Quando o Ratos de Porão surgiu, em novembro de 1981, o movimento Punk começava a virar realidade em um Brasil que ainda vivia a ditadura militar. Se no exterior ocorria a primeira transmissão da MTV, aqui o grupo apareceu em meio…
Edição #186
R$29,00
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RATOS DE PORÃO
FREEDOM CALL
ENTHRONED
ARCH ENEMY
CROWBAR
ANTHRAX
WHITECHAPEL
EDGUY
GENOCIDIO
TANKARD
EDITORIAL
Entidades acima do bem e do mal
Da mesma forma que algumas pessoas “meio desligadas” estranharam o tema da nossa edição de junho por desconhecerem a íntima ligação que existe entre o Rock/Metal com o futebol, certamente alguns vão se espantar com a matéria de capa da ROADIE CREW deste mês com uma banda que iniciou sua trajetória na cena Punk/Hardcore.
Não é novidade a aparição de representantes deste segmento em nossas páginas, como prova a publicação do “Background” do Ramones que estamos finalizando nesta edição, porém é uma satisfação muito especial para nossa equipe colocar na matéria de capa o Ratos de Porão, uma verdadeira instituição nacional. É uma banda cultuada no mundo inteiro mas que, infelizmente, é ignorada pelos veículos de comunicação de massa no Brasil, como acontece com todo artista underground, mesmo que seu trabalho tenha uma qualidade inquestionável.
A razão de ser da existência da revista será sempre o Heavy Metal, e isso é motivo de orgulho para quem sabe o que quer em se tratando de música. Já deixamos para trás aquela distorcida imagem de sermos uma espécie de “vítima” do preconceito dos infelizes que não têm noção do que significa ser um ‘headbanger’. O Heavy Metal tem história, tem raízes nobres, e por isso o Classic Rock já está totalmente inserido no interesse dos nossos leitores e da nossa editoria, mas, além disso, temos alguns “parentes” e podemos considerar que o Punk/Hardcore é um desses familiares mais próximos do Metal, pois é sim Rock pesado, e veloz. Deixando de lado a reconhecida existência de uma minoria de radicais, a convivência de fãs de bandas de Metal e de Punk é amigável em todas as partes do mundo. As desinteligências de que se tem notícia são sempre ligadas a grupos marginais para quem a música em si não tem tanta importância, e praticam atos violentos por qualquer motivo. Aliás, nessa área de violência temos exemplos semelhantes de comportamento de bandidos também no futebol e na política, com os “organizados” e os “militantes profissionais” literalmente brigando o tempo todo para tentar fazer valer suas ideias na marra.
A convivência entre alguns dos mais importantes personagens brasileiros representantes do Metal e do Hardcore tem como característica o mais normal dos comportamentos: Max Cavalera (ex-Sepultura, Soulfly, e outros) e João Gordo (Ratos de Porão) foram grandes amigos por muito tempo e chegaram a se distanciar, porém as razões da discórdia não tiveram nada a ver com o gosto musical de cada um. Afinal, desentendimentos e divergências de opinião são comuns acontecerem entre casais, ou entre irmãos – como também já ocorreu entre o próprio Max e seu irmão Igor Cavalera, que hoje estão reconciliados e trabalhando juntos novamente.
Ratos de Porão e Ramones enriquecem o conteúdo deste mês, ao lado de entrevistas com Arch Enemy, Stryper, Enthroned, Anthrax, Crowbar, Whitechapel, Freedom Call, Edguy, Genocídio e Tankard, o que dá uma ideia da diversidade que atende a todo (bom) gosto musical.
Airton Diniz
CENÁRIO
CANGAÇO: REFERÊNCIAS LOCAIS E MUITO DEATH METAL
“Só deixamos rastros aos que vêm auxiliar” – Cantar Às Excelências Das Armas Brancas, Rastros (2013). A frase é simples, mas reverbera e gruda. Mais do que isso: resume a proposta do trio pernambucano Cangaço. E a ‘pernambucanidade’ não fica restrita ao nome, pois o Death Metal do grupo é cheio de referências locais – seja nas letras ou nas rítmicas. O trio – formado por Magno Lima (baixo, vocal), Rafael Cadena (guitarra, vocal) e Mek Natividade (bateria) – moveu-se ao Recife Antigo para falar sobre a banda e contar novidades à ROADIE CREW.
BRASILEIRO É NOVO VOCALISTA DE PROJETO SOLO DE ABADDON
Após se desligar da lendária banda inglesa Avenger, o brasileiro Rodrigo BVevino, internacionalmente conhecido como Roddy B, acaba de juntar forças com uma verdadeira lenda viva do Heavy Metal mundial. O vocalista é o novo integrante do projeto liderado por Tony “Abaddon” Bray, ex-baterista do Venom.
Neste momento, o grupo de Newcastle está se reformulando para novamente cair na estrada e dar sequência à promoção do álbum solo, I Am Legion (2000). O line-up ainda é composto pelo guitarrista Paul Tattersall e pelo baixista Steve Hoggart, que faziam parte do Riot Act. Além de cantar, Roddy B também tocará guitarra, tanto que acabou de assinar contrato de endorsement com a Warman Guitars.
SKIN CULTURE: MENSAGEM NAS LETRAS, AGRESSIVIDADE NO SOM
O novo álbum do Skin Culture é moderno, pesado e traz uma evolução notória da banda em termos de composição. O vocalista Shucky Miranda segue firme e forte soltando a voz e com suas mensagens bem direcionadas. Ou seja, é o grande trabalho da banda até o momento! Acompanhe o bate-papo abaixo.
ENVOKE: RÁPIDA ASCENSÃO
Quem está contribuindo para o cenário extremo nacional e com uma estreia bem relevante é o Envoke, trio formado pelos irmãos Júlio Falcão (baixo e vocal), Júnior Falcão (guitarra) e Roberto Maia (bateria). O álbum Unnatural Cancer Of The Humanity vem sendo bem recebido e está fazendo muito fã de Death e Black Metal seguir seus passos. Conversamos com Júnior sobre detalhes do material e de como a banda está se comportando diante da rápida ascensão.
FIRELINE: ESTRANHO NO NINHO
O cenário cearense vem se destacando por revelar bandas extremas para o Brasil. Entretanto, paralelamente a essa característica, outras formações tentam conviver no mesmo espaço, como é o caso do Fireline. Com três trabalhos de estúdio e uma polêmica no currículo, o seu líder e guitarrista André Rodger (ex-Beowulf) tem consciência de que o Hard Rock não é um dos mais presentes entre as bandas de Fortaleza. “Acho que temos poucas bandas autorais na ativa, antes tínhamos mais. Isso afasta muito o público dessa área dos shows que, em sua maioria, expõem o Metal Tradicional e outras vertentes”, diz.
VINGADOR: NO RASTRO DO ‘OLD SCHOOL’
Criado em 1999 com a gana de fazer um som calcado em influências como Iron Maiden, Metallica (fase Cliff Burton) e Slayer, o Vingador finalmente lançou seu ‘debut’, Dark Side. Mesmo com os problemas que todas as bandas enfrentam, como mudanças de formação, o grupo se mantém firme, sendo um dos mais prolíficos e promissores no Thrash Metal do estado do Rio de Janeiro. O vocalista e guitarrista Alexandre Cabral é quem fala sobre a trajetória e o atual momento da banda.
ROADIE MAIL / MEMÓRIA / TOP 3
RAVEN
Prezados colegas da RC, embora eu os acompanhe desde o início, seja assinante de longa data e possua todas as edições desta excelente revista (sim, todas, sendo algumas das primeiras edições em cópia xerox), esta é apenas a terceira vez que escrevo a vocês. O que me motivou a escrever foi “uma bandinha aí…”. Acho que estou ficando velho aos 43 anos. Estava no Morumbi com minha esposa ansioso pelos shows do dia 22 de março. Eu escrevi shows (no plural) porque estava lá pra assistir ao Metallica, principalmente, mas também ao Raven. Aliás, tinha esperança de encontrar camiseta oficial desta banda pra comprar no show, assim como comprei a do Metallica. Não quero entrar no clichê de banda injustiçada, mas o Raven tem uma importância histórica no Heavy Metal, além da qualidade de vários de seus álbuns. Ou seja, pra resumir muito, merece respeito. E fiquei perplexo e decepcionado com duas situações que vivenciei no evento. A primeira foi de ouvir de um rapaz de vinte e poucos anos que antes do Metallica iria tocar “uma bandinha aí”. A segunda foi a horrorosa qualidade do som proporcionado ao Raven até a metade de sua apresentação. Ou seja, o que poderia ser uma oportunidade para pessoas de vinte e poucos anos (e outros mais velhos e novos também) e causar uma curiosidade positiva com relação à banda, foi uma depreciação. Apesar da garra e movimentação mostrada pelos “velhinhos”, o som assassinou vários clássicos do Power Metal mundial. Eu sei que existe e sempre existirá uma geração mais nova, que começa a ouvir Metal através de bandas mais recentes e que não tem oportunidade ou não quer conhecer mais dos primórdios do estilo, mas, cá entre nós, quando vou a um show, procuro saber quais serão as bandas de abertura e descobrir algo a respeito quando não conheço alguma. Talvez eu esteja mesmo ficando velho e ranzinza pra essas situações, mas em meu favor há um fato bastante curioso. Em 1983, quando o Metallica estava lançando seu fabuloso ‘debut’, ele abriu shows nos EUA pra uma bandinha aí… No mais, que grande show do Metallica! Abraços ao som de Life’s A Bitch (não é do Metallica).
Carlos Alberto Neves
Nova Lima/MG
BLIND EAR - FREDRIK ANDERSSON
Blind Ear – Fredrik Andersson (Amon Amarth)
“Arch Enemy. É a nova música, certo? (R.C.: Isso, com Alissa White-Gluz). É fácil de reconhecer por causa do estilo do Daniel (Erlandsson), que é um ótimo baterista. (R.C.: Vocês se conhecem?). Não que eu tenha o telefone dele, mas já nos esbarramos (risos). (R.C.: E o que achou do single?). Nunca fui um grande fã da banda, sinceramente, mas gosto do instrumental. Sempre achei o vocal da Angela (Gossow) um pouco forçado, enquanto a Alissa tem uma voz mais poderosa. Foi uma boa troca.”
Arch Enemy – War Eternal
STRYPER
HIDDEN TRACKS – UNCLE SLAM
ETERNAL IDOLS – ALVIN LEE
RELEASES
Releases
Nesta edição:
Accept
Agalloch
Arkona
Body Count
Clamus
Corrosion Of Conformity
Drapsnatt
Emmure
English Dogs
Executer
Falconer
Gun Barrel
Hawkwind
Hortus Animae
I Declare War
Kadavar
King Of Asgard
Metalsteel
Nightmare
Pet The Preacher
Pop Javali
Project 46
Ratos De Porão
Sabaton
Scrok
Slasher
Statues Of Fire
Suicide Silence
Supersonic Brewer
Thalamus
U.D.O.
Velhas Virgens
GARAGE DEMOS
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Nesta Edição
Fireline
Somagnet
Soul Inside
Vulgar Type
CLASSICOVER – BALROOM BLITZ
A formação clássica do grupo inglês Sweet, com Brian Connolly (vocal), Steve Priest (baixo), Andy Scott (guitarra) e Mick Tucker (bateria), foi uma das responsáveis pelo crescimento do Glam Rock, influenciando bandas do mundo inteiro. Uma de suas marcas registradas se deve ao estilo marcante de backing vocals agudos e, claro, à sua estética.
Um caso curioso ocorreu em 1973, quando os músicos estavam fazendo uma apresentação no complexo Grand Hall e Palace Theater, em Kilmarnock (ESC). No meio do show alguém gritou: “Ataquem a todos!” e, de repente, o público enfurecido começou a jogar cadeiras e garrafas por toda parte do salão, principalmente em direção ao palco. Essa confusão foi o “prato perfeito” que serviu de inspiração para uma de suas canções mais conhecidas: Ballroom Blitz.
A dupla de produtores e compositores, Nicky Chinn e Mike Chapman, que já contribuía com a banda desde o primeiro álbum, Funny How Sweet Co-Co Can Be (1971), escreveu a letra de Ballroom Blitz. A música surgiu a partir do ritmo e dos riffs de Let’s Stomp, lançada em 1963 pelo cantor americano Bobby Comstock.
A primeira versão do Sweet, intitulada…
CLASSICREW - QUEEN/MANOWAR/BRUCE
1974
QUEEN
Queen II
Hoje em dia, bandas de Rock surgem já com trajetória definida: plano de mídia, datas de apresentação, de gravação e lançamento do primeiro disco, turnê, planejamento do segundo disco e por aí vai. Nada contra, trata-se simplesmente da profissionalização de algo que se provou maravilhoso (o Rock) e que, portanto, pode mover consideráveis somas de dinheiro. Faz parte do negócio.
Só que nos anos 70 era tudo muito mais intuitivo e despretensioso. É por isso que bandas lançavam discos que não davam em nada, davam de ombros e partiam pro segundo. Ou acabavam lançando até três num mesmo ano. Isso aconteceu com o Queen. Oito meses após o lançamento de seu primeiro disco (Queen, que saiu em julho de 1973), chegava às lojas seu sucessor, Queen II.
1984
MANOWAR
Sign Of The Hammer
Após o impacto criado por seus três primeiros álbuns, os Reis do Metal continuaram sua saga lançando um de seus melhores registros, o épico Sign Of The Hammer, agradando aos fãs de imediato e obtendo uma sonoridade superior aos discos anteriores, criando assim um divisor de águas em sua carreira.
Lançado pela gravadora Ten Records em 15 de outubro de 1984 – cerca de meio ano após Hail To England –, Sign Of The Hammer atingiu um importante 34º lugar nas paradas suecas e 73º na Inglaterra, reflexo imediato de Hail To England, que homenageia os fãs ingleses.
Sob o comando do baixista Joey DeMaio, que assinou todas as composições, exceto The Oath, que escreveu em parceria com o guitarrista Ross The Boss…
1994
BRUCE DICKINSON
Balls To Picasso
A primeira aventura solo de Bruce Dickinson, o álbum Tattooed Millionaire de 1990, teve um lado mais descompromissado. Afinal, ele ainda fazia parte do Iron Maiden. Na cabeça dele já poderia passar a ideia de deixar a banda, mas para os fãs isso ainda era impensável. Apesar disso, vendo qualquer show naquele começo de anos 90, percebia-se que Dickinson estava apático, sufocado e buscava fazer algo novo. Foi aprender a pilotar avião e deixou uma das maiores bandas de Metal de todos os tempos após o álbum Fear Of The Dark e depois de cantar The Number Of The Beast por anos e mais anos.
Naquele momento, o vocalista já vinha trabalhando com os músicos da banda Skin. Talvez o que mais tenha passado em sua cabeça era o direcionamento que tomaria dali em diante, fugindo de criar apenas uma mera cópia de Iron Maiden, algo que nem se quisesse conseguiria…
BACKSPAGE
BLACK SABBATH “VOL. 9”: SIM, ELE EXISTE!
Recordar é viver, já dizia o ditado. Em meio ao trabalho na rádio e no programa Backstage, procuro sempre aproveitar aqueles momentos de folga, como aconteceu nesses dias de Copa do Mundo, com muita gente tendo que “curtir” umas férias na marra, vasculhando um pouco da minha história junto ao Rock e ao Heavy Metal. Já se passaram pouco mais de quarenta anos e praticar a memória remexendo esses arquivos, que inclui milhares de discos de vinil, CDs, revistas e todo tipo de souvenir relacionado ao assunto, rende bons momentos, boas gargalhadas e algumas histórias interessantes.
LIVE EVIL – AMON AMARTH
Carioca Club – São Paulo (SP)
17 de maio de 2014
Por Gabriel Souza • Fotos: Ricardo Ferreira
Dois anos após sua última passagem pelo país, os suecos do Amon Amarth tinham a difícil missão de superar o incrível show que haviam feito em 2012. Mais uma vez diante de um Carioca Club lotado por sua legião de fãs, o vocalista Johan Hegg e sua turma conseguiram fazer um dos melhores shows de 2014 até então – como ele mesmo disse no final, um dos melhores da carreira do Amon Amarth.
A abertura ficou por conta dos veteranos do Genocidio, formado por Murillo Leite (vocal e guitarra), Wanderley Perna (baixo), Rafael Orsi (guitarra) e João Gobo (bateria), que apresentaram alguns sons de seu mais recente e aclamado álbum, In Love With Hatred. Porém, clássicos como Rebellion, Heredity e Up Roar não ficaram de fora. Além destas, destaque para o cover Come To The Sabbath do Mercyful Fate, que acabou empolgando o público, fazendo com que a banda saísse de cena ovacionada.
Após uma rápida arrumação no palco chegou a vez do Amon Amarth. Johan Hegg (vocal), Olavi Mikkonen e Johan Söderberg (guitarras), Ted Lundström (baixo) e Fredrik Andersson (bateria) entraram detonando duas faixas de seu mais recente trabalho, Deceiver Of The Gods (2013): Father Of The Wolf e a faixa título.
O público os recebeu bem desde o início, cantando junto e pulando ao ritmo das músicas. Percebendo isso, Hegg agradeceu em bom português e provocou: “Vocês estão prontos para ouvir um bom e velho Heavy Metal escandinavo?”…
LIVE EVIL - ROÇA N ROLL 2014
ROÇA ‘N ROLL – 16ª EXPEDIÇÃO
17 de maio de 2014
Fazenda Estrela – Varginha/MG
Por Écio Diniz • Fotos: Thiago Bode
Já são dezesseis anos de crescimento, tanto em termos de estrutura e organização como de atrações. Diante disso, por sua gama de estilos que atende a públicos diversos, o festival “Roça’N’Roll” é um dos momentos mais aguardados do ano para muitos bangers que saem de partes longínquas não somente de Minas Gerais como de outros estados para prestigiar o evento. Além da música, o “Roça’N’Roll” ofereceu outras atividades culturais nessa 16ª expedição. O grupo Ordo Draconis Belli montou uma feira medieval na lateral do palco com vestuário, bebidas e acessórios típicos. Durante o festival, a ordem apresentou combates performáticos, enquanto as artes visuais estiveram representadas com exposição de quadros e gravuras, e a literatura com uma mostra de poesias.
As apresentações musicais iniciaram com a banda varginhense de Heavy Metal Tradicional Silent Hall, que já havia tocado na edição anterior e angariou um público que agitou ao som de músicas do EP Gates Of Conscience. Entre elas, You Can, Prisoners Of Fear e a já conhecida Sweet Dreams.
LIVE EVIL - THERION
Therion
Via Marquês – São Paulo/SP
18 de maio de 2014
Por Andréa Ariani • Fotos: Ricardo Ferreira
“Até o tempo está chorando pela despedida da Lori do Therion”, disse uma fã antecipando a nostalgia na fila de entrada da Via Marquês. Mesmo não sendo obviamente por esse motivo, a chuva não deu trégua aos seguidores da banda na longa fila formada na entrada da casa para ver os suecos, de volta ao Brasil para sua quarta apresentação no país. O show, em data única na capital paulista, fez parte da tour Evil Flowers And Opera – Latin America 2014 e passou também por Colômbia, México e Chile, registrando as últimas apresentações da vocalista Lori Lewis. Por motivos profissionais e familiares, segundo comunicado oficial, a despedida depois de sete anos de banda teve data e local marcados: 31 de maio, na Cidade do México. A tour seguirá com a croata de 27 anos Sandra Laureano (Thunderstorm, Kein Zurück), que assume os vocais a partir de junho em pleno “Sweden Rock Fest” e já chama atenção pelos atributos físicos nas redes sociais e não tanto pelo talento vocal, o qual possui também e de sobra.
Com pista lotada, sem o figurino característico das fotos de divulgação e com quase uma hora de atraso, justificado pela chuva dificultando a chegada de muitos ao local do show, a banda entrou debaixo de muitos gritos e iniciou o set com The Rise Of Sodom And Gomorrah. O amor dos brasileiros foi retribuído com uma bandeira verde e amarela estendida em frente da bateria.
O longo set seguiu o formato dos shows europeus desta tour, recheado de hits e foi, segundo os integrantes, uma mistura dos sons de Les Fleurs Du Mal, mais recente e décimo disco de estúdio lançado sem gravadora em 2012, e da Ópera-Rock Adulruna Redivia And Beyond, DVD (via Nuclear Blast), lançada no começo deste ano. Além disso, celebra os 25 anos de história do grupo, considerado um dos grandes ícones e precursor do chamado Metal Sinfônico.
LIVE EVIL - CHILDREN OF BODOM / DEICIDE
Children of Bodom / Deicide
Carioca Club – São Paulo/SP
25 de maio de 2014
Por Andréa Ariani • Fotos: Ricardo Ferreira
A chuva e o tempo frio fizeram o cenário para a celebração do Death Metal que reuniu dois dos maiores expoentes do estilo, com sets completos, fãs divididos e excentricidades em evidência. O público compareceu em bom número, mas bem distante de lotar a casa.
Era de se esperar, pela lógica e pelo histórico, que a abertura ficasse a cargo do Children Of Bodom, porém foram os americanos do Deicide que deram início aos trabalhos. Iniciativa bem recebida pela maioria dos presentes, que foram mesmo para conferir os veteranos. A apresentação foi, de início, marcada por muitos problemas de som, superados ao longo do set composto por uma sequência pesada e repleta de clássicos. Ovacionada pelos fãs, a banda não escondeu a alegria de rever os seguidores brasileiros, porém era visível a preocupação em focar no som, já que o ideal era cumprir o horário com o maior número de músicas possível.
Com bateria recuada e com parte da aparelhagem do Children já montada, Glen Benton & Cia. abriram pontualmente com Homage For Satan e Dead By Dawn. Todos os dezenove sons programados foram bem recebidos e reverenciados pelos fãs que agitavam a pista, boa parte impressionada com a sempre brutal presença de palco e pelo vocal de Glen, outros pelo peso das guitarras de Jack Owen e Kevin Quition.
LIVE EVIL – URIAH HEEP
Uriah Heep
Teatro do Bourbon Country – Porto Alegre/RS
20 de maio de 2014
Por Maicon Leite • Fotos: Henrique Borges
A espera foi enorme, mas finalmente a capital gaúcha pôde presenciar um dos melhores shows que passaram pelo Rio Grande do Sul nos últimos tempos. Aguardado pelos fãs de longa data – a maioria deles com os cabelos tão brancos quanto os do guitarrista Mick Box –, os mais atentos perceberam que no dia posterior faria um ano do falecimento do baixista Trevor Bolder, comentando o quão rápido passou esse período de luto para os admiradores do músico, vítima de um câncer pancreático. Entretanto, o que poderia causar tristeza acabou se tornando uma grande festa promovida pela Branco Produções, em que banda e público tornaram-se um só.
Mick, o único integrante original do Uriah Heep, comandou o show com classe ao lado de seus dois companheiros de longa data Phil Lanzon (teclado) e Bernie Shaw (vocal), mas dividindo os holofotes com os “novatos” Dave Rimmer (baixo) e Russel Gilbrook (bateria) de modo que todos brilhassem. Aliás, é interessante ressaltar a performance e o visual totalmente Heavy Metal de Dave e a pegada pesada de Russel, ainda que Lee Kerslake seja uma figura insubstituível no esmurro das peles.
Iniciando com pontualidade britânica às 21h, como anunciado, alguns fãs que ainda chegavam nem se preocuparam em procurar seus assentos, mas sim em ficar próximos ao palco, onde a banda logo tratou de sentar o sarrafo com a impactante Against The Odds, faixa que abre Sea Of Lights (1995). O trabalho
LIVE EVIL – KORPIKLAANI E TYR
Korpiklaani e TYR
Clash Club – São Paulo/SP
31 de maio de 2014
Por Ivanei Salgado • Fotos: Ricardo Ferreira
Se pelo fogo a natureza se renova, pelo Metal os ‘metalheads’ também! A segunda vinda do Týr e do Korpiklaani ao Brasil mostrou que o Folk Metal encontra solo fértil nas terras brasileiras e se os dinossauros não deixam suas catacumbas para prestigiarem essa tendência, os jovens sim!
A percepção da juventude da plateia se ampliou com as vaias ao DJ da casa. Pelas trapaças de Loki! Crucificar o disc-jóquei por tocar AC/ DC? Isso mostra a ansiedade dessa juventude com muita barba na cara, pois na hora marcada, às 19h30, os quatro vikings do Týr entraram em cena empunhando instrumentos musicais ao invés de machados! Aos brados de “Týr”, destilaram Blood Of Heroes com direito a refrão cantado pelo público.
O repertório foi direto com Hold The Heathen Hammer High com melodia marcante acompanhada pelos “ôôôs” dos fãs. Depois de Mare Of My Night, o vocalista Heri Joensen ergueu uma garrafa d’água e gritou ‘skol’ (saúde), interagindo com os fãs para anunciar Flames Of The Free.
Umas das faixas mais potentes do grupo, Another Fallen Brother, com suas bases destruidoras, teve lugar de destaque no set, seguida pelas climáticas Wings Of Time e Dreams, notadamente difícil de ser tocada e cantada pela harmonia mais complexa. Em Tróndur Í Gøtu, o quarteto recebeu uma ajuda precisa do técnico de som com efeitos amplificadores nos corais.
By The Sword In My Hand foi ovacionada pelos fãs e em Grindavísan os efeitos entraram novamente para amplificação das melodias vocais.
PLAY LIST - MICHEL “AWAY” LANGEVIN
Michel “Away” Langevin (Voivod)
Voivod: “Esta foi a primeira música que compusemos e ela teve uma grande influência de Motörhead, Venom e Discharge. Era uma mescla de Metal e Punk/Hardcore, que era a nossa marca no começo de carreira. O mais curioso é que nós vimos quase como um milagre o fato de termos assinado com a Metal Blade em Los Angeles. Vindos do norte de Quebec, nos parecia impossível ter uma carreira internacional, mas o disco teve um grande impacto. Conseguimos o que queríamos e tivemos até que nos mudar para Montreal para facilitar a logística de nossa carreira.”
Álbum: War And Pain (1984)
COLLECTION - DISMEMBER
BACKGROUND – RAMONES – PARTE FINAL
Marky de volta aos Ramones
Mesmo fora dos Ramones, Marky continuou suas atividades como músico, tocando na banda King Flux, do guitarrista Richie Stotts, e em seu próprio grupo, o M-80. Isso também serviu para sua reabilitação, já que o fazia manter a mente limpa.
O principal episódio que fez com que Marky parasse de beber aconteceu em 1983, quando estava dirigindo bêbado, “apagou” ao volante e atravessou a vitrine de uma loja. Sem documentos, foi levado ao juiz e pegou a pena de não poder dirigir por dois anos. Pouco tempo depois, estava guiando seu Cadillac pelo Brooklyn, acompanhado de um amigo (Little Matt). A fiação da ignição soltou uma faísca e eles saltaram do carro, que terminou consumido pelas chamas – até hoje não sabem se foi isso, ou uma ponta de cigarro que caiu no assoalho.
Em outra tentativa de parar com a bebida, Marky foi para a casa dos pais, mas então viu um dinossauro que vinha correndo em sua direção. Esfregou os olhos, mas o bicho ainda estava lá. Fugiu para seu apartamento e se escondeu. Levou um tempo, mas se livrou das alucinações. Entrou para o Alcoólicos Anônimos (AA) e conseguiu ficar sóbrio. Para ficar melhor ainda, ficou sabendo que Richie havia saído dos Ramones e ligou para Monte Melnick para entender o que havia acontecido. Monte contou que a banda poderia ser processada por possível cancelamento de apresentações já agendadas – parecia até uma vingança de Richie, por não o pagarem pelas malditas camisetas.
STAY HEAVY REPORT
Nomes de bandas: a origem
Na edição #183 abordamos alguns critérios que normalmente são levados em consideração na escolha do nome de uma banda. Porém, não existem regras. O nome pode surgir da forma mais bizarra do mundo e “pegar”. Desta vez, selecionamos algumas histórias de como algumas bandas chegaram a seus nomes. São bandas famosas e que todos conhecemos, mas muitas vezes não procuramos saber como foi essa escolha tão importante. Quem sabe você não encontra inspiração para batizar sua nova banda!
AC/DC – Malcolm e Angus Young desenvolveram a ideia do nome depois que sua irmã, Margaret Young, viu as iniciais “AC/DC” em uma máquina de costura. “AC/DC” é uma abreviação que significa “corrente alternada/corrente contínua” na eletricidade. Os irmãos sentiram que esse nome simbolizava a energia bruta da banda. “AC/DC” é pronunciado uma letra por vez, embora a banda seja coloquialmente conhecida como “Acca Dacca” na Austrália. Posteriormente, descobriram que a sigla era também uma gíria que designava bissexuais. A versão de que o nome seria uma sigla para Anti Christ/Dead Christ (anticristo, cristo morto) é infundada.
PROFILE – ALEX GONZÁLEZ (DE LA TIERRA)
Alex González (De La Tierra)
Primeiro álbum de Rock/Metal que comprou:
“Alive! – Kiss.”
POSTER - PICTURE
Montagem e foto: Ricardo Ferreira
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |