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Edição #186

R$29,00

Quando o Ratos de Porão surgiu, em novembro de 1981, o movimento Punk começava a virar realidade em um Brasil que ainda vivia a ditadura militar. Se no exterior ocorria a primeira transmissão da MTV, aqui o grupo apareceu em meio…

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RATOS DE PORÃO

Por Ricardo Batalha Quando o Ratos de Porão surgiu, em novembro de 1981, o movimento Punk começava a virar realidade em um Brasil que ainda vivia a ditadura militar. Se no exterior ocorria a primeira transmissão da MTV, aqui o grupo apareceu em meio à efervescência do Punk, na era dos fanzines e do “faça-você-mesmo”. Pioneiro, quebrou barreiras, passou por mudanças de formação e seguiu sem olhar para trás, atravessando a era do “Grito Suburbano” pelos caminhos mais estreitos e tortuosos do underground. Relatando os problemas sociais do país, as rimas de João Gordo servem quase como um livro de história. Assim, eles continuam explorando o Crossover e falando abertamente sobre os fatos mais bizarros e cruéis do cotidiano. João Gordo (vocal), Jão (guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria) agora celebram os mais de trinta anos de história e lançam seu décimo quinto registro de estúdio, Século Sinistro. Na entrevista a seguir, o vocalista fala sobre o atual momento, as comemorações dos trinta anos de Crucificados Pelo Sistema e sua estreita relação com o Metal, entre outros assuntos.

FREEDOM CALL

Por Guilherme Spiazzi Melodias alegres e mensagens positivas são de fato algo que o Freedom Call se orgulha de fazer e não abre mão. Na estrada há pouco de mais de quinze anos, o grupo continua com seu Power Metal característico em Beyond, oitavo disco de estúdio. A banda formada atualmente por Chris Bay (vocal e guitarra), Ilker Ersin (baixo), Lars Rettkowitz (guitarra) e Ramy Ali (bateria) tem focado em expandir seu território e almeja atravessar o oceano. Quem descreve melhor esse plano de expansão e dá detalhes sobre o novo disco é o líder e fundador da banda, Chris Bay.

ENTHRONED

Por André Gaius É estranho afirmar que com a saída do ‘frontman’ e fundador Sabathan em 2006, o Enthroned passou a seguir desde então sem nenhum membro da formação original, pois isso dá a ideia de que o grupo não é mais o mesmo. Mas quando entrou na banda logo após o lançamento do primeiro registro, Prophecies Of Pagan Fire (1995), Nornagest se envolveu não apenas como guitarrista, mas imediatamente se tornou o principal compositor e letrista. E após acumular a função de vocalista, ele aprofundou o conceito lírico, ao passo em que iniciava uma carreira literalmente obscura como escritor, o que contribuiu para enriquecer o trabalho do Enthroned como um todo. Um dia antes de embarcar para a Colômbia e dar início à turnê de divulgação do novo álbum, Sovereigns, Nornagest concedeu esta entrevista exclusiva à ROADIE CREW e revelou como a orientação espiritual se une à música, além de falar sobre sua carreira literária e expressar sua indignação sobre parte dos fãs de Black Metal nos dias de hoje.

ARCH ENEMY

Por Guilherme Spiazzi Após dezessete anos fazendo história com seu Melodic Death Metal, o Arch Enemy se viu numa encruzilhada quando a vocalista Angela Gossow decidiu deixar o grupo enquanto o décimo disco de estúdio era planejado. Ao invés de espalhar a notícia, o grupo liderado pelo guitarrista Michael Amott e completado por Daniel John Erlandsson (bateria), Sharlee D’Angelo (baixo) e Nick Cordle (guitarra) manteve-se calado até encontrar um(a) substituto(a) e finalizar o novo trabalho, War Eternal, para só então comunicar os fãs. Agora com Alissa White-Gluz (ex-The Agonist) à frente, o Arch Enemy está pronto para encarar uma nova fase. A mudança proporcionou o surgimento de várias questões: afinal, o que levou à saída de Angela? Qual sua ligação com a banda? Por que nada foi noticiado até o lançamento do primeiro single? E como será o futuro a partir de agora? Nesta entrevista exclusiva para a ROADIE CREW, Amott e Alissa respondem a todas essas perguntas e muito mais.

CROWBAR

Por Guilherme Spiazzi Apesar de ter fundado o Crowbar no final dos anos 80, o guitarrista e vocalista Kirk Windstein sempre esteve envolvido em outros projetos e isso de certa forma acabou ofuscando sua própria banda. O fato é que o Down, que ele integrou por duas décadas, cresceu e demandou muito do seu tempo e dedicação. Quando o músico anunciou que deixaria o Down para se concentrar exclusivamente ao Crowbar, os fãs criaram expectativa pelo que estava por vir. Quando o grupo lançou Obedience Thru Suffering em 1991, poucos entenderam o som da banda e houve certa resistência, pois, de certa forma, eles estavam à frente de seu tempo. Alheio a isso, o Crowbar nunca desistiu de fazer seu som e agora Kirk, Matthew “Matt” Brunson (guitarra), Jeff Golden (baixo) e Tommy Buckley (bateria) comemoram o lançamento de Symmetry In Black, décimo trabalho de estúdio. Para explicar o momento atual, ninguém melhor que o fundador e comandante deste navio. Com a palavra, Kirk Windstein.

ANTHRAX

Por Steven Rosen Quando o telefone toca na casa de Frank Bello, em Nova York, quem atende é um bebê muito novo – na verdade, é um bebê que nem sabe falar ainda. Depois de ouvir por alguns segundos, imaginei que o baixista do Anthrax devia estar segurando-o no colo, próximo ao telefone. “Hey, Frank”, chamei. Silêncio. Aí, caiu a ficha: aquele som era a mensagem da secretária eletrônica dele. Deixei um recado, esperei um pouco e liguei de novo. Dessa vez, ele atendeu: “Desculpe, cara. Eu estive em Londres, participando de um evento para baixistas. Acabei de chegar e não estava encontrando as chaves de casa. Tive que ir até o trabalho da minha mulher pegar as chaves dela.” Não surpreende o fato de Frank participar desse tipo de evento. Ele é um apaixonado pelo seu instrumento e não se limita a tocá-lo, mas também adora ensinar ou simplesmente falar a respeito. E foi o que aconteceu nessa entrevista. Ele fala dos tempos em que foi roadie do Anthrax, sobre os discos que gravou com a banda e sobre seu novo projeto Altitudes & Attitude, grupo que conta com o baixista do Megadeth, Dave Ellefson. E antes que você pense que é uma banda com dois baixistas, Frank explica que nessa banda está tocando guitarra base – seu primeiro instrumento, a propósito. Confira a conversa com ele.

WHITECHAPEL

Por Guilherme Spiazzi Inspirado no distrito inglês de Whitechapel, palco dos crimes do lendário Jack, O Estripador, o sexteto norte-americano de mesmo nome chega ao seu quinto álbum de estúdio, Our Endless War, sem grandes ambições a não ser fazer a sua música e cair na estrada. Com uma espécie de Deathcore, Phil Bozeman (voz), Ben Savage (guitarra solo), Alex Wade (guitarra base), Zach Householder (guitarra base), Gabe Crisp (baixo) e Ben Harclerode (bateria) trazem muito peso e celebram o fato de conseguirem se manter nesse mercado há quase uma década. Confira o que Phil falou sobre esta nova empreitada e tudo que acontece no universo do grupo.

EDGUY

Por Guilherme Spiazzi Loucura ou genialidade? Dependendo de como se encara o Edguy, podemos optar entre esses dois caminhos ou ainda criar outras impressões sobre esta banda alemã que está no Metal há pouco mais de duas décadas. A carreira iniciada nos anos 90 por cinco adolescentes se desenvolveu e foi moldada simplesmente de acordo com a vontade de fazer música sem pré-concepções. Com Space Police: Defenders Of The Crown – seu décimo disco de estúdio – em mãos, fica evidente que o grupo formado por Tobias Sammet (vocal e teclados), Jens Ludwig (guitarra), Dirk Sauer (guitarra), Tobias Exxel (baixo) e Felix Bohnke (bateria) não tem amarras e gosta de arriscar. No início, a banda praticava um Power Metal que estava em alta, mas hoje somente eles podem definir o que o Edguy faz. Neste papo exclusivo com a ROADIE CREW, o guitarrista Dirk Sauer explica bem a ideia por trás do novo disco e a personalidade do Edguy.

GENOCIDIO

Por Antonio Carlos Monteiro Quando os Stones fizeram 25 anos de atividades, alguém perguntou a Mick Jagger quanto tempo a banda ainda duraria. Ele deu de ombros: “Já duramos mais que a maioria dos casamentos.” Tudo bem que a trupe dele e de Keith Richards já dobrou essa marca, mas isso é uma outra história. O fato é um só: se lá na Inglaterra causa espanto um grupo de Rock se manter um quarto de século em atividade, imagine no Brasil uma banda de um som mais extremo conseguir superar essa marca. Esse é o caso do Genocidio, que, se formos contar de seu primeiro lançamento (o EP Genocidio), totaliza 26 anos de existência. A banda, hoje formada por Murillo Leite (vocal e guitarra), Rafael Orsi (guitarra), Wanderley Perna (baixo) e João Gobo (bateria), criou fama e reconhecimento graças à inteligente fusão de estilos mais extremos do Metal com toques de Gothic Rock, gerando com isso climas e atmosferas sombrios e ao mesmo tempo agressivos. Ao longo de sua trajetória, o Genocidio passou, como tantas bandas, por momentos difíceis, como os desentendimentos que culminaram no rompimento entre Perna e Murillo e o acidente sofrido pelo hoje baixista e até então guitarrista que decepou parte de seu polegar direito – o que, inclusive, forçou sua mudança de instrumento. Por outro lado, foram lançados até aqui sete aclamados discos de estúdio, sendo que o mais recente, In Love With Hatred, surpreendeu os fãs por vir bem mais visceral do que o anterior, The Clan (2010). Fomos conversar com Murillo, que deu vários detalhes sobre o novo trabalho, sobre os planos da banda e até sobre os problemas do passado.

TANKARD

Por Guilherme Spiazzi Ter a capacidade de fazer um trabalho profissional e ao mesmo tempo não se levar tão a sério não é algo muito comum, ainda mais dentro do Metal. Se for estranho para alguns, para o Tankard é perfeitamente normal, uma vez que o grupo traz letras irreverentes, geralmente envolvendo cerveja, nas suas músicas em mais de trinta anos de carreira dedicados ao Thrash Metal. A banda alemã que nasceu com a ascensão do estilo nos anos 80, impressionou com o seu bom humor desde o início com Zoombie Attack (1986) e Chemical Invasion (1987) e sobreviveu à década seguinte, o que não era tarefa fácil. Mesmo assim, os alemães continuaram num ritmo constante de lançamentos e shows com mais energia que muita banda iniciante. O décimo sexto álbum de estúdio, R.I.B., traz Andreas “Gerre” Geremia (vocal), Frank Thorwarth (baixo), Andreas Gutjahr (guitarra) e Olaf Zissel (bateria) empolgados como no início. Quem vê acha que isso é normal, afinal é o trabalho deles, certo? Não exatamente. O Tankard é a paixão, mas não a ocupação principal dos seus integrantes e para que isso funcione muita disciplina, dedicação e comprometimento são exigidos dos músicos. Quem conta como funcionam as coisas no Tankard nesta entrevista é o vocalista e fundador da banda.

EDITORIAL

Por Airton Diniz

Entidades acima do bem e do mal

Da mesma forma que algumas pessoas “meio desligadas” estranharam o tema da nossa edição de junho por desconhecerem a íntima ligação que existe entre o Rock/Metal com o futebol, certamente alguns vão se espantar com a matéria de capa da ROADIE CREW deste mês com uma banda que iniciou sua trajetória na cena Punk/Hardcore.

Não é novidade a aparição de representantes deste segmento em nossas páginas, como prova a publicação do “Background” do Ramones que estamos finalizando nesta edição, porém é uma satisfação muito especial para nossa equipe colocar na matéria de capa o Ratos de Porão, uma verdadeira instituição nacional. É uma banda cultuada no mundo inteiro mas que, infelizmente, é ignorada pelos veículos de comunicação de massa no Brasil, como acontece com todo artista underground, mesmo que seu trabalho tenha uma qualidade inquestionável.

A razão de ser da existência da revista será sempre o Heavy Metal, e isso é motivo de orgulho para quem sabe o que quer em se tratando de música. Já deixamos para trás aquela distorcida imagem de sermos uma espécie de “vítima” do preconceito dos infelizes que não têm noção do que significa ser um ‘headbanger’. O Heavy Metal tem história, tem raízes nobres, e por isso o Classic Rock já está totalmente inserido no interesse dos nossos leitores e da nossa editoria, mas, além disso, temos alguns “parentes” e podemos considerar que o Punk/Hardcore é um desses familiares mais próximos do Metal, pois é sim Rock pesado, e veloz. Deixando de lado a reconhecida existência de uma minoria de radicais, a convivência de fãs de bandas de Metal e de Punk é amigável em todas as partes do mundo. As desinteligências de que se tem notícia são sempre ligadas a grupos marginais para quem a música em si não tem tanta importância, e praticam atos violentos por qualquer motivo. Aliás, nessa área de violência temos exemplos semelhantes de comportamento de bandidos também no futebol e na política, com os “organizados” e os “militantes profissionais” literalmente brigando o tempo todo para tentar fazer valer suas ideias na marra.

A convivência entre alguns dos mais importantes personagens brasileiros representantes do Metal e do Hardcore tem como característica o mais normal dos comportamentos: Max Cavalera (ex-Sepultura, Soulfly, e outros) e João Gordo (Ratos de Porão) foram grandes amigos por muito tempo e chegaram a se distanciar, porém as razões da discórdia não tiveram nada a ver com o gosto musical de cada um. Afinal, desentendimentos e divergências de opinião são comuns acontecerem entre casais, ou entre irmãos – como também já ocorreu entre o próprio Max e seu irmão Igor Cavalera, que hoje estão reconciliados e trabalhando juntos novamente.

Ratos de Porão e Ramones enriquecem o conteúdo deste mês, ao lado de entrevistas com Arch Enemy, Stryper, Enthroned, Anthrax, Crowbar, Whitechapel, Freedom Call, Edguy, Genocídio e Tankard, o que dá uma ideia da diversidade que atende a todo (bom) gosto musical.

Airton Diniz

CENÁRIO

Por Redação

CANGAÇO: REFERÊNCIAS LOCAIS E MUITO DEATH METAL

“Só deixamos rastros aos que vêm auxiliar” – Cantar Às Excelências Das Armas BrancasRastros (2013). A frase é simples, mas reverbera e gruda. Mais do que isso: resume a proposta do trio pernambucano Cangaço. E a ‘pernambucanidade’ não fica restrita ao nome, pois o Death Metal do grupo é cheio de referências locais – seja nas letras ou nas rítmicas. O trio – formado por Magno Lima (baixo, vocal), Rafael Cadena (guitarra, vocal) e Mek Natividade (bateria) – moveu-se ao Recife Antigo para falar sobre a banda e contar novidades à ROADIE CREW.

BRASILEIRO É NOVO VOCALISTA DE PROJETO SOLO DE ABADDON

Após se desligar da lendária banda inglesa Avenger, o brasileiro Rodrigo BVevino, internacionalmente conhecido como Roddy B, acaba de juntar forças com uma verdadeira lenda viva do Heavy Metal mundial. O vocalista é o novo integrante do projeto liderado por Tony “Abaddon” Bray, ex-baterista do Venom.

Neste momento, o grupo de Newcastle está se reformulando para novamente cair na estrada e dar sequência à promoção do álbum solo, I Am Legion (2000). O line-up ainda é composto pelo guitarrista Paul Tattersall e pelo baixista Steve Hoggart, que faziam parte do Riot Act. Além de cantar, Roddy B também tocará guitarra, tanto que acabou de assinar contrato de endorsement com a Warman Guitars.

 SKIN CULTURE: MENSAGEM NAS LETRAS, AGRESSIVIDADE NO SOM

 O novo álbum do Skin Culture é moderno, pesado e traz uma evolução notória da banda em termos de composição. O vocalista Shucky Miranda segue firme e forte soltando a voz e com suas mensagens bem direcionadas. Ou seja, é o grande trabalho da banda até o momento! Acompanhe o bate-papo abaixo.

ENVOKE: RÁPIDA ASCENSÃO

 Quem está contribuindo para o cenário extremo nacional e com uma estreia bem relevante é o Envoke, trio formado pelos irmãos Júlio Falcão (baixo e vocal), Júnior Falcão (guitarra) e Roberto Maia (bateria). O álbum Unnatural Cancer Of The Humanity vem sendo bem recebido e está fazendo muito fã de Death e Black Metal seguir seus passos. Conversamos com Júnior sobre detalhes do material e de como a banda está se comportando diante da rápida ascensão.

