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Edição #167

R$29,00

Durante mais de trinta anos, muito se especulou sobre uma possível volta do Led Zeppelin. Desde a morte de John “Bonzo” Bonham, em 25 de setembro de 1980, foram apenas três as vezes em que Robert Plant (vocal), Jimmy Page (guitarra) e John Paul Jones (baixo e teclados) se reuniram de forma oficial…

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LED ZEPPELIN

Por Antonio Carlos Monteiro Durante mais de trinta anos, muito se especulou sobre uma possível volta do Led Zeppelin. Desde a morte de John “Bonzo” Bonham, em 25 de setembro de 1980, foram apenas três as vezes em que Robert Plant (vocal), Jimmy Page (guitarra) e John Paul Jones (baixo e teclados) se reuniram de forma oficial. Duas delas foram com o filho de Bonham, Jason, na bateria, para rememorar aquelas verdadeiras obras-primas que criaram ao longo de sua carreira. A última foi a mais celebrada de todas: em 10 de dezembro de 2007, na famosa O2 Arena, em Londres, os quatro voltaram a se reunir naquele que foi o melhor e mais espetacular show desde que se separaram, tanto que acaba de ser lançado em vídeo sob o mais que adequado título de Celebration Day, não sem antes ser exibido em salas de cinema do mundo todo, o Brasil incluído. Então, para marcar um evento tão especial, resolvemos abrir nossas páginas para a banda. Preparamos uma matéria especial sobre os últimos anos do Led e todos os acontecimentos que culminaram com o lançamento do novo vídeo. Também pedimos para nosso correspondente nos EUA Steven Rosen abrir seus arquivos e ele nos mandou algumas entrevistas interessantíssimas feitas em diversas épocas com os músicos. Também assistimos ao filme no cinema, além de estarmos presentes à première de Celebration Day em Londres. Tudo isso e muito mais você confere a partir de agora.

ROBERT PLANT

Por Steven Rosen

O RECOMEÇO DEPOIS DO ZEPPELIN

Quando pensamos em criar este especial do Led Zeppelin com um extenso “Old Crew” repleto de memórias do passado, logo lembrei que o que mais havia me impressionado quando fiz a entrevista com Robert Plant em 1983 foi o quanto ele tinha os pés no chão. O Led tinha acabado há alguns anos e seu grande amigo John Bonham havia falecido. Além disso, em 1977 uma grave infecção estomacal havia vitimado seu filho mais velho, Karac, então com cinco anos. Enfim, a realidade dava conta de que Robert Anthony Plant, na época com 35 anos, já tinha experimentado um pouco de tudo, da glória à tragédia. E parecia bem consciente de que aquilo que o sucesso traz – dinheiro, fama, poder, mulheres – acaba não significando praticamente nada diante da morte e dos dramas pessoais. Assim, ele respondia às questões de forma totalmente humilde, sem jamais deixar transparecer qualquer tipo de vaidade. Mesmo quando falava bem sobre suas músicas próprias, esperava uma manifestação positiva por parte do repórter. E falava de seu álbum como se ele nunca tivesse sido integrante do Led. No fim, era isso: uma coisa nada tinha a ver com a outra. Ele estava na esperança de que aquelas novas músicas conquistassem o público, independentemente de serem cantadas por aquele sujeito loiro que conquistou seu espaço na história do Rock’n’Roll numa banda que se chamava Led Zeppelin. Naquela ocasião, Plant estava lançando seu segundo álbum solo, Principle Of Moments – o primeiro, Pictures Of Eleven, saíra no ano anterior.

JIMMY PAGE

Por Steven Rosen

O MAGO E SUA MÚSICA

Foi em 1977 que, após muito tentar, consegui uma autorização para acompanhar o Led Zeppelin durante parte de sua turnê americana, com direito a voar no mesmo avião e me hospedar nos mesmos hotéis que eles. Durante onze dias, fui “sequestrado” pela banda, voando no 707 customizado que eles batizaram de Ceasar’s Chariot (“carruagem de César). Durante esse tempo, seguindo estritamente as regras impostas pela produção do quarteto, tive oportunidade de entrevistar Jimmy Page e John Paul Jones, com direito a uma quase briga de socos com este último (leia entrevista nesta edição). Numa das paradas, no Ambassador East Hotel, em Chicago, o telefone do meu quarto tocou numa manhã e a voz do outro lado disse que Jimmy ia me receber naquele momento. Bati no seu quarto e fui recebido de forma gentil. Na sua mão, uma garrafa de Jack Daniel’s, que ele bebericava de tempos em tempos. Não pude deixar de notar o telefone arrancado da parede. “Se eu deixo no gancho, não para de tocar; se eu tiro, fica dando sinal de ocupado ‘ad nauseum’; então, não havia outra solução”, explicou ele. Falamos mais um pouco sobre amenidades e começamos nossa entrevista, na qual ele falou sobre sua carreira e sobre a trajetória do Led Zeppelin.

JOHN PAUL JONES

Por Steven Rosen

UMA EXPERIÊNCIA INESQUECÍVEL

“Rosen, você é cuzão mentiroso, eu devia matar você!” Quem me dizia isso era ninguém menos que John Paul Jones dentro do Ceasar’s Chariot durante uma das viagens que levava o Led Zeppelin por uma tour pelos EUA. Corria o ano de 1977 e eu tinha conseguido uma autorização especial para acompanhar a banda por onze dias ao longo dessa turnê e, antes de embarcar, havia sido informado sobre seis regras que não poderia nem cogitar em descumprir: 1) Nunca dirigir a palavra a ninguém da banda, a menos que essa pessoa fale com você primeiro;  2) Não mantenha qualquer contato visual com John Bonham. Para sua própria segurança; 3) Nunca fale com Peter Grant (empresário da banda) ou Richard Cole (seu assessor direto) por qualquer motivo que seja; 4) Mantenha o gravador desligado a menos que esteja fazendo uma entrevista; 5) Nunca pergunte nada que não tenha a ver com música; 6) Mais importante de tudo: a banda lê tudo que se escreve sobre ela. Eles não gostam da imprensa, nem acreditam nela.

Pois foi a última regra que infringi. Uma edição da revista Guitar Player com uma retrospectiva de algumas de suas principais matérias havia chegado às mãos da banda. Uma delas era minha, com Jeff Beck, publicada anos antes. E a certa altura, eu dizia: “Jimmy Page falhou ao tentar recriar a mágica que mostrou com o The Yardbirds. O Led Zeppelin acabou se mostrando apenas uma banda ancorada na enorme reputação que Beck criou no passado.”

Poucos dias antes, eu e Jonesy tínhamos tido uma longa conversa e dela saiu a entrevista abaixo. Ele falou sobre sua carreira, sobre o Led Zeppelin e até sobre a imprensa. E agora estava ali, querendo me matar. Jimmy Page, o maior ofendido com a história, pareceu não se importar com o que eu disse, mas Jones estava furioso.

JASON BONHAM

Por Steven Rosen

AS LEMBRANÇAS EMOCIONANTES DO GRANDE BONZO

Jason Bonham tinha 14 anos quando seu pai John Bonham morreu. O garoto levou alguns anos para absorver o que acontecera e foi só então que começou a se dedicar à carreira de baterista. Até então, sua paixão eram as motocicletas (assim como seu pai, diga-se) e tudo indicava que se tornaria um motociclista profissional na categoria motocross. Porém, quando trocou o selim pelo banquinho da bateria um novo mundo se abriu diante dele, que chegou a tocar com nomes como Foreigner, Damnocracy e outras bandas. Também participou de Outrider (1988), disco solo de Jimmy Page, participou da turnê do álbum e, no mesmo ano, juntou-se a ele, Robert Plant e John Paul Jones para o show em comemoração aos 40 anos da Atlantic Records. Em 2007, o Zeppelin reuniu-se novamente para um único show no O2 Arena, em Londres. Como não havia mais shows previstos, ele criou o Jason Bonham’s Led-Zeppelin Experience, um espetáculo multimídia que incluía vídeos, bases pré-gravadas e o baterista falando sobre a vida e o legado de seu saudoso pai. Os shows começaram em 2010, quando aconteceu esta entrevista – foram agendados inicialmente trinta apresentações para marcar os trinta anos da morte de Bonham. Nessa conversa, ele falou sobre seu legado e sobre suas experiências com o Led Zeppelin.

LED ZEPPELIN - CELEBRATION DAY

Por Nando Machado/Tony Monteiro

O DIA QUE VI DEUS(ES) DE PERTO
Nando Machado

O convite era para assistir à pré-estreia do filme Celebation Day em Londres. E mais: na véspera, havia sido noticiado que Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones estariam presentes no evento que aconteceria no Hammersmith Apollo. Ou seja, será que eu realmente iria num dos locais mais lendários da história do Rock e ainda veria de perto os Deuses do Rock? O Led Zeppelin reunido de novo?

Só o fato de ir ao Hammersmith já seria sensacional, uma vez que se trata de um lugar repleto de história. Lá os Beatles se apresentaram quase quarenta vezes em dois anos, lá tocaram Rolling Stones, The Who, Queen e Rush. O primeiro show do Kiss na Inglaterra foi nesse palco; ali o Motörhead gravou No Sleep Til’ Hammersmith, o Thin Lizzy registrou o lendário ao vivo Live And Dangerous, David Bowie fez o filme “Ziggy Stardust”, o Iron Maiden gravou cinco músicas que entraram em Live After Death e o Whitesnake gravou Live… In The Heart Of The City. Lá também aconteceu o lendário show tributo ao povo do Camboja com Paul McCartney, Queen e tantos outros. Em suma, a lista é grande.

Essa casa com capacidade para quatro mil pessoas foi o lugar escolhido para a première. Foi montada uma estrutura de cinema com som de excepcional qualidade. Já na entrada, o simpático Jimmy Page atendia equipes de TV enquanto Robert Plant e John Paul Jones também se mostravam bem felizes. Eles sabem de sua importância na história da música e o lugar que o Led Zeppelin ocupa. Pontualmente às 21h, o diretor do filme Dick Carruthers subiu ao palco para apresentar o excelente trabalho que realizou em 10 de dezembro de 2007 e chamou ao palco os três senhores que protagonizaram o filme. Page, Plant e Jones agradeceram muito os aplausos e disseram como foi divertido para eles se juntarem e ensaiar durante sete semanas para aquele show em tributo ao executivo da Atlantic Record Ahmet Ertegun, talvez um dos grandes responsáveis pelo sucesso do Led Zeppelin. O filme não fazia parte dos planos da banda e aconteceu por acaso, como explicaram os músicos antes do início da apresentação…

DE FATO, UMA CELEBRAÇÃO
Antonio Carlos Monteiro

O fato de uma sessão especial de cinema em plena quarta-feira estar com os ingressos esgotados horas antes da exibição certamente queria dizer alguma coisa. E ela é simples de entender: aqui no Brasil, os fãs também reconhecem a importância do Led Zeppelin e queriam muito celebrar (sacou, sacou?) com a banda – mesmo que fosse através da tela de um cinema.

Uma das coisas mais lindas foi o fato de antes do espetáculo não haver comerciais nem trailers de comédias românticas que você não vai assistir nem amarrado. Passaram aquelas instruções de segurança habituais e já começou a exibição!

De cara, deu pra notar que Dick Carruthers deu tratamento de filme para o show: a exemplo do que fez Martin Scorsese com os Rolling Stones em Shine A Light, o instrumento que a câmera enfoca tem som mais alto, como se você estivesse no palco, se aproximando de cada músico. Isso gera um som “de cinema” que alguns néscios preferiram não entender e passar boa parte do filme berrando “aumenta o som!”

Gravado com dezesseis câmeras, o concerto em homenagem a Ahmet Ertegun (veja box nesta página) realizado no dia 10 de dezembro de 2007 mostrou uma banda bem ensaiada e em plena forma. O começo, talvez não por acaso, foi com a música que abre o disco de estreia da banda: Good Times Bad Times já mostrou, de cara, um Jason totalmente integrado à banda e fazendo ótimos backing vocals: “O pai dele cantava muito bem e ele também canta”, disse Plant. Aliás, o carinho e o respeito com que o Plant, Page e Jones tratam Jason ao longo de todo o show chega a ser emocionante e mostra que os quatro (Bonzo incluído) eram, de fato uma família – o que talvez tenha tido papel fundamental na obra maravilhosa deixada pela banda…

ATTOMICA

Por Maicon Leite

MANTENDO O THRASH BRASILEIRO EM ALTA

Existe algo no ar, fazendo com que várias bandas clássicas do Metal brasileiro lancem discos novos ou retornem à ativa, perpetrando shows matadores e prometendo novos trabalhos para breve. No caso do grupo de São José dos Campos (SP) Attomica, houve uma pequena pausa entre 2006 e 2008, mas o novo disco, Attomica 4, não só mantém a sonoridade agressiva encontrada em seus clássicos dos anos 80, como soa atualizado e revigorante. Atualmente, Alex Rangel (vocal), Jonas Kaggio e J. P. (guitarras), André Rod (baixo) e Friggi Mad Beats (bateria) demonstram que aquele pique de Attomica (1987), Limits Of Insanity (1989), Disturbing The Noise (1991) e do ao vivo Back And Alive (2004) encontra-se inabalável, restando agora mostrar toda essa garra ao vivo. André Rod conta os detalhes de Attomica 4 e comenta alguns fatos da carreira.

