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Edição #163

R$29,00

A história do Rush começa em Toronto (CAN) em 1968. Porém, fãs e os próprios músicos da banda consideram o início de carreira do conjunto algo efetivado apenas em 1974 com o lançamento do ‘debut’ Rush e a entrada de Neil Peart para o…

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RUSH

Por Thiago Sarkis

ARTISTAS NO REAL SENTIDO DA PALAVRA

A história do Rush começa em Toronto (CAN) em 1968. Porém, fãs e os próprios músicos da banda consideram o início de carreira do conjunto algo efetivado apenas em 1974 com o lançamento do ‘debut’ Rush e a entrada de Neil Peart para o posto de baterista no lugar do finado John Rutsey. Assumindo que as coisas sejam assim, o que temos aqui na capa da ROADIE CREW é um grupo quase quarentão ainda relevante e em voga como nunca dantes em sua trajetória. Sim, exatamente isso! Pode parecer brincadeira, mas, mesmo sem polêmica, baixaria, uma gostosa nos vocais ou um bonitão no baixo, vidas pessoais expostas ou controversas, músicas simples de três minutos prontas para as rádios ou letras adolescentes, o Rush é Pop e está na moda. Todos conhecem, comentam, reverenciam; poucos ousam criticar. Em outras palavras, o que este trio de sexagenários (ou quase…) formado pelo supracitado baterista, além de Geddy Lee (baixo) e Alex Lifeson (guitarra) nos mostra é que, mesmo que raramente, ainda hoje consistência, conteúdo, talento e qualidade são parâmetros para o reconhecimento e a consagração de um artista. Com ou sem milhões à sua volta interessados por sua música, o Rush é um caso incomum de banda que recupera para a contemporaneidade noções tão caras e enxovalhadas em nossa cultura como “arte”, “músico”, “artista”, “célebre” e “clássico”. Aliás, é justamente de clássico que falamos, já que Clockwork Angels (2012), novo álbum dos canadenses, chega com toda a pinta de mais um grande marco na bagagem desses senhores. Em entrevista exclusiva, o cordial guitarrista Alex Lifeson nos contou detalhes desse trabalho, falou das dificuldades da época de Vapor Trails (2002), dos planos para a turnê mundial que começará em setembro de 2012 e da possibilidade de eles tocarem 2112 (1976) na íntegra e de retornarem ao Brasil. Confira!

CATTLE DECAPITATION

Por Guilherme Spiazzi

DEIXANDO SUA MARCA

Do calor da cidade de San Diego/CA (EUA) para o mundo, o Cattle Decapitation surgiu com uma proposta diferente, agressiva e pesada em meados de 1996 e logo soltou a demo Ten Torments Of The Damned, composta por dez faixas e com apenas oito minutos! A principal diferença estava no fato de a banda defender veementemente o seu ponto de vista contra o consumo e utilização em geral de animais. Apesar de já ter sido censurado algumas vezes pela arte que emprega em suas capas, o grupo vem se mantendo vivo, praticando algo entre o Death Metal e Grindcore, num meio nada popular e que depende do apoio direto dos fãs do estilo. Mesmo com mudanças na formação e no direcionamento musical, fato que gerou vários descontentamentos, a banda que tem sete discos lançados, um split, um single em espanhol e dezesseis anos de estrada. Hoje, vive um dos melhores momentos de sua carreira e está disposta ao que for para continuar mantendo o ritmo de shows, enquanto as letras continuam extremamente ácidas e provocativas, o som ainda é brutal e a proposta de chocar com tudo isso se mantém. Confira as impressões do vocalista Travis Ryan sobre o momento atual da banda, o mundo da música e o mais novo disco, Monolith Of Inhumanity.

DESECRATED SPHERE

Por Christiano K.O.D.A.

PREMATUROS E SURPREENDENTES

Qual seria sua reação, caro leitor, se soubesse que uma banda recém-criada já soltasse de cara um ‘full length’ de tirar o chapéu? Coisa do capeta? Quem sabe… Mas o fato é que o Desecrated Sphere, de Mogi Guaçu/SP, conseguiu essa proeza. Em 2011 o grupo colocou no mercado o álbum The Unmasking Reality, mostrando um Death Metal cuja qualidade despertou interesse no underground. O burburinho aumentou ainda mais após o lançamento do clipe da música Gospel Is Dead na internet, o que mostrou que a banda não estava para brincadeira. Renato Sgarbi (vocal), Gustavo Lozano e Rubens Fraleone (guitarras), José Motor Mantovani (baixo) e Saulo Benedetti (bateria) conversaram com a ROADIE CREW e contaram detalhes sobre essa prematuridade, além de mudanças na formação, o relançamento do disco e os planos para o futuro.

GOTTHARD

Por Thiago Sarkis

IN MEMORIAM: STEVE LEE (1963-2010)

De 1992 a 2009, o Gotthard pareceu viver um ápice a cada novo álbum. Musicalmente, o grupo teve poucos altos e baixos e, em termos de popularidade, apresentava um crescimento sem limites. O sucesso tinha razões: além do talento de seus integrantes, desde o princípio da carreira o conjunto contou com ótimo espaço e muito apoio na cena de seu país, a Suíça. Por outro lado, era praticamente ignorado pelos norte-americanos. Os discos da primeira década do século XXI, entretanto, fizeram com que o quinteto conquistasse territórios até então desconhecidos e passasse a figurar entre os grandes do Hard Rock de sua época. A fatalidade, no entanto, estava no caminho dos suíços. Após um ano de uma bem-sucedida turnê para promover o elogiado disco Need To Believe (2009), Steve Lee (vocal) descansava e realizava um de seus sonhos percorrendo os Estados Unidos montado em uma moto. Um caminhão desgovernado bateu em várias motocicletas estacionadas, uma delas atingiu o vocalista e o matou. Dois meses antes, Steve havia sofrido um acidente de carro, ocasião em que dissera que estava bem e acreditava ter um “anjo da guarda fã de Rock”. Após o falecimento do carismático ‘frontman’, seus companheiros Freddy Scherer (guitarra), Leo Leoni (guitarra), Marc Lynn (baixo) e Hena Habegger (bateria) esperaram um pouco e ficaram incertos quanto ao futuro da banda. Decidiram, porém, seguir em frente com um novo vocalista, Nic Maeder. É com ele que eles chegam agora ao décimo registro completo de estúdio, Firebirth (2012). Em entrevista exclusiva, Marc comenta o recém-lançado trabalho, fala da perda de Steve Lee e do apoio que os pais do cantor deram para que o Gotthard seguisse em frente…

GRAND MAGUS

Por Thiago Sarkis

REIVINDICANDO O TRONO DE SEU NICHO

O Grand Magus se acostumou a encantar um público restrito, mas totalmente devoto e apaixonado por suas composições. Os primeiros quatro lançamentos do grupo – Grand Magus (2001), Monument (2003), Wolf’s Return (2005) e Iron Will (2008) – saíram pela Rise Above Records e receberam críticas tão elogiosas na mídia e no underground que o trio sueco entrou na mira da Roadrunner Records. De contrato assinado com a toda poderosa do Rock/Metal na atualidade, eles surgiram com Hammer Of The North (2010) e viram, pela primeira vez, alguns poucos fãs torcerem o nariz para aquilo que estavam produzindo. Ainda que com relativo sucesso e com boas músicas no disco, ficara claro que a Roadrunner não era a casa ideal para o conjunto e era evidente que o Grand Magus se trata daquelas famosas bandas de nicho que agradam a poucos, mas agradam muito. Grandes demais para a Rise Above, minúsculos para a Roadrunner, eles parecem ter encontrado o amparo certo na Nuclear Blast. É por este selo que apresentam The Hunt (2012), novo álbum por meio do qual reclamam de volta o trono de seu nicho e sobre o qual nos fala com detalhes o vocalista Janne ‘JB’ Christoffersson, ex-Spiritual Beggars.

KEEL

Por Eduardo Archanjo

VOLTANDO AOS VELHOS TEMPOS

Diz a lenda que tudo em que Gene Simmons coloca a mão vira ouro, mas a verdade é que o eterno mascarado do Kiss tem uma visão extraordinária para o talento, muitas vezes bastando apenas um leve empurrãozinho. E foi exatamente essa visão diferenciada que o fez trazer à tona umas das grandes bandas do cenário Hard/Heavy norte-americano da década de 80. Em 1985, Gene produziu o álbum The Right To Rock e dali em diante o mundo conheceu o grupo liderado por Ron Keel (ex-Steeler), que atingiu significativo sucesso nas paradas mundiais. Mas os tenebrosos anos 90 vieram e o Keel, assim como tantas outras bandas de Hard Rock, acabou se dissolvendo. Mais de duas décadas depois, o grupo está novamente ativo e não só celebrou os 25 de The Right To Rock, como lançou um novo trabalho de estúdio, Streets Of Rock & Roll (2010). A ROADIE CREW aproveitou o excelente momento que a banda vem vivendo para conversar um pouco com Ron sobre a recente apresentação no “Monsters Of Rock Cruise”, seus vários projetos, o novo álbum solo e muito mais.

KILL DEVIL HILL

Por Thiago Sarkis e Mitch Lafon

O SUPERGRUPO DE VINNY APPICE E REX BROWN

Com Vinny Appice na bateria, Rex Brown no baixo, Mark Zavon na guitarra e Jason ‘Dewey’ Bragg nos vocais, o Kill Devil Hill faz a sua estreia com toda a pompa e as honras de um supergrupo. Na “cozinha”, dois músicos mundialmente laureados. Os demais integrantes, ainda que não tão conhecidos, são experientes e estiveram em grandes bandas como Ratt, W.A.S.P. e Pissing Razors. Resta saber se juntos farão jus ao legado de suas carreiras e se este quarteto com cara de projeto de curto prazo terá vida longa. Em conversa tranquila, Vinny nos garante que sim, afirma estar totalmente concentrado no novo conjunto e nos dá detalhes interessantíssimos sobre seus tempos de Black Sabbath e sobre a probabilidade de voltar a trabalhar com Tony Iommi (guitarra) e Geezer Butler (baixo) em uma espécie de continuação daquilo que faziam no Heaven And Hell.

PRIMAL ROCK REBELLION

Por Mitch Lafon

O LADO B DE ADRIAN SMITH

Há muito anos guitarrista do Iron Maiden, Adrian Smith, resolveu aproveitar uma brecha na agenda de sua banda para criar um novo projeto. Junto com o ex-vocalista da banda SikTh, Mikee Goodman, ele criou o Primal Rock Rebellion, cujo disco de estreia foi lançado no princípio deste ano. Awoken Broken acabou tendo grande aceitação por parte de fãs e imprensa e mostra uma nova faceta do veterano guitarrista. Num raro intervalo em meio à turnê americana do Maiden, Adrian conversou com a ROADIE CREW para falar sobre esse novo trabalho e explicar o que o motivou a criar esse material, quais seus planos para o Primal Rock Rebellion e de que forma pretende dar continuidade à sua carreira além do Iron Maiden.

RED FANG

Por Andréa Ariani

APRESENTANDO AS GARRAS

 

Conhecidos por serem beberrões, os quatro músicos de Oregon (EUA) também ganharam destaque por seus videoclipes divertidos e pela turnê conjunta com bandas como Mastodon. Mais do que a última novidade do Stoner, o Red Fang tem colecionado admiradores pela qualidade de seu som, especialmente a partir do lançamento de Murder The Mountains (2011), que marca a nova parceria com a Relapse Records. Enquanto Bryan Giles (guitarra e vocal), Aaron Beam (baixo e vocal) e David Sullivan (guitarra) se especializam em fermentados e destilados, o batera e mais falante do grupo, John Sherman, deu um tempinho na extensa agenda e conversou com a ROADIE CREW sobre vídeos, música e a vontade de tocar no Brasil.

STRESS

Por Ricardo Batalha

UM ANO DE COMEMORAÇÕES

 

Há exatos trinta anos, o grupo paraense Stress encarou uma viagem de ônibus de três dias, saindo de Belém rumo ao Rio de Janeiro, para realizar o sonho de gravar um disco. Mesmo com tantos problemas durante a gravação, a falta de recursos e a inexperiência em estúdio, o álbum Stress acabou se tornando um marco do Heavy Metal brasileiro. Detentor do feito de gravar o primeiro registro do estilo no país, o grupo viveu os altos e baixos comuns a todos que atuam no cenário musical, mas sua importância como desbravador jamais será apagada. Roosevelt “Bala” (vocal e baixo), Paulo Gui (guitarra) e André Chamon (bateria) planejam não só celebrar o feito histórico nos palcos, como têm planos para lançar material novo em 2013. Na entrevista a seguir, Roosevelt Bala fala sobre a atual situação da banda e conta algumas curiosidades sobre a gravação do disco de estreia.

TANKARD

Por Ricardo Batalha

THRASH, PUNK, CERVEJA, BOM HUMOR E IRONIA

Esqueça aquelas caras sisudas comuns em bandas de Heavy Metal. O grupo alemão Tankard completa trinta anos de estrada fazendo um som agressivo, pesado, mas sempre mantendo o bom humor. Formado atualmente por Andreas “Gerre” Geremia (vocal), Andreas “Andy” Gutjahr (guitarra), Frank Thorwarth(baixo) e Olaf Zissel (bateria), o grupo de Frankfurt segue firme com seu “Alcoholic Metal”, mesclando Thrash, Punk e ironia, chegando agora ao décimo quinto álbum da carreira, A Girl Called Cerveza. Na entrevista a seguir, o vocalista Gerre conta alguns detalhes do novo trabalho e fala sobre cerveja, futebol e o segredo de se manter na ativa por três décadas.

TIERRAMYSTICA

Por Antonio Carlos Monteiro

DA AMÉRICA LATINA PARA O MUNDO

Formado por Ricardo Chileno (charango, ocarina, violão, craviola e voz), Luciano Thumé (teclado), Fabiano Muller (guitarra, violão, quena), Gui Antonioli (vocal, percussão), Duca Gomes (bateria e bombo leguero), Rafael Martinelli (baixo, zampogna, quena e voz) e Alexandre Tellini (guitarra, violão, zampogna, voz) (foto, da esq. p/ dir.), o Tierramystica iniciou suas atividades já focando no sucesso que, a despeito de seu pouco tempo de estrada, vem se tornando realidade. Os fundadores Fabiano e Alexandre contam a história do septeto gaúcho.

VELHAS VIRGENS

Por Antonio Carlos Monteiro

25 ANOS DE CERVEJA, SACANAGEM E ROCK’N’ROLL

São 25 anos de estrada, todos eles na total independência. Resultado de muita ralação, essa é uma marca que orgulha o Velhas Virgens e sua principal figura, Paulo de Carvalho, o Paulão. Vocalista, compositor, redator de programa de TV, escritor (lançou recentemente o livro “Na Terra Das Mulheres Sem Bunda”, em que conta sua viagem de lua-de-mel pela Europa) e, principalmente, uma daquelas figuras carimbadas que de vez em quando a gente encontra pelo caminho, Paulão hoje se faz acompanhar por Alexandre “Cavalo” Dias (guitarra), Roy Carlini (guitarra e filho da lenda do Rock brasileiro Luiz Carlini), Tuca Paiva (baixo), Simon Brow (bateria) e Juliana Kosso (backing vocals). Nessa primeira vez em que estampa as páginas da ROADIE CREW, Paulão fala da história da banda e sobre uma infinidade de outros assuntos. Sempre com muito bom humor e com sinceridade a toda prova.

SERJ TANKIAN (SYSTEM OF A DOWN)

Por Steven Rosen

A VOZ DO SYSTEM OF A DOWN E SEUS MUITOS PROJETOS

O vocalista do System Of A Down e também artista solo Serj Tankian é possivelmente uma das pessoas mais criativas que você pode encontrar. Assim, não é à toa que quando o System deu uma parada, em 2006, ele imediatamente deu início à sua carreira solo, lançando Elect The Dead (2007) e Imperfect Harmonies (2010). Agora, ele acaba de soltar seu terceiro trabalho solo, Harakiri, mas vem muito mais por aí. O cantor, produtor, engenheiro de som e compositor também está trabalhando num disco de Jazz, num projeto de Música Eletrônica, numa sinfonia e num livro de poesias, além de estar na estrada com seus chapas do System Of A Down. Mas seu principal foco no momento é o disco Harakiri. Nele já elementos Góticos, de Música Eletrônica e até do Rock dos anos 80 misturados ao logo das faixas, que foram escritas, arranjadas e produzidas pelo próprio Serj. Nossa conversa com o vocalista tratou de seu novo disco, do System Of A Down e de muitos outros assuntos.

BACKGROUND - ROLLING STONES - PARTE 2

Por Antonio Carlos Monteiro Mesmo conseguindo, enfim, um acordo para se apresentar regularmente todas as quintas-feiras no Marquee, os Stones continuavam com um problema. Na verdade, com dois: baixo e bateria – principalmente essa última. Mick Avory tinha participado do primeiro show da banda na condição de convidado e vários músicos se revezaram no posto nos meses que se seguiram. Entre eles, estava Carl O’Neil Little, conhecido no meio musical como Carlo Little e que Keith mais tarde definiria como “um açougueiro” tamanha a energia com que ataca pratos e tambores. O baterista, aficionado pelo Rock’n’Roll de Chuck Berry e Little Richard, logo começou a ser requisitado por cantores e bandas, chegando a tocar com Nicky Hopkins (que no futuro viria a trabalhar com os Stones) e a gravar o single Country Line Special com o Cyril Davies All Stars, música que influenciou Keith Richards e Ray Davies (do Kinks). Little também é considerado o músico que mais influenciou, em termos de estilo e sonoridade, um dos maiores bateristas da história, Keith Moon (The Who). Little fez alguns shows com os Stones no segundo semestre de 1962 e, apesar dos insistentes pedidos de Brian Jones, preferiu não se fixar no grupo. Carlo Little morreu de câncer no pulmão em 2005, aos 66 anos. Enquanto os bateristas se revezavam, o baixista Dick Taylor resolveu que era mais interessante continuar seus estudos e em novembro de 1962 resolveu largar a banda para retomar seu curso no Royal College Of Art. A busca por um substituto chegou num sujeito mais velho que eles, mas que tinha algo que era quase impossível naquela época: um amplificador!

BACKSPAGE

Por Vitão Bonesso

KEITH EMERSON, RICK WAKEMAN E JON LORD: REFÊRENCIAS ETERNAS DOS TECLADOS

É mais que normal comentar sobre tecladistas dos anos 70 e 80 e ver gente citando alguns desses três nomes: Keith Emerson, Rick Wakeman e Jon Lord. Ainda nos dias de hoje, este é considerado um trio imbatível. Eles fazem parte de uma época em que os tecladistas chamavam a atenção, não só por serem excelentes em seus instrumentos mas porque, mesmo ficando restritos a um dos lados do palco, cativavam a plateia com um visual que contava com uma parafernália de teclados.

Keith Emerson e seu “painel de avião”

É bem verdade que, naqueles tempos, para cada som era necessário um instrumento diferente, inclusive o sintetizador Moog – no caso de Keith Emerson, ele trazia acoplado a um enorme painel que mais parecia um painel de um avião e que, na verdade, havia sido o protótipo do sintetizador inventado por Robert Moog. No mesmo painel havia um osciloscópio e uma enorme quantidade de botões que serviam mais para causar espanto na audiência… E causavam. Em algumas ocasiões, até mesmo um piano de cauda podia ser visto no set de Keith Emerson, como na lendária apresentação que o Emerson, Lake & Palmer fez em abril de 1974 no festival “California Jam”. Em dado momento, um grand piano foi suspenso a uma altura de quase dez metros, com Emerson amarrado ao banco – e ele, por alguns minutos, fez um solo enquanto o piano girava no ar. Puro egocentrismo aliado a bastante exibicionismo, tudo regado a muito uísque, que Emerson consumia avidamente em cada apresentação do ELP.

