Vinte e sete anos após dar início ao Kreator, vale destacar que, em parte de nossa conversa, o vocalista, guitarrista e líder do grupo, Mille Petrozza, nos afirmou que o recém-lançado álbum, Phantom Antichrist (2012), marca o começo de uma nova era…
Edição #162
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KREATOR
COMO VINHO
Vinte e sete anos após dar início ao Kreator, vale destacar que, em parte de nossa conversa, o vocalista, guitarrista e líder do grupo, Mille Petrozza, nos afirmou que o recém-lançado álbum, Phantom Antichrist (2012), marca o começo de uma nova era para a banda. Para quem não conhece, este é o cartão de visitas desta lenda do Thrash Metal mundial: renovação constante, reinícios, variações, evolução, competência. Ao contrário de inúmeros conjuntos que perderam força com o tempo e que experimentaram novidades por vias absolutamente decepcionantes, mostrando-se limitados e relativamente inexpressivos na atualidade, este quarteto alemão não para de se revigorar e de se mostrar relevante e influente. Na primeira década do terceiro milênio, Mille & Cia. se consagraram com a aniquiladora série Violent Revolution (2001), Enemy Of God(2005) e Hordes Of Chaos (2009). Para os próximos dez anos, eles prometem ainda mais e começam muito bem, por sinal. Não bastasse a incrível qualidade técnica em execução, composição e produção do novo registro, o Kreator adentra a nova década fazendo história nas paradas de sucesso: alcança sua posição mais alta em todos os tempos na Alemanha (5º) e leva a sua gravadora, Nuclear Blast, à sua melhor colocação em toda e qualquer lista da Billboard nos Estados Unidos (1º lugar no ‘USA Billboard Heatseekers Chart’). Já era hora – e talvez não houvesse melhor momento – de ser também capa da ROADIE CREW.
ALICE COOPER
CADA VEZ MAIS MR. NICE GUY
Alice Cooper é um daqueles artistas que dispensam apresentações. Criador do chamado Rock Horror, é citado com referência por praticamente todo mundo que veio após dele no mundo do Rock, além de ser profundamente respeitado por seus contemporâneos. Sempre lançando discos de alto nível, sobretudo após se livrar do vício do álcool que o acompanhou por décadas, Alice lançou em setembro de 2011 Welcome 2 My Nightmare, espécie de sequência de Welcome To My Nightmare (1975), um de seus maiores sucessos. Para gravar esse disco, ele chamou antigos parceiros dos anos 70 e o produtor Bob Ezrin, que o acompanhou em inúmeros trabalhos. Numa conversa rápida mas muito proveitosa, Alice Cooper falou com a ROADIE CREW sobre o novo álbum, seus antigos parceiros, sobre seu trabalho como ator e até sobre uma das muitas ações beneficentes que patrocina.
ASPHYX
A IRA DE MARTIN VAN DRUNEN
Martin van Drunen é um dos músicos mais polêmicos e comentados da cena do Death Metal holandês. Vocalista com um estilo único, ele se destacou em trabalhos com inúmeras bandas, mas fez história de fato com dois dos maiores nomes da música pesada batava: Pestilence e Asphyx. Com o primeiro destes, depois de muita guerra e de várias discussões abertas ao público, ele não quer nem papo. Com o segundo, no entanto, ele segue e, vivendo momento inspiradíssimo, lança um petardo atrás do outro. Depois de um retorno arrebatador com Death… The Brutal Way (2009), o conjunto dispara Deathhammer (2012), álbum consistente e pesado pronto para enlouquecer os aficionados por Death/Doom. Mais detalhes sobre estes discos, a reunião do lendário Asphyx e os conflitos do ex-Pestilence a seguir.
EM RUÍNAS
RESISTÊNCIA METAL
De tempos em tempos, surgem algumas bandas que empunham a bandeira do Metal nacional com força e determinação, mostrando que apesar dos problemas temos uma das melhores cenas do mundo. Carregando essa bandeira com muito orgulho está o Em Ruínas, banda paulistana que após muito sacrifício chegou ao seu ‘debut’, … From The Speed Metal Graves, ganhando destaque entre os apreciadores desta verdadeira arte chamada underground. O guitarrista e vocalista Igor Lopes explica a ideologia que envolve o grupo e conta detalhes sobre as faixas do álbum, incluindo Headbanger Race (Warriors Of Tomorrow), que conta com a participação de diversos músicos da cena brasileira.
EUROPE
NA ESTRADA DO BLUES
Desde a retomada das atividades com Start From The Dark(2004), o grupo sueco Europe vem tentando fugir ainda mais do estigma de “banda dos anos 80”. Joey Tempest (vocal), John Norum (guitarra), John Levén (baixo), Ian Haugland (bateria) e Mic Michaeli (teclado) agora resolveram ressaltar o lado ‘bluesy’ e escancarar referências dos anos 70 em seu nono álbum de estúdio, Bag Of Bones, soando muito diferente dos anos em que a pompa do AOR dava as cartas. De malas prontas para o Brasil, para onde retorna para tocar com o Europe no dia 23 de setembro em São Paulo, John Norum explica, entre outros assuntos, a paixão pelo Blues e o motivo de fazer um som mais próximo do Led Zeppelin, Jimi Hendrix e Whitesnake dos anos 70.
GODSMACK
EM BUSCA DE NOVOS TERRITÓRIOS
Depois de mais de uma década dominando as paradas americanas e muitos lugares da Europa, o Godsmack quer mais! A banda continua forte e está em busca de aparecer com mais força em países que nunca esteve antes, incluindo o Brasil. Seus shows continuam a ser destaque e são considerados entre os melhores na cena. Para mostrar isso de forma mais clara, a banda acaba de lançar o primeiro álbum ao vivo, Live & Inspired, que vem acompanhado por quatro covers que são como um presente para os fãs. O vocalista Sully Erna conversou com a ROADIE CREW para contar mais detalhes desse lançamento ao vivo e aproveitou a oportunidade para deixar seu recado de forma incisiva: “Quero começar a construir uma relação com o Brasil.”
KROW
DEATH METAL E A HISTÓRIA BRASILEIRA
Os mineiros do Krow acabam de soltar Traces Of The Trade, uma aula de profissionalismo no Death Metal e que vem com uma peculiaridade intessante em sua temática, que trata sobre a história do Brasil no período da escravidão. Quem deu mais detalhes sobre isso e outras particularidades do disco foram o guitarrista e vocalista Guilherme Miranda e o baterista Jhoka Ribeiro – além deles, completam a banda o baixista Humberto Costa e o guitarrista Lucas The Carcass.
LABYRINTH
RETORNANDO AO CÉU REJEITADO
O Labyrinth surgiu no início da década de 90 na Itália, país que até então era mais conhecido por bandas de Rock Progressivo, como o Premiata Foneria Marconi. Sem contar com produtores e estúdios preparados para trabalhar com o estilo da banda, apoio da mídia e promotores de shows, eles se superaram para fazer dar certo e foram vencedores. Depois de três álbuns e reconhecimento mundial, o fundador Olaf Thorsen resolveu deixar a banda para dedicar-se unicamente ao Vision Divine. A partir daí, o Labyrinth foi cada vez mais se distanciando do som que o colocou no mapa e depois de três discos sem Olaf quase encerrou atividades. O resurgimento veio com o retorno do músico, seguido do lançamente de Return To Heaven Denied Pt. II: “A Midnight Autumn’s Dream”, álbum que traz referências sonoras latentes à primeira parte, lançada em 1998. Olaf Thorsen (guitarra), Roberto Tiranti (vocal) e Andrea Cantarelli (guitarra) falam, na entrevista a seguir, sobre os altos e baixos durante esses vinte anos de carreira e sobre o fatídico show em Curitiba (PR), que quase não aconteceu por desavenças com uma banda local.
LITA FORD
Ex-integrante da banda The Runaways, Lita Ford construiu uma carreira solo de sucesso, colecionando hits e se tornando uma artista ‘top’ nos anos 80. Após lançar discos que obtiveram boa resposta dos fãs, como Dancin’ On The Edge (1984), Lita (1988), Stiletto (1990) e Dangerous Curves (1991), a vocalista e guitarrista passou por um período de ostracismo nos anos 90. Casou-se com o ex-vocalista do Nitro, Jim Gillette, com quem teve dois filhos, e só retornou ao cenário musical em 2008. Ao lançar o álbum Wicked Wonderland (2009), Lita enfrentou sérios problemas pessoais com o divórcio e o distanciamento de seus filhos. Porém, as emoções e tristezas guardadas serviram de estímulo para a elaboração de seu mais recente trabalho, Living Like A Runaway, que, como a própria Lita Ford afirma na entrevista a seguir, lhe trouxe a boa vibração de volta.
MYSTERIIS
PRONG
EMPLACANDO NOVAMENTE
O Prong desfrutou de boa popularidade no início dos anos 90 com os álbuns Beg To Differ (1990), Prove You Wrong (1991) e Cleansing (1994), especialmente nos Estados Unidos, sua terra natal. Após uma pausa e um retorno sem planejamento, o novo disco, Carved Into Stone, veio para comprovar a qualidade do grupo, principalmente através do vocalista e guitarrista Tommy Victor, músico reconhecido e que tem muita história para contar.
TARJA TURUNEN
HARUS: O NOVO DESAFIO DE TARJA
Tarja Turunen surgiu para a cena Metal no final dos anos noventa com o lançamento do debute do Nightwish, Angels Falls First(2007). A proposta apresentada pelo grupo – fazer Metal com uma cantora lírica -, ainda que não fosse inédita, chamou a atenção e os colocou em destaque no mundo da música. O reconhecimento veio e a popularidade cresceu paulatinamente até eles atingirem o ápice… E se despedaçarem. Tarja para um lado, Nightwish para o outro. Em carreira solo desde 2006, a musicista finlandesa mostra, a cada álbum, que sobrevive muito bem sem os antigos companheiros. Amplia, além disso, horizontes, com novos parceiros, conexões e projetos que vão de participação especial em disco final dos Scorpions a utilização dos textos e contato direto com Paulo Coelho. Sem falar no Harus, empreitada diferente que coloca Tarja à prova em seu outro campo de atuação; depois de ovacionada no mundo Metal, ela agora oficializa um grupo no qual trabalha com Música Clássica, Ópera e canções tradicionais. A seguir, ela nos conta de In Concert – Live At Sibelius Hall (2011), estreia do quarteto, e já se declara entregue aos trabalhos de seu próximo álbum solo.
VANGOUGH
BUSCANDO UNICIDADE
O Vangough é uma instigante banda norte-americana oficialmente concebida e iniciada em 2009 – apesar de já estar em formação desde anos antes –, e capitaneada por um idealista que compõe todas as músicas e toca guitarra, baixo, teclado, além de cantar. O nome do sujeito? Clay Withrow. Assim como boa parte dos músicos com esse perfil, ele apresenta ideias interessantes, questiona coisas que a maioria se nega a questionar, mostra talento e potencial, mas faz um esforço tão grande para “ser diferente”, que pode cansar. Mais que isso: justamente por fazer tanta força para soar incomum, ele recai na vala do “mais do mesmo” e só repete o roteiro que tantos outros, por ora indiscutivelmente mais talentosos como Daniel Gildenlöw (Pain Of Salvation), seguiram. Para quem curte um bom Progressivo com ótimas pitadas de Classic Rock, contudo, não há dúvida que a indicação é válida e que Kingdom Of Ruin (2011), mais recente disco do conjunto, é uma ótima pedida. Mais detalhes a seguir.
BACKGROUND - ROLLING STONES-PARTE 1
Guerra é sempre sinônimo de insanidade – para se dizer o mínimo. E a coisa ganha contornos de desumanidade quando os exércitos, no afã pela vitória, voltam suas baterias contra civis que pouco ou nada têm a ver com o conflito. Durante a II Guerra Mundial, a Inglaterra sofreu barbaramente com os bombardeios protagonizados pela força aérea comandada por Adolf Hitler, a Luftwaffe. Os temidos aviões V-1, voando abaixo da linha que era detectada pelos radares, promoveu enorme destruição especialmente em Londres, que foi alvo de sistemáticos ataques realizados entre 7 de setembro de 1940 e 10 de maio de 1941, período em que chegou a ser atacada por praticamente sessenta noites consecutivas. Na série de ataques, que ficou conhecida historicamente como “The Blitz”, estima-se que mais de 40 mil civis tenham perdido a vida, mais da metade na capital inglesa. Outra cidade muito atacada nessa ofensiva foi Birmingham, berço de bandas como Black Sabbath e Judas Priest. No total, estima-se que mais de 30 mil londrinos morreram por conta da II Guerra.
Como acontece normalmente em casos como esse, a comunidade londrina naturalmente se uniu para reagir e tentar manter o moral minimamente elevado diante de tanta tragédia – que, além das perdas humanas, destruiu cerca de um milhão de residências na cidade, além de instalações industriais e portuárias, já que o objetivo das tropas alemãs era debilitar a cidade moral e economicamente.
BACKSPAGE
Passadas as emoções iniciais de acompanhar de perto alguns detalhes que envolviam a primeira visita do Black Sabbath ao Brasil, chegava a hora dos fãs ficarem frente a frente com os shows. O primeiro deles aconteceu no dia 23 de junho no saudoso Olympia, em São Paulo. Não se falava em outra coisa. A casa receberia cerca de 4.500 pessoas para a primeira apresentação, que marcava o começo da “Dehumanizer Tour”, além de ser o primeiro show da formação com Tony Iommi, Geezer Butler, Ronnie James Dio e Vinny Appice em dez anos. Não dava para disfarçar tanta ansiedade e, se os fãs já haviam perdido horas de sono, os bastidores também fervilhavam com a espera desse momento tão aguardado.
BLIND EAR-ANDREA FERRO (LACUNA COIL)
Claudio Vicentin / Fotos: Flavio Hopp
“Bon Jovi, mas não consigo lembrar o título da música. Eu sempre mantenho um ‘best of’ no meu iPod, que uso nos momentos de festa em nosso tour bus, pois costumamos colocar aquelas bandas de Hard/Glam ou ‘Hair Metal’ dos anos 80, como Poison e Mötley Crüe. Nós temos vários tipos de festa no ‘tour bus’, até de eletrônico, mas quando se trata de anos 80 colocamos os ‘Hair Metal’. Eu não gosto de tudo do Bon Jovi, mas o considero um bom compositor. Os primeiros discos são bons, como este Slippery When Wet, mas depois ficou comercial demais.”
Bon Jovi – I’d Die For You
Slippery When Wet
CLASSICOVER
Smokin’ In The Boys Room
Original: Brownsville Station
Álbum: Yeah! (1973)
Cover: Mötley Crüe
Álbum: Theatre Of Pain (1985)
Quando a banda Rock Candy, liderada pelo guitarrista James Alverson e que tinha Vince Neil como vocalista, apresentava o cover de Smokin’ In The Boys Room, do Brownsville Station, conquistava a atenção nas pequenas apresentações que faziam nas festinhas. Muitos anos depois, já com Vince Neil agitando plateias bem maiores como ‘frontman’ do Mötley Crüe, o grupo costumava passar o som tocando covers. Entre eles estava Smokin’ In The Boys Room, um hino para estudantes que se juntavam no banheiro para fumar cigarros esperando não serem pegos pelos professores ou bedéis da escola.
Após ter feito Tonight do Raspberries para Too Fast For Love (1981) – que não entrou na primeira versão do disco e só saiu como bônus do relançamento em CD, em 2003 – e Helter Skelter (Beatles) em Shout At The Devil (1983), o Crüe queria manter a tradição inicial de registrar um cover em estúdio. Assim, em fevereiro de 1985, quando estavam no Cherokee Studio gravando o terceiro álbum, que até então levaria o título de Entertainment Or Death, optaram por Smokin’ In The Boys Room, que contou com a participação do gaiteiro Mickey Raphael (Willie Nelson, Elton John, Wynton Marsalis, U2, Neil Young). Isso obviamente teve a anuência da gravadora Elektra, que gostou tanto da ideia que escolheu a versão como primeiro single do novo disco, agora oficializado como Theatre Of Pain.
CLASSICREW ALLMANBROS/ZEPPELIN/SUICIDAL
1972
The Allman Brothers Band
Eat A Peach
Bento Araujo
Quando perguntado sobre o que estava fazendo pela “revolução”, o guitarrista Duane Allman respondeu: “Não existe revolução, tudo é evolução. Eu vou dizer o que faço. Sempre que vou para o Sul eu como um pêssego pela paz.” Essa declaração emblemática e o ato de comer o pêssego (Eat A Peach) acabou batizando aquele que é considerado por muitos o melhor disco do Allman Brothers Band, que trazia inclusive um subtítulo apropriado: Dedicated To A Brother, ou seja, “dedicado a um irmão”.
Duane morreu em 29 de outubro de 1971, bem no meio das gravações de Eat A Peach. Ao invés de curtir uma depressão o grupo resolveu seguir adiante e terminar o álbum o mais rápido possível, para assim cair novamente na estrada. Em janeiro de 1972 o disco estava pronto, acima de tudo, um testemunho da força, coragem e fraternidade dos cinco integrantes remanescentes.
Voltando um pouco no tempo, novamente com Tom Dowd no cargo de produtor, o grupo partiu para o estúdio Criteria, na Flórida. Duane Allman registrou três faixas com a banda em estúdio antes de sua morte, Stand Back, Blue Sky e Little Martha. Para terminar Eat A Peach, os remanescentes resolveram gravar mais três temas sem Duane – Ain’t Wastin’ Time No More, Les Brers In A Minor e Melissa – e incluir outras três ao vivo com ele, que haviam sobrado do disco anterior, At Fillmore East. São elas: Mountain Jam (com mais de meia hora de duração), One Way Oute Trouble No More.
1982
Led Zeppelin
Coda
Ricardo Batalha
Alguns músicos pertencem à categoria dos insubstituíveis e quando a banda inglesa Led Zeppelin perdeu seu baterista peso-pesado John Bonham em 25 de setembro de 1980, não restou outra alternativa senão encerrar as atividades. Mesmo abalado e confuso com a forma como perdera Bonham, que morreu aos 32 anos de idade sufocado em seu próprio vômito após ter ingerido o equivalente a quarenta doses de vodca, o grupo ainda foi obrigado a cumprir seu contrato com a Atlantic Records.
Alguns chegaram a especular que Simon Kirke, Carmine Appice ou Cozy Powell poderiam substituir Bonham mas, no início de dezembro de 1980, o empresário Peter Grant tratou de oficializar o fim do Led. Com obrigações a cumprir, já que o selo do grupo, Swang Song, tinha sido contratado para cinco discos com a Atlantic, saiu Coda.
Page, na realidade, queria lançar um duplo ao vivo, mas Plant se recusou. Para encerrar as especulações e as tentativas da Atlantic para que arrumasse um novo baterista, a maneira encontrada por Page foi soltar a compilação. Desta forma, o guitarrista se trancou no Sol Studios, em Cookham/Berkishire (ING), e separou o material para Coda, que chegou às lojas em 19 de novembro de 1982. O disco trouxe faixas inéditas e sobras de estúdio gravadas por Robert Plant (vocal), Jimmy Page (guitarra), John Paul Jones (baixo) e John Bonham (bateria) entre 1969 e 1978.
1992
Suicidal Tendencies
The Art Of Rebellion
Ricardo Batalha
Eles não acham, alguns não consideram, mas The Art Of Rebellionfoi o álbum que colocou o grupo norte-americano no ‘mainstream’ e o que fez o Suicidal Tendencies entrar na posição mais alta das paradas nos EUA. Além da 52ª colocação na Billboard 200, o material ainda teve dois singles de sucesso nas rádios, na MTV e nos charts da ‘Mainstream Rock’ – Nobody Hears (28º), I’ll Hate You Better (34º). Além destes, a faixa Asleep At The Wheeltambém foi bem na parada ‘Modern Rock Tracks’, com a 21ª posição.
Mike Muir (vocal), Rocky George e Mike Clark (guitarras), Robert Trujillo (baixo) e Josh Freese (baterista convidado, que substituiu R.J. Herrera) se concentraram ao lado do produtor britânico Peter Collins, que já havia trabalhado com bandas como Rush, Queensrÿche, Tygers Of Pan Tang, Gary Moore e Alice Cooper. As gravações foram feitas entre novembro de 1991 e fevereiro de 1992 nos estúdios Ocean Way de Hollywood e Ground Control de Santa Monica, obtendo uma sonoridade rebuscada e bem diferente do Hardcore adotado no início de carreira.
Aquela crueza do Crossover entre o Metal e o Hardcore, que já vinha sendo a base do som do ST desde o álbum Join The Army(1987), deu espaço para algo mais trabalhado e classudo, com uma boa mixagem a cargo do engenheiro de som Paul Northfield (Judas Priest, Gentle Giant, Rush, Queensrÿche e outros) e a masterização de Bob Ludwig. Além disso, a interpretação vocal de Mike Muir veio muito mais emocional e os momentos mais limpos e “chorosos” até suplantaram a agressividade de outrora, como nas faixas Accept My Sacrifice, Tap Into The Power ou Asleep At The Wheel.
EDITORIAL
Uma contradição do mercado musical
Ninguém em sã consciência pode questionar que os meios de comunicação são imprescindíveis para que qualquer artista consiga fazer chegar ao público as informações sobre seus trabalhos e, com isso, atinja o objetivo natural de qualquer profissional da música que é a obtenção de fama e sucesso. E isso é válido também no segmento do Rock/Heavy Metal, mesmo havendo uma ligação diferente entre fãs e ídolos comparando-se com outros gêneros musicais. Acontece que o equilíbrio dessa relação pode variar de acordo com o status atingido pelo artista. Em fase inicial da carreira todos sofrem com a dificuldade de obter espaço na mídia, pois a busca pelo “lugar ao sol” é algo muito concorrido. Na outra extremidade encontram-se aqueles que chegaram ao ‘mainstream’, deixando para trás as agruras do underground.
Enquanto os iniciantes se esforçam para conseguir a cobertura de suas atividades ou uma entrevista para falar de suas realizações e de seus planos, alguns daqueles que se tornaram estrelas de primeira grandeza passam a ter suas agendas administradas por assessores, que nem sempre têm critérios muito justos para permitir o contato do artista com seu público através da imprensa.
Alguns exemplos claros de falha nessa avaliação têm prejudicado sensivelmente o público brasileiro e é preciso citar dois casos recentes, o Van Halen e o Metallica que, mesmo ambos vivendo fase de importantes atividades para o cenário, não estão liberados pelo seu staff para falar com a imprensa do Brasil. O estranho é que possivelmente os membros das bandas sequer ficam sabendo disso, pois como Sully Erna do Godsmack revela em entrevista desta edição, Neil Peart confidenciou a ele que o Rush demorou muitos anos para se apresentar aqui e que ele se surpreendeu com o sucesso de seus shows no país, sendo que eles não vieram antes porque os índices de vendas de seus álbuns eram considerados baixos. Mas o mercado de shows no Brasil é um dos mais aquecidos no momento, propenso a receber megaeventos, e muito bem pagos, enquanto uma forte crise na economia assola países pelo mundo afora. Portanto, não há justificativa para que o fã brasileiro não tenha acesso a matérias com seus ídolos que sejam feitas pela mídia nacional. Felizmente, são poucos os problemas como esse, e a maioria continua disposta a compartilhar com os fãs as experiências vividas no desenvolvimento de sua arte, como Alice Cooper, que muito além de um personagem pioneiro do Rock teatral, é um homem consciente de seu papel na sociedade e um astro que respeita seus fãs, como pode ser conferido na entrevista da página 70.
O ideal é que essa relação artista-imprensa-público sempre atenda ao interesse de todas as partes envolvidas, por isso a ROADIE CREW vai sempre aplicar esforços para abrir espaços aos pequenos, médios e grandes artistas. Aliás, nesta edição estamos resgatando uma dívida com os fãs de uma das mais cultuadas bandas do circuito do Metal, o Kreator. Mesmo com sua presença constante em nossas páginas com os seus lançamentos de discos e shows nos últimos 15 anos, esta é a primeira vez que dedicamos uma matéria de capa a este ícone do Thrash Metal.
Airton Diniz
ETERNAL IDOLS - JEFF PORCARO
Jeff Porcaro (01/04/1954 – 05/08/1992)
Com um domínio amplo da bateria, impondo sua técnica com criatividade e dinâmica, Jeff Porcaro se tornou referência no instrumento. O músico encantou com seus pequenos “truques” e na sutileza dos detalhes, seja com as variações criativas e acentuações fortes no chimbal, nos ‘grooves’, nas viradas ou em quebras de ritmo alucinantes.
Nascido a 1° de abril de 1954, em Hartford/Connecticut (EUA), começou a tocar aos 7 anos de idade por influência de seu pai, Joe Porcaro, baterista e percussionista de Jazz que fundou, ao lado de Ralph Humphrey, a Los Angeles Music Academy (LAMA), em Pasadena/CA (EUA). A família de músicos ainda revelou ao mundo os irmãos mais novos de Jeff, o baixista Michael Joseph “Mike” Porcaro e o tecladista Steven Maxwell “Steve” Porcaro.
Além de aprender a tocar em casa com seu pai, Jeff também passou a estudar com o percussionista Bob Zimmitti e com Rich Lapore. Sua concentração nos estudos rapidamente deram resultado e então Jeff pôde mostrar sua abordagem e uma grande variedade de técnicas, sempre sendo elogiado pela destreza em acrescentar notas acentuadas. “Eu usava a bateria do meu pai e quando estava com 13 anos, entrei numa banda de Rock”, contou Jeff, que não chegou a finalizar os estudos formais, mas manteve-se concentrado na bateria.
GARAGE DEMOS
Envie o seu link no MySpace (com pelo menos três músicas novas disponíveis) acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected].
Nesta edição:
Discordia
Neófito
Putrefying Dead Flesh
Soul’s Silence
Unblackpulse
HIDDEN TRACKS OSTROGOTH
Ostrogoth
Origem: Bélgica
Época: Anos 80
Estilo: Metal Tradicional/Power Metal
Formação clássica: Marc De Brauwer “Red Star” (vocal), Hans Van De KerckHove “Sphinx” e Rudy Vercruysse “White Shark”(guitarras), Marnix Van de Kauter “Bronco” (baixo) e Mario Pauwels “Grizzly” (bateria)
Discografia: Full Moon’s Eyes (1983), Ecstasy And Danger (1984), Too Hot (1985) e Feelings Of Fury (1987)
Por Silvio Cesar Brandespim
Os anos 80 foram mágicos para o cenário do Heavy Metal, já que a todo instante surgiam bandas significativas, seja as que foram ao ‘mainstream’ ou as que permaneceram no underground. Até a “discreta” Bélgica revelou grandes nomes, como Acid, Crossfire, Warhead, Killers, Cyclone e, claro, o Ostrogoth.
O Ostrogoth surgiu em meados de 1979 na bela cidade de Gante, com a proposta de fazer uma mescla de New Wave Of British Heavy Metal com o som praticado pelo Scorpions nos anos 70. Desde o começo, os músicos decidiram utilizar pseudônimos e o nome Ostrogoth (‘Ostrogodo’) origina-se de povos que, assim como os Vikings, viveram em certas regiões da Europa. Eles defendiam a coragem, a perseverança e a luta para obter sucesso. E foi por estes mesmos objetivos que Mario Pauwels e Marnix Van de Kauter escolheram batizar a banda com este nome.
Luc Minne (vocal), Hans Van De KerckHove (guitarra), Marnix (baixo) e Pauwels (bateria) gravaram algumas demos sem muita pretensão, mas acabaram sendo convidados para um programa de rádio local, o “Domino”. Duas músicas da demo foram ao ar e, no dia seguinte, o baterista recebeu um telefonema da Mausoleum Records, que lhes ofereceu um contrato para a gravação de um EP.