CORROSION OF CONFORMITY

Por Guilherme Spiazzi

CONCENTRADO NO FUTURO

Trinta anos um tanto irregulares e oito álbuns de estúdio. A cada disco que o Corrosion Of Conformity lança, o fã pode esperar uma sonoridade às vezes bem diferente do trabalho anterior, mas ainda assim mantendo a identidade. O grupo fez sucesso, excursionou com Metallica e Motörhead, foi indicado ao prêmio Grammy, teve seus vídeos exibidos na televisão, fez parte de uma grande gravadora, vendeu muitos discos e certamente não precisa provar nada pra ninguém. É justamente isso que mostra o disco homônimo lançado no início de 2012 – Corrosion Of Conformity traz influência dos dois primeiros álbuns e resgata um pouco daquela sonoridade Crossover que deu início à carreira do grupo. Depois de sete anos sem lançar um ‘full lenght’, o trio que fundou a banda – Woody Weatherman (guitarra e vocal de apoio), Mike Dean (baixo e vocal) e Reed Mullin (bateria e vocal) – se reuniu sem o emblemático vocalista e guitarrista Pepper Keenam (Down) para lançar um disco e já está com um novo EP na praça. A ROADIE CREW conversou com Woody sobre as três décadas na estrada e a real situação de Pepper Keenam na banda.

ENSLAVED

Por Thiago Sarkis

RELEVÂNCIA DE SOBRA

É inegável que, após duas décadas de batalha na estrada, o Enslaved goza de considerável prestígio na cena mundial e colhe frutos do que plantou. Igualmente irrefutável é a demora para a chegada desse reconhecimento e o seu alcance limitado. Talentoso e artisticamente relevante e inovador, o grupo formado por Grutle Kjellson (vocal, baixo), Ivar Bjørnson (guitarra, teclados), Herbrand Larsen (teclado, guitarra, vocal), Arve “Ice Dale” Isdal (guitarra) e Cato Bekkevold (bateria) produz muito e sempre em alta qualidade. Somente entre 2010 e 2012, foram quatros os lançamentos de inéditas – os álbuns Axioma Ethica Odini (2010) e RIITIIR (2012) e os EPs The Sleeping Gods (2011) e Thorn (2011). Algo incomum em tempos de bandas que espremem cada um de seus lançamentos até a última gota com discos ao vivo, DVDs etc. Nesses trabalhos encontra-se um misto do que há de melhor no Metal produzido em território norueguês: músicas extremas, dinâmicas e repletas de elementos progressivos e técnica acurada. Bebendo de fontes similares às de Emperor, Opeth e Immortal, o quinteto faz jus à tradição de seu país, do Black Metal ao Progressivo, e funda uma entidade própria, de características e riquezas peculiares. Quem nos fala mais sobre esse monstro pouquíssimo repercutido – tendo-se em conta a imensa qualidade do que produz – é o vocalista e baixista Grutle Kjellson.

HIGH ON FIRE

Por Claudio Vicentin

EXPLODINDO OS TÍMPANOS ALHEIOS

O vocalista e guitarrista Matt Pike e o baterista Des Kensel formaram o High On Fire no final dos anos 90. Naquela época, Matt estava fazendo história com a banda Sleep que, junto com o Kyuss (grupo criado por Josh Homme, do Queens Of The Stone Age), criava um som novo depois batizado de Stoner Metal. Ou seja, um som cadenciado, sujo, cheio de riffs pesados e altos à la Black Sabbath. O High On Fire traz todos esses elementos e alguns experimentos a mais.  Para explicar esses anos de banda, conversamos com o baterista Des Kensel numa entrevista a princípio agendada com Matt Pike, mas desmarcada já que ele teve que se internar numa clínica de reabilitação.

LEATHER LEONE

Por Ricardo Batalha

SIM, ELA MESMA

Alguns anos atrás, havia até fóruns de discussão na internet perguntando por onde andaria a norte-americana Leather Leone, ex-vocalista do grupo feminino Rude Girl e que integrou o Chastain, com o qual gravou cinco álbuns. Enquanto uns diziam que ela trabalhava como assistente de veterinária ou como guardadora de bagagens no aeroporto, outros falavam que ela jamais voltaria para o Metal por causa de seguidas desilusões com os negócios. O fato é que a vocalista está de volta com o Sledge Leather, que conta com sua antiga parceira Sandy Sledge (bateria) e Matthias ‘Matthew’ Weisheit (guitarra). Para gravar o ‘debut’, Imagine Me Alive, ela contou com o auxílio do baixista Jimmy Bain (ex-Dio e Rainbow) e do tecladista Scott Warren (ex-Dio, Warrant, Keel e Heaven & Hell). Recusando o rótulo de ‘lenda cult’ do Metal, Leather falou sobre alguns aspectos de sua trajetória.

MY DYING BRIDE

Por Guilherme Spiazzi

UM ETERNO FUNERAL

Os sentimentos mais profundos de melancolia e introspecção são parte de nós e é inevitável não se deixar levar, ou pelo menos se identificar com eles ao mergulhar em músicas inspiradas no âmago da nossa existência. Com um novo disco em mãos o My Dying Bride continua passando suas ideias com letras elaboradas e uma música rica em detalhes. Em A Map To All Our Failures a banda chega à marca de onze discos de estúdio e faz por merecer sua reputação entre os fãs de Doom Metal. Beirando os vinte e cinco anos de carreira, Aaron Stainthorpe (vocal), Andrew Craighan e Hamish Glencross (guitarras), Lena Abé (baixo) e Shaun MacGowan (teclados e violino) continuam inspirados. Nesta entrevista exclusiva para a ROADIE CREW, o cofundador Andrew Craighan falou sobre o envolvimento no mais recente disco e abriu o jogo com relação a futuros shows e o lançamento de material inédito.

RIVAL SONS

Por Steven Rosen

O LED DO TERCEIRO MILÊNIO?

O Rival Sons, quarteto de Los Angeles, na Califórnia, vem chamando a atenção por criar belas estruturas musicais baseadas no som clássico dos anos 70 mas com uma abordagem mais moderna. O guitarrista e compositor Scott Holiday não nega suas fortes influências de Jimmy Page e Jeff Beck no terceiro e mais novo álbum da banda, Head Down, que destaca riffs poderosos e o uso de slide na melhor escola de Led Zeppelin e Yardbirds. Holiday ama seus heróis e adora falar sobre eles. Nesta conversa ele fala sobre o novo disco e sobre a música que o inspira.

BACKGROUND - ROLLING STONES – PARTE 6

Por Antonio Carlos Monteiro

“Ninguém sai dessa banda se não for demitido ou dentro de um caixão.” Por essa frase dá pra perceber o quanto Keith Richards ficou furioso quando Bill Wyman anunciou que estava deixando os Rolling Stones.

O anúncio do baixista aconteceu em 1991, logo após o final da tour de Steel Wheels. Num primeiro momento, os demais músicos nem deram muita bola à decisão do parceiro, já que os Stones iriam entrar numas longas férias após uma exaustiva turnê. Muitos creditaram a suposta decisão de Wyman a um simples desabafo de um sujeito exausto após uma excursão que durara um ano inteiro praticamente sem intervalos, principalmente porque ele era o mais velho da turma, estava com 55 anos na época.

No intervalo de cerca de dois anos que se seguiu, três músicos lançaram discos solo: Ronnie soltou Slide On This, Keith mandou às lojas Main Offender, e Mick se deu bem com seu terceiro disco, Wandering Spirit, que vendeu mais de dois milhões de cópias e recebeu Disco de Ouro nos EUA.

Porém, quando os cinco voltaram a se reunir, em janeiro de 1993, para pensar no próximo disco dos Stones, Bill continuava decidido. “Fiquei muito bravo com ele”, confessou Keith. “Ameacei-o de tudo que podia no mundo, até o desafiei para um duelo. Ninguém diz ‘vou sair da banda’, isso é uma fala do filme ‘Spinal Tap’!”

Entre outras coisas, Bill desenvolvera uma séria fobia de aviões, preferindo ir de carro aos shows sempre que isso era possível. Ronnie lembra que ele estava se tornando paranóico: “Na última vez em que andamos juntos, ele apontou algo que estava acontecendo na asa e eu disse: ‘Relaxa, é condensação.’ E ele: ‘Nada, é um vazamento de combustível!'” Charlie disse que não tinha percebido a fobia do amigo, mesmo quando ele preferia ir de carro aos shows: “Pensei que era só mais uma mania dele”, minimizou o baterista. Já Ron Wood disse que Bill ia fazer falta: “Vou sentir saudade dele ali ao meu lado, no meio do show, procurando peitudas na plateia. Ele chegava em mim e dizia: ‘Ei, Woody, olha aquela dupla ali!’

BACKSPAGE

Por Vitão Bonesso

“MADE IN JAPAN”: QUATRO DÉCADAS DE REFERÊNCIA (Parte 1)

Muito já foi dito e publicado a respeito do álbum Made In Japan do Deep Purple, disco duplo gravado no Japão que completa neste mês quarenta anos de seu lançamento e é quase uma unanimidade no que se refere a um perfeito exemplo de um álbum ao vivo. O momento não poderia ser mais propício para reverenciarmos alguns detalhes interessantes que envolveram a concepção desse clássico do Heavy Rock.

JAPÃO 1971: LED ZEPPELIN ABRINDO FRONTEIRAS

O Led Zepplein foi um dos primeiros nomes do Rock britânico a desembarcar no Japão, onde realizou uma série de apresentações em setembro de 1971. Com o estrondoso sucesso, a turnê organizada pelo empresário Seijiro Mario Udo, nome que se tornaria lendário no show business japonês, já tinha no topo de sua lista o Deep Purple, escalado para algumas apresentações por lá ainda em 1971. Como a agenda do Purple estava tomada, Mr. Udo, depois de uma nova tentativa em maio de 1972, somente conseguiu, naquele mesmo mês, consolidar as negociações para a primeira visita da banda ao Japão para agosto de 1972. O Purple já estava na estrada desde janeiro promovendo o álbum Machine Head, que seria lançado em março.

Tudo estava devidamente acertado, com contratos assinados e tudo o mais, quando a Warner Bros., gravadora do grupo no Japão, propôs a gravação de um disco ao vivo exclusivamente para o mercado japonês. “A proposta era boa, mas estávamos em plena turnê e não teríamos tempo para ensaios. Não tínhamos ideia de como soávamos ao vivo. Não tínhamos o costume de gravar nossas apresentações e nossas únicas referências eram os discos piratas que vez ou outra chegavam às nossas mãos, tudo feito de forma bem rudimentar”, relembra o baixista Roger Glover. “Simplesmente não acreditávamos em álbuns ao vivo. Não achávamos que poderíamos colocar num simples disco toda a energia que passávamos ao público”, completou o tecladista Jon Lord.

Por fim, mais um acordo foi selado, sendo que a responsabilidade da escolha do repertório e os trabalhos de mixagem ficariam a cargo da banda.

BLIND EAR - SILVIO LOPES (KING BIRD)

Por Ricardo Batalha

Silvio Lopes – Guitarrista (King Bird)

Fotos: Claudia Christo

“Tem alguma coisa conhecida nessa voz, hein? É ‘bluesy’ e faz lembrar Bernie Marsden e Micky Moody com um vocal bem Robert Plant. (R.C.: O vocal faz lembrar?) Mas é ele? (risos) Então é de disco solo! (R.C.: Sim, do primeiro solo de Plant). Logo vi. Mas é engraçado que a pegada da voz dele está mais Pop. (R.C.: As bateras desse disco foram gravadas por Phil Collins e Cozy Powell). Mas, também, depois de John Bonham, tinha que ser gente assim do lado dele. A pegada da voz dele está mais na manha e por isso bateu aquela dúvida. Nós gostamos muito de Led Zeppelin, tem tudo a ver com o King Bird, também.”

Robert Plant – Worse Than Detroit

CLASSICOVER - COMMUNICATION BREAKDOWN

Por Ivanei Salgado

Communication Breakdown

Original: Led Zeppelin

Álbum: Led Zeppelin (1969)

Cover: Iron Maiden

Álbum: Bring Your Daughter…To The Slaughter (single, 1990)

“Infelizmente, ele também é um produtor muito limitado e um escritor de canções fracas, sem imaginação, e o disco sofre porele ter produzido e ter composto a maior parte das músicas (sozinho ou com seus parceiros).” É difícil de conceber que o comentário acima, publicado na Rolling Stone americana de março de 1969, tenha sido direcionado ao mago da guitarra Jimmy Page e, consequentemente, ao disco de estreia do Led Zeppelin. Mas foi mais ou menos assim que a imprensa especializada recebeu o álbum na época. Mesmo assim, ele entrou para as paradas e é presença garantida na lista dos melhores álbuns de Rock’n’Roll de todos os tempos.

Não há dúvida de que Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonhan se superaram nos lançamentos seguintes. No entanto, o primeiro álbum do Zep, juntamente com o ‘debut’ do Sabbath, são pérolas e influenciadoras do que hoje são o Hard Rock e o Heavy Metal. E, dentre as nove músicas da estreia do Led, temos Communication Breakdown. Essa faixa dividiu com The Good Times Bad Times o primeiro single e ganhou um vídeo promocional lançado em fevereiro de 1969.

Longe de ser uma composição complexa, nessa canção o quarteto senta o braço na onda norte-americana de paz, amor e flores. Enquanto algumas faixas, como Dazed And Confused, Black Mountain Side e outras, puxavam para psicodelia, Folk ou Blues (clara reminiscência do The Yardbirds), Communication Breakdown é um puro Hard Rock composto por Page, Jones e Bonham.

Baseada nos riffs de guitarra e com pouco mais de dois minutos e meio, a música soa como uma trilha sonora para o “sonho acabado”, pois é agressiva, pesada e direta sem o exotismo natural das composições futuras desses ingleses responsáveis pelo pontapé inicial para uma nova história do Rock. Pode não ser uma unanimidade, mas quando falamos do primeiro álbum do Led Zeppelin, lembramos de cara de Communication Breakdown devido à energia dessa composição.

CLASSICREW-CAP BEYOND/SURVIVOR/CANNIBAL

Por Bento Araujo

1972

CAPTAIN BEYOND

Captain Beyond

O melhor álbum de Hard Prog dos anos 1970? Certamente, o melhor de uma banda não tão famosa. A mistura de Hard com Progressivo e psicodelia nunca alcançou tamanho nível de qualidade, tanto em execução como em composição. Ressaltaralguma faixa específica acaba sendo algo totalmente desnecessário, já que o trabalho soa como um imponente e único conceito, com todas as canções ligadas entre si. Os quatro integrantes do grupo impressionam, com total destaque ao baterista Bobby Caldwell, ecoando pitadas de Mitch Mitchell e de Jazz enquanto fazia levadas que nem mesmo John Bonham sonhou, como a introdução arrasadora de Dancing Madly Backwards (On A Sea Of Air).

A história deste mítico álbum é curiosa. Depois de oferecer o material a muitos selos, o Captain Beyond acabou fechando negócio com a Capricorn Records de Phil Walden, antigo conhecido do guitarrista Larry “Rhino” Reinhardt. Walden também se tornou o manager do Captain Beyond.

Apesar de Rhino e Walden se conhecerem, reza a lenda que o CB somente conseguiu um contrato com a Capricorn graças a uma poderosa indicação de um ardoroso fã do grupo, Duane Allman. Daí vem a emocionante dedicatória ao guitarrista, morto em 1971, na contracapa do primeiro disco do grupo. O fato de contar com Rod Evans, ex-vocalista do Deep Purple, também abria portas.

As gravações rolaram nos estúdios da Sunset Sound Records, em Hollywood, com a banda se autoproduzindo e apenas contando com o engenheiro de som Wayne Dailey. É comentado que o grupo estava tão entrosado e bem ensaiado que Lee Dorman (baixista) e Bobby Caldwell gravaram suas partes em apenas dois dias….

1982

SURVIVOR

Eye Of The Tiger

Ricardo Batalha

Além de o terceiro álbum da banda norte-americana Survivor ser considerado um clássico do AOR, a música título é sempre relacionada ao aspecto motivacional e de superação, com ampla ligação com lutas e artes marciais por ter sido incluída na trilha do filme “Rocky III”. Na realidade, a vontade inicial dos produtores era ter Another One Bites The Dust do Queen que, inclusive, já estava na primeira edição do filme. Como não houve liberação, o protagonista, escritor e diretor Sylvester Stallone entrou em contato com o vocalista Jim Peterik e o guitarrista Frankie Sullivan na tentativa de encaixar uma composição que tivesse impacto durante a sequência inicial. Bingo!

Curioso é que a própria banda não tinha tanta certeza em dar esse título para a música, alegando ser muito óbvio. Peterik então pensou em “Survival”, mas acabou optando por Eye Of The Tiger, que se tornou sinônimo de trilhas de lutas. Até mesmo na modalidade “Musical Forms”, considerada a “Ginástica Olímpica Marcial”, o hit do Survivor é o mais executado em qualquer campeonato. Afora isso, existem muitas academias espalhadas pelo mundo com o nome “Eye Of The Tiger Boxing Club”.

Lançado em junho de 1982, o álbum Eye Of The Tiger foi gravado e mixado por Mike Clink (Guns N’Roses, Mötley Crüe, Triumph, Megadeth, UFO, Jefferson Starship, Heart, Eddie Money e outros) e Phil Bonnano (Styx, Enuff Z’nuff). Além do hit máximo, o disco traz outras pérolas do estilo que, embora hoje soem datadas, obtiveram grande impacto e servem de referência.

1992

CANNIBAL CORPSE

Tomb Of The Mutilated

Frans Dourado

Um festival de sadismo, necrofilia e perversões sem fim. Essa festa erótica de vísceras e sangue deu a tônica ao terceiro álbum do Cannibal Corpse. O salto de qualidade em comparação aos primeiros discos é evidente e não deixou dúvidas de que esse lançamento catapultaria a banda ao topo do estilo, como realmente o fez. Eaten Back To Life (1990) e Butchered At Birth (1991) mostraram uma banda interessante, mas que estaria fadada ao esquecimento caso não apresentasse algo novo e digno de nota. Algumas características fizeram com que isso acontecesse.

A introdução extremamente brutal de Hammer Smashed Face logo mostra que a banda evoluiu em termos técnicos e a velocidade foi ajustada ao que os fãs ansiavam. A produção de Scott Burns (mais uma vez ele) soube dar ao Cannibal Corpse a sonoridade característica que acompanha a banda até hoje. Essa música rapidamente conquistou o público e ainda hoje é considerada o maior clássico de sua história. Ela rendeu um single, um EP e uma aparição inusitada no filme “Ace Ventura: Pet Detective” (1994), do comediante Jim Carrey. A película foi a mais vista nos Estados Unidos durante meses e rendeu inusitada fama ao quinteto. A escolha da banda não foi aleatória. Carrey procurava um grupo extremo para uma aparição no filme e o fato de ser um fã de Metal e do próprio Cannibal Corpse fez com que a integração entre banda e ator fosse amistosa e divertida, como é relatado no livro “Choosing Death – The Improbable History Of Death Metal And Grindcore” do escritor Albert Mudrian e no DVD Centuries Of Torment (2008). E essa música só não recebeu um videoclipe gravado ao vivo no histórico show realizado em Moscou no ano de 1993 devido a um improvável erro do virtuoso baixista Alex Webster justamente no início da música, no breve intervalo em que a banda para e só ele toca.

EDITORIAL

Por Airton Diniz

Completando uma trilogia de peso

Todo mundo sabe que Black SabbathDeep Purple e Led Zeppelin são os principais pilares que formam a sólida base do Heavy Metal. Cultuados em todos os cantos do planeta continuam conquistando fãs de todas as idades desde o final da década de 60. Entre os três apenas o Led Zeppelin realmente decretou o encerramento de atividades, o que aconteceu quando da morte de John Bonham em 1980. O Black Sabbath ainda brinda o público com eventuais reuniões e também mantém seus fãs saciados com a carreira solo de Ozzy Osbourne, que infalivelmente inclui em seus shows os clássicos de sua fase na banda. Além disso, por muitos anos Tony Iommi & Cia. se apresentaram com diferentes formações, incluindo aí o trabalho com o nome de Heaven & Hell, o último com participação de Ronnie James Dio. Enquanto isso, o Deep Purple, que não dá sinais de pensar em aposentadoria, continua fazendo turnês com regularidade e desfilando sua magnífica obra musical pelo mundo afora.

Então podemos afirmar que não é por acaso que essas bandas merecem aparecer com amplo destaque nas páginas da ROADIE CREW e uma forma que escolhemos para prestar homenagem a esses ícones do Rock foi dedicar edições com características especiais, onde aparecem como principal atração em matérias diferenciadas. Foi o que aconteceu na nossa edição #124, de maio de 2009, quando focalizamos o Deep Purple por ocasião das comemorações dos 41 anos de atividade, e publicamos entrevistas com diversos membros do grupo. Em abril de 2010, na edição #135, foi a vez do Black Sabbath ser reverenciado em virtude da celebração dos 40 anos do lançamento do primeiro álbum da banda.

Chegou então o momento do Led Zeppelin, com quem completamos uma trilogia com os verdadeiros gigantes deste cenário. Para desenvolver a matéria incluímos entrevistas de Steven Rosen retratando o auge do grupo e também nos baseamos nos acontecimentos relacionados com aquele concerto realizado em Londres, no dia 10 de dezembro de 2007, batizado de “Celebration Day”, onde o objetivo da banda era prestar homenagem ao fundador da gravadora Atlantic Records, Ahmet Ertegun. O evento gerou tanto interesse e atingiu tamanha repercussão que o ingresso para esse show possivelmente tenha se tornado o mais concorrido da história do showbiz.

Felizmente todos que não puderam conferir ao vivo essa histórica apresentação agora também podem curtir aqueles momentos de emoção, graças ao lançamento em CD, DVD e Blu-Ray. Além dessas opções o “Celebration Day” chegou também às salas de cinema, e estivemos na pré-estreia ocorrida em Londres, no Hammersmith Apollo (que já foi Hammersmith-Odeon). De lá Nando Fernandes relata a sensação de assistir ao filme na mesma sessão em que estavam presentes Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones.

Como seria maravilhoso se a repercussão de Celebration Daypudesse sensibilizar Page, Plant e Jones, e motivá-los a “juntar as tralhas” novamente e cair na estrada para tocar seu brilhante catálogo de joias musicais. Nem seria preciso criar algo novo, bastaria tocar o que já existe pronto.

Airton Diniz

ETERNAL IDOLS - TONY THOMPSON

Por Ricardo Batalha

Tony Thompson

15/11/1954 – 12/11/2003

Mãos ágeis, pegada firme e um suingue absurdo. Assim era o estilo do baterista Tony Thompson, o cara que fazia o chimbal “falar”. Mas o que estaria fazendo um músico que fez fama com o Chic e tocava Soul, R&B, Funk e Disco Music nas páginas da ROADIE CREW? Um dos motivos é que quando o Led Zeppelin cogitou seriamente retornar à ativa em meados de 1986, o nome Tony Thompson foi o primeiro da lista. O baterista chegou a fazer um ensaio com a banda no que seria o revival definitivo do Led, mas se envolveu em um acidente de carro e foi obrigado a se afastar da música por um período. Isso pôs fim a qualquer chance de um retorno oficial do Led Zeppelin.

Antes disso, a 13 de julho de 1985, o Led havia feito sua primeira aparição após o falecimento de John Bonham no “Live Aid”. E era Thompson quem estava no palco do estádio John F. Kennedy, na Filadélfia (EUA), ao lado de Phil Collins, tocando com Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones. “Eu estava na estrada com o Power Station em Sarasota, na Flórida. Recebi uma ligação de nosso gerente de turnê, dizendo que Jimmy Page e Robert Plant estavam no telefone. Eu disse ‘Ah, sim, estão’, e desliguei o telefone. Meia hora depois, ele me ligou de novo e disse: ‘Não desligue. Robert e Jimmy me ligaram três vezes de Chicago e querem falar com você. ‘Está falando sério?’, perguntei”, relembrou o baterista certa vez em entrevista a Billy Amendola, da revista Modern Dummer.

GARAGE DEMOS

Por Redação

Garage demos

Envie o seu link no MySpace (com pelo menos três músicas novas disponíveis) acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected].

Nesta edição:

Carnal Desire

Aggression Tales

Front Attack Line

No Way

Rocha

HIDDEN TRACKS - ZEBRA

Por Ivanei Salgado

Zebra

Origem: EUA

Época: Anos 80

Estilo: Hard Rock

Formação clássica: Randy Jackson (vocal e guitarra) e Felix Hanemann (baixo, teclado e vocal) e Guy Gelso (bateria, percussão e vocal)

Discografia: Zebra (1983), No Tellin’ Lies (1984), 3.V (1986), Zebra Live (1990), The Best Of Zebra: In Black And White (1998), The King Biscuit Flower Hour (1999), Zebra IV (2003) e The DVD (2008)

Com nome de “azarão”, o Zebra navega entre o obscurantismo e os holofotes fazendo um Hard Rock com influências dos anos 60 e 70. Para alguns, o trio norte-americano substituiu o vazio deixado pelo fim do Led Zeppelin nos anos 80. Formado em Nova Orleanspor Randy Jackson (guitarra e vocal principal), Felix Hanemann (baixo e vocais) e Guy Gelso (bateria e vocais), o grupo iniciou com covers de Led Zeppelin, The Moody Blues e Rush. Antes disso, em 1973, os adolescentes Jackson e Hanemann tocavam no Shepherd’s Bush e depois, em 1974, junto com Gelso e TimThorson, estavam com o Maelstrom. Com a saída de Thorson, naturalmente, nasceu o Zebra, em fevereiro de 1975.

Segundo eles, o nome foi inspirado pela capa da revista Vogue de 1922, que ostentava uma mulher cavalgando uma zebra. E como já estavam ébrios de vinho, escolheram o animal como símbolo. Mas os jovens deviam estar ébrios demais, pois a Vogue só utilizou essa capa na edição de janeiro de 1926. De 1922, uma capa com esse conceito foi publicada na revista Life.

Consolidado como power trio, o  Zebra “pastou” nas pradarias dos clubes na região de Nova Orleans e Nova York. As primeiras gravações foram em formato demo tape e distribuídas de forma independente. Em 1981, abriram o lado B da coletânea WBAB Homegrown Album, da rádio novaiorquina WBAB, com o futuro hit Who’s Behind The Door. Apesar da profícua carreira na cena musical da região e de suas músicas serem constantemente tocadas em rádios, o primeiro álbum foi lançado apenas em 1983.

LIVE EVIL - JACK BRUCE / SLASH-EDGUY

Por Jorge Krening/Vinicius Mariano

Jack Bruce & His Big Blues Band

Teatro Bradesco – São Paulo/SP

24 de outubro de 2012

Por Jorge Krening / Fotos: Flávio Hopp

Poucos músicos hoje em dia podem ser considerados como verdadeiras lendas do Rock, e o baixista Jack Bruce é um dos que goza merecidamente desse status. Praticamente voltou da morte em 2003 quando, de forma milagrosa, superou um câncer de fígado através de um transplante traumático e quase fatal. E agora, finalmente ele desembarcou para essa breve passagem pelo nosso país, que contemplou apenas São Paulo e Porto Alegre.

Jack veio para cá com um time composto por esses músicos de alto gabarito: Tony Remy na guitarra, Frank Tontoh na bateria, Paddy Milner nos teclados, Nick Cohen no baixo, Winston Rollins no trombone, Derek Nash no saxofone e Paul Newton no trompete. E com eles o lendário baixista deu uma passada pela sua invejável carreira de mais de quarenta anos de serviços prestados ao Rock/Blues. Graças à forma peculiar de tocar seu instrumento e à sua habilidade em compor, Jack Bruce influenciou uma geração de músicos dos mais variados estilos, de Blues, Rock, Jazz e até do Metal. Através de um dos mais famosos e influentes power trios da história, o Cream, ele, o guitarrista Eric Clapton e o baterista Ginger Baker mudaram para sempre a forma de se fazer Rock, inclusive sendo apontados por muitos críticos como um dos precursores do Hard Rock mais cru e pesado que conhecemos hoje.

Para esquentar a plateia, logo de cara foi executada uma versão para o clássico First Time I Met The Blues de Buddy Guy, registrado no seu álbum solo Cities Of The Heart (2003). Na sequência, veio outra deste play, Neighbor, Neighbor, um sucesso de Jimmy Hughes de 1967, cuja versão ficou impecável nas mãos de Jack. 



Slash e Edguy

Espaço das Américas – São Paulo/SP

06 de novembro de 2012

Por Vinicius Mariano / Fotos: Renan Facciolo

Há praticamente um ano e meio, Slash já havia feito uma apresentação irretocável em São Paulo, no HSBC Brasil. Aquela imagem ainda estava fixa na cabeça do público, que se perguntava, horas antes deste novo show, se a trupe conseguiria repetir a dose. O raio só não caiu duas vezes no mesmo lugar porque as casas eram diferentes. Mas o show, ah, esse sim, foi de arrepiar tanto quanto o anterior.

Como ocorreu em quase toda a turnê brasileira, o Edguy ficou incumbido da abertura. Já havia me preparado psicologicamente para vê-los porque não tenho afeição alguma pelo “Metal Melódico todo feliz” dos alemães e seria muito fácil descer o pau apenas por não gostar do som. Mas confesso que fiquei surpreso com o que vi. Músicas como Nobody’s Hero, Tears Of Mandrake e Lavatory Love Machine soaram bem mais pesadas e com um desempenho impecável do quinteto, em especial de Tobias Sammet, que teve o público sob seu domínio. Carismático, brincou quando falou sobre o prazer de excursionar com uma lenda como Slash e que também estava ansioso para assistir a mais um show dele. Em Robin Hood, na parte do solo que lembra muito Powerslave, do Iron Maiden, ele até imitou Bruce Dickinson gritando “scream for me São Paulo”. Pediu desculpas por pequenas falhas técnicas que ocorreram, imitou o teclado de The Final Countdown (Europe) em Vain Glory Opera e na baladinha Save Me (à la Mr. Big) virou-se de costas e fingiu estar sendo abraçado. Superheroes e King Of Fouls fecharam o curto set, com os pedidos de Tobias para que todos gritassem “Slash”. Foi uma das poucas vezes em que vi uma banda de abertura se dar tão bem. Aliás, muita gente foi lá para vê-los. Não mudou minha opinião, mas ganhou meu respeito.

Slash (o último a surgir) e o vocalista Myles Kennedy, acompanhado dos Conspirators – formado pelo guitarrista Frank Sidoris, pelo baixista/vocalista Todd Kerns (Sin City Sinners) e pelo baterista Brent Fitz (Alice Cooper) – entraram pouco antes das 21h30 ao som de Halo, faixa de seu segundo álbum solo, Apocalyptic Love, lançado neste ano. A surpresa viria a seguir com os riffs explosivos do clássico Nightrain, do Guns. Difícil resumir o que os olhos viam. No palco, um espetáculo. No público, um delírio frenético. Alguns choravam pelo prazer de ver (ou rever) a lenda ao vivo. E como Slash causa isso!

LIVE EVIL - KISS

Por Vinícius Mariano

Kiss 

Abertura: Viper

Arena Anhembi – São Paulo/SP

17 de novembro de 2012

Por Vinícius Mariano / Fotos: Renan Facciolo

A ansiedade de ver o Kiss ao vivo estava perto de acabar. Para alguns, a experiência não era novidade. Outros, iriam testemunhar pela primeira vez um dos maiores espetáculos da Terra.

A abertura pedia um nome também importante. E coube ao Viper fazer as honras da casa. Em meia hora, o quinteto mostrou um set da reputação que o precede. Knights Of Destruction, de Soldiers Of Sunrise (1987), abriu o show. Em outro clássico, Living For The Night, Andre Matos comandou parte do público, que cantou o início da canção. Pouco antes de acabar, Andre anunciou que a banda faria o último show comemorando seus 25 anos no dia 2 de dezembro no Via Marquês (SP). Nesse momento, um dos membros da produção correu em direção ao vocalista e deu a entender que falou sobre o prazo para terminar o show. Matos, irritado, respondeu: “Eu sei!”. O fim veio com a versão rápida de We Will Rock You, do Queen, coverizada pela banda duas décadas atrás no álbum Evolution.

Pouco depois das 21h30, as luzes se apagaram e um enorme pano com o logo do Kiss cobriu o palco. No telão, imagens da banda saindo do backstage. Entre uma checagem e outra, veio o anúncio: “Hello, São Paulo! You wanted the best, you got the best! The hottest band in the world, Kiss!” Detroit Rock City explodiu nos falantes, junto com fogos de artifício e labaredas, ao mesmo tempo em que Gene, Tommy Thayer (Black ‘N Blue) e Paul Stanley eram transportados ao chão de uma plataforma elevada. Sim, era o Kiss! Ao vivo e a cores, bem na nossa frente! Ninguém tinha se recomposto e outro petardo, Shout It Out Loud, ecoou pela arena.

Na primeira vez em que interagiu com o público, Paul perguntou se todo mundo estava curtindo e pronto para se divertir. Veio Dr. Love. Depois, perguntou se alguém já havia ouvido Monster, o novo álbum, e tocaram Hell Or Hallelujah e Wall Of Sound.

PLAYLIST-FELIPE MACHADO (VIPER)

Por Ricardo Batalha

ESPECIAL “EVOLUTION” (1992)

Dez anos depois de o Stress ter lançado o primeiro disco da história do Heavy Metal brasileiro, o público comemorava, com entusiasmo, a situação do Sepultura, que estava se fixando no cenário internacional com a promoção do álbum Arise (1991). No entanto, no cenário interno ninguém estava mais em alta que o Viper. Se você sintonizasse a MTV vinte anos atrás, a chance de ver o videoclipe de Rebel Maniac era enorme. Mais que isso, o grupo se transformava num dos grandes pilares do Metal brasileiro, ainda que tivesse perdido seu vocalista original e trocado de baterista duas vezes. O terceiro disco, Evolution, tornou-se um sucesso e catapultou-o ao ‘mainstream’, fazendo com que o grande público soubesse de cor o refrão “everybody, everybody…”

Mesmo com o Viper tendo reaparecido com destaque em 2012 com a turnê “To Live Again”, a ROADIE CREW não poderia deixar passar em branco uma de suas fases de ouro. Portanto, este “Playlist” especial com o guitarrista Felipe Machado foca somente em Evolution. “Antes de falar sobre o disco, acho que é legal contar o contexto em que ele foi criado”, diz Felipe. “Logo após a turnê de Theatre Of Fate, o vocalista Andre Matos decidiu sair da banda para se dedicar à faculdade de música. Para piorar a situação, o baterista Guilherme Martin também saiu. Assim, ficamos eu, Pit e Yves (para variar), com um megacontrato com uma gravadora japonesa… Só faltava ter uma banda!”, relembra o guitarrista.

RELEASES

Por Redação

Releases

Nesta edição:

Admiral Sir Cloudesley Shovell

Aeternam

Anthem

Blackberry Smoke

Blue Barrel

Bonafide

Bonedog

Cradle Of Filth

Deathspell Omega

Demon

Doro

Supertramp

Formloff

Graveyard

Gun-Barrel

Hellscourge

Ian Gillan & Tony Iommi

Illdisposed

Jess And The Ancient Ones

Kaapora

Kamelot

Killing Joke

Little Caesar

Machine Head

Necromancia

Orden Ogan

Red Lamb

Reverence

Sabaton

Seremonia

Still Alive

The Haarp Machine

The Last Vegas

The Sword

This Or The Apocalypse

Tygers Of Pan Tang

Winterfylleth

Wintersun

Worst

Zero Down

ROADIE COLLECTION - JOURNEY

Por Ricardo Batalha Quem lê o nome Journey e instintivamente pensa na grandeza desta banda de AOR, os seguidos hits de rádio e os altos postos em paradas de sucesso, mal se dá conta de que o primeiro objetivo na união de ex-integrantes do Santana e Frumious Bandersnatch era auxiliar outros artistas. Formado em meados de 1973 na efervescente São Francisco, o Golden Gate Rhythm Section rapidamente abandonou a ideia de ser apenas um supergrupo de apoio. Criou-se então um concurso para eleger um novo nome, realizado pela KSAN-FM – o vencedor ganharia ingressos de graça para vê-la durante toda a vida –, mas nenhum chamou a atenção. John Villanueva, que trabalhava com os músicos nos bastidores, sugeriu Journey e assim Gregg Rolie (vocal e teclado), Neal Schon e George Tickner (guitarras), Ross Valory (baixo) e Prairie Prince (bateria) enfim estrearam. No ano seguinte, foram contratados pela Columbia e soltaram o ‘debut’ homônimo em 1975 – único com Tickner e já com Aynsley Dunbar no posto de Prince. A formação como quarteto durou até 1978, quando ocorreu a entrada do vocalista Steve Perry, iniciando a jornada rumo ao topo das paradas, com o inegável apelo comercial e o estilo se afastando do Rock Progressivo.

STAY HEAVY REPORT

Por Cintia Diniz e Vinicius Neves

Sepultura Weizen

Sem sombra de dúvida, a cerveja é a bebida mais apreciada pelos headbangers ao redor do mundo, bem como por muitos músicos. E isso fez com que grandes bandas, entre elas Kiss e Motörhead, lançassem sua própria cerveja, respectivamente a Kiss Destroyer Beer em 2011 e a Motörheads Bastards Beer em 2012. Mas o pioneiro nesse quesito foi o Sepultura do Brasil!

A banda e a Bushido Brazil (importadora e exportadora) idealizaram a Sepultura Weizen, cerveja criada em 2009 para comemorar os 25 anos do grupo. A produção teve início na Fábrica do Chopp, pequena cervejaria localizada na cidade de São Paulo. Mais tarde, Paulo Jr., juntamente com a distribuidora do produto, procurou a premiada cervejaria Bamberg Bier para assumir a produção da bebida. Segundo o músico, a cervejaria foi escolhida por produzir ótimas cervejas e a banda ficou encantada com sua estrutura. Assim, em outubro de 2011 foi relançada a Sepultura Weizen produzida pela Bamberg.

E, em outubro de 2012, Sepultura e Bamberg se encontraram para comemorar um ano de parceria na própria cervejaria, em Votorantim, no interior de São Paulo, onde foi lançado o kit de Natal da Sepultura Weizen. O programa Stay Heavy esteve presente ao evento com o repórter MiG18, Charley Gima, que visitou a fábrica e entrevistou os músicos da banda e Alexandre Bazzo, um dos sócios e responsável pela produção da cervejaria.

De acordo com informações de Alexandre, a Bamberg é uma microcervejaria artesanal da escola cervejeira alemã. O que ela produz em um ano todo equivale a um barril das cervejarias comerciais. É artesanal porque não adiciona nenhum produto químico para acelerar o processo de fermentação. Enquanto em uma cervejaria comercial a bebida sai com cinco a sete dias de processo, na artesanal o processo demora de quarenta a sessenta dias!

ROADIE NEWS

Por Redação

MX: ‘HEADTHRASHERS’ DO ABC DE VOLTA
Ricardo Batalha


A despeito de alguns detratores, a atual onda de revival de grupos pioneiros e seguidores da primeira geração do Metal brasileiro vem sendo encarada por quem efetivamente fez parte dela por um prisma a que todos deveriam atentar: o prazer de tocar. Um dos grupos de Thrash Metal de maior impacto do profícuo cenário do ABC dos anos 80, MX, recentemente voltou à ativa. 
Alexandre Favoretto (guitarra e vocal), Alexandre da Cunha (vocal e bateria), Décio Frignani (guitarra) e Alexandre Gonsalves Dumbo (baixo) não só vêm reconquistando seus antigos fãs, como começam a atrair a curiosidade da nova geração de ‘thrashers’.

POSTER - ICED EARTH

Por Redação Iced Earth
Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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