 FIRELINE: ESTRANHO NO NINHO

O cenário cearense vem se destacando por revelar bandas extremas para o Brasil. Entretanto, paralelamente a essa característica, outras formações tentam conviver no mesmo espaço, como é o caso do Fireline. Com três trabalhos de estúdio e uma polêmica no currículo, o seu líder e guitarrista André Rodger (ex-Beowulf) tem consciência de que o Hard Rock não é um dos mais presentes entre as bandas de Fortaleza. “Acho que temos poucas bandas autorais na ativa, antes tínhamos mais. Isso afasta muito o público dessa área dos shows que, em sua maioria, expõem o Metal Tradicional e outras vertentes”, diz.

 VINGADOR: NO RASTRO DO ‘OLD SCHOOL’

Criado em 1999 com a gana de fazer um som calcado em influências como Iron Maiden, Metallica (fase Cliff Burton) e Slayer, o Vingador finalmente lançou seu ‘debut’, Dark Side. Mesmo com os problemas que todas as bandas enfrentam, como mudanças de formação, o grupo se mantém firme, sendo um dos mais prolíficos e promissores no Thrash Metal do estado do Rio de Janeiro. O vocalista e guitarrista Alexandre Cabral é quem fala sobre a trajetória e o atual momento da banda.

ROADIE MAIL / MEMÓRIA / TOP 3

Por Redação

RAVEN

Prezados colegas da RC, embora eu os acompanhe desde o início, seja assinante de longa data e possua todas as edições desta excelente revista (sim, todas, sendo algumas das primeiras edições em cópia xerox), esta é apenas a terceira vez que escrevo a vocês. O que me motivou a escrever foi “uma bandinha aí…”. Acho que estou ficando velho aos 43 anos. Estava no Morumbi com minha esposa ansioso pelos shows do dia 22 de março. Eu escrevi shows (no plural) porque estava lá pra assistir ao Metallica, principalmente, mas também ao Raven. Aliás, tinha esperança de encontrar camiseta oficial desta banda pra comprar no show, assim como comprei a do Metallica. Não quero entrar no clichê de banda injustiçada, mas o Raven tem uma importância histórica no Heavy Metal, além da qualidade de vários de seus álbuns. Ou seja, pra resumir muito, merece respeito. E fiquei perplexo e decepcionado com duas situações que vivenciei no evento. A primeira foi de ouvir de um rapaz de vinte e poucos anos que antes do Metallica iria tocar “uma bandinha aí”. A segunda foi a horrorosa qualidade do som proporcionado ao Raven até a metade de sua apresentação. Ou seja, o que poderia ser uma oportunidade para pessoas de vinte e poucos anos (e outros mais velhos e novos também) e causar uma curiosidade positiva com relação à banda, foi uma depreciação. Apesar da garra e movimentação mostrada pelos “velhinhos”, o som assassinou vários clássicos do Power Metal mundial. Eu sei que existe e sempre existirá uma geração mais nova, que começa a ouvir Metal através de bandas mais recentes e que não tem oportunidade ou não quer conhecer mais dos primórdios do estilo, mas, cá entre nós, quando vou a um show, procuro saber quais serão as bandas de abertura e descobrir algo a respeito quando não conheço alguma. Talvez eu esteja mesmo ficando velho e ranzinza pra essas situações, mas em meu favor há um fato bastante curioso. Em 1983, quando o Metallica estava lançando seu fabuloso ‘debut’, ele abriu shows nos EUA pra uma bandinha aí… No mais, que grande show do Metallica! Abraços ao som de Life’s A Bitch (não é do Metallica).

Carlos Alberto Neves

Nova Lima/MG

BLIND EAR - FREDRIK ANDERSSON

Por Daniel Dutra

Blind Ear – Fredrik Andersson (Amon Amarth)

“Arch Enemy. É a nova música, certo? (R.C.: Isso, com Alissa White-Gluz). É fácil de reconhecer por causa do estilo do Daniel (Erlandsson), que é um ótimo baterista. (R.C.: Vocês se conhecem?). Não que eu tenha o telefone dele, mas já nos esbarramos (risos). (R.C.: E o que achou do single?). Nunca fui um grande fã da banda, sinceramente, mas gosto do instrumental. Sempre achei o vocal da Angela (Gossow) um pouco forçado, enquanto a Alissa tem uma voz mais poderosa. Foi uma boa troca.”

Arch Enemy – War Eternal

STRYPER

Por Steven Rosen O Stryper pode ser considerado uma anomalia. Surgido na safra da Sunset Strip dos anos 80 em meio à corrente chamada de “Hair Metal”, foi contemporâneo de nomes como Mötley Crüe, Ratt e Poison. Porém, na contramão dos seus pares, o Stryper se intitulou uma banda cristã, enquanto as demais caíam de cabeça na bebida, nas mulheres e na devassidão. Foi algo muito ousado, mas o grupo bancou sua posição. E se deu muito bem. Liderada pelo vocalista Michael Sweet, a banda vendeu milhões de discos e, depois de uma parada que durou mais de uma década, voltou com No More Hell To Pay, lançado em 2013. Michael tem estado mais ocupado ainda, tanto que lançou recentemente seu mais novo disco solo, I’m Not Your Suicide, que traz desde baladas a Rocks furiosos. Nesta entrevista, Michael Sweet fala sobre sua vida como cristão no Rock e sobre as mudanças pelas quais passou ao longo da carreira.

HIDDEN TRACKS – UNCLE SLAM

Por Leonardo M. Brauna Los Angeles, situada ao sul da Califórnia, é um dos centros de Rock mais importantes dos Estados Unidos e revelou para o mundo algumas das bandas mais representativas do estilo. Além de grupos, por lá se criaram cenas e fenômenos que se espalharam pelo mundo e influenciaram novas gerações. Algumas das bandas que surgiram nos anos 80 estavam acostumadas à rotina da Sunset Strip, casos de Mötley Crüe, Ratt, W.A.S.P., Faster Pussycat e Guns N’Roses, entre outras, mas alguns grupos de Thrash, Speed e Heavy Metal também emergiram lá naquela época – caso do Metallica, que depois se fixou em São Francisco. Entretanto, não foram apenas formações que subiram ao ‘mainstream’ que engrossaram as fileiras da segunda cidade mais populosa da terra do “Tio Sam”. Por sinal, foi justamente este termo que serviu de base – satirizada – para nomear uma banda que fez excelentes registros em seu tempo, o Uncle Slam, que representou o lado mais underground da cidade.

ETERNAL IDOLS – ALVIN LEE

Por Leonardo M. Brauna Quando o músico texano George Beauchamp e o engenheiro suíço Adolph Rickenbacker resolveram se unir e assim desenvolveram a primeira guitarra elétrica comercializável, grandes nomes da música e íntimos desse instrumento adquiriram status de “lenda”. Alguns deles, como Les Paul e Jimi Hendrix, não apenas se destacaram com as fiéis companheiras, como passaram a criar suas próprias ferramentas de aperfeiçoamento. Outros tiveram, nos anos 60 e 70, sua arte imortalizada pelo público e pela mídia que, impiedosamente, fazia seu serviço de triagem. De fato, todos os que são ostentados hoje como “heróis da guitarra” realmente fizeram por merecer, até porque não há como contestar trabalhos dos já citados e de outros exemplos, como Eric Clapton, Jeff Beck, Ritchie Blackmore, Jimmy Page, Eddie Van Halen e por aí vai. Mas em meio a tantos astros, há também os que não são lembrados de imediato, como Paul Kossoff e Graham Anthony Barnes ou, simplesmente, Alvin Lee.

RELEASES

Por Redação

Releases

Nesta edição:

Accept

Agalloch

Arkona

Body Count

Clamus

Corrosion Of Conformity

Drapsnatt

Emmure

English Dogs

Executer

Falconer

Gun Barrel

Hawkwind

Hortus Animae

I Declare War

Kadavar

King Of Asgard

Metalsteel

Nightmare

Pet The Preacher

Pop Javali

Project 46

Ratos De Porão

Sabaton

Scrok

Slasher

Statues Of Fire

Suicide Silence

Supersonic Brewer

Thalamus

U.D.O.

Velhas Virgens

GARAGE DEMOS

Por Redação

Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]

Nesta Edição

Fireline

Somagnet

Soul Inside

Vulgar Type

CLASSICOVER – BALROOM BLITZ

Por Leonardo M. Brauna

A formação clássica do grupo inglês Sweet, com Brian Connolly (vocal), Steve Priest (baixo), Andy Scott (guitarra) e Mick Tucker (bateria), foi uma das responsáveis pelo crescimento do Glam Rock, influenciando bandas do mundo inteiro. Uma de suas marcas registradas se deve ao estilo marcante de backing vocals agudos e, claro, à sua estética.

Um caso curioso ocorreu em 1973, quando os músicos estavam fazendo uma apresentação no complexo Grand Hall e Palace Theater, em Kilmarnock (ESC). No meio do show alguém gritou: “Ataquem a todos!” e, de repente, o público enfurecido começou a jogar cadeiras e garrafas por toda parte do salão, principalmente em direção ao palco. Essa confusão foi o “prato perfeito” que serviu de inspiração para uma de suas canções mais conhecidas: Ballroom Blitz.

A dupla de produtores e compositores, Nicky Chinn e Mike Chapman, que já contribuía com a banda desde o primeiro álbum, Funny How Sweet Co-Co Can Be (1971), escreveu a letra de Ballroom Blitz. A música surgiu a partir do ritmo e dos riffs de Let’s Stomp, lançada em 1963 pelo cantor americano Bobby Comstock.

A primeira versão do Sweet, intitulada…

CLASSICREW - QUEEN/MANOWAR/BRUCE

Por Redação

1974

QUEEN

Queen II

Hoje em dia, bandas de Rock surgem já com trajetória definida: plano de mídia, datas de apresentação, de gravação e lançamento do primeiro disco, turnê, planejamento do segundo disco e por aí vai. Nada contra, trata-se simplesmente da profissionalização de algo que se provou maravilhoso (o Rock) e que, portanto, pode mover consideráveis somas de dinheiro. Faz parte do negócio.

Só que nos anos 70 era tudo muito mais intuitivo e despretensioso. É por isso que bandas lançavam discos que não davam em nada, davam de ombros e partiam pro segundo. Ou acabavam lançando até três num mesmo ano. Isso aconteceu com o Queen. Oito meses após o lançamento de seu primeiro disco (Queen, que saiu em julho de 1973), chegava às lojas seu sucessor, Queen II.

1984

MANOWAR

Sign Of The Hammer

Após o impacto criado por seus três primeiros álbuns, os Reis do Metal continuaram sua saga lançando um de seus melhores registros, o épico Sign Of The Hammer, agradando aos fãs de imediato e obtendo uma sonoridade superior aos discos anteriores, criando assim um divisor de águas em sua carreira.

Lançado pela gravadora Ten Records em 15 de outubro de 1984 – cerca de meio ano após Hail To England –Sign Of The Hammer atingiu um importante 34º lugar nas paradas suecas e 73º na Inglaterra, reflexo imediato de Hail To England, que homenageia os fãs ingleses.

Sob o comando do baixista Joey DeMaio, que assinou todas as composições, exceto The Oath, que escreveu em parceria com o guitarrista Ross The Boss…

1994

BRUCE DICKINSON

Balls To Picasso

A primeira aventura solo de Bruce Dickinson, o álbum Tattooed Millionaire de 1990, teve um lado mais descompromissado. Afinal, ele ainda fazia parte do Iron Maiden. Na cabeça dele já poderia passar a ideia de deixar a banda, mas para os fãs isso ainda era impensável. Apesar disso, vendo qualquer show naquele começo de anos 90, percebia-se que Dickinson estava apático, sufocado e buscava fazer algo novo. Foi aprender a pilotar avião e deixou uma das maiores bandas de Metal de todos os tempos após o álbum Fear Of The Dark e depois de cantar The Number Of The Beast por anos e mais anos.

Naquele momento, o vocalista já vinha trabalhando com os músicos da banda Skin. Talvez o que mais tenha passado em sua cabeça era o direcionamento que tomaria dali em diante, fugindo de criar apenas uma mera  cópia de Iron Maiden, algo que nem se quisesse conseguiria…

BACKSPAGE

Por Vitão Bonesso

BLACK SABBATH “VOL. 9”: SIM, ELE EXISTE!

Recordar é viver, já dizia o ditado. Em meio ao trabalho na rádio e no programa Backstage, procuro sempre aproveitar aqueles momentos de folga, como aconteceu nesses dias de Copa do Mundo, com muita gente tendo que “curtir” umas férias na marra, vasculhando um pouco da minha história junto ao Rock e ao Heavy Metal. Já se passaram pouco mais de quarenta anos e praticar a memória remexendo esses arquivos, que inclui milhares de discos de vinil, CDs, revistas e todo tipo de souvenir relacionado ao assunto, rende bons momentos, boas gargalhadas e algumas histórias interessantes.

LIVE EVIL – AMON AMARTH

Por Gabriel Souza

Carioca Club – São Paulo (SP)

17 de maio de 2014

Por Gabriel Souza • Fotos: Ricardo Ferreira

Dois anos após sua última passagem pelo país, os suecos do Amon Amarth tinham a difícil missão de superar o incrível show que haviam feito em 2012. Mais uma vez diante de um Carioca Club lotado por sua legião de fãs, o vocalista Johan Hegg e sua turma conseguiram fazer um dos melhores shows de 2014 até então – como ele mesmo disse no final, um dos melhores da carreira do Amon Amarth.

A abertura ficou por conta dos veteranos do Genocidio, formado por Murillo Leite (vocal e guitarra), Wanderley Perna (baixo), Rafael Orsi (guitarra) e João Gobo (bateria), que apresentaram alguns sons de seu mais recente e aclamado álbum, In Love With Hatred. Porém, clássicos como RebellionHeredity Up Roar não ficaram de fora. Além destas, destaque para o cover Come To The Sabbath do Mercyful Fate, que acabou empolgando o público, fazendo com que a banda saísse de cena ovacionada.

Após uma rápida arrumação no palco chegou a vez do Amon Amarth. Johan Hegg (vocal), Olavi Mikkonen e Johan Söderberg (guitarras), Ted Lundström (baixo) e Fredrik Andersson (bateria) entraram detonando duas faixas de seu mais recente trabalho, Deceiver Of The Gods (2013): Father Of The Wolf e a faixa título.

O público os recebeu bem desde o início, cantando junto e pulando ao ritmo das músicas. Percebendo isso, Hegg agradeceu em bom português e provocou: “Vocês estão prontos para ouvir um bom e velho Heavy Metal escandinavo?”…

LIVE EVIL - ROÇA N ROLL 2014

Por Écio Diniz

ROÇA ‘N ROLL – 16ª EXPEDIÇÃO

17 de maio de 2014

Fazenda Estrela – Varginha/MG

Por Écio Diniz • Fotos: Thiago Bode

Já são dezesseis anos de crescimento, tanto em termos de estrutura e organização como de atrações. Diante disso, por sua gama de estilos que atende a públicos diversos, o festival “Roça’N’Roll” é um dos momentos mais aguardados do ano para muitos bangers que saem de partes longínquas não somente de Minas Gerais como de outros estados para prestigiar o evento. Além da música, o “Roça’N’Roll” ofereceu outras atividades culturais nessa 16ª expedição. O grupo Ordo Draconis Belli montou uma feira medieval na lateral do palco com vestuário, bebidas e acessórios típicos. Durante o festival, a ordem apresentou combates performáticos, enquanto as artes visuais estiveram representadas com exposição de quadros e gravuras, e a literatura com uma mostra de poesias.

As apresentações musicais iniciaram com a banda varginhense de Heavy Metal Tradicional Silent Hall, que já havia tocado na edição anterior e angariou um público que agitou ao som de músicas do EP Gates Of ConscienceEntre elas, You CanPrisoners Of Fear e a já conhecida Sweet Dreams.

LIVE EVIL - THERION

Por Andréa Ariani

Therion

Via Marquês – São Paulo/SP

18 de maio de 2014

Por Andréa Ariani • Fotos: Ricardo Ferreira

“Até o tempo está chorando pela despedida da Lori do Therion”, disse uma fã antecipando a nostalgia na fila de entrada da Via Marquês. Mesmo não sendo obviamente por esse motivo, a chuva não deu trégua aos seguidores da banda na longa fila formada na entrada da casa para ver os suecos, de volta ao Brasil para sua quarta apresentação no país. O show, em data única na capital paulista, fez parte da tour Evil Flowers And Opera – Latin America 2014 e passou também por Colômbia, México e Chile, registrando as últimas apresentações da vocalista Lori Lewis. Por motivos profissionais e familiares, segundo comunicado oficial, a despedida depois de sete anos de banda teve data e local marcados: 31 de maio, na Cidade do México. A tour seguirá com a croata de 27 anos Sandra Laureano (Thunderstorm, Kein Zurück), que assume os vocais a partir de junho em pleno “Sweden Rock Fest” e já chama atenção pelos atributos físicos nas redes sociais e não tanto pelo talento vocal, o qual possui também e de sobra.

Com pista lotada, sem o figurino característico das fotos de divulgação e com quase uma hora de atraso, justificado pela chuva dificultando a chegada de muitos ao local do show, a banda entrou debaixo de muitos gritos e iniciou o set com The Rise Of Sodom And Gomorrah. O amor dos brasileiros foi retribuído com uma bandeira verde e amarela estendida em frente da bateria.

O longo set seguiu o formato dos shows europeus desta tour, recheado de hits e foi, segundo os integrantes, uma mistura dos sons de Les Fleurs Du Mal, mais recente e décimo disco de estúdio lançado sem gravadora em 2012, e da Ópera-Rock Adulruna Redivia And Beyond, DVD (via Nuclear Blast), lançada no começo deste ano. Além disso, celebra os 25 anos de história do grupo, considerado um dos grandes ícones e precursor do chamado Metal Sinfônico.

LIVE EVIL - CHILDREN OF BODOM / DEICIDE

Por Andréa Ariani

Children of Bodom / Deicide

Carioca Club – São Paulo/SP

25 de maio de 2014

Por Andréa Ariani • Fotos: Ricardo Ferreira

A chuva e o tempo frio fizeram o cenário para a celebração do Death Metal que reuniu dois dos maiores expoentes do estilo, com sets completos, fãs divididos e excentricidades em evidência. O público compareceu em bom número, mas bem distante de lotar a casa.

Era de se esperar, pela lógica e pelo histórico, que a abertura ficasse a cargo do Children Of Bodom, porém foram os americanos do Deicide que deram início aos trabalhos. Iniciativa bem recebida pela maioria dos presentes, que foram mesmo para conferir os veteranos. A apresentação foi, de início, marcada por muitos problemas de som, superados ao longo do set composto por uma sequência pesada e repleta de clássicos. Ovacionada pelos fãs, a banda não escondeu a alegria de rever os seguidores brasileiros, porém era visível a preocupação em focar no som, já que o ideal era cumprir o horário com o maior número de músicas possível.

Com bateria recuada e com parte da aparelhagem do Children já montada, Glen Benton & Cia. abriram pontualmente com Homage For Satan Dead By Dawn. Todos os dezenove sons programados foram bem recebidos e reverenciados pelos fãs que agitavam a pista, boa parte impressionada com a sempre brutal presença de palco e pelo vocal de Glen, outros pelo peso das guitarras de Jack Owen e Kevin Quition.

LIVE EVIL – URIAH HEEP

Por Maicon Leite

Uriah Heep

Teatro do Bourbon Country – Porto Alegre/RS

20 de maio de 2014

Por Maicon Leite • Fotos: Henrique Borges

A espera foi enorme, mas finalmente a capital gaúcha pôde presenciar um dos melhores shows que passaram pelo Rio Grande do Sul nos últimos tempos. Aguardado pelos fãs de longa data – a maioria deles com os cabelos tão brancos quanto os do guitarrista Mick Box –, os mais atentos perceberam que no dia posterior faria um ano do falecimento do baixista Trevor Bolder, comentando o quão rápido passou esse período de luto para os admiradores do músico, vítima de um câncer pancreático. Entretanto, o que poderia causar tristeza acabou se tornando uma grande festa promovida pela Branco Produções, em que banda e público tornaram-se um só.

Mick, o único integrante original do Uriah Heep, comandou o show com classe ao lado de seus dois companheiros de longa data Phil Lanzon (teclado) e Bernie Shaw (vocal), mas dividindo os holofotes com os “novatos” Dave Rimmer (baixo) e Russel Gilbrook (bateria) de modo que todos brilhassem. Aliás, é interessante ressaltar a performance e o visual totalmente Heavy Metal de Dave e a pegada pesada de Russel, ainda que Lee Kerslake seja uma figura insubstituível no esmurro das peles.

Iniciando com pontualidade britânica às 21h, como anunciado, alguns fãs que ainda chegavam nem se preocuparam em procurar seus assentos, mas sim em ficar próximos ao palco, onde a banda logo tratou de sentar o sarrafo com a impactante Against The Odds, faixa que abre Sea Of Lights (1995). O trabalho

LIVE EVIL – KORPIKLAANI E TYR

Por Ivanei Salgado

Korpiklaani e TYR

Clash Club – São Paulo/SP

31 de maio de 2014

Por Ivanei Salgado • Fotos: Ricardo Ferreira

Se pelo fogo a natureza se renova, pelo Metal os ‘metalheads’ também! A segunda vinda do Týr e do Korpiklaani ao Brasil mostrou que o Folk Metal encontra solo fértil nas terras brasileiras e se os dinossauros não deixam suas catacumbas para prestigiarem essa tendência, os jovens sim!

A percepção da juventude da plateia se ampliou com as vaias ao DJ da casa. Pelas trapaças de Loki! Crucificar o disc-jóquei por tocar AC/ DC? Isso mostra a ansiedade dessa juventude com muita barba na cara, pois na hora marcada, às 19h30, os quatro vikings do Týr entraram em cena empunhando instrumentos musicais ao invés de machados! Aos brados de “Týr”, destilaram Blood Of Heroes com direito a refrão cantado pelo público.

O repertório foi direto com Hold The Heathen Hammer High com melodia marcante acompanhada pelos “ôôôs” dos fãs. Depois de Mare Of My Night, o vocalista Heri Joensen ergueu uma garrafa d’água e gritou ‘skol’ (saúde), interagindo com os fãs para anunciar Flames Of The Free.

Umas das faixas mais potentes do grupo, Another Fallen Brother, com suas bases destruidoras, teve lugar de destaque no set, seguida pelas climáticas Wings Of Time Dreams, notadamente difícil de ser tocada e cantada pela harmonia mais complexa. Em Tróndur Í Gøtu, o quarteto recebeu uma ajuda precisa do técnico de som com efeitos amplificadores nos corais.

By The Sword In My Hand foi ovacionada pelos fãs e em Grindavísan os efeitos entraram novamente para amplificação das melodias vocais.

PLAY LIST - MICHEL “AWAY” LANGEVIN

Por Ricardo Batalha

Michel “Away” Langevin (Voivod)

Voivod“Esta foi a primeira música que compusemos e ela teve uma grande influência de Motörhead, Venom e Discharge. Era uma mescla de Metal e Punk/Hardcore, que era a nossa marca no começo de carreira. O mais curioso é que nós vimos quase como um milagre o fato de termos assinado com a Metal Blade em Los Angeles. Vindos do norte de Quebec, nos parecia impossível ter uma carreira internacional, mas o disco teve um grande impacto. Conseguimos o que queríamos e tivemos até que nos mudar para Montreal para facilitar a logística de nossa carreira.”

Álbum: War And Pain (1984)

COLLECTION - DISMEMBER

Por Leonardo M. Brauna Por muitos anos o Dismember foi um dos carros-chefes do chamado ‘Swedish Death Metal’, nome dado a algumas bandas surgidas principalmente em Estocolmo e Gotemburgo e que se destacaram pelo uso de pedais Boss HM-2 e DS-1. A história desta influente banda começou em 1988 com gravações de diversas demo tapes até o lançamento do ‘debut’ em 1991. Seus precursores foram Fred Estby (bateria, Dagger), David Blomqvist (guitarra, Dagger) e Robert Sennebäck (vocal e guitarra, ex-Necrophobic). Com o passar do tempo, Matti Kärki (ex-Carnage) juntou-se ao grupo como vocalista, mas só no primeiro álbum é que vem o registro de um baixista, Richard Cabezza (Unanimated). Depois de algumas trocas, a formação foi estabilizada com Blomqvist (guitarra), Kärki (vocal), Martin Persson (guitarra, ex-Sins Of Omission), Tobias Cristiansson (baixo, Dagger, Grave) e Thomas Daun (bateria, Dr. Living Dead!). O fim da banda foi informado por Cristiansson em 2011, mas sua discografia fica como legado a outros grupos que estão surgindo, assim como já influenciou muitos de seu período. Enquanto não se fala (ou se tem esperança) de uma provável reunião, a ROADIE CREW traz essa amostra comentada de sua discografia.

BACKGROUND – RAMONES – PARTE FINAL

Por Anselmo Teles

Marky de volta aos Ramones

Mesmo fora dos Ramones, Marky continuou suas atividades como músico, tocando na banda King Flux, do guitarrista Richie Stotts, e em seu próprio grupo, o M-80. Isso também serviu para sua reabilitação, já que o fazia manter a mente limpa.

O principal episódio que fez com que Marky parasse de beber aconteceu em 1983, quando estava dirigindo bêbado, “apagou” ao volante e atravessou a vitrine de uma loja. Sem documentos, foi levado ao juiz e pegou a pena de não poder dirigir por dois anos. Pouco tempo depois, estava guiando seu Cadillac pelo Brooklyn, acompanhado de um amigo (Little Matt). A fiação da ignição soltou uma faísca e eles saltaram do carro, que terminou consumido pelas chamas – até hoje não sabem se foi isso, ou uma ponta de cigarro que caiu no assoalho.

Em outra tentativa de parar com a bebida, Marky foi para a casa dos pais, mas então viu um dinossauro que vinha correndo em sua direção. Esfregou os olhos, mas o bicho ainda estava lá. Fugiu para seu apartamento e se escondeu. Levou um tempo, mas se livrou das alucinações. Entrou para o Alcoólicos Anônimos (AA) e conseguiu ficar sóbrio. Para ficar melhor ainda, ficou sabendo que Richie havia saído dos Ramones e ligou para Monte Melnick para entender o que havia acontecido. Monte contou que a banda poderia ser processada por possível cancelamento de apresentações já agendadas – parecia até uma vingança de Richie, por não o pagarem pelas malditas camisetas.

STAY HEAVY REPORT

Por Cintia Diniz e Vinicius Neves

Nomes de bandas: a origem

Na edição #183 abordamos alguns critérios que normalmente são levados em consideração na escolha do nome de uma banda. Porém, não existem regras. O nome pode surgir da forma mais bizarra do mundo e “pegar”. Desta vez, selecionamos algumas histórias de como algumas bandas chegaram a seus nomes. São bandas famosas e que todos conhecemos, mas muitas vezes não procuramos saber como foi essa escolha tão importante. Quem sabe você não encontra inspiração para batizar sua nova banda!

AC/DC – Malcolm e Angus Young desenvolveram a ideia do nome depois que sua irmã, Margaret Young, viu as iniciais “AC/DC” em uma máquina de costura. “AC/DC” é uma abreviação que significa “corrente alternada/corrente contínua” na eletricidade. Os irmãos sentiram que esse nome simbolizava a energia bruta da banda. “AC/DC” é pronunciado uma letra por vez, embora a banda seja coloquialmente conhecida como “Acca Dacca” na Austrália. Posteriormente, descobriram que a sigla era também uma gíria que designava bissexuais. A versão de que o nome seria uma sigla para Anti Christ/Dead Christ (anticristo, cristo morto) é infundada.

PROFILE – ALEX GONZÁLEZ (DE LA TIERRA)

Por Guilherme Spiazzi

Alex González (De La Tierra)

Primeiro álbum de Rock/Metal que comprou:

Alive! – Kiss.”

POSTER - PICTURE

Por Redação Picture

Montagem e foto: Ricardo Ferreira

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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