LIVE EVIL-ARTILLERY E EXUMER
Hangar 110 – São Paulo/SP
02 de junho de 2012
Por Jorge Krening / Fotos: Andressa Ribas
Graças ao favorável cenário que se encontra a economia brasileira, nos últimos meses nosso país vem sendo bombardeado por inúmeros shows de Rock/Metal, englobando artistas dos mais variados estilos e gêneros. A Tumba Produções realmente acertou em trazer dois grandes nomes do Thrash Metal mundial, que estão a todo gás atualmente: Artillery e Exumer.
Está certo que ambos estão bem longe do que foram nos saudosos anos 80, mas o que mais chama atenção é a vitalidade e energia dos músicos. Os ‘tiozões’ deram um verdadeiro show para uma plateia insana, que compareceu em peso no início da noite de sábado no Hangar 110.
A abertura ficou por conta por dois nomes de peso do cenário Metalico brazuca: Nervosa e Hellsakura. Quem iniciou descendo a lenha foram as meninas do Nervosa, que tem sido presença carimbada em grande parte dos eventos internacionais de Metal nos últimos meses. O power-trio aqueceu as turbinas com um set curto mas competente, com destaque para o hit Masked Betrayer, popularizado através do seu vídeo promocional divulgado na internet.
A banda Hellsakura veio na sequência, mostrando uma fusão bacana de Punk e Metal. A vocalista Cherry Taketani, conhecida por ter tocado na banda Okotô, demonstrou um forte carisma e presença de palco.
Passadas as bandas de abertura, o público já se encontrava em peso nas dependências do Hangar 110 e então a lenda do Thrash Metal dinamarquês, Artillery, detonou os primeiros acordes de When Death Comes, do álbum homônimo lançado em 2009. O que chamou atenção logo de cara foi o vocalista Søren Nico Adamsen, pela sua presença de palco e também pela sua potente e melódica voz.
By Inheritance, faixa título do álbum de 1990, veio em seguida e, àquela altura, já se podia perceber que a presença mais que marcante da dupla de irmãos, os guitarristas Michael e Morten Stützer, seria uma atração a parte.
LIVE EVIL - C,S & NASH/UNISONIC/GOTTHARD
Via Funchal – São Paulo/SP
10 de maio de 2012
Por Eliton Tomasi / Fotos: Stephan Solon
Já se passaram 43 anos da realização do maior festival de Rock de todos os tempos, o “Woodstock”. Entre os artistas que se apresentaram, alguns morreram, outros se aposentaram. Há até os que brigam contra a idade para se manterem vivos no mercado. Raros, porém, são como o Crosby, Stills And Nash que não apenas continuam excursionando, mas conseguem fazer shows melhores do que nunca!
Considerado um dos maiores supergrupos da história do Rock, David Crosby (ex-Byrds), Stephen Stills (ex-Buffalo Springfiled) e Graham Nash (ex-Hollies) gravaram alguns dos maiores clássicos da história da música de todos os tempos. Entre eles, o álbum auto-intitulado de 1969 e Deja Vu (1970), também trazendo Neil Young na formação.
Apesar de não gravarem algo novo há 12 anos – juntos ou em carreira solo – o Crosby, Stills And Nash tem realizado uma série de concertos e turnês memoráveis. Em março excursionou pela Austrália e Nova Zelândia, além de vários shows realizados pelos Estados Unidos em abril. Privilégio dos brasileiros, Crosby, Stills And Nash também realizaram em maio uma turnê Sul Americana com shows apenas no Brasil: Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
O público que lotou o Via Funchal em São Paulo foi presenteado com um espetáculo plural. Ninguém melhor que Crosby, Stills And Nash para transitar com tanta naturalidade entre a poesia do Folk, a emoção do Country e a atitude do Rock’n’Roll! Assistir um show do grupo é como realizar todas as possibilidades sonoras através de uma só nota.
Unisonic & Gotthard
HSBC Brasil – São Paulo/SP
18 de maio de 2012
Por Thiago Rahal Mauro / Fotos: Renan Facciolo
Histórico! Essa foi uma das expressões mais usadas pelas pessoas que foram à apresentação que reuniu os suíços do Gotthard e os alemães do Unisonic. Pelo menos dois momentos eram muito esperados pelo público. O primeiro deles era a volta dos suíços aos palcos com o novo vocalista, Nick Maeder, que tem a árdua tarefa de substituir Steve Lee, falecido em um trágico acidente em 2010 e que dava, além de imagem, identidade ao Gotthard. O segundo motivo era a vinda ao Brasil dos músicos Michael Kiske (ex-Helloween) e Kai Hansen (Gamma Ray, ex-Helloween) juntos pela primeira vez em uma mesma banda de fato após a saída de ambos do Helloween, e não em um projeto como na passagem dos dois em São Paulo com o Avantasia. Somado esses fatores, quem nasceu nos anos 80 e viveu o auge dessas bandas, além, é claro, do surgimento do Metal Melódico, tinha a “obrigação moral” de presenciar o evento – o público estimado foi em 4 mil pessoas.
Ao mesmo tempo em havia curiosidade com o ‘novo’ Gotthard, pairava no ar certo ceticismo em relação ao novo vocalista, já que as faixas apresentadas do novo trabalho soavam medianas e sem a força e o ‘punch’ da fase Steve Lee. Digamos que a banda acertou, mas ainda não convenceu com Nick Maeder. Ao vivo, o jovem músico cantou nota por nota das versões originais, mas quando tinha que colocar sua imagem ou presença de palco se limitava a cantar igual a seu antecessor e pouco interagia com a plateia, apenas quando pedia para o público cantar.
Talvez a ideia de colocar um vocalista mais tímido ou com outra personalidade seja para mudar a sonoridade da banda e seguir em frente sem depender do passado, mas só o tempo dirá se a escolha foi realmente acertada.
LIVE EVIL - HARD LEGENDS / THERION
Kip Winger / Steve Augeri / Richie Kotzen
Carioca Club – São Paulo/SP
03 de junho de 2012
Por Vinicius Mariano / Fotos: Renan Facciolo
A sexta edição da tradicional “Hard Legends Party” elegeu o guitarrista Richie Kotzen como seu headliner. O domingo era convidativo: ressaca, futebol “dorminhoco” da seleção na TV, sem dinheiro e sem cerveja. Mas o Hard Rock/AOR iria rolar. E, de longe, era o melhor programa.
Kip Winger foi o primeiro a subir ao palco, sozinho, empunhando o violão. Não era surpresa para ninguém de que o show teria esse formato mas, particularmente falando, por mais que Kip seja um cara ultratalentoso e dono de uma das vozes mais abençoadas do Hard Rock, ver o material do Winger tocado de forma acústica é anular os arranjos pomposos e a riqueza instrumental peculiar das composições originais. E o mais interessante é que mesmo com este senão, o set de Kip foi o melhor da noite. Tudo bem que sou suspeito para falar, mas quando o cara é bom não precisa de muito para aparecer.
Mesmo longe de suas melhores noites, bastou o seu carisma. E com um feeling absurdo, Kip desfilou clássicos do Winger, em especial Headed For A Heartbreak, Miles Away, Rainbow In The Rose, Madalaine e Seventeen, e canções de sua carreira solo – Cross (que abriu o set), Steam, a instrumental Free e Daniel, que contou com os backings do guitarrista Léo Mancini (Tempestt, Shaman), que fazia parte da banda suporte de Steve Augeri. Tiro curto, sem muita enrolação. E saiu de palco com menos aplausos que merecia.
Pela segunda vez no Brasil, Steve Augeri teve uma recepção de gala. No palco, era acompanhado por BJ (vocalista do Tempestt que, na ocasião, tocou baixo e ajudou nos backings), Carlos Ceroni (teclado, ex-Tempestt), Jorge Anielo (bateria) e Léo na guitarra.
Therion
Teatro Abril – São Paulo/SP
05 de junho de 2012
Por Heverton Souza / Fotos: Renan Facciolo
Horas antes do show do Therion, li questionamentos em redes sociais pondo em dúvida a questão de a imprensa estar em mais um evento da Negri Concerts – uma das responsáveis pelo fiasco conhecido como “MOA” –, ou perguntas como “Cadê o boicote à produtora?”. Vamos esclarecer alguns pontos: não se trata um show como de produtora A ou B, mas de evento de bandas e público. Seria imprudente a imprensa ignorar shows por conta de quem os faz, pois as bandas merecem nossa atenção, assim como o público merece ser informado. Enquanto se tratar de algo dentro de nossa linha editorial e formos possibilitados de dar a devida cobertura, tal trabalho será realizado. Agora vamos falar de música…
Tendo sido o evento numa chuvosa noite de terça-feira e com ingressos um pouco salgados para um público que tem de escolher qual show pagar (o ingresso mais barato custou R$140,00), foi esperado adentrar ao Teatro Abril e ver um público aquém do esperado.
Responsável pela abertura da noite, a banda paulistana HellLightentrou no palco pouco antes do horário previsto, que era das 21h, mas isso em nada os impediu de fazer um show impecável e com um som muito bom, como poucas vezes permitem a um ‘opening act’. O Doom Metal do grupo é cativante, combinando muito peso e belas melodias vocais a cargo de Fábio De Paula. Destaque para a épica faixa do álbum homônimo de 2008, Funeral Doom, que faz jus ao título e é de uma depressão profunda.
Já se passava das 22h quando a cantora Lori Lewis sentou em frente ao teclado e deu início a um pequeno trecho de O Fortuna(obra de Carl Orff) e, em seguida, Christofer Johnsson e sua trupe entraram emendado com Ginnungagap. Em pouco mais de um minuto, todos que estavam comportados em seus assentos se levantaram para agitar e cantar com o Therion.
LIVE EVIL - JOE BONAMASSA / APOCALYPTICA
HSBC Brasil – São Paulo/SP
2 de junho de 2012
Por Ricardo Alpendre / Fotos: Renan Facciolo
Colaborou: Alex Evangelos
Um dos mais representativos ‘guitar heroes’ das novas gerações, ostentando uma carreira repleta de glórias – entre elas, o apadrinhamento recebido de B.B. King aos doze anos de idade –, Joe Bonamassa se apresentou em palcos sulamericanos pela primeira vez, incluindo o show em São Paulo, o último de uma extensa turnê de 17 semanas, como ele mesmo não se cansava de frisar no palco.
Com mesinhas e cadeiras, tudo muito bem arrumadinho, o HSBC Brasil recebeu um excelente público, tanto em número quanto em dedicação ao astro da noite. E a audiência, na dúvida entre o provável torcicolo e o bate-bate de cadeiras, levantou as mãos em reverência a Joe a partir de sua entrada triunfal com Slow Train, de seu penúltimo CD de estúdio, Dust Bowl.
Os 35 anos de idade recém-completados incluem a bem-sucedida carreira solo, com mais de doze anos desde o primeiro álbum, e também trouxeram um período fértil à frente do grupo Bloodline, nos anos 90. Toda essa experiência conta, e é notada na maestria com que Bonamassa sabe usar a técnica apurada e em seguida se render à emoção, sem afetação e sempre à vontade com sua guitarra. Ou com suas várias guitarras, já que durante as mais de duas horas que se sucederam o músico revezou alguns dos mais desejáveis exemplares de Gibson Les Paul, incluindo a versão equipada com o irrepreensível tremolo Bigsby.
A banda competente, na medida certa para servir sem ofuscar, conta com o baixista Carmine Rojas, o tecladista Rick Melick e o baterista Tal Bergman; todos eles muto experientes. Rojas, por exemplo, já próximo dos sessenta anos de idade, era músico profissional desde antes de Bonamassa ter sido projetado pelos pais, e foi o baixista de David Bowie em boa parte da década de 80.
Apocalyptica
Espaço Santa Clara – São Paulo/SP
3 de junho de 2012
Por Andréa Ariani / Fotos: Edi Fortini
Devido à grande procura dos fãs, o show extra dos finlandeses do Apocalyptica, anunciado mais de um mês antes de a banda desembarcar no Brasil, ocorreu no domingo (3) no desconhecido Espaço Santa Clara, uma bela casa de eventos escondida no familiar bairro das Perdizes, em São Paulo. Recém-saídos do lotado e primeiro show de retorno no Carioca Club na noite anterior, os integrantes continuaram surpresos com a quantidade de pessoas que foram vê-los e despediram-se de São Paulo com quase duas horas de show.
Depois da calminha Aleluia na ‘intro’, Eicca Toppinen e Perttu Kivilaakso mandaram On The Rooftop With Quasimodo, enquanto a plateia gritava muito. O baterista Mikko Sirén tomava seu posto e a iluminação dava sinais que seria um adicional para o grande espetáculo. Já com Paavo Lötjönen no palco e ainda mais gritaria, tocaram Grace, com a presença do vocalista Tipe Johnson.
Como era de se esperar, a presença de palco deles é ainda mais impressionante que nos vídeos: pesada, agressiva, interagindo o tempo todo com a galera, mas sem perder a pegada clássica dos refinados arranjos.
Por mais que hoje a banda tenha conseguido se disvincular da diferentona que faz covers do Metallica, são as músicas deles que ganham mais repercussão, caso de Master Of Puppets, que foi tocada na sequência. Tipe voltou ao palco para cantar a nova Not Strong Enough e I’m Not Jesus, que originalmente conta com Corey Taylor (Slipknot, Stone Sour) nos vocais e que ele dedicou aos atendentes do bar – segundo Tipe, eles fazem a noite ficar mais animada.
POSTER - SAVATAGE
RELEASES
Nesta edição:
A Whisper In The Noise
Alaric / Atriarch
Attomica
Candlemass
Carnivore Mind / Hipermenorrea
Cattle Deacapitation
Cavaleiro Dragão
Circus Maximus
Desalmado
Dragonforce
Drudkh
Dynahead
El Caco
Embrio
Eternal Gray
Fire Angel
Firewind
Frangar
Godsmack
Gotthard
Harmoniata
Hass
Job For A Cowboy
Kreator
Laconist
Morgoth
Paul Mccartney (DVD)
Phobia
Raw Decimeting Brutality
Rumpelstiltskin Grinder
Rush
Shadows Fall
So Hideous My Love Soen
Storm Corrosion
Styx (DVD)
Syven
Tank
The Doors (DVD)
The Element
Titans Eve
Vastum
Veil Of Maya
Watain (DVD)
We Are Killing Ourselves
Witchtrap
Zilla
ROADIE COLLECTION – PANTERA
ROADIE NEWS
STAY HEAVY REPORT
Literatura e Heavy Metal
O caminho de ligação entre a literatura e a música é uma via de duas mãos, sendo que muitos trabalhos criados originalmente numa das áreas podem gerar obras maravilhosas também na outra.
Essa conexão entre literatura e a música contemporânea é largamente utilizada no Heavy Metal, e isso acontece em proporções muito maiores do que em qualquer outro gênero musical. Entre os exemplos mais conhecidos estão as composições de bandas, como o Blind Guardian, que se utilizam fartamente de referências à obra de John Ronald Reuel Tolkien, autor de “O Senhor dos Anéis”. Mas, não é só isso. Especialmente na área da ficção são muitos os autores que contribuem com os sucessos que estamos acostumados a ouvir, e entre eles estão Stephen King, Oscar Wilde, William Shakespeare, Edgar Allan Poe, Howard Phillips Lovecraft, além de outros grandes escritores.
Esse lado da relação está muito bem documentado, com vários trabalhos de pesquisa que demonstram o valor cultural que é agregado à riqueza musical representada pela força do Heavy Metal, que, apesar disso, não tem seu valor devidamente reconhecido pelos agentes de cultura e pseudo-intelectuais que desconhecem esse mundo da música pesada.
WANTED CREW - KEVIN MOORE
O ANDARILHO KEVIN MOORE
Derek Sherinian veio e foi embora. Jordan Rudess entrou em seu lugar, conquistou espaço, respeito e admiração dos fãs de Dream Theater. Entretanto, a impressão que dá é que, para boa parte da legião de seguidores da maior banda de Metal Progressivo de todos os tempos, o tecladista que realmente repousa incontestável e amado é Kevin Moore. Presente nos três primeiros álbuns do grupo, no adorado EP A Change Of Seasons (1995) e em alguns registros ao vivo em som e vídeo, o tecladista norte-americano deixou uma marca grande demais para ser esquecido em uma época em que, ao lado de seus parceiros, mudou os rumos da música pesada ao redor do mundo com registros como Images And Words (1992) e Awake (1994). Pois é justamente de tudo isso que ele quer, no mínimo, se afastar um pouco. Negando-se a viver do que conquistou e em busca de novidades, Kevin deixou os antigos companheiros em 1994 e caiu no mundo: viajou pelos Estados Unidos, partiu para a Costa Rica, parou na Turquia e, finalmente, retornou à América do Norte. Na entrevista abaixo, ele nos conta mais sobre esse percurso, fala de suas escolhas profissionais, da relação com o Dream Theater, divide importantes lembranças e comenta Fire Make Thunder (2012), novo álbum do O.S.I., projeto encabeçado por ele e Jim Matheos (Fates Warning).
ROADIE PROFILE - ANDRÉ BIGHINZOLI
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |