Se a reunião que durou de 2008 a 2010 serviu como aperitivo, o recém-lançado Surgical Steel vem como um banquete para os fãs de música extrema…
Edição #176
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CARCASS
Se a reunião que durou de 2008 a 2010 serviu como aperitivo, o recém-lançado Surgical Steel vem como um banquete para os fãs de música extrema. Mesmo sem Michael Amott, o Carcass sentou a mão e está aí para honrar o seu legado. Surgiram declarações de que havia a vontade de fazer um disco, mas nada de concreto aconteceu por um logo período. E eis que, após mais alguns anos de estagnação, o grupo inglês ressurge com um petardo objetivando saciar dezessete anos de expectativas e dúvidas. Jeff Walker (baixo e vocal) e Bill Steer (guitarras) encontraram no baterista Daniel Wilding (Trigger The Bloodshed, ex-Aborted) a peça que faltava para fechar o quebra-cabeças. O guitarrista Ben Ash completou o time e então o grupo começou 2013 pisando nos palcos e dando uma prévia do que estava por vir. É com uma formação sólida e um disco potente que o Carcass entra em um novo ciclo de lançamento e shows pelo mundo. Nesta entrevista exclusiva para a ROADIE CREW, Jeff Walker fala, sem pudores, sobre toda essa jornada de um retorno que parecia improvável, mas que agora promete ainda mais.
WATAIN
O Watain apareceu no final dos anos 90 e desde então se transformou em uma das bandas mais importantes da Suécia e da cena Black Metal mundial. Para isso não foram necessários muitos álbuns, o que prova a boa qualidade da discografia da banda. A cada lançamento temos uma aula de como gravar músicas agressivas, trabalhadas e que trazem conteúdo lírico, isso desde o primeiro álbum, Rabid Death’s Curse, de 2000. A evolução técnica é notória nesses anos e se destaca mais ainda em Lawless Darkness (2010) e agora nesse novo trabalho, The Wild Hunt, o primeiro pela gravadora Century Media. Seria fácil chamar este novo CD de o mais importante trabalho de sua carreira, o mais ambicioso, mas, novamente, todos os seus álbuns o são. Muitos poderão dizer que em alguns momentos a banda busca atingir um público maior, isso por causa de músicas como Ignem Veni Mittere e They Rode On que trazem vocais limpos. Mas segundo Erik Danielsson ele não aceita essa colocação: “Eu abomino artistas que se adaptam a fim de atingir um público maior. A principal razão pela qual conseguimos crescer em tudo o que fizemos é que nunca traímos a nossa visão inicial. Essa música específica, They Rode On, apenas nos mostra sendo honestos e brutais. Ela traz outra faceta importante do mundo Watain”, comenta o vocalista e baixista que tem como parceiros o baterista Håkan Jonsson e o guitarrista Pelle Forsberg. E continua: “Todo o negócio relacionado ao Watain está acontecendo agora dentro do nosso próprio círculo fechado: temos a nossa própria gravadora, nossa própria empresa de merchandising, estamos construindo o nosso próprio palco e adereços, etc. Independência e liberdade são duas das ideias mais centrais para nós”. Será que The Wild Hunt nos levará ao topo do Black Metal? O tempo dirá!
HIBRIA
Formado em 1996, o Hibria é uma banda que sempre soube ter a devida paciência para alcançar seu lugar ao sol. Mesmo tendo lançado apenas uma demo, conseguiu fazer sua primeira tour europeia em 1999, mas o álbum de estreia, Defying The Rules, viria apenas em 2004. Foram mais cinco anos até o lançamento do sucessor, Skull Collectors, que acabou consolidando algo que o primeiro trabalho iniciara: a conquista do público japonês. De lá para cá, o Hibria só cresceu. Blind Ride não demorou a sair (foi lançado em 2011) e fez a banda cair de vez nas graças do público oriental rendendo ao quinteto gaúcho oportunidades únicas, como se tornar a primeira banda brasileira a se apresentar na fechadíssima China e ter a oportunidade de gravar um DVD ao vivo numa apresentação em Tóquio. Tudo isso fez com que a banda acelerasse o processo e colocasse no mercado seu mais novo e variado disco, Silent Revenge. Com temática baseada num filme argentino dirigido por Juan José Campanella, o disco foi feito sob total controle da banda: o guitarrista Renato Osório, recém-ingresso na banda (assumiu o posto em 2012) cuidou da produção, enquanto o baixista Benhur Lima fez a mixagem e a arte gráfica. Os dois fundadores da banda, o vocalista Iuri Sanson e o guitarrista Abel Camargo (completa a formação o baterista Eduardo Baldo) conversaram com a ROADIE CREW sobre o novo disco, sobre a fama no Oriente e sobre o atual momento da banda – e ainda sobrou tempo para Iuri contar como foi fazer um “show surpresa” com o Loudness.
STATUS QUO
Rick Parfitt, guitarrista do Status Quo, é parte importante da história do Rock’n’Roll. Como membro dessa venerável banda inglesa, tocou em mais de sessenta músicas que entraram nas paradas britânicas. Assim como os Rolling Stones, o grupo completou seu 50º aniversário, e no início, em 1962, ainda eram conhecidos como The Spectres. Em 1967 mudaram o nome para Traffic, mas esse nome já era de Steve Windwood. Mudaram então para Traffic Jam e no fim do mesmo ano finalmente trocaram definitivamente para Status Quo. Em junho último, a banda lançou seu trigésimo disco de estúdio, Bula Quo!, trilha sonora do filme de mesmo nome. O álbum duplo traz nove faixas inéditas ao lado de regravações de sucessos como Pictures Of Matchstick Men e Beginning Of The End. Por maior que seja o tempo disponível, é impossível manter uma conversa com Parfitt em que se consiga abranger tudo que ele já fez na música ao longo dos últimos cinquenta anos. Mesmo assim, ele falou sobre os primórdios do Status Quo, quando a banda deixou de lado o Rock Psicodélico para abraçar o Rock’n’Roll, e sobre a recente reunião em que o quarteto original – Parfitt, Francis Rossi (guitarra e vocal), Alan Lancaster (baixo) e John Coghlan (bateria) – se reuniu para a “Frantic Four Tour”.
OLIVA
O que se esperar de um músico que está na estrada há mais de três décadas e sempre se preocupou com a qualidade de sua música, senão uma carreira cheia de personalidade e trabalhos atemporais? A vida de Jon Oliva foi marcada por dolorosas perdas que, se por um lado geraram dor, por outro renderam ótimos trabalhos. A maneira encontrada por Jon para expurgar seus demônios é, e sempre foi, a música e Raise The Curtain, seu mais recente trabalho, deixa isso evidente. Nesta entrevista exclusiva para a ROADIE CREW, ele fala sobre a experiência de lançar seu primeiro disco solo, o legado deixado pelo seu irmão Criss Oliva e os trabalhos com Jon Oliva’s Pain, Trans-Siberian Orchestra e, claro, Savatage.
ORPHANED LAND
O Orphaned Land poderia ser de Marte, mas se sua música não fosse sensacional não seria reconhecido como é hoje em dia. Por isso que, independentemente de vir de Israel e isso causar curiosidade e publicidade, no final é a união dessa particularidade com as músicas originais, melódicas e muito bem compostas que o faz um dos grupos mais interessantes da atualidade. O novo álbum é um marco na carreira da banda e por isso conversamos com o vocalista Kobi Farhi. Ele nos fala sobre muitos assuntos, entre eles algumas curiosidades de sua região e como eles conseguem, com sua música, fazer povos que lutam há anos se unirem para vê-los ao vivo.
CHILDREN OF BODOM
Alexi Laiho, vocalista e guitarrista do Children Of Bodom, está rompendo barreiras. Halo Of Blood, oitavo disco da banda finlandesa, traz peso em profusão, mas, ao mesmo tempo, apresenta elementos melódicos e atmosféricos que não apareceram nos álbuns anteriores. “Você vai aprendendo com o tempo”, fala ele sobre o processo criativo que levou ao disco. “Eu tentei ser o mais livre possível como vocalista, como guitarrista e como compositor.” Essa disposição para explorar novos territórios fez desse o trabalho mais variado da banda em anos. Ainda soa como Children Of Bodom, mas suas fronteiras se expandiram. A banda contou novamente com Peter Tägtgren (Hypocrisy, Pain) para produzir os vocais – ele e Laiho já haviam trabalhado juntos em Follow The Reaper (2000). Também vocalista, Tägtgren não apenas dirigiu Laiho como levou-o a explorar novas áreas com sua voz. O produtor geral do disco foi Matt Hyde, um americano que trabalhou pela primeira vez com o grupo no álbum anterior, Relentless Reckless Forever (2011). Hyde trabalhou com bandas como Porno For Pyros e No Doubt e essa experiência com bandas de fora do Heavy Metal trouxe uma textura diferente às músicas. E o engenheiro Mikko Karmila estava novamente pilotando a mesa de som, o que já havia feito em Hatebreeder (1999), Follow The Reaper (2000) e Hate Crew Deathroll (2003). Alexi falou tudo sobre o novo disco nesta exclusiva com a ROADIE CREW.
FATES PROPHECY
Nas décadas de 80 e 90, Minas Gerais era a meca do som Extremo, enquanto São Paulo investia mais no Heavy Metal, no Melódico e até no Hard Rock. A banda Fates Prophecy é um dos exemplos da boa safra do Heavy paulistano surgida nos anos 90 e que, entre idas e vindas e problemas de formação, segue firme na atividade. Fundamentada em um som influenciado por bandas como Iron Maiden, conseguiu criar uma identidade marcante e agora, com seu novo álbum na praça, The Cradle Of Life, conseguiu dar um passo à frente. Para falar deste trabalho e de diversos aspectos envolvendo sua carreira, a ROADIE CREW teve uma conversa exclusiva com o guitarrista Paulo Almeida e com o baterista Sandro Muniz.
TRISTANIA
Quando uma banda estabelecida troca de vocalista, isso geralmente é sinônimo de dor de cabeça para grupo, fãs e gravadora. O Tristania se viu nessa encruzilhada ao perder Vibeke Stene em 2007 e Østen Bergøy em 2010. Os fãs lamentaram muito essas baixas, principalmente a de Vibeke, pois sua imagem e voz eram fortemente associadas à banda. Além dos vocalistas, Svein Terje Solvang (guitarra), Rune Østerhus (baixo) e Kenneth Olsson (bateria) também abandonaram o barco logo após Illumination (2007). Com tudo isso acontecendo, pairavam incertezas sobre o futuro e uma nova formação teria que mostrar a sua força. Sendo assim, Mariangela Demurtas (vocal), Kjetil Nordhus (vocal, ex-Green Carnation, Trail of Tears), Anders Høyvik Hidle (guitarra e vocal), Ole Vistnes (baixo), Gyri Smørdal Losnegaard (guitarra), Einar Moen (teclados) e Tarald Lie Jr. (bateria) mostraram a nova cara do Tristania em Rubicon (2010). Após o lançamento, houve aquela avalanche de críticas e comparações, mas a banda decidiu seguir seu caminho e chegou a Darkest White, seu sétimo álbum de estúdio. Confira, na entrevista a seguir, o que Ole diz sobre os problemas enfrentados, a necessidade de superação e o atual momento vivido pela banda.
JUDAS PRIEST
No dia 24 de maio de 2011, o Judas Priest convocou a imprensa para anunciar que iniciaria sua última turnê mundial. Chamada de “Epitaph Tour”, ela compreenderia nada menos que 120 apresentações ao longo de um ano, incluindo 63 shows na Europa, 40 na América do Norte e 17 na Ásia e na América do Sul. Ao mesmo tempo, a banda aproveitou a presença dos jornalistas para apresentar seu novo guitarrista, Richie Faulkner, em substituição a K.K. Downing. Faulkner se mostrou a escolha perfeita apesar da idade – ele tem 33 anos, enquanto Rob Halford já completou 62 e Glenn Tipton é três anos mais velho –, já que cresceu ouvindo a banda e participou de vários grupos que faziam covers do Judas Priest. Halford parecia muito feliz em ter o novo integrante na banda: “Senhoras e senhores, este é Richie Faulkner”, anunciou ele à imprensa e completou: “Sem ele, não estaríamos aqui conversando com vocês.” Glenn Tipton também mal conseguia esconder a alegria: “É realmente incrível, porque quando Ken nos disse que estava saindo, nós ficamos muito preocupados”, disse ele. “Tínhamos duas alternativas: levávamos adiante e faríamos a tour, que é o que queríamos que acontecesse, e acredito que os fãs também, ou simplesmente encerraríamos as atividades da banda. Naturalmente que para que tudo acontecesse como desejávamos era preciso encontrar o cara certo – e garanto que não tinha ninguém melhor do que esse cara (referindo-se a Richie). Vocês precisam ouvi-lo tocar, ele não apenas é bom, mas também preenche todos os requisitos para fazer parte do Judas. E faz isso do jeito dele e foi incrível como se adaptou rápido à banda. Como Rob disse, se não tivéssemos encontrado Richie, não sei o que seria de nós.” Observando a performance do novo guitarrista no DVD Epitaph, lançado em maio último e que foi filmado durante o show no Hammersmith Apollo de Londres, confirma-se tudo que Rob e Glenn disseram. As 23 músicas do repertório abrangem toda a carreira da banda, do disco de estreia Rocka Rolla (1974) até o mais recente, Nostradamus (2008), e Richie não apenas reproduz cada frase da guitarra de K.K. Downing como dá um novo brilho à banda imprimindo sua própria interpretação aos temas clássicos. Faulkner, apesar de não ser ainda mundialmente conhecido, havia tocado em bandas como Dirty Deeds, Voodoo Six, Ace Mafia e Parramon. Tocou guitarra na banda de Lauren Harris (filha de Steve Harris) e mais recentemente criou as orquestrações e tocou guitarra no disco conceitual Charlemagne: The Omens Of Death, que tem a participação do veterano ator e cantor Christopher Lee. Mesmo assim, nada se compara a tocar diante de milhões de fãs, como aconteceu na “Epitaph Tour”, assim como foi quase surreal para ele ser chamado para fazer um teste para entrar na banda. Nesta entrevista ele fala sobre todo esse processo, sobre sua performance no DVD, sobre o novo disco e muito mais.
SIEGE OF HATE
O ultra-agressivo Animalism, novo álbum do Siege Of Hate, mostra que esses veteranos do Grindcore/Death nacional têm mais “sangue nos olhos” a cada lançamento. O disco, considerado pelo guitarrista e vocalista Bruno Gabai como o mais extremo da carreira, é uma aula sobre como o caos pode ser expresso em forma de música. Ele e o baixista George Frizzo concederam entrevista falando do petardo, inspirado na obra “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, das mudanças de formação, da vindoura turnê europeia, dos anos de estrada e mais. Animais e homens, homens e animais…
TIMO TOLKKI’S AVALON
O guitarrista e compositor finlandês Timo Tolkki é um músico diferenciado em todos os sentidos. Criou uma das maiores bandas de Heavy Metal Melódico, o Stratovarius, que ele deixou há alguns anos. Após essa fase, teve dois outros ótimos grupos de carreira curta. E quando todos achavam que não faria mais nada, ele reaparece com a trilogia Metal Opera chamada Timo Tolkki’s Avalon, um trabalho de muito bom gosto e de qualidade indiscutível. Nessa entrevista, ele se abre e conta alguns detalhes do que tem acontecido em sua carreira nos últimos anos.
EDITORIAL
Valor para quem merece
O dramaturgo, escritor e cronista esportivo Nélson Rodrigues, fluminense de coração e um ícone da cultura no Brasil, criou a expressão “complexo de vira-lata” para definir a postura (ou a falta de) e o sentimento de inferioridade que caracterizava o povo brasileiro em relação ao resto do mundo, especialmente no que se refere ao futebol, e que atingiu o ápice desse autoflagelo na copa do mundo de 1950, perdida dentro de casa. Pelo menos nessa área esse estigma chegou ao fim a partir da geração do Menino Rei, o Pelé, pois a partir de 1958 não teve pra mais ninguém, exceto em ocasiões onde deixamos de vencer, normalmente por algum vacilo de deslumbrados que acham o máximo jogar no meio dos “cinturas-duras” da Europa em troca de muito dinheiro.
Essa baixa autoestima, infelizmente, sempre se estendeu para outros setores, e é comum ouvir compatriotas se referindo a certas coisas grotescas que aqui acontecem, num misto de indignação com resignação, mas com uma crônica falta de consciência de que vários dos nossos problemas poderiam ser resolvidos se nosso povo votasse melhor. Dentro da nossa área de atuação, que é voltada para o entretenimento musical – o Rock e Heavy Metal – padecemos do mesmo mal que é a falta de reconhecimento do valor de artistas nacionais. E, por mais estranho que possa parecer, é nos grandes centros urbanos, especialmente em São Paulo, que fica evidente a falta de apoio e reconhecimento do público para com as bandas brasileiras. E a única explicação para isso é que a oferta de eventos com atrações internacionais é grande e acaba ganhando a preferência dos fãs na hora de optar pela compra de ingresso.
É certo que em alguns casos não dá realmente para competir, mas isso é quando recebemos turnês de grandes astros como Black Sabbath, Metallica, Iron Maiden, e monstros desse nível. Entretanto, quando se trata de atrações de médio e pequeno porte, nosso cenário é muito bem servido, e tem bandas de muita qualidade para atender aos mais variados gostos. Temos excelentes opções que merecem ser conferidas ao vivo, incluindo os pioneiros que se mantém em atividade com a motivação alimentada pelo amor à arte. Alguns exemplos estão no cast do festival “Super Peso Brasil”, que vai acontecer na capital paulista em novembro com a presença de Metalmorphose (RJ), Centurias (SP, foto), Taurus (RJ), Salário Mínimo (SP) e Stress (PA). Entre as bandas com carreiras consolidadas podemos citar Hibria, Siege Of Hate e Fates Prophecy que aparecem em matérias nesta edição. E esses são apenas alguns nomes que servem de amostra da riqueza da cena nacional, pois tem ainda uma nova geração com agradáveis revelações, alguns fazendo Hard Rock com todos os ingredientes que o estilo requer, outros revitalizando o Thrash Metal “old school”, e tem também gente nova fazendo uma especialidade brasileira, o Metal Extremo, com ótimos trabalhos no terreno do Black e do Death Metal.
Nossa cena é uma realidade que está esparramada por todo o país, não se restringindo a uma região específica. Sim, podemos sentir orgulho do Rock/Metal nacional, sem qualquer complexo de inferioridade.
CENÁRIO
DARSKSIDE: O LADO NEGRO DO CEARÁ
Por Pedro Humangous
A cena nordestina sempre demonstrou e segue mantendo fortes ligações com o Metal extremo. Talvez o calor daquelas terras e o repúdio pelos estilos tradicionais da região tenham relação direta com o som muitas vezes praticado por bandas de lá. O Darkside vem de Fortaleza (CE) e desde seu surgimento, em 1991, vem assolando o Nordeste com a promessa de devastar o restante do Brasil em pouco tempo através de seu Thrash Metal nervoso, repleto de melodia e influências de Metal Tradicional, como no mais recente lançamento, Prayers In Doomsday…
DUSTY OLD FINGERS: MUSICANDO A VIDA DE BRIAN JONES
Por Thiago Rahal Mauro
A banda Dusty Old Fingers, que em português significa “velhos dedos empoeirados”, nasceu com uma proposta musical influenciada nos anos 60 e 70, principalmente por Beatles e Rolling Stones, que dominavam o gênero do Rock naquela época. O disco de estreia, The Man Who Died Everyday, é considerado pelos próprios músicos uma ópera rock, com sua história baseada na trajetória de Brian Jones, fundador e primeiro guitarrista dos Stones. A formação do grupo conta com Fabiano Negri (vocais e guitarra), Tony Monteiro (guitarra), Marcelo Diniz (teclados), Joni Leite (baixo) e Rick Machado (bateria). Em entrevista à ROADIE CREW, Tony e Fabiano contam detalhes do álbum e da diferença entre ser jornalista musical e músico de fato. Confira!
DESALMADO: ORGULHO DO GRINDCORE BRASILEIRO
Por João Zattarelli Jr
Mais um grande representante do underground vem alcançando patamares mais altos e sendo motivo de orgulho. Antes mesmo do lançamento do EP de estreia, Hereditas (2008), o grupo paulistano Desalmado, formado por Caio Augusttus (vocal), Bruno Teixeira (baixo), Estevam Romera (guitarra) e Ricardo Nutzmann (bateria), já vinha conquistando território na cena Grindcore. Bruno e Caio contaram detalhes sobre a banda, as mudanças de formação e muito mais.
VANDROYA: COMEÇANDO EM ALTO NÍVEL
Thiago Rahal Mauro
O Vandroya começou apresentando versões de suas bandas preferidas, mas, com a evolução natural de seus músicos, sentiu necessidade de compor músicas autorais. Com a repercussão da participação especial dos integrantes no projeto Soulspell, somente agora o grupo conseguiu lançar seu álbum de estreia, One. Em tom bastante descontraído, os músicos Marco Lambert e Daísa Munhoz falaram sobre a atual fase.
ROADIE MAIL / MEMÓRIA / TOP 3
Sou leitor da revista há um bom tempo, pois a vejo como um dos poucos redutos sérios e seguros para o fã do Rock pesado no Brasil. Seja falando das bandas gringas ou abrindo espaço para a cena nacional, a ROADIE CREW sempre fez um trabalho de primeiríssima qualidade. Mas tenho de confessar que fiquei surpreso com a matéria com a Gaijin Sentai. Sou fã da banda e no cenário de J-Rock é considerada a melhor das Américas. Entretanto, mesmo a ROADIE CREW sendo um espaço totalmente democrático, não esperava ver esse segmento sendo estampado nas páginas da ed.# 174. A minha alegria foi dupla, primeiro por ver a Gaijin na maior publicação nacional. E depois por ver a revista firmando mais uma vez sua posição de seriedade e de dar chances a quem desempenha um bom trabalho. Só tenho a parabenizar vocês pela oportunidade que deram à banda e por demonstrar democracia ao estarem abertos a todo tipo de som. Um forte abraço.Grégori Rigotti
BLIND EAR - BILL HUDSON
Bill Hudson (guitarra, Circle II Circle, Emphatic)
“Isso é Periphery? (R.C.: Não). Ouvi uma música deles e era mais ou menos assim. Tô me sentindo um idiota por não saber… (risos) Isso poderia ser o Nightrage. (R.C.: Também não). Não sei mesmo, mas curti pra caramba os lances eletrônicos na música e tal. (R.C.: Isso é Pendulum com participação do In Flames). Sério? Que animal! Nunca acertaria, mas é muito legal!”
Pendulum – Self Vs. Self (com In Flames)
HIDDEN TRACKS - THE FIRM
O experiente baterista Chris Slade já tinha estado nas bandas de apoio de Tom Jones e Olivia Newton-John (Tomorrow), além de ter fundado a Manfred Mann’s Earth Band, com a qual gravou oito discos até 1978. Após isso, formou o Terra Nova, gravou com Frankie Miller e Kai Olsson até se juntar ao Uriah Heep na fase do álbum Conquest (1980). Então, passou a integrar a banda de Mick Ralphs (Bad Company), a mesma que serviu de apoio para uma turnê solo de David Gilmour (Pink Floyd). “Jimmy Page teve que esperar Chris voltar da excursão com Gilmour, mas não se importou. Chris era um baterista monstruoso e a espera valia a pena”, contou o baixista Tony Franklin, famoso por sua habilidade no baixo fretless (sem trastes).
ETERNAL IDOLS - TIM KELLY (SLAUGHTER)
O baixista Dana Strum, que tinha recomendado Randy Rhoads e Jake E. Lee para a banda de Ozzy Osbourne, obviamente tinha faro para reconhecer talentos. Assim, quando recrutou Timothy Patrick Kelly para a vaga em sua então nova empreitada, o Slaughter, ninguém duvidou da capacidade do guitarrista.
Nascido a 13 de janeiro de 1963 em Trenton/New Jersey (EUA), Kelly era autodidata e começou a tocar inspirado em Rick Derringer e Peter Frampton. Sua primeira experiência “pra valer” foi com a banda Witchhammer, ao lado de seu irmão e vocalista Bryan Eddy. O grupo, que tocava covers de Judas Priest, mudou o nome para Allegiance e passou a compor músicas próprias. Assim, em 1985, gravou uma demo com a faixa The Tempest. A música fora descrita como a The Sentinel (Judas Priest) deles e com seu irmão cantando em uma linha bem alta, remetendo ao estilo do Agent Steel e, obviamente, a Rob Halford.
RELEASES
Nesta edição:
Adept
Akarusa Yami
Bombus
Carcass
Demon Lung
Devil Driver
Eminent Shadow
Evile
Exhumed
Farscape
Fates Warning
For Today
James Labrie
Judas Priest (DVD)
Kreator (DVD)
Lordi
Mystical Vision
Nightfall
Nocte Obducta
Orphaned Land
Paganland
Plexiheads
Powerwolf
Profane Prayer
Rhestus
Sapiency
Seven Kingdoms
Sioux 66
Suidakra
The Devil’s Blood
The Poodles
The Seeking
The True Endless
Triturador
Trouble
Unearthly (DVD)
Violator
Watain
Wolvespirit
GARAGE DEMOS
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a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]
Nesta edição:
A.V.C.
Fat Bull Red
Labbra
Onnírica
CLASSICOVER -IT’S ONLY ROCK’N ROLL (BUT)
Quando Jackie Brenston And His Delta Cats tiveram o single Rocket 88 no primeiro posto das paradas de R&B, ninguém ainda sabia como classificar aquela nova tendência musical. Era junho de 1951. Então, passando por outros pioneiros do Rock – Louis Jordan, Wild Bill Moore, Fats Domino, Elvis Presley, Chuck Berry, Bill Haley e muitos outros –, o Rock foi se tornando realidade. Ao longo dos tempos, inúmeras frases de impacto foram ditas, contestando a afirmação dos mais conservadores de que o Rock era algo passageiro. Porém, se em 1958 os visionários Danny And The Juniors previam a longevidade do ritmo cantando “Rock And Roll is here to stay, it will never die” (“Rock And Roll veio para ficar, ele nunca morrerá”), os Rolling Stones cunharam uma frase emblemática: “It’s Only Rock’n Roll (But I Like It)” – “é apenas Rock’n’Roll (mas eu gosto)”.
BACKSPAGE
O fim da MTV: alguém se surpreendeu?
Até que ponto os apreciadores de música de qualidade ficaram chocados com o anúncio de que a MTV Brasil deixaria de existir no próximo mês de outubro? A mais triste e pura verdade é que, dos 23 anos do canal em terras brasileiras, muito pouco foi feito em prol da música. Tudo sempre foi vago e os poucos programas que chamaram a atenção da audiência, isso há muito tempo, quase não são lembrados.
No caso dos leitores da ROADIE CREW, deixou boas lembranças o finado “Fúria Metal” que, logo em seguida, seria rebatizado de somente “Fúria”. Algum preconceito contra o estilo Metal? Quero acreditar que a palavra “Metal” causava – e cá entre nós, ainda causa – algum medo, principalmente a possíveis investidores de marketing e suas respectivas agências de propaganda. Isso sem contar que, em seus primeiros meses, o programa era exibido nas madrugadas. Ficava claro que para a MTV Brasil o headbanger era um público pouco interessante e que também sequer tinha que acordar cedo no dia seguinte.
CLASSICREW/ACONTECEU...
1973
Aerosmith
Aerosmith
Ricardo Batalha
Apesar de aclamado por seu Hard Rock cru com alma ‘bluesy’, o Aerosmith trouxe em seu disco de estreia uma das baladas de maior impacto que o Rock já viu: Dream On. Composta pelo vocalista Steven Tyler, foi direto para as rádios após o lançamento de seu single, em junho de 1973. Tyler criara a melodia anos antes ao piano, mas fora desencorajado pelo guitarrista Joe Perry, que estava receoso em trabalhar em uma composição nestes moldes. O vocalista estava certo. Dream On obteve a 59ª colocação no ano de seu lançamento e, três anos depois, a 6ª posição.
O ‘debut’ começou a ser gravado em outubro de 1972 no estúdio Intermedia Sound de Boston, cidade natal do grupo. A primeira faixa trabalhada por Tyler e Perry foi Movin’ Out…
1983
KISS
Lick It Up
Ricardo Batalha
Dez anos antes de Lick It Up, Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss discutiam assuntos relacionados à então nova banda e escolhiam o nome para ela, na fase que sucederia o Wicked Lester. Uma década adiante, o Kiss já tinha experimentado tudo. Até seu auge tinha passado.
Por outro lado, o pontapé inicial para que muitos começassem a sentir o gosto pela música pesada foi justamente a passagem do Kiss pelo Brasil em 1983. Entretanto, a história tratou de mostrar que o quarteto mascarado, já com Vinnie Vincent no posto de Ace, só fez shows por aqui porque estava com um rombo nos cofres e via seu público diminuir. “Era um dos poucos lugares no mundo onde eles conseguiriam tocar em um estádio cheio”, declarou Chris K. Lendt,
1993
Anthrax
Sound Of White Noise
Heverton Souza
Sound Of White Noise foi o divisor de águas na carreira do grupo norte-americano Anthrax. Após Persistence Of Time (1990), o vocalista Joey Belladonna foi demitido com a conhecida desculpa de “diferenças musicais”. O “convocado” a substituí-lo foi John Bush.
Bush era vocalista do Armored Saint desde sua formação em 1982 e chegou a ser convidado até mesmo para cantar no Metallica, ainda no início dos anos 80. Após lançar March Of The Saint (1984), Delirious Nomad (1985), Raising Fear (1987) e Saints Will Conquer (ao vivo, 1988), o grupo encerrou a carreira ao fim das gravações de Symbol Of Salvation (1991). O fim se deu porque o Armored Saint não queria continuar sem o guitarrista Dave Prichard, falecido em fevereiro de 1990 devido à leucemia.
LIVE EVIL - WINERY DOGS / THE RODS
The Winery Dogs
Carioca Club – São Paulo/SP
26 de julho de 2013
Por Thiago Rahal Mauro • Fotos: Danillo Facchini
O The Winery Dogs é um daqueles supergrupos que já nasceram grandes mesmo antes de o primeiro disco sair do forno. A turnê mundial de divulgação do álbum de estreia da banda, que começou no Japão no mês de julho, teve uma parada estratégica no Brasil com quatro datas – Rio de Janeiro (24), São Paulo (26), Belo Horizonte (27) e Porto Alegre (28). E toda a empatia do público ficou evidente porque seus integrantes são conhecidos tanto no meio do Hard Rock como do Metal Progressivo. Afinal, Billy Sheehan (baixo) e Richie Kotzen (guitarra e vocal) são venerados por fãs do Mr. Big e Poison, respectivamente, e Mike Portnoy (bateria), por sua fama com Dream Theater e projetos paralelos.
O show de São Paulo foi marcado para as 19h de uma sexta-feira, ou seja, na hora do rush da maior metrópole do país. A região onde fica o Carioca Club tem enorme concentração de carros neste horário, fazendo com que de qualquer lado que você tentasse chegar acabasse pegando um trânsito fora do comum. Para ajudar, vários acidentes de trânsito atrapalharam os fãs perto do local.
The Rods
Inferno Club – São Paulo/SP
28 de julho de 2013
Por Thiago Rahal Mauro • Fotos: Ricardo Ferreira
Pela primeira vez no Brasil, o The Rods desembarcou em São Paulo para uma apresentação única no Inferno Club, no último dia 28 de julho, mas infelizmente com um público aquém de sua história no Rock e no Metal. Difícil dizer se por falta de informação dos fãs mais jovens ou pela quantidade de shows internacionais na cidade, mas uma banda que tem um disco clássico como Wild Dogs (1982), além de outras qualidades, merecia mais fãs nos shows com sua formação original.
David “Rock” Feinstein é conhecido como guitarrista e fundador do Elf, banda que tinha seu primo Ronnie James Dio nos vocais. Os dois tocaram juntos no primeiro disco, homônimo, de 1972, mas logo em seguida o vocalista juntou-se ao Rainbow de Ritchie Blackmore. Feinstein voltou à cena em 1980, como vocalista e guitarrista do The Rods.
LIVE EVIL - EXTREME HATE FESTIVAL
Carioca Club – São Paulo/SP
04 de agosto de 2013
Por Frans Dourado • Fotos: Guilherme Nozawa
O ambicioso projeto de reunir alguns dos nomes mais tradicionais do Metal Extremo nas últimas décadas chamou a atenção dos bangers nas semanas que antecederam o evento e esse burburinho se traduziu em ótimo público no final de tarde e noite de domingo na capital paulistana. O tempo firme e agradável não impôs nenhuma condição desfavorável a quem veio de várias partes do Brasil prestigiar o evento. O grande número de atrações obrigou a organização a colocar a primeira banda do cast a se apresentar pouco depois das 16h. E a primeira constatação positiva do dia se deu quando o Unearthly subiu ao palco e encontrou um público numeroso e receptivo, que foi agraciado com uma banda empolgada e com um som perfeito desde o início da apresentação. O quarteto carioca se aproveitou da ótima estrutura a ele oferecida e colocou em prática o resultado de anos de incansável trabalho e dedicação, provando mais uma vez continuar entre os grandes do Brasil no quesito extremismo, mesmo sem abandonar e reverenciando características da cultura brasileira, que foi bem incorporada à personalidade da banda. Os destaques da apresentação foram Murder The Messiah, Black Sun e Age Of Chaos.
LIVE EVIL - JOE BONAMASSA / POSSESSED
Joe Bonamassa
HSBC Brasil – São Paulo/SP
08 de agosto de 2013
Por Antonio Carlos Monteiro • Fotos: Renan Facciolo
Praticamente desde que foi inventado, o Rock carregou consigo um forte apelo visual. Com o passar do tempo, as manifestações visuais foram se aprimorando e hoje é comum vermos explosões no show de Paul McCartney, Paul Stanley voando sobre o público nas apresentações do Kiss, palcos monumentais e repletos de surpresas nas turnês dos Rolling Stones e por aí vai. Nada contra, Rock sempre foi uma mistura de música e ação, e esse é sem dúvida um dos muitos fatores que torna esse gênero musical tão fascinante. No entanto (e justamente por isso tudo), o oposto também acaba se destacando nos dias de hoje. E foi isso que um seleto e felizardo público testemunhou na agradável noite de 8 de agosto em São Paulo. Nesse dia, Joe Bonamassa e sua banda espetacular nos proporcionaram um show de música. Simplesmente isso. Não teve fogos de artifício (só uma insistente fumaça de gelo seco), trocas de roupa nem qualquer outro tipo de exibição
Possessed
Beco – Porto Alegre/RS
08 de agosto de 2013
Por Maicon Leite
Fotos: Carlos Henrique dos Santos Borges
Quando a nova turnê do Possessed pelo Brasil foi anunciada e descobriu-se que ela passaria na capital gaúcha, houve um contentamento geral por parte dos headbangers, sedentos em ver pela primeira vez a lenda do Death Metal cara a cara, na figura de Jeff Becerra, um dos pais do estilo.
Ocorre que, até a abertura do Beco, a alegria do público que aos poucos chegava era visível, inclusive com alguns fãs segurando as capas dos LPs, na esperança – atendida prontamente no final do show – de serem autografados.
A abertura, a cargo do Postmortem, deixou os presentes satisfeitos. Oriundo da cidade de Rio Grande, o quarteto despejou fúria em seu curto e violento set, mostrando que a cena gaúcha continua a gerar grandes nomes do Metal Extremo. Na ativa desde 2004 e hoje formada por Bruno Añaña (guitarra/vocal), Mou Machado (guitarra), Juliano Pacheco (baixo) e Douglas Veiga (bateria), a banda vem divulgando o EP Atra Mors, com suas faixas devidamente executadas nessa histórica noite: Above All Lies, Possession Of Spirit And Flesh e ‘Till Your Last Breath. Além delas, foram apresentadas músicas novas, aplaudidas pelo público e deixando o ambiente propício para o massacre que viria a seguir.
PLAY LIST - CENTURIAS
Centurias – Especial 25 anos do álbum Ninja
Animal: “Tanto Animal como outras faixas de Ninja nasceram de um projeto que teve a participação de nosso atual integrante, Roger Vilaplana (ex-Nostradamus), e de Marcos Patriota nas guitarras, Alceu na batera e eu no baixo. O interessante é que nos vocais houve participação de Cachorrão e Jack Santiago em fases distintas. A letra dessa faixa procura mostrar imagens fortes e sensoriais, que harmonizam com o andamento rápido e incisivo.” – Ricardo Ravache
COLLECTION - MORTIFICATION
Colaborou João Luiz Zattarelli Jr.
Algumas bandas conseguem superar o preconceito de alguns fãs e se tornam vencedoras por sua música. No cenário do White Metal, se o Stryper conseguiu se destacar no Hard Rock e no Heavy Metal, na esfera do Death e do Thrash Metal o Mortification é o mais cultuado. O grupo australiano da pequena Moorabbin, subúrbio de Melbourne, foi formado em 1989 após o fim do Lightforce. Tornou-se mundialmente conhecido não só pela sua música extrema e pela postura cristã, mas também pela presença marcante de seu fundador, líder, baixista e vocalista Steve Rowe. Mesmo que sua época de ouro tenha sido entre 1991 e 1993, quando Rowe (vocal e baixo), Michael Carlisle (guitarra) e Jayson Sherlock (bateria) lançaram os álbuns Mortification (1991), Scrolls Of The Megilloth (1992) e Post Momentary Affliction (1993), o Mortification nunca deixou de lançar trabalhos de qualidade e jamais entrou em comodismo musical. Hoje, com mais de treze álbuns de estúdio, cinco ao vivo e duas coletâneas, passando por altos e baixos comuns na carreira de qualquer formação – em 1996, Rowe quase perdeu uma batalha contra o câncer –, é apreciada por seguidores cristãos ou não. Isso mostra que o poder de seu som rompe todo tipo de barreira.
BACKGROUND - TRIUMPH (PARTE 2)
Never Surrender
Os shows da turnê de Allied Forces acabaram rendendo mais um prêmio ao Triumph, dessa vez outorgado pela revista Performance. O trio foi escolhido “Inovador do Ano” por ter levado os shows de Rock em arenas a um outro patamar. Além disso, ainda em 1981, Rik Emmett foi recebeu o Juno Award na categoria “Melhor Guitarrista”, escolhido pelo voto popular.
E encerrada a tour era hora de começar a pensar no próximo trabalho. Assim, o ano de 1982 foi dedicado à composição e gravação de Never Surrender. O disco saiu no dia 28 de janeiro de 1983 e trazia algumas novidades. Uma delas foi o fato de a banda não produzi-lo sozinha, mas com o auxílio de David Thoener. Na época, o guitarrista e vocalista Rik Emmett comentou em entrevista o que isso trouxe de diferente à forma de trabalho da banda: “Mudou a forma como olhamos para nossa música. Ter uma visão de fora sobre o trabalho foi como abrir uma janela para o mundo”, disse ele. “Além disso, David nos convenceu a deixar alguns experimentalismos de lado e trouxe uma enorme experiência em engenharia de som.” Já o baterista e vocalista Gil Moore acreditava que Thoener ajudara “cada um de nós a identificar os pontos fortes e fracos uns dos outros, fazendo tudo isso reverter em favor da banda.
STAY HEAVY REPORT
Biografias do Rock
É cada vez maior o público interessado em biografias e autobiografias. Nas últimas décadas, houve um aumento substancial do interesse por livros desse gênero, tanto do público leitor, como do mercado editorial. Basta dar uma olhada nas prateleiras das livrarias e na lista de livros mais vendidos para constatar o sucesso de obras biográficas de nomes da música, televisão, cinema, política e de intelectuais.
No segmento da música, grande parte das publicações é de astros do Rock mundial, sendo que muitas delas felizmente já ganharam sua versão em português. Só nesta edição da ROADIE CREW na seção “Cenário” são apresentadas duas das mais recentes publicadas por aqui: “Mustaine – Memórias do Heavy Metal” (Editora Benvirá), biografia de Dave Mustaine (Megadeth) lançada originalmente em 2010; e “Iron Man – Minha Jornada com o Black Sabbath” (Editora Planeta), autobiografia de Tony Iommi que saiu em dezembro de 2012.
PROFILE - FRANCIS CASSOL (SCELERATA)
Francis Cassol (Scelerata)
Primeiro disco que comprou: “Lies (Guns N’Roses) em 1991, aos meus 12 anos de idade.”
POSTER - DOKKEN
Dokken
Back For The Attack, o album
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |