composições e o respeito pelos fãs faz deles a mais importante banda de Death Metal da atualidade. No momento em que lançam o álbum Torture, que está se transformando no mais vendido da banda, conversamos com o baixista Alex Webster, um músico de qualidade acima da média e uma pessoa muito compromissada com seus ideais.

CLAUSTROFOBIA

Por Heverton Souza

Peste Brasileira

Após quase duas décadas de existência, o Claustrofobia dá vez para a ousadia lançando Peste, um disco todo em português que expõe não só a realidade da banda, mas do povo brasileiro. Com sua honestidade extrema, Marcus D’Angelo atendeu a ROADIE CREW numa tarde chuvosa em São Paulo para falar mais sobre o conceito de Peste, a polêmica de misturar Metal com Samba, a passagem da banda pelo selo inglês Candlelight e as lições aprendidas na última turnê europeia. Como diz o novo slogan da banda: “Claustrofobia é pior que febre, é peste.”

HOLINESS

Por Andréa Ariani

Abençoados Pela Música

Visual estiloso, instrumental agressivo, lirismo e vocal feminino. O Holiness tem todos os elementos para ser uma das boas novidades do Metal brasileiro. Para valorizar essas vantagens, a banda investiu na mudança de estado, em mais projeção e viu o resultado logo no primeiro disco, Beneath The Surface (2011), produzido por Adair Daufembach e mixado na Alemanha. No final do ano passado, o videoclipe de The Truth entrou na parada diária da MTV e isso fez com quem ganhassem novos fãs. Driblando comparações com bandas estrangeiras e com outras com temática gospel, Stefanie (vocal), Fabricio (guitarra), Hercules (baixo) e Cristiano (bateria) se consideram abençoados e apaixonados pelo poder da música.

ORANGE GOBLIN

Por Thiago Sarkis

PELO BEM DOS ANOS SETENTA

Dezoito anos depois de iniciarem suas trajetórias tocando Doom/Death no grupo Our Haunted Kingdom, os britânicos do Orange Goblin vivem um momento para lá de especial. O quarteto, ainda que não tenha se tornado o grupo mais famoso do mundo, se diverte fazendo o que gosta e goza de popularidade inesperada mesmo por seus fundadores. Mais do que isso: conquistou o respeito da cena Metal e construiu ótima reputação como banda ao vivo. A Eulogy For The Damned (2012), sétimo registro completo de estúdio da trupe Stoner, mantém o ritmo e a qualidade dos lançamentos anteriores e mostra que o restrito, mas crescente público do conjunto ainda tem muito a desfrutar com o talento de seus ídolos. Conheça mais sobre esses aficionados por Black Sabbath na entrevista a seguir.

SODAMNED

Por Christiano K.O.D.A.

Equilíbrio Entre Brutalidade E Beleza

O Sodamned lançou no ano passado o álbum de estreia The Loneliest Loneliness e rapidamente ganhou notoriedade no underground nacional e europeu, onde também fizeram alguns shows. Seu modo de compor músicas doentias aliadas à melodia tornou-se marca registrada do grupo, formado atualmente por Juliano (guitarra e vocal), Gilson (bateria), Felipe (baixo e vocal) e Guilherme (guitarra). Juliano e Gilson deram mais detalhes sobre o bem recebido ‘debut’.

UNISONIC

Por Claudio Vicentin

Kai Hansen: Um Músico Hard & Heavy

Kai Hansen, um dos guitarristas mais respeitados da cena, se juntou ao Unisonic e revive agora uma parceria que causou furor no final dos anos 80, já que ele e o vocalista Michael Kiske, além do guitarrista Michael Weikath, foram os principais responsáveis pelas obras-primas Keeper Of The Seven Keys Part I e II. Kai Hansen, após sair do Helloween, consolidou o Gamma Ray e se mantém até hoje gravando ótimos álbuns. Unisonic é sua mais nova banda, na qual ele mostra seu lado Hard Rock mostrando ser um músico versátil sem cair na banalidade.

VIPER

Por Ricardo Batalha

Motivado Pela Amizade

Eles eram vizinhos no bairro de Higienópolis em São Paulo, fundaram a banda Viper por causa da amizade e, pela pouca idade, se tornaram os “Menudos do Metal” quando lançaram seu ‘debut’, Soldiers Of Sunrise (1987). No entanto, com o lançamento de Theatre Of Fate (1989), os jovens músicos Andre Matos (vocal), Felipe Machado e Yves Passarell (guitarras) e Pit Passarell (baixo) – pela bateria passaram Cássio Audi, Sérgio Facci, Val Santos e Guilherme Martin – acabaram se tornando referência do Metal brasileiro e mundial, praticando um estilo que acabou classificado como Metal Melódico. O Viper teve outras fases e seus músicos participaram de diversos projetos dentro e fora da música, mas aquele sentimento inicial jamais foi esquecido. Para tentar reviver tudo aquilo que ajudaram a criar no passado, novamente motivados pela amizade, Andre Matos (vocal), Felipe Machado e Hugo Mariutti (guitarras), Pit Passarell (baixo) e Guilherme Martin (bateria) anunciaram a realização da turnê “To Live Again Tour 2012”, na qual apresentarão os dois primeiros álbuns na íntegra. Com a palavra, Andre Matos e Felipe Machado.

BYWAR

Por Maicon Leite

Carregando A Força Do Metal

Por Maicon Leite

Surgida em uma época em que o Thrash Metal não estava tão em alta, o Bywar deu um novo fôlego à cena brasileira, trazendo de volta aquela sonoridade característica dos anos 80 em plenos anos 90, dando espaço para que muitas outras bandas seguissem seu exemplo. Atualmente, o grupo vem divulgando seu quarto álbum, Abduction, que já ocupa um lugar de destaque na coleção de qualquer banger que se preze. Conversamos com Renan Roveran (guitarra), Helio Patrizzi (baixo) e Enrico Ozio (bateria) – completa a banda o guitarrista/vocalista Adriano Perfetto –, que falaram com exclusividade sobre este novo álbum, além de dar detalhes a respeito do show de comemoração dos dez anos do debut Invincible War, que será tocado na íntegra e relançado com alguns bônus.

BACKGROUND – DISSECTION

Por Silvio Cesar Brandespim

Algumas bandas nascem e desaparecem sem serem notadas, enquanto outras surgem para abalar as estruturas. Do underground sueco, berço de ótimos grupos de Metal, veio uma formação que criou um som tão particular que não se pode classificá-lo de outra forma senão o “som do Dissection”. Seu membro fundador, Jon Andreas Nödtveidt (nascido a 28 de junho de 1975), jamais escondeu sua adoração e devoção pelo lado obscuro do ser humano, gritando aos quatro cantos do planeta seu ódio pela doutrina cristã e tudo relacionado às religiões em geral, ajudando a propagar uma nova filosofia Luciferiana e Misantrópica. Ele usou como arma suas letras e seu inigualável talento, acabando por se tornar o porta-voz da famigerada MLO (Misantropic Luciferian Order), propagando o caos e a destruição ao universo.

O início da ‘Conspiração’

Em 1988, quatro jovens de Strömstad (SUE) – Jon Nödtveidt (guitarra), Peter Palmdahl (vocal), Ole Öhman (bateria) e Mattias Mäbe Johansson (baixo) – formaram a banda de Thrash Metal Siren’s Yell. Com influências de Slayer e toques até mesmo do também sueco Candlemass, o grupo rapidamente gravou uma demo com as músicas Dawn Of The Dead, The Final War e Show No Mercy. Porém, logo se separou quando Öhman decidiu sair. Mudando de nome diversas vezes, os remanescentes do Siren’s Yell seguiram sem um baterista até que, no verão de 1989, Nödtveidt resolveu se juntar ao Rabbit’s Carrot como segundo guitarrista, ao lado do vocalista e baixista KJ e do guitarrista Willy. Por ironia, quem estava tomando conta das baquetas era justamente Ole Öhman.

BACKSPAGE

Por Vitão Bonesso

Monkeesmania X Beatlemania – Isso Realmente Aconteceu? (Final)

Enquanto os Beatles partiam para uma nova fase em sua carreira e anunciavam seu afastamento definitivo dos palcos, o seriado “The Monkees” estreava no dia 12 de setembro de 1966 na rede americana NBC. Bastaram algumas semanas para que os adolescentes americanos se rendessem à simpatia daqueles quatro jovens tresloucados. Era uma imitação dos Beatles? Sem dúvida, mas eram americanos (com exceção do inglês Davy Jones). Já em outubro daquele ano, começou-se a pensar em lançar os Monkees em turnê, mesmo se sabendo que nenhum deles tinha experiência de palco suficiente, já que, de cara, a banda teria que enfrentar grandes arenas.

Como Mickey Dolenz somente arranhava (e mal) a bateria, o jeito foi contratar músicos para acompanhar o grupo. Os ensaios eram rápidos, feitos nas pausas das filmagens do seriado, que chegavam a ter uma jornada diária de até dezesseis horas de duração. Aos finais de semana, Dolenz, Tork, Jones e Nesmith viajavam pelo território americano para aparições ao vivo, em tardes-noites de autógrafos e compromissos com vários patrocinadores. Enfim, a primeira apresentação ao vivo dos Monkees se deu em dezembro de 1966 no Havaí (EUA). A histeria causada pelos fãs logo foi comparada aos primeiro dias dos Beatles nos EUA, o que deu início também a fortes comparações.

Para muitos, pairava um clima de vingança no ar, o que o quarteto fazia questão de desmentir. Segundo uma das declarações de Davy Jones, tal rivalidade era infundada, apesar de que nos corredores da NBC todos exibiam um sorriso sarcástico em relação ao sucesso da série.

BLIND EAR - JON SCHAFFER (ICED EARTH)

Por Thiago Rahal Mauro

Blind Ear Jon Schaffer (Iced Earth)

Thiago Rahal Mauro / Fotos: João Luiz Zattarelli Jr.

“Iron Maiden, bônus do The Number Of The Beast. Qual o nome dela mesmo? (R.C.: Total Eclipse). Isso! (R.C.: Qual a importância desse disco na sua carreira?). É um dos álbuns que me fizeram querer ser músico e viver disso por toda a minha vida. Antes dele teve o ao vivo do Kiss, Alive, que me iniciou no Rock e no Metal, mas ainda considero The Number Of The Beast o melhor disco de Heavy Metal de todos os tempos.”

Iron Maiden – Total Eclipse

The Number Of The Beast

CLASSICOVER - NOBODY'S FAULT

Por Maicon Leite

Nobody’s Fault

Original: Aerosmith
Álbum: Rocks (1976)

Cover: Testament
Álbum: The New Order (1988)

São dois gigantes de estilos e épocas diferentes, mas com garra e disposição de sobra para criar clássicos que encantariam gerações. Grande nome do Hard Rock, o Aerosmith fez história com discos fantásticos ao longo de sua carreira, o que acabou influenciando o Testament, que com Nobody’s Fault presta uma bela homenagem a Steve Tyler & Cia. Se já nos anos 70 o Aerosmith apresentava peso fora do comum com essa música, imagine a versão do Testament!

Rocks é o quarto álbum da Aerosmith, lançado em maio de 1976 pela gravadora Columbia, ficando terceiro lugar nas paradas da Billboard, em 14º lugar no Canadá e 46º lugar nos charts da Suécia.

Em uma lista de melhores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone, publicada em 2003, Rocks atingiu o 176º lugar, provando a importância do álbum na história da música, comprovada com vendas colossais que lhe renderam quatro discos de platina. Vale lembrar que à época do lançamento, Steven Tyler figurou na capa da Rolling Stone, que fez um artigo de seis páginas sob o título “Aerosmith’s Wrench Rock, Music For The New Stone Age” (“O Rock dançante do Aerosmith, música para a nova idade da pedra”).

CLASSICREW-JETHRO T/TWISTED S/BLACK CROW

Por Redação

1972

Jethro Tull

Thick As A Brick
Antonio Carlos Monteiro

Nesses tempos atuais em que tudo é urgente, rápido e descartável, pode até causar espanto um disco que contenha apenas um tema de nada menos que 44 minutos. Só que naqueles idos anos 70 isso era mais que normal. Várias bandas se dedicaram à prática naqueles tempos, especialmente as de Rock Progressivo. E foi justamente por causa do estilo que o Jethro Tull criou Thick As A Brick.

O grupo que tem o vocalista e multi-instrumentista Ian Anderson como cabeça, corpo e membros lançara em 1971 seu quarto álbum, o definitivo Aqualung. E Ian, que é um sujeito bem humorado e bastante irônico e mordaz, nunca se conformou com o fato de a crítica se referir ao disco como sendo “conceitual” e “Progressivo”. Foi então que ele resolveu: “Se vocês querem um disco conceitual, eu vou lhes dar a mãe de todos os discos conceituais.” E assim nasceu Thick As A Brick.

1982

Twisted Sister

Under The Blade

Ricardo Batalha

Dez anos depois de responder a um anúncio publicado no jornal novaiorquino The Village Voice por Gene Simmons e Paul Stanley do Kiss, o guitarrista John French Segall (Jay Jay French) enfim fez sua estreia oficial em um álbum. Tendo iniciado na música ouvindo um som mais ‘bluesy’ e psicodélico, Jay Jay depois entrou de cabeça no Glam Rock. A androginia e o Rock’n’Roll furioso foram detalhes de que o guitarrista não mais abriu mão e viraram senso comum à sua banda, Twisted Sister.

Após diversas formações nos anos 70 e início dos 80, a que estreou em estúdio e se manteve unida nos anos de glória trazia, além de Jay Jay, Dee Snider (vocal), Eddie “Fingers” Ojeda (guitarra), Mark “The Animal” Mendoza (baixo) e Anthony Jude “A.J.” Pero (bateria). Ao vivo, o quinteto era (e ainda é) imbatível, com shows intensos e energéticos, além de manter o visual andrógino. Dessa forma, havia conquistado o circuito de clubes da cena underground nos EUA e partiu para a Inglaterra, onde fechou contrato com a Secret Records, gravadora londrina que trabalhava com bandas de Punk. Ainda que estivessem animados com a oportunidade, o montante disponível para a gravação, realizada no estúdio The Barn ao lado do baixista Pete Way (UFO), não foi dos maiores, e por isso a crueza e a “sujeira” do instrumental são latentes.

1992

Black Crowes

The Southern Harmony And Musical Companion
Antonio Carlos Monteiro

O final dos anos 80 e início dos 90 foi um período bastante interessante para o Rock. A ascensão do Grunge atingira o auge, e na opinião de muitos, causava um grande estrago para o Heavy Metal. Porém, enquanto os dois estilos se digladiavam, uma banda com sonoridade e atitude totalmente calcadas nos anos 60 e 70, corria por fora e se tornava um dos principais nomes daquela época: The Black Crowes.

Criado em meados dos anos 80 pelos irmãos Chris (vocais) e Rich Robinson (guitarra), o Black Crowes (inicialmente chamado Mr. Crowe’s Garden) se notabilizou por fazer um som que misturava diversas tendências. Apesar de muitos quererem simplificar seu estilo e defini-lo como mera cópia de Led Zeppelin (o que, convenhamos, é mais um elogio do que uma crítica), tinha muito mais no caldeirão sonoro oferecido pelo grupo: desde as viagens psicodélicas dos anos 60 até influências mais modernas como REM, vários ritmos foram fundidos pelo sexteto para se chegar num estilo único e inconfundível, graças, sobretudo ao timbre e à interpretação marcantes de Chris Robinson. Assim, não demorou para que a banda conseguisse seu primeiro contrato, em 1989, e lançasse, no ano seguinte, seu disco de estreia, Shake Your Money Maker. O álbum catapultou a banda rumo ao auge e, sem perder tempo, Chris, Rich, Marc Ford (guitarra, que acabara de substituir Jeff Cease), Johnny Colt (baixo), Steve Gorman (bateria) e o estreante Eddie Harsch (teclados; Chuck Leavel, eterno colaborador dos Rolling Stones, gravara o disco estreia na condição de músico convidado) se lançaram na tarefa de gravar seu sucessor.

ETERNAL IDOLS - RONNIE MONTROSE

Por Bento Araújo

Ronnie Montrose

29/11/1947 – 03/03/2012

“Não lembro de conseguir comprar a minha primeira guitarra.” Sim, os tempos foram difíceis para Ronald Douglas Montrose, que nasceu em São Francisco, Califórnia, no dia 29 de novembro de 1947. Ronnie começou a tocar guitarra aos 17 anos, tomando emprestadas guitarras de amigos, simplesmente por não ter grana suficiente para adquirir uma. Assistir ao vivo os Yardbirds, com Jeff Beck e Jimmy Page no velho Fillmore, foi uma influência poderosa para ele, assim como presenciar a força do Cream e do Jimi Hendrix Experience no Winterland de São Francisco.

Em 1969, montou sua primeira banda semiprofissional, Sawbuck, que já contava com o baixista Bill Church, futuro parceiro na banda Montrose. Ronnie estava gravando o primeiro álbum da banda, e de sua carreira, quando o produtor David Rubinson arrumou uma audição do guitarrista com o cantor irlandês Van Morrison. Ronnie chamava essa de “a grande oportunidade de sua vida”, pois, além de ficar com a vaga, garantiu lugar no disco Tupelo Honey, de Morrison, o que lhe abriu inúmeras portas, como ser escalado para ser o guitarrista na banda de Boz Scaggs e depois na de Edgar Winter.

GARAGE DEMOS

Por Redação

Envie o seu link no MySpace (com pelo menos três músicas novas disponíveis) acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]

Leatherfaces

Innocence Lost

Crushing Axes

Rancid Flesh / Triturador / Industrial Noise

Evilrazor

Psicomortis

HIDDEN TRACKS - S.O.D.

Por Maicon Leite

S.O.D.

Origem: EUA

Época: anos 80

Estilo: Crossover

Formação clássica: Billy Milano (vocal), Scott Ian (guitarra), Dan Lilker (baixo) e Charlie Benante (bateria)

Discografia: Speak English Or Die (1985), Live At Budokan (1992), Bigger Than The Devil (1999) e Rise Of The Infidels (2007)

A importância de algumas bandas ou projetos para o desenvolvimento do Heavy Metal não se mede pela quantidade de discos ou shows que ela fez. Em muitos casos, apenas um registro basta para acender uma chama e fazer com surja até mesmo um novo estilo, como é o caso do Stormtroopers Of Death, mais conhecido como S.O.D., que uniu o Metal com o Punk/Hardcore de maneira singular. Anos antes, grupos como D.R.I. e Suicidal Tendencies já haviam iniciado essa unificação de estilos, mas foi com o ‘debut’ do S.O.D., Speak English Or Die, lançado em 1985, que a coisa começou a crescer, influenciando toda uma geração que viria a seguir.

A história do S.O.D. tem início quando o guitarrista Scott Ian havia finalizado suas gravações para o álbum Spreading The Disease, do Anthrax, também de 1985. De saco cheio do estúdio, resolveu pôr em prática seu projeto voltado a sons mais Hardcore, altamente influenciado pelo Agnostic Front. Para poder consumar suas ideias, recrutou seu colega de Anthrax Charlie Benante para a bateria e o baixista Dan Lilker, que havia gravado apenas o ‘debut’ do Anthrax, logo formando o Nuclear Assault. Para o vocal, foi escolhido o então baixista do Psychos, Billy Milano, que estrearia ao microfone com o S.O.D.

LIVE EVIL - AMON AMARTH

Por João Luiz Zattarelli Jr.

Carioca Club – São Paulo/SP

24 de março de 2012

Por João Luiz Zattarelli Jr. / Fotos: Renan Facciolo

Após três anos de sua primeira apresentação no país, quando infelizmente um público reduzido compareceu, o Amon Amarth retornou divulgando seu último e excelente álbum, Surtur Rising (2011). Como os horários das apresentações no Carioca Club sempre são mais cedo, já que após os shows a casa volta a ter sua programação tradicional, uma fila monstruosa se formava na porta, dando sinais de que a lotação máxima seria alcançada. Ao adentrar a casa notamos que isso aconteceria em poucos minutos, o que realmente se cofirmou.

Abrindo o evento, tivemos o grupo Ordo Draconis Belli, que apresentou performances de batalhas medievais usando vestimentas e armas vikings. O público assistiu numa boa e chegou se empolgar com o teatro, mas não pareceu uma boa ideia. Poderiam dar espaço a uma banda nacional com estilo similar à atração principal, que atrairia mais fãs e despertaria uma maior interação com o público. A essa altura, muita gente ainda aguardava na fila e entrava na casa, causando certo desconforto por conta da espera e do limitado ar condicionado.

Então, às 19h30, os tão aclamados vikings do Amon Amarth – Johan Hegg (vocal), Olavi Mikkonen e Johan Söderberg (guitarras), Ted Lundström (baixo) e Fredrik Andersson (bateria) – entraram após uma introdução sombria e destruíram tudo com a exuberante War Of The Gods, uma das melhores de Surtur Rising.

LIVE EVIL - FOCUS

Por Eliton Tomasi

Pedreira Do Icatu – Votorantim/SP

16 de março de 2012

Por Eliton Tomasi / Fotos: Paulo Schonfelder

O município de Votorantim, no interior do estado de São Paulo, recebeu um show memorável no último dia 16 de março e entrou para a história do Rock! Uma das maiores lendas do Rock Progressivo de todos os tempos, Focus, passou pela cidade para fazer o show de comemoração aos quarenta anos do clássico álbum Moving Waves. O evento fez parte da mais recente turnê que a banda holandesa realizou no Brasil e que também incluiu shows em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia, São Paulo e Pouso Alegre. A última turnê do Focus no Brasil aconteceu em 2010 e esta foi a primeira vez que o grupo se apresentou numa cidade do interior paulista. O show ainda marcou as festividades de criação do município de Votorantim e foi realizado num local histórico da cidade, a Pedreira do Icatu.

Com entrada franca, fãs de todas as partes do estado vieram para prestigiar o show, totalizando um público estimado de três mil pessoas. Notavelmente, essa foi uma das mais numerosas plateias para quem o Focus já se apresentou no Brasil.

LIVE EVIL - ICED EARTH

Por João Luiz Zattarelli Jr.

Espaço Lux – São Bernardo do Campo/SP

25 de março de 2012

Por João Luiz Zattarelli Jr. / Fotos: Denis Ono

A ansiedade pela segunda passagem dos americanos do Iced Earth no país, dessa vez após achar o ‘frontman’ ideal na figura de Stu Block (Into Eternity) e lançar o excelente Dystopia (2011), era imensa. A curiosidade em ver como o novato se sairia cantando os antigos clássicos do grupo pairava no ar. Pois bem, Stu simplesmente consegue unir o melhor dos dois mundos, o feeling e os graves que Matthew Barlow tinha de sobra unidos com a agressividade e agudos de Tim “Ripper” Owens, sem soar forçado. Ponto para o guitarrista Jon Schaffer, que acertou na escolha e agora, quem sabe, poderemos ver uma formação sólida.

A banda passou por três cidades: Curitiba (PR), São Bernardo do Campo (SP) e Porto Alegre (RS). Em São Paulo, vimos uma banda entrosada e curtindo muito seu atual momento. Aproximadamente 2.000 pessoas prestigiaram um show meteórico e apoteótico, repleto de clássicos e músicas de seu recente álbum, que com certeza já se tornaram novos clássicos, como a própria Dystopia, que abriu o evento às 21h30.

A alteração da data para domingo, o fato de a localização do Espaço Lux não ser das melhores e o acúmulo de shows internacionais provavelmente foram fatores decisivos para que a venda de ingressos não fosse tão expressiva. Voltando ao show, emendaram com Angel’s Holocaust e Slave To The Dark, que ficaram perfeitas na voz de Stu Block.

LIVE EVIL - JOE COCKER

Por Bento Araújo

Via Funchal – São Paulo/SP

29 de março de 2012

Por Bento Araujo / Fotos: Stephan Solon

Foram 35 anos de ausência. Por três décadas e meia, a cidade de São Paulo ficou privada de conferir ao vivo uma das maiores vozes do Rock, o Englishman em pessoa. Em 1977, Joe Cocker se apresentou no ginásio da Portuguesa de Desportos, acompanhado de feras como Nicky Hopkins e Bobby Keys. Fez show visceral, reclamou do Brasil e até “chamou o Hugo” em pleno palco (pelo menos, é o que disse a imprensa musical da época). Em 1991, ele voltou ao Brasil, mas só se apresentou no Rio de Janeiro, na segunda edição do “Rock In Rio”.

Dessa vez, Cocker mostrou sabedoria. Com o pé no freio, foi dosando intensidade até atingir o clímax no final do espetáculo. O experiente vocalista entende do riscado, sabe que seu público é composto geralmente de senhoras na idade da loba; essas que sacudiram a pista VIP da Via Funchal, protagonizando um espetáculo talvez somente visto por aqui quando o Mötley Crüe executou Girls Girls Girls. Claro, falo de You Can Leave Your Hat On, ode à chinelagem que, depois de imortalizada no filme “Nove Semanas E Meia De Amor”, virou hino oficial/mundial do strip-tease. Além dela, a outra parte melosa do show, com You Are So Beatiful e Up Where We Belong, levou a mulherada à loucura – e olha que ali no palco estava um senhor de 68 anos de idade, barrigudo e careca. Se depender do impacto na porção feminina da plateia, o teor de sex appeal de Cocker se encontra ombro a ombro com qualquer Jon Bon Jovi da vida.

A banda ajudou, principalmente as duas vocalistas de apoio. Se a voz de Joe Cocker não continua a mesma, pelo menos foi bem satisfatória a sua boa vontade em alcançar a famosa rouquidão de antigamente, fato esse louvado pelo público a todo instante.

LIVE EVIL-LAMBOFGOD/HATEBREED/LACUNACOIL

Por Andréa Ariani

Live Evil – Lamb Of God / Hatebreed / Lacuna Coil
A Seringueira – São Paulo/SP
31 de março de 2012

Por Andréa Ariani / Fotos: Flávio Hopp

Vinte anos não se faz todo dia e por isso a Liberation MC, uma das mais ativas produtoras de show em atividade no Brasil, resolveu trazer três das grandes atrações que já passaram por aqui em outras oportunidades. Na comemoração, o mérito de agradar públicos diversos, do Metal elaborado à desgraceira extrema do Hardcore, e com a rara e feliz coincidência de, além de ter em tour conjunta bandas que estão em altíssima evidência, todas com divulgando discos lançados recentemente.

Dias antes da festa e com boa parte dos ingressos vendidos, o local em São Paulo mudou do Carioca Club (menor) para A Seringueira (maior). E agradou porque comportou melhor o público diverso que compunha a massa. Além de São Paulo, outros lugares na América do Sul foram inclusos (Colômbia, Equador e Venezuela, locais pelos quais, inclusive, as tours organizadas pela Liberation costumam passar). Ficou de fora Curitiba (PR) por problemas de agenda com os shows na Argentina, que vieram na sequência.

Apesar da impaciência do público que ficou na pista numa disputa saudável para ver qual das bandas tinha mais fãs presentes (Hatebreed e LOG em sua massacrante maioria), os shows começaram no horário. Com a bateria recuada e quase colada nos retornos, o primeiro foi o Lacuna Coil. Atualmente divulgando Dark Adrenaline, os italianos só dividiram o palco com as outras bandas em duas das datas desta tour comemorativa. Por aqui, seu público, na maioria fiéis seguidores com o rosto dos integrantes tatuados, acompanharam um desfile de hits, mesclados com sons recentes em aproximadamente uma hora de show.

Debaixo de muita fumaça e gritaria abriram com a nova I Don’t Believe In Tomorrow, seguida por I Won’t Tell You e Kill The Light – outra das novas. Falante, a vocalista Cristina Scabbia foi o grande destaque da apresentação. Simpática, disse que é muito bom tocar em vários lugares, mas especialmente no Brasil consegue sugar a energia do público e isso deixa a apresentação com ainda mais adrenalina.

LIVE EVIL - METAL OPEN AIR

Por Maicon Leite

Parque Independência – São Luís (MA)

20/21 de abril de 2012

Por Maicon Leite / Fotos: Ricardo Ferreira

Colaborou Antonio Carlos Monteiro

De imediato, a ideia do “Metal Open Air” parecia sensacional: um festival que reuniria mais de quarenta nomes significativos do Metal brasileiro e mundial. Quase todas as atrações estrangeiras já haviam se apresentado por aqui, mas era digno de aplausos trazê-los para um grande evento como esse, principalmente pelo fato de ser sediado no Nordeste – região que, com algumas exceções, habitualmente fica de fora do roteiro das grandes bandas.

Porém, desde o início, o festival começou a dar os primeiros sinais de que algo não andava bem. De imediato, foi a associação, logo desmentida, com o tradicional “Wacken Open Air”, resultando na mudança do nome para aquele pelo qual se tornou conhecido. É sabido que o “Wacken Open Air” sempre esteve em negociação com a ROADIE CREW e parceiros para a realização do evento em São Paulo.

Chegamos a anunciar o festival para maio de 2009, porém a crise mundial que aconteceu em 2008 acabou por elevar o dólar a níveis impraticáveis para se fazer um evento desse porte naquele ano, além de os possíveis patrocinadores terem deixado de destinar verbas para qualquer ação naquele momento conturbado. Sempre nos colocamos numa posição de que se não tivéssemos certeza de que teríamos todos os recursos necessários, não iríamos realizar o evento, ou iríamos começá-lo com um vulto menor, mas com os pés no chão. Porém, a produção do “Wacken” não queria esperar e quebrou o contrato com a ROADIE CREW e os sócios em outubro de 2011. Daí para frente, não soubemos mais o que aconteceu. A própria ROADIE CREW foi obrigada a soltar um comunicado oficial dando conta de que nada tinha a ver com a realização do evento em São Luís, já que existia, até aquele momento, uma ligação com o “Wacken Rocks Brazil”.

LIVE EVIL - OPETH

Por Heverton Souza

Carioca Club – São Paulo/SP

01 de março de 2012

Por Heverton Souza / Fotos: Denis Ono

Após três anos desde o fatídico show realizado no Santana Hall, quando os fãs enfrentaram uma tempestade e o início antecipado da apresentação, a banda sueca Opeth retornou ao país para show único em São Paulo. Em pleno domingo de 1º de abril, o que se via do lado de fora da casa horas antes do show era bem verdadeiro: uma fila enorme de fãs ansiosos.

Após o público enlouquecer assistindo vídeos de bandas suecas como Katatonia e At The Gates, o Opeth deu as caras às 20h20 com The Devil’s Orchid, do mais recente álbum, Heritage (2011). E foi muito legal ver o público cantando em peso o refrão com a frase ‘god is dead’ (‘deus está morto’), num verdadeiro clima de heresia. Logo de cara, era de se assustar a magreza atual do líder Mikael Åkerfeldt, mas sua guitarra segue bastante afiada e sua voz (limpa), tinindo. Sem perder o clima, a banda emendou com I Feel The Dark, também de Heritage, que não foi tão ovacionada quanto a primeira música, porém observada com atenção por todos presentes. Vale dizer que o público da banda ainda se divide com relação ao seu último registro. Há os que amaram e, sim, há os que odiaram. O fato é que com Heritage o Opeth deixou de ser um destaque entre as bandas de Metal para buscar um lugar entre as bandas de Rock Progressivo, ou seja, deixou de ser ‘a banda’ para ser apenas mais uma. Mas, para a alegria de todos, o grupo deu início a Face Of Melinda, linda faixa acústica de Still Life (1999) que emocionou ao vivo. Para cortar um pouco o clima intimista, mais uma nova: Slither, mais atrativa ao vivo, mas nada de tão interessante.

LIVE EVIL - QUEENSRŸCHE & FATES WARNING Por Thiago Rahal Mauro

Por Thiago Rahal Mauro

Live Evil – Queensrÿche & Fates Warning
HSBC Brasil – São Paulo/SP

14 de abril de 2012

Por Thiago Rahal Mauro / Fotos: Denis Ono

Comemorando trinta anos de carreira, os americanos do Queensrÿche resolveram presentear os fãs com uma turnê repleta de clássicos da melhor fase do grupo, dos discos The Warning (1984), Rage For Order (1986), Operation: Mindcrime (1988) e Empire (1990), além de músicas de trabalhos pouco conceituados como Hear In The Now Frontier (1997), Q2K (1999) e Tribe (2003). Se a fase mais recente deixa a desejar com trabalhos bem medianos, principalmente American Soldier (2009) e Dedicated To Chaos (2011), ao vivo a banda ainda predomina com presença de palco e performance teatral.

Pela primeira vez no Brasil, o Fates Warning foi o encarregado de aquecer o público paulistano. A banda é considerada uma das pioneiras na fusão de Metal e Rock Progressivo, que depois ficou conhecido como Prog Metal. Formado por Ray Alder (vocal), Jim Matheos e Frank Aresti (guitarras) e Joey Vera (baixo), o grupo contou com a participação especial do baterista Mike Portnoy (ex-Dream Theater), que já tocou com a banda anteriormente e também gravou o EP A Twist Of Fate (2003) com o vocalista Jon Arch (ex-Fates Warning) e no projeto OSI, de Jim Matheos.

Pontualmente às 21h30, a introdução Disconnected Part 1 já dava a deixa de que o show estava para começar, até que Portnoy subiu em sua bateria e começou a faixa de abertura, One, de Disconnected (2000). Sem deixarem a peteca cair, emendaram Life In Still Water, A Pleasant Shade Of Gray, Part III e Down To The Wire – e uma das coisas que mais chamava a atenção era a perfeição com que a banda tocava ao vivo, principalmente nas passagens mais intrincadas.

Ray Alder estava bem à vontade e cantou muito bem, isso sem contar o entrosamento, mesmo com pouco tempo de ensaio, entre Vera e Portnoy. O repertório trouxe músicas como Another Perfect Day, The Ivory Gate Of Dreams: IV. Quietus, A Pleasant Shade Of Gray Part XI, Point Of View e Through Different Eyes, e os fãs que esperavam a banda por todos esses anos ficaram surpresos pela quantidade de clássicos que foram presenteados. Por fim, foi a vez de Eye To Eye e Monument, que mostraram por que a banda é considerada pioneira de um gênero tão marcante do Metal.

LIVE EVIL - ROGER WATERS

Por Claudio Vicentin

Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi) – São Paulo/SP

1º de abril de 2012

Por Claudio Vicentin / Fotos: Guilherme Nozawa

Após muita expectativa dos fãs do Pink Floyd e do vocalista e baixista Roger Waters, eis que o grande show que apresenta a Ópera-Rock The Wall Live aportou em São Paulo após já ter passado por muitas outras cidades ao redor do mundo. O show, que contou com 70 mil pessoas na plateia, apresenta de maneira megalomaníaca todas as músicas que fizeram parte do álbum e do filme de mesmo nome dirigido por Alan Parker, mas com uma tecnologia de ponta que traz efeitos memoráveis. E, nesse sentido, estamos falando de algo muito grandioso porque sem dúvida alguma existem momentos da apresentação que quem esteve presente jamais irá esquecer.

Além disso, essa turnê de Roger Waters apresenta inovações de que algumas outras bandas do mesmo porte poderiam se valer hoje em dia para cada vez mais proporcionarem um espetáculo único para seus fãs. Roger Waters criou The Wall em cima das experiências de sua vida pessoal através de letras que tratam de abandono, medo e isolamento simulados pelo personagem Pink (no cinema representado por Bob Geldof), emoções essas sempre presentes na vida de muitos,

seja à época em que criou a obra ou em 2012. Alguns temas, inclusive, ele atualiza para cada país onde passa. No Brasil, ele homenageou Jean Charles de Menezes, que foi morto por engano pela polícia no metrô de Londres em 2005. Discursou sobre alguns pontos polêmicos falando em português, como a dedicatória a todas as famílias que sofreram com o terrorismo oficial. Na segunda parte do show, o famoso porco voador entrou em ação na música In The Flesh trazendo dizeres como “Copa + educação”, “O Brasil é laico” e “O novo código florestal vai matar o Brasil”, entre outras frases de protesto.

LIVE EVIL - SODOM

Por Jorge Krening

07 de abril de 2012

Carioca Club – São Paulo/SP

Por Jorge Krening / Fotos: Flávio Hopp

Já se passaram oito longos anos desde a última passagem do Sodom pelo Brasil, que naquela ocasião contou com a presença especial do Nuclear Assault. Desta vez, a banda veio sozinha divulgar o seu mais recente trabalho, o aclamado In War And Pieces (2010). Depois de muito tempo sem apresentar mudanças em sua formação, chegou a vez de Markus ‘Makka’ Freiwald (ex-Voodoocult) ter a honra de assumir o comando das baquetas do grupo alemão, posto que um dia pertenceu ao saudoso Chris Witchhunter.

As bandas paulistas Machinage e Red Front foram incumbidas de esquentar as turbinas. O primeiro não deu muita sorte, pois começou sua apresentação um pouco cedo demais, tocando para um público muito discreto. Quando Red Front começou seu show o fluxo de pessoas já era bem maior, algo que acabou conspirando a seu favor. Conhecido por apresentações bastante empolgantes, o Red Front mandou bem, com destaque para o cover de Territory do Sepultura e a pancadaria Killer, com direito ao tradicional ‘wall of death’ e o ritual de espancamento do boneco do Restart. Destaque para a performance insana e pra lá de agitada do baixista Mike, que fez lembrar e muito Chico Comelli, do saudoso MX.

Após uma pequena demora, o Sodom subiu ao palco detonando logo de cara a faixa título do novo álbum, tendo seu refrão cantando em alto e bom som pela galera, que a essa altura já estava em peso nas dependências do Carioca Club.

LIVE EVIL - TARJA

Por Thiago Rahal Mauro

5 de abril de 2012

Via Funchal – São Paulo (SP)

Por Thiago Rahal Mauro / Fotos: Renan Facciolo

Competência, carisma e presença de palco. Esses são alguns dos adjetivos citados pelo público durante a apresentação da vocalista finlandesa Tarja Turunen (ex-Nightwish), em São Paulo, no Via Funchal. A cantora, que veio novamente ao país para divulgar seu último trabalho de estúdio, What Lies Beneath (2010), mostrou repertório diferente e ousado, com músicas novas e que ainda não foram lançadas oficialmente, versões de clássicos do Metal e de sua carreira – Tarja também se apresentou em Porto Alegre (4) e Rio de Janeiro (8).

A vocalista veio acompanhada pelos músicos Mike Terrana (bateria), Christian Kretschmar (teclados), Kevin Chown (baixo), Alex Scholpp (guitarra) e Max Lilja (cello) e apesar de o mês de abril ter sediado muitos shows na capital paulista, os compareceram em bom número no Via Funchal.

O hepteto gaúcho Tierramystica foi o encarregado de aquecer o público paulista e mostrou bastante atitude e energia durante toda a apresentação, focando nas composições de seu disco de estreia, A New Horizon (2010), e apresentando ainda uma versão para o clássico Fear Of The Dark (Iron Maiden). Músicas como Celebration To The Sun, Winds Of Hope e Spiritual Song! animaram os presentes, além da boa performance e da voz marcante de Gui Antonioli.

A introdução If You Believe, bem característica nos shows de Tarja, foi a deixa para o público se preparar. A banda entrou no palco com Anteroom Of Death mostrando força, porém, com uma cortina cobrindo a frente do palco e atrapalhando a visão de todos – e que fique claro, isso fazia parte do espetáculo. Quando a música chegou à sua metade e ela caiu de vez, os fãs agitaram pra valer. My Little Phoenix e Dark Star trouxeram o lado cadenciado e peculiar desta nova fase da carreira musical da cantora. Bases pesadas e uma bateria direta e sem firulas desvendaram um contraste com a influência clássica da vocalista.

POSTER - KISS DESTROYER

Por Redação

Kiss – Destroyer (o álbum)

RELEASES

Por Redação

Nesta edição:

Accept

Angel Witch

Caliban

Catheter

Claustrofobia

D.A.D.

Epica

Europe

Exumer

Falloch

H.e.a.t.

Iron Maiden (DVD)

Jeff Scott Soto

Krow

Landmine-Marathon

Mysteriis

Naglfar

Nashville Pussy

No Sense

Orange Goblin

Overkill

Paradise Lost

Patrulha Do Espaço

Pethalian

Rêx Mündi

Rwake

Shining

Slash

Sunstorm

Swallow The Sun

Terrorizer

Trixter

Tyketto

Ufo

Unisonic

ROADIE COLLECTION - IMMORTAL

Por Luciano Krieger

A banda norueguesa Immortal consolidou seu nome no Black Metal, fez história e conseguiu ir além das fronteiras do estilo, mantendo-se admirada e respeitada até hoje. Em duas décadas, gravou álbuns que se tornaram marcos, ganhou uma definição própria para sua música, ‘Winter Metal’ (antes ‘Holocaust Metal’), e continua conquistando territórios toda vez que lançam um novo trabalho ou saem em turnê. Falar de todas as proezas da banda é chover no molhado, já que a evolução contínua de suas músicas e a determinação de seus fundadores (Abbath e Demonaz Doom Occulta) são responsáveis por entregar ao mundo uma visão poderosa através de instrumentações aterradoras, por vezes épicas e brutais. Sobrevivendo aos acontecimentos dos anos 90 (Inner Circle, assassinatos e incêndios criminosos), a banda ganhou desde cedo status de séria, competente e alheia aos temas comuns. Assim sendo, o Immortal empenhou-se em desenvolver a atmosfera apocalíptica de seu próprio mundo e aprimorou novas sonoridades que agradam até a fãs de estilos que muitas vezes torcem o nariz para o Black Metal. Nesta edição, vamos vasculhar a grandiosidade da obra do Immortal, lembrando que o julgamento final é seu, prezado leitor.

STAY HEAVY REPORT

Por Cintia Diniz e Vinicius Neves

Ingressos: por que tão caros?

Já não é de hoje que temos comentado sobre os altos preços de ingressos de shows internacionais de Metal. Na realidade isso não é privilégio do nosso segmento. A título de curiosidade, em abril foi divulgada uma pesquisa que aponta que o Rio de Janeiro possui os ingressos mais caros do mundo. Além dos shows, o cinema é outra forma de entretenimento que se destaca pelos preços salgados em diversas regiões do país.

Tanto no caso dos shows quanto do cinema, a meia entrada é um dos grandes vilões. O alto volume de meia entrada (50% do público, numa média geral) obriga os produtores a aumentar o preço da entrada, fazendo aquele que paga o valor integral compensar o valor de quem paga meia (estudantes, aposentados, funcionários públicos). E para prejudicar ainda mais, há muitas pessoas que usam carteirinhas estudantis falsas, se beneficiando injustamente.

Outros fatores que atingem o preço dos ingressos são a pesada carga tributária, a demanda aquecida, questões de infraestrutura, falta de escala e até o câmbio. A variação cambial possui efeito direto nos custos dos shows internacionais, pois a negociação é feita em dólar, que atualmente está estabilizado num valor ainda considerado atrativo para os produtores.

Com relação aos impostos, calcula-se que representam 40% do valor do ingresso! Eles estão presentes nas etapas de produção e venda dos bilhetes.

Já a dificuldade em estruturar turnês com diversas datas pelo país não permite que haja um ganho em escala. Quanto maior o número de datas na turnê, mais as produtoras conseguem diminuir as despesas fixas, baixando os custos por show e permitindo cobrar um ingresso de valor menor. No caso de Europa e EUA, o mais comum é as bandas se deslocarem em ônibus.

EDITORIAL

Por Airton Diniz

MOA: uma aventura mal sucedida

É inevitável que o tema do editorial desta edição da ROADIE CREW seja a frustração de tanta gente com os fatos desagradáveis que ocorreram no festival “Metal Open Air”, e que não se resumiu aos diretamente prejudicados que estiveram presentes em São Luís (MA), mas se esparramou pela comunidade headbanger de todo o país. Num momento como esse é importantíssimo que seja mantida a serenidade e procuremos ter a plena consciência do que pode significar o fracasso desse evento para o cenário do Heavy Metal no Brasil. Primeiro de tudo, quem quer que seja que venha a ser responsabilizado pela Justiça deve arcar com as consequências e assumir as perdas de qualquer natureza que causaram a todos aqueles que ao menos tentaram participar do festival: o público, as bandas, os prestadores de serviços, fornecedores, etc. Ainda assim sobrarão prejuízos impossíveis de serem calculados materialmente, como a decepção por não ver a banda preferida.

Aliás, o público, como sempre, foi exemplar. Maior prejudicado com todas as adversidades, mostrou-se contrariado, até indignado, entretanto manteve-se pacífico, um comportamento que é natural no Heavy Metal mas, por incrível que pareça, ainda não entra na cabeça das pessoas que não conhecem o que acontece nesse circuito musical e insistem em relacionar Rock pesado com violência.

As bandas também cumpriram um papel digno, principalmente aquelas que conseguiram chegar a São Luís e subir ao palco no Parque Independência, demonstrando respeito para com os fãs.

Sobrou para muita gente a dúvida sobre qual será o impacto do fracasso deste que seria o primeiro grande festival do segmento Heavy Metal realizado na região Nordeste do Brasil. Mas, tenho a tranquilidade de dizer que não afetará em nada, e nem há qualquer razão para se estigmatizar o Brasil, o Nordeste, ou o Maranhão, por falhas de organização que comprometeriam o evento sendo ele realizado em São Luís, São Paulo, Paris ou Nova York. Aliás, há alguns anos aconteceu algo semelhante em São Paulo (SP), coincidentemente com um festival com a mesma sigla no nome (MOA-Masters Open Air) que foi abortado antes da abertura dos portões.

Precisamos, sim, insistir nos esforços para a ampliação do espaço para shows de artistas nacionais, pois o mercado brasileiro é, e continuará sendo atraente para os shows internacionais. Existem profissionais sérios e competentes neste ramo e não há risco para quem vem de fora, pois os agentes não colocam o artista no palco sem receber o cachê antecipado. E isso é assim em qualquer lugar do mundo. Lembro-me de estar no backstage de um festival europeu conversando com o líder de uma banda alemã, quando ele, ao ver o dono do evento, me disse “…Desculpe interromper nossa cerveja por um instante, mas se eu não pegar meu cachê agora…”, e voltou dizendo que conseguira o dinheiro, e o show estava garantido. Pois bem, essa relação é assim mesmo, não importa o tamanho do evento. Ou alguém acha que o “Rock in Rio” paga a contratação de artistas depois do show?

A visibilidade negativa na imprensa ‘mainstream’ também não é novidade, nem surpresa nenhuma. Portanto as coisas continuam, no mínimo, no mesmo patamar de antes. O Metal é muito mais resistente do que muita gente pensa.

Airton Diniz

ROADIE NEWS

Por Redação

Resumos das principais noticias do mês

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
Fechar
Fechar