BLIND EAR - JAMEY JASTA (HATEBREED)

Jamey Jasta – vocal (Hatebreed)

Por Claudio Vicentin / Fotos: Flávio Hopp

“Muito bom, muito pesado! Parece que tem algo de Testament aqui. É alguma música nova deles? (R.C.: Não. Escute o vocal, mas essa ‘intro’ pode lembrar realmente  algo do Testament). Sim, isso está muito legal, mas não estou reconhecendo. (R.C.: é uma banda brasileira). É o Torture Squad? (R.C.: Não). Ah, é o Krisiun! São extremos, curto demais essa banda. Eu estava na Inglaterra e uma menina Punk chegou para falar comigo. Ela disse que estava indo para o show à noite e que era melhor a gente detonar como fez o Krisiun na noite passada porque eles eram matadores. Eu disse: ‘OK, vamos tentar!’ (risos)”

Krisiun – The Will To Potency

The Great Execution

CLASSICOVER - BLITZKRIEGCLASSICOVER - BLITZKRIEG Por Ricardo Batalha

Por Ricardo Batalha

Original: Blitzkrieg

Álbum: Buried Alive (single, 1981)

Cover: Metallica

Álbum: Creeping Death (single, 1985)

Há exatos dez anos, quando finalmente pude realizar o sonho pessoal de ver a banda inglesa Blitzkrieg ao vivo, bateu aquele sentimento de que o vocalista Brian Ross e muitos outros daquela turma que participaram da New Wave Of British Heavy Metal poderiam ter tido maior sorte. Em certo momento daquele show no palco menor (W.E.T. Stage) do “Wacken Open Air” de 2002, Ross brincou com o público dizendo: “Esta próxima música é famosa, uma banda americana até a regravou.” Claro, ele se referia ao Metallica e à música que dá nome à banda, Blitzkrieg.

Com uma história que se funde com a de outros orgulhos da Inglaterra, o Satan e o Avenger, e com quase a mesma turma de músicos, o Blitzkrieg foi criado em 1980 na cidade de Leicester, onde nasceram nomes como Jon Lord (Deep Purple), John Deacon (Queen) e Trevor Horn (The Buggles e Yes). A formação inicial trazia, além de Brian Ross, os guitarristas Jim Sirotto e Ian Jones (guitarras), Steve English (baixo) e Steve Abbey (bateria).

Apesar de ter sido lançada originalmente no single Buried Alive(1981), Blitzkrieg fez parte de uma demo tape que saiu em novembro de 1980, ao lado de outros clássicos como Inferno e Armageddon. As versões da demo saíram anos depois no álbum A Time Of Changes – Phase 1 (Castle/Sanctuary) como bônus do ‘debut’ A Time Of Changes, que só chegou ao mercado em 1985. “As músicas de A Time Of Changes foram compostas em 1981 e o álbum deveria ter saído naquele ano, mas nos separamos antes de ter a chance de gravá-lo”, explica Brian Ross.

CLASSICREW

Por Redação ClassiCrew

 

1972

JEFF BECK GROUP

Jeff Beck Group

Bento Araujo

Em 1971, um dos maiores guitarristas do mundo estava colocando em prática uma versão totalmente reformulada de seu Jeff Beck Group, que já havia contado com a participação de Rod Stewart, Ron Wood e Nicky Hopkins, entre outros. Beck buscava então um direcionamento mais Soul e R&B, e assim escalou Max Middleton para os teclados, Cozy Powell para a bateria, Clive Chaman para o baixo e um jovem e talentoso vocalista negro chamado Bob Tench (ex-Gass).

Essa segunda versão do Jeff Beck Group soltou em 1971 o álbum Rough And Ready, que mostrou muito bem a nova proposta musical do guitarrista e de sua turma – todos ansiosos para registrar mais um disco no ano seguinte.

Em janeiro de 1972, todos eles partiram rumo a Memphis, no Tennessee (EUA), a Meca do Rock’n’Roll e berço da Sun Records, do selo Stax e da música sem firulas, feita com emoção e pegada…

 

1982

Uriah Heep

Abominog

Antonio Carlos Monteiro

Após gravar uma dúzia de álbuns bem-sucedidos ao longo dos anos 70, o Uriah Heep ingressou na década seguinte em meio a uma grande crise. Após a gravação de Conquest (1980), que o baixista Trevor Bolder definiria mais tarde como “um álbum difícil de fazer, gravado por uma banda totalmente confusa”, o grupo praticamente se desintegrara com as saídas de John Sloman (vocal), Chris Slade (bateria), Gregg Dechert (teclados) e o próprio Bolder. O guitarrista Mick Box se viu com um nome, Uriah Heep, mas sem uma banda. Pra piorar, tentou chamar de volta o vocalista David Byron, que tinha largado o grupo em 1976. “Eu tinha um bom contrato e bastante dinheiro para convencê-lo e quase não acreditei quando ele disse que não estava interessado.” Mick, então, tomou uma atitude madura: “Me tranquei no meu apartamento por dois dias e enchi a cara como senão houvesse amanhã, morrendo de pena de mim mesmo”, confessaria anos depois.

Curado da ressaca e disposto a juntar os cacos, Mick, após considerar a possibilidade de encerrar a trajetória do Uriah Heep por ali, foi atrás dos músicos que poderiam dar continuidade à banda. O primeiro a topar foi o batera Lee Kerslake, que já havia tocado com ele de 1971 a 1979. Depois vieram Bob Daisley (ex-Ozzy, baixo), John Sinclair (ex-Lion, teclados) e Peter Goalby (ex-Trapeze, vocal). E foi com esse grupo renovado que o Uriah Heep lançou seu próximo disco, Abominog.

1992

W.A.S.P.

The Crimson Idol

Antonio Carlos Monteiro

Uma das vantagens de ser o “dono” de uma banda é a liberdade de poder fazer o que quiser com ela. Blackie Lawless, fundador, mentor e proprietário do W.A.S.P., quis se valer disso no início dos anos 90. Em 1992, vivendo um momento em que os músicos de seu grupo haviam debandado, resolveu dar continuidade a um projeto que já desenvolvia há mais de dois anos: um disco conceitual contando a história de um sujeito que queria virar um rockstar. A intenção inicial era que esse trabalho saísse como um projeto solo de Blackie, e não pela “marca” ‘W.A.S.P.’. Típico “disco-do-eu-sozinho”, The Crimson Idol, nome escolhido para a bolacha, teve história e suas dez faixas escritas por Lawless, que também gravou vozes, guitarra, teclados e baixo, além de atuar como produtor. Para ajudá-lo na empreitada, ele chamou apenas o guitarrista Bob Kulick e os bateristas Frankie Banali (que já vinha trabalhando com o W.A.S.P.) e Stet Howland.

A história de The Crimson Idol girava em torno de Jonathan Steel – e lembremo-nos de algo muito importante: o enredo de uma Ópera-Rock não precisa fazer sentido pra funcionar (vide o de Tommy, de resto uma verdadeira obra-prima). A tradicional e batida história de “ascensão e queda” tem início na família de Jonathan, cujo irmão, Michael, é descaradamente o preferido dos pais.

EDITORIAL

Por Airton Diniz Mais uma perda irreparável

                O ciclo natural da vida se repete infalivelmente, e no último dia 16 de julho nos tirou mais um ídolo do cenário do Rock: Jon Lord (foto, ainda jovem, como sempre gostaríamos de vê-lo). Ao receber a notícia foi impossível não me lembrar dos primeiros discos do Deep Purple lançados no Brasil e que chegavam às minhas mãos através de uma colega de escola cujo pai trabalhava na Odeon, gravadora que lançava os títulos da EMI no mercado nacional. Era sempre uma emoção difícil de conter e, mais ainda, a ansiedade de chegar em casa com aquele LP de vinil, com capa dupla, e ouvir aquele som maravilhoso enquanto devorava as informações do encarte com os detalhes técnicos e curtia as imagens e fotos, coisa que não se encontra mais com a qualidade de antigamente. Isso foi na fase conhecida como Mark II (os discos anteriores só seriam lançados depois) que trazia o line up com Ian Gillan, Ritchie Blackmore, Roger Glover, Jon Lord e Ian Paice. Com o passar dos anos Jon se tornou um dos maiores nomes da música, não só como instrumentista, mas também como compositor e criador de algumas das mais importantes obras das últimas décadas. Foi um dos membros fundadores do lendário Deep Purple, que está entre os pilares da música pesada ao lado de Led Zeppelin e Black Sabbath, e que estabeleceram os alicerces que sustentam o Heavy Metal. Jon sempre teve o comportamento e a postura de um nobre, aliás, nobreza que pode não estar num título concedido pela Rainha, mas está presente até mesmo no seu nome de família (Lord) e no seu competente trabalho artístico. É composição dele o Concerto For Group And Orchestra, com letras de Ian Gillan, cuja primeira apresentação ocorreu em 24 de setembro de 1969, com a banda acompanhada pela Royal Philharmonic Orchestra conduzida por Malcolm Arnold. A gravação deste show foi o primeiro registro do Purple com a participação de Gillan e Glover, e esta é considerada a primeira experiência concreta de integração da música erudita com o mundo do Rock, e a primeira performance unindo no palco uma banda de Rock com uma orquestra completa. É inevitável que volte à memória, e com saudade, a passagem pelo Brasil da turnê comemorativa dos 30 anos do Concerto For Group And Orchestra, quando tivemos a marcante presença de outro gênio do Rock como convidado especial: Ronnie James Dio. Dio e Lord agora podem novamente brilhar juntos onde estão.

Agora falando do conteúdo desta edição, na matéria de capa trazemos uma agradável entrevista com Alex Lifeson falando sobre o grandioso Rush e, mantendo o costumeiro equilíbrio entre novidades da cena e artistas consagrados, entrevistamos o Desecrated Sphere, o Red Fang, assim como o Gotthard, o Stress, enfim gente de todas as gerações. E neste mês temos uma estreia sensacional em nossas páginas: o Velhas Virgens, numa conversa bem humorada e sincera do Paulão com o Tony Monteiro. É preciso destacar também a seção Roadie Collection, finalmente com o Ramones, e tenho certeza que muita gente vai curtir, mesmo que discorde das escolhas do Maicon Leite.

Airton Diniz 

ETERNAL IDOLS - JIM CAPALDI

Por Antonio Carlos Monteiro Jim Capaldi (02/08/1944 – 28/01/2005)

 

Foi no final do século XIX que o italiano Pasquale Capaldi resolveu deixar sua terra natal para tentar a sorte na Inglaterra. Pasquale, um talentoso acordeonista, e sua mulher Angelina tiveram nove filhos, sendo que o caçula, Nick, seguiu os passos do pai e aprendeu a tocar acordeão. Com o tempo, virou músico profissional, enquanto sua esposa, Maria, era uma cantora que chegou a gravar um disco 78 rpm.

Foi nesse ambiente cercado de música que, no dia 2 de agosto de 1944, em EveshamWorcestershire (ING), nasceu Nicola James Capaldi, logo apelidado Jim. Começou a estudar música ainda criança, dedicando-se ao piano e ao canto, passando depois para a bateria.

Jim já tinha 16 anos quando conheceu o guitarrista Dave Mason. A primeira banda de ambos foi The Hellions. O grupo chegou a fazer algumas gravações e em 1964 foi à Alemanha acompanhar a cantora Tanya Day. Lá também estava o The Spencer Davis Group, que tinha nos vocais Steve Winwood. A banda que ficou no mesmo hotel que o Hellions e não demorou para que surgisse uma amizade entre Jim, Dave e Steve.

De volta à Inglaterra, a banda conseguiu relativo sucesso, aí incluído um contrato para apresentações regulares no clube Whisky a Go-Go em Londres, para onde os músicos haviam se mudado. Porém, depois de quatro singles gravados e nenhum sucesso, Mason desanimou e pulou fora.

GARAGE DEMOS

Por Redação

Envie o seu link no MySpace (com pelo menos três músicas novas disponíveis) acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected].

Nesta edição:

Jack Devil

Screams Of Hate

Cruscifire

Massacre

Soul Assassins

HIDDEN TRACKS - X-WILD

Por Silvio Cesar Brandespim

X- Wild

Origem: Alemanha

Época: anos 90

Estilo: Metal Tradicional/Power Speed Metal

Formação clássica: Frank Knight (vocal), Axel Morgan (guitarra), Jens Becker (baixo) e Stefan Schwarzmann (bateria)

Discografia: So What (1994), Monster Effect (1995) e Savageland(1996)

Logo após o álbum Pile Of Skulls, lançado pelo Running Wild em outubro de 1992, o guitarrista Axel Kohlmorgen se mostrou insatisfeito com os novos rumos que o grupo pretendia tomar e acabou sendo despedido da banda de Rolf Kasparek. Assim que saiu, ele recrutou o baixista Jens Becker, que havia saído do Running Wild logo após a turnê de Blazon Stone (1991) e das regravações contidas em The First Years Of Piracy (1991).

Encorajada a continuar na música pelos próprios membros do fã clube oficial do Running Wild, a dupla convenceu o baterista Stefan Schwarzmann para se juntar a eles. Para o posto de vocalista eles encontraram, por intermédio de Dane Kurth – presidente do fã clube oficial do Running Wild –, o britânico Frank Knight.

Com três ex-Running Wild em suas fileiras, os músicos resolveram batizar a nova cria ironicamente de X-Wild, fato que desagradou Rolf Kasparek. Porém, tanto Axel quanto Jens afirmaram que o nome não foi escolhido para provocar seu antigo patrão. Assim, os músicos começaram a ensaiar para o lançamento do ‘debut’. Neste ínterim, o vocalista Frank deu uma ajuda ao Accept nas sessões de Objection Overruled (1993), gravando alguns backing vocals.

De volta aos estúdios, o X-Wild finalizou seu álbum de estreia em 14 de fevereiro de 1994 e soltou-o pelo modesto selo Tricolor Music.

LIVE EVIL - RHAPSODY OF FIRE

Por Thiago Rahal Mauro Rhapsody Of Fire

Carioca Club – São Paulo/SP
30 de junho de 2012
Por Thiago Rahal Mauro / Fotos:
 José Ricardo Ferreilra

Atualmente, o Rhapsody Of Fire passa por um momento de mudanças na carreira, principalmente depois da saída do guitarrista Luca Turilli e da formação de um novo grupo chamado Luca Turilli’s Rhapsody. Essa transição que os músicos enfrentam é bem diferente de quando eles apenas adicionaram ‘Of Fire’ ao nome, pois um de seus principais compositores está fora e criando músicas de sonoridade parecida. Aliás, quando eles começaram, com Legendary Tales (1997), mal tocavam ao vivo, principalmente porque naquela época ainda se vendia CDs. Hoje, eles têm que se apresentar para sobreviver e gravar um novo álbum.

A formação atual segue com Fabio Lione (vocal), Alex Staropoli (teclado), Tom Hess e Roberto De Micheli (guitarras), Oliver Holzwarth (baixo) e Alex Holzwarth (bateria). E, mesmo com todos os problemas, o grupo continua divulgando seu último trabalho, From Chaos To Eternity (2011), que foi bem aceito pelos fãs. Apesar de o gênero abraçado pelo grupo não estar em seus melhores dias em termos de popularidade, os fãs que compareceram ao Carioca Club, em São Paulo, assistiram músicos inspirados e com um repertório repleto de clássicos, sendo este o último show da turnê antes do lançamento do próximo trabalho.

A apresentação do Rhapsody Of Fire começou com a rápida From Chaos To Eternity e logo de cara mostrou que os guitarristas Tom Hess e Roberto De Micheli deram um peso maior para a banda, mas nada que deixe os fãs apreensivos quanto a mudanças drásticas na sonoridade.

LIVE EVIL - VIPER/INCANTATION-IMMOLATION

Por Thiago Mauro / Edi Fortini

Viper

Via Marquês – São Paulo/SP
1º de julho de 2012
Texto: Thiago Rahal Mauro / Fotos: Denis Ono

Para comemorar o retorno do Viper aos palcos, nada melhor que um show à altura da história do grupo no Brasil. A casa que recebeu a banda foi a Via Marquês, em São Paulo, que recentemente abrigou o Soulfly e nesta noite de festa estava totalmente lotada com dois mil presentes. Poucos problemas aconteceram durante o show, mas foram bastante comentados por algumas pessoas como, por exemplo, a falta de água no banheiro masculino, além do atraso de uma hora em decorrência da grande fila que se formou do lado de fora.

Por volta de 21h, as luzes se apagaram e após uma bela e apoteótica introdução, Knights Of Destruction, música de abertura de Soldiers Of Sunrise (1987), veio para agitar o público e se mostrou ainda mais atual do que muitas bandas da atualidade. Nightmares e The Whipper mostraram um grupo entrosado, sobretudo nas guitarras de Hugo Mariutti e Felipe Machado, além, é claro, da ajuda de ambos nos backings muitos bem encaixados e ensaiados, diga-se. Andre Matos estava muito animado e a todo o momento brincava com a plateia como há muito não se via no vocalista.

A primeira parte do show seguiu com Wings Of The EvilSigns Of The Night e a instrumental Killera (Princess Of Hell), que foram um belo aperitivo para que os fãs cantassem o refrão de Soldiers Of Sunrise e Law Of The Sword“Naquele tempo, a gente se sentia como soldados do Metal.

Incantation e Immolation

Hangar 110 – São Paulo/SP
08 de julho de 2012

Texto e fotos: Edi Fortini

Véspera de feriado estadual em São Paulo, uma noite especialmente fria e chuvosa de inverno na capital. Esse era o clima totalmente propício para um evento aguardado há alguns meses, pois duas grandes bandas americanas de Death Metal estariam em nossas terras para algumas apresentações: Incantation e Immolation.

A agenda brasileira contou com quatro datas, com bandas de aberturas diferentes para cada evento. Após tocarem em Belo Horizonte (MG) na noite anterior, a expectativa dos paulistanos era grande. Com um pouco de atraso, o que infelizmente se tornou típico na casa, a banda carioca de Death Metal Lacerated And Carbonized foi escolhida para dar início à noite que, para muitos, seria épica. Em fase de divulgação de seu primeiro álbum, Homicidal Rapture, lançado no ano passado pelo selo Mutilation Records, o grupo tem chamado a atenção dos fãs do estilo de forma gradativa e estará em breve partindo para uma turnê europeia. Surpreendendo positivamente os presentes, algumas músicas desse CD, como Cephalic Crusher, Homicidal Rapture, Seeds Of Hate e Mundane Curse foram escolhidas para o set. A presença de palco dos cariocas é cativante e foi um início perfeito para tudo o que haveria de ser vivenciado naquela noite.

LIVE EVIL - MARRECO'S FEST

Por Silvio Cesar Brandespim Marreco’s Fest

Cine Drive-In (Autódromo Nelson Piquet)

15 e 16 de junho de 2012

Por Silvio Cesar Brandespim / Fotos: Marina Marques e Silvio C. Brandespim

Como diz o velho ditado popular, “tudo que é bom um dia chega ao fim”. Assim, para tristeza do Centro-Oeste, o festival mais importante desta região chegou à sua última edição. E, deixando as superstições e profecias de lado, o idealizador Fábio Marreco fez questão de proporcionar uma despedida inesquecível e de honra ao Heavy Metal.

Na sexta-feira partimos de Goiânia para Brasília e quando chegamos ao festival e a primeira banda já estava no palco. Divulgando o primeiro álbum, Riders Of Doom, a banda curitibana True apresentou um Death/Thrash Metal lembrando muito o início dos paulistanos do Torture Squad. Apesar de o público ainda ser tímido, foi uma ótima abertura.

Como as bandas se revezaram nos palcos, assim que o True finalizou seu set, os maranhenses do Skrok iniciaram seu show no outro palco. Promovendo o EP Devastation, o grupo apresentou um Thrash Metal com muita pegada e riffs nervosos, agradando bastante. Em seguida, veio a horda brasiliense Denied Redemption, que decorou o palco com pentagramas e castiçais com velas, dando um clima bem fúnebre. Promovendo o ‘debut’ Egregora Tenebrae, o grupo apresentou seu instrumental elaborado e até sinfônico, com presença marcante dos teclados de Zalmonix Cervicapri que, juntamente com os vocais insanos e agonizantes de Junior Nnv, criaram um clima infernal.

A banda seguinte foi a brasiliense de Death/Thrash Metal Device, que fez um show brutal e com sangue nos olhos. Promovendo o ótimo Antagonistic, o som do grupo lembrou Deicide e a finada banda de Erik “Legion” ex-Marduk, Devian.

LIVE EVIL - ROÇA 'N' ROLL

Roça ‘N’ Roll – 14ª Edição

Fazenda Estrela – Varginha/MG

14, 15 e 16 de junho de 2012

Por Ivanei Salgado / Fotos: Brendan Greene

Colaborou: Écio Diniz (Pólvora Zine)

Os shows de Rock/Metal têm uma grande diferença em relação aos eventos convencionais: enquanto em shows de estilos massificados pela mídia e de qualidade artística duvidosa a música é apenas um detalhe, aqui ela é o mais importante e, aliado a isso, ainda há o companheirismo, a diversão e a harmonia. E a 14ª expedição do “Roça’n’Roll” contribuiu para reforçar essa característica dos eventos direcionados à música e ao público underground, pois trouxe uma programação de extrema qualidade e um clima propício para celebração aos excessos e à amizade.

A farra deste ano começou discreta na quinta-feira (14 de junho) com a banda Santo Graau Bêbados S/A, em uma programação fechada no camping do Roça. A sexta-feira destacou os grupos Zamat (Blues Rock), All Random (System Of A Down cover), Odor Alcoólico (Heavy Metal), Jukebox (Classic Rock) e Faith No More Cover Brasil. Mas o “bicho pegou” realmente no sábado (16/06), dia principal do projeto.

Com uma estrutura digna dos festivais ‘open air’ europeus, o “Roça’n’Roll” dispunha de dois palcos, intitulados de Sete Orelhas e Tira Couro, em homenagem ao mito mineiro Januário Sete Orelhas, a Tenda Combate para as bandas regionais e espaços para stands e praça de alimentação.

A inauguração do palco Sete Orelhas ficou ao cargo da banda varginhense Motosserra Truck Clube, que lançava seu primeiro álbum, Na Estrada. Formado por cinco figuras que se equiparam em talento e feiúra, mandaram músicas energéticas no estilão do velho Motörhead, com destaque para Num Vai PrestáTira-Gostoe para o pedido de casamento tosco de um fã durante show.

No palco Tira Couro, a banda Tormento, vencedora da seletiva Belo Horizonte, tocou nove músicas próprias. E apesar da pouca idade, o quinteto investe pesado no mais puro Thrash Metal na linha Slayer, Sodom e Destruction.

Ainda sob a luz do sol, o paulista DZK, uma lenda do Punk Rock nacional, trouxe agitação e músicas de protesto. Com mais de vinte anos de carreira, o grupo representou muito bem o estilo no festival através de temas como Nação Sem FuturoCrianças Abandonadas e Anarkizando.

LIVE EVIL - SWEDEN ROCK FEST

Sweden Rock Festival

Sölvesborg/SUE

6 a 9 de junho de 2012

Por Carlo Antico, Luiz Porto e Jayme Lima / Fotos: Heloisa Vidal

Há uma velha máxima que diz: “O difícil não é chegar ao topo, é se manter lá.” Ela pode ser usada para várias coisas na vida, inclusive para festivais. O “Sweden Rock Festival” é realizado desde 1991 e cresceu gradualmente até chegar ao nível que se encontra hoje, o de provavelmente melhor, mais eclético e completo festival de Rock do mundo. Obviamente, não dá para precisar em qual desses mais de vinte anos de existência o festival passou a ser o melhor, mas o ano de 2003 (por uma coincidência, o primeiro que teve cobertura da ROADIE CREW) foi marcante, já que foi nele que o Twisted Sister fez seu primeiro show de reunião. A partir daí, o evento ganhou uma duração maior e desde 2007 passou a ser realizado em quatro dias, sendo um de ‘warm up’ (aquecimento), sendo a melhor opção para fãs de Metal, Hard Rock, Classic Rock e Progressivo.

Pelo décimo ano consecutivo, a ROADIE CREW marcou sua presença, desta vez junto a um grupo de mais trinta brasileiros que, inclusive, foram matéria principal do jornal da cidade de Kristianstad, quartel-general do Brasil no festival. Cabe lembrar que, mesmo com uma equipe de três pessoas, é impossível assistir a tudo. Afinal, há bandas que são unanimidade e alguns momentos de descanso são necessários para todos.

 

Infraestrutura e organização

O “Sweden Rock Festival” chegou à sua 21ª edição apresentando a mesma (e excelente) estrutura dos últimos anos.  A área usada para a montagem foi a mesma do ano passado (que havia crescido em 20.000 metros quadrados em relação ao ano anterior), mas a organização promoveu algumas pequenas mudanças visando a melhoria do atendimento do público e dos profissionais envolvidos.

O evento contou novamente com cinco palcos, divididos em ordem decrescente de tamanho e importância: Festival Stage, Rock Stage, Sweden Stage, Zeppelin Stage e Rockklassiker Stage, além de uma pequena tenda em que se apresentavam algumas bandas menores. O menor palco, Rockklassiker Stage, saiu da área central e ocupou um local onde havia um pequeno parque de diversões em 2011, ficando mais confortável para músicos e público, enquanto os demais palcos se mantiveram em seus lugares habituais.

A estrutura de alimentos e bebidas foi basicamente a mesma dos últimos anos, uma das melhores vistas em festivais: a variedade de opções é enorme, encontra-se de sopa a comida Tailandesa, com variações para todos os gostos. Mantiveram também a oferta de água potável para o público – você não pode entrar com garrafas cheias de bebida, mas pode levar uma garrafa vazia e enchê-la nos pontos de água oferecidos pela organização.

POSTER – DESTRUCTION (MAD BUTCHER)

Por Redação Poster – Destruction (Mad Butcher) o álbum

RELEASES

Por Redação

Nesta edição:

Age Of Artemis

Andralls

Attero

Baroness

Big Five

Blancawhite

Carlos Santana (DVD)

Coldworker

Command6

Enemy Reign

Fear Factory

Grand Magus

Grave

Ihsahn

In This Moment

Jack Blades

Jaded Heart

Jeff Healey (DVD)

Kiko Loureiro

Laconist

Manowar

Miasthenia (DVD)

Million Dollar Reload

Mnemic

Nile

Prong

Remove Silence

Saxon

Spawn Of Possesion

The Agonist

Thin Lizzy (DVD)

To The Lamb

Whitechapel

ZZ Top

ROADIE COLLECTION – RAMONES

Por Maicon Leite Atire a primeira pedra quem não começou ouvindo som pesado com Ramones, que foi referência direta para diversos grupos de Metal, Hard Rock, Thrash… Pois é, o quarteto nova-iorquino empolgou milhões de jovens e exerceu papel importante na história da música, fascinando e divertindo a todos com seus três acordes e letras de fácil assimilação. Embora sempre tivesse Joey Ramone (vocal) e Johnny Ramone (guitarra) à frente, foi com a cozinha de Dee Dee Ramone (baixo) e Tommy Ramone (bateria; posteriormente, Marky) que o grupo obteve destaque e marcou a cena Punk. Influenciado por bandas clássicas dos anos 50 e 60, entre elas Beatles, The Who, Rolling Stones, The Stooges, Beach Boys, The Kinks e New York Dolls, o Ramones criou uma sonoridade única, principalmente pela voz de Joey, uma espécie de marca registrada. Infelizmente, três dos seus principais membros já não estão entre nós, com Joey, Johnny e Dee Dee deixando uma legião de fãs inconsoláveis. Mas o grupo deixou uma vasta coleção de hinos do Rock e de discos, selecionados aqui para inaugurar esta primeira homenagem aos reis do Punk Rock. Seria preciso pelo menos dois “Roadie Collection” para não cometer injustiças, mas vamos lá…

ROADIE NEWS

Por Redação Resumo das principais noticias do mês

MORRE O TECLADISTA JON LORD

O lendário tecladista da banda inglesa Deep Purple Jonathan Douglas “Jon” Lord, que estava internado na London Clinic, na Inglaterra, faleceu no dia 16 de julho devido a uma embolia pulmonar (obstrução das artérias dos pulmões por coágulos), sofrida em virtude de uma longa batalha com o câncer de pâncreas. Jon, que foi diagnosticado com o câncer – o quarto tipo mais comum – no ano passado, jurou que se recuperaria e que a música teria grande papel em sua recuperação. Ele morreu na companhia de sua família.

Em 2011, Jon Lord disse que se afastaria dos palcos para lutar contra a doença, mas falou: “Eu devo, é claro, continuar a compor. No meu mundo, isso tem que ser parte da terapia. Eu espero totalmente estar de volta e em forma no ano que vem.”

Ele era esperado para aparecer no dia 6 de julho na Alemanha e tocar o Durham Concerto, mas cancelou uma semana antes do show. A justificativa para os fãs foi a seguinte: “Jon gostaria de garantir a seus fãs que não precisam se preocupar com ele, mas a continuação de seu tratamento de rotina irá apenas durar mais do que o esperado”. Ele esperava remarcar a apresentação ainda para esse ano.

Jonathan Douglas Lord nasceu no dia 9 de junho de 1941 em Leicester (ING) e foi um dos fundadores do Deep Purple em 1968. É mais lembrado por seu estilo de performance de teclado que dava suporte ao som de guitarra de Ritchie Blackmore. Começou a ganhar fama quando compôs e encenou o seu Concerto For Group And Orchrestra em 1970…

ROADIE PROFILE-MICHAEL HOFFMANN-ASSASSIN

Por Ricardo Batalha Roadie Profile Michael Hoffmann (Assassin)

STAY HEAVY REPORT

Por Cintia Diniz e Vinicius Neves “Tuska Open Air 2012”: o encantador festival finlandês

 

Este ano a equipe do Programa Stay Heavy escolheu fazer a cobertura de um tradicional festival europeu, mas com porte e características bem diferentes de um “Wacken Open Air” ou “Hellfest”, por exemplo, e partiu rumo à Escandinávia na segunda quinzena de junho para participar da 15ª edição do “Tuska Open Air Metal Festival”, em Helsinque, capital da Finlândia.

O evento teve início em um clube da cidade e foi crescendo a cada ano até chegar à estrutura atual. Desde 2011 o festival acontece no espaço de eventos Suvilahti, uma mistura de Anhembi com Casa da Caldeira de São Paulo, para se ter uma ideia. A mudança do Kaisaniemi, onde era realizado desde 2001, no centro da cidade, bem próximo à estação central de trem, foi vista com receio por alguns. Mas, segundo os organizadores todos os medos foram superados e o espaço Suvilahti atende muito bem a estrutura do Tuska. A edição de 2012 recebeu 26 mil headbangers em três dias de shows e mais de 50 bandas divididas em quatro palcos.

Como o Tuska é realizado na cidade, não há área de acampamento. Mas como tem muito público que não é da localidade, a organização disponibiliza no site informações sobre hotéis e áreas de camping nas redondezas, inclusive fazendo parceria com hotéis para uma diária mais em conta, pois este ano, especificamente, o festival não foi o único evento na cidade a atrair grande número de pessoas – no mesmo final de semana, Helsinque sediou o Campeonato Europeu de Atletismo e todos os hotéis na região central estavam lotados e com preços acima da média.

O local não possui estacionamento, mas o acesso por transporte público é bem servido por metrô e diversas linhas de ônibus, que podem ser utilizados também na saída do evento sem preocupação de horário, visto que o local fecha às 23h – muito diferente de outros festivais, em que a última banda da noite sobe ao palco já de madrugada. E o fato de a apresentação do headliner encerrar-se às 22h faz com que a banda toque ainda à luz do dia, já que nesta época do ano naquela região do planeta praticamente não existe noite, o que faz da iluminação de palco um detalhe não muito valorizado. Às 21h da noite da sexta, por exemplo, o Megadeth tocava com sol na cara!

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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