Em um momento da carreira muito especial, Max Cavalera segue sua marcha, sempre se mantendo como um dos músicos mais importantes do Heavy Metal mundial. Sustenta uma boa regularidade e sabe que não pode dar passo em falso…
Edição #190
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CAVALERA CONSPIRACY
ESPECIAL DEATH METAL – 30 ÁLBUNS (INTRO)
Frans Dourado
Mais do que um estilo musical, as próximas páginas versam sobre violência. Afinal, ninguém cai de paraquedas no Death Metal e no Grindcore. Algo em você sempre clamou por mais peso, velocidade, brutalidade, maldade e perversão. E se você foi adolescente na passagem dos anos 80 para os 90 do século passado, muito provavelmente lia o jornal Notícias Populares se morava em São Paulo, ou O Povo no Rio de Janeiro. Ouvia o programa do Gil Gomes e se divertiu quando a Rede OM começou a transmitir para o Brasil todo o programa Cadeia Nacional, do saudoso Luiz Carlos Alborghetti. O Brasil ainda se acostumava à abertura política que marcou o fim do regime ditatorial que subjugou o Brasil por vinte anos e à promulgação da Constituição de 1988. Por mais estranho que possa parecer, isso causou uma liberação abrupta dos conteúdos exibidos na televisão e nesse cenário caótico o Death Metal começou a ganhar os corações de quem não mais se satisfazia com o que o Thrash oferecia em termos de brutalidade.
ESPECIAL DEATH METAL - 01 A 12
Morbid Angel
Deicide
Repulsion
Entombed
Celtic Frost
Carcass
Obituary
Napalm Death
Cannibal Corpse
Possessed
Death
Terrorizer
ESPECIAL DEATH METAL – 13 A 24
Bolt Thrower
Krisiun
Autopsy
Suffocation
Nile
At The Gates
Brujeria
Brutal Truth
Benediction
Unleashed
Macabre
Immolation
ESPECIAL DEATH METAL – 25 A 30
Dismember
Pungent Stench
Massacre
Gorefest
Hypocrisy
Incantation
RIVAL SONS
OBITUARY
DEEP PURPLE
YES
EVERGREY
STEEL PANTHER
EDITORIAL
Quem não admite assumir a condição de fã demonstra ter uma personalidade arrogante e, na maioria dos casos, é um sujeito amargo, infeliz e que dificilmente reconhece virtudes nas pessoas do seu círculo de amizades – se é que gente assim pode chamar alguém de amigo. Especialmente na área esportiva e no mundo das artes fica muito evidente que a relação entre ídolos e fãs tem como principal componente a emoção, e isso, quando não atinge níveis exagerados e comportamentos desequilibrados, é algo muito positivo e beneficia tanto os admiradores quanto os admirados. Arrisco a dizer até que o fã é mais privilegiado que seu ídolo nessa relação, e posso citar meu exemplo, num dos casos referindo-se ao esporte, tenho consciência de que é humanamente impossível eu retribuir ao senhor Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, tudo o que ele proporcionou a mim de momentos felizes durante grande parte da minha vida. Posso dizer o mesmo em relação à música, pois o prazer de ouvir a obra criada pelos Beatles elevou significativamente minha qualidade de vida. Portanto, a verdade é que ser ídolo deve ser algo muito bom, mas ser fã é ainda melhor.
A leitura da matéria do Yes nesta edição reforçou meu desejo de falar neste assunto, pois Alan White, nosso entrevistado, viveu uma experiência extraordinária quando aos 19 anos foi convidado por seu ídolo John Lennon para tocar com ele na Plastic Ono Band. Alan, que é um baterista de muito sucesso, com prestígio profissional no mundo todo, acumula as duas condições: é fã e ídolo ao mesmo tempo.
Mas, para o espaço no “Editorial” da ROADIE CREW deste mês, eu já tinha o tema definido para homenagear a figura do fã inspirado pelas correspondências que recebemos, e em especial para prestar uma homenagem ao Paulo Carames, um grande fã de Ramones que desde 2010 mantém no ar o blog “Sequela Coletiva” (sequelacoletiva.wordpress.com), onde escreve sobre a banda fazendo resenhas de discos, vídeos e livros. Quando publicamos o “Background” dos Ramones, num trabalho do também fã Anselmo Teles, uma das fontes consultadas que mereceu toda confiabilidade, foi justamente o blog do Paulo, a quem agradecemos os cumprimentos pela iniciativa de escrever sobre esse grupo que é um ícone no mundo do Rock. Ao mesmo tempo pedimos desculpas pela falha de não ter sido citado o “Sequela Coletiva” na matéria onde mereceu o mesmo destaque das demais fontes ali relacionadas, como o documentário “End Of The Century: The Story Of The Ramones” (Jim Fields) e os livros “Coração Envenenado” (Dee Dee Ramone e Veronica Kofman), “Mate-me Por Favor” (Legs McNeil e Gillian McCain), “Hey Ho Let’s Go – A Historia dos Ramones” (Everett True), “Na Estrada Com Os Ramones”(Monte Melnick e Frank Meyer), “Eu Dormi Com Joey Ramone – Memórias de Uma Família Punk Rock” (Legs Mcneil e Mickey Leigh), “Ramones: An American Band” (Jim Bessman), “Commando – a Autobiografia de Johnny Ramone” (Johnny Ramone).
Esta edição é dedicada a Felipe Godoy. Descanse em paz, guerreiro.
Airton Diniz
CENÁRIO
KROW: EVOLUINDO NA ESTRADA
Sucesso só vem com trabalho, muita ralação e no tempo certo, e é exatamente isso que vem fazendo o Krow. Durante seus oito anos de existência, o grupo criado em Uberlândia (MG) parece ter finalmente alcançado um status que deixa seus membros satisfeitos. O ponto alto da carreira foi o convite para a participação do renomado festival britânico “Bloodstock”. O vocalista e guitarrista Guilherme Miranda nos conta mais sobre este feito e sobre a carreira da banda.
FURIA INC.: A OUTRA NATUREZA
Ainda que tenha iniciado suas atividades apenas por diversão, a banda paulista Furia Inc. foi moldando seu estilo e, desde 2009, vem evoluindo e merecidamente vem conquistando espaço. Depois de dois EPs, o projeto dos irmãos Gustavo (guitarra) e Neto Romão (bateria) hoje conta Victor Cutrale no vocal e Bruno Nicolozzi no baixo, formação que lançou o primeiro ‘full lenght’, Murder Nature. “Tocar Metal sempre foi nossa diversão. Deixamos de ser um projeto quando realmente encontramos os caras certos, começamos a compor em 2009 e entramos em estúdio para gravar nosso primeiro EP, Creatin’ A World (2010)”, diz Neto. Depois dele vieram Before The World Ends (2011) e algumas boas críticas.
REXOR: O MELHOR VEM NO FINAL
Às vezes, o melhor fica para o final. Nascido em São Paulo em 1999, o Rexor levou nove anos para lançar o EP Heavy Metal Forever e só agora solta o ‘debut’, Powered Heart. “Heavy Metal Forever seria nosso ‘debut’, não fossem as trocas de guitarristas e dificuldades financeiras. Montamos nosso estúdio e, como banda e fãs de música, não sentíamos as composições amadurecidas o suficiente. Escolhemos quatro e as reestruturamos para um EP”, explica Wander Cunha.
IN SOULITARY: HEAVY METAL COM ALGUMA COISA
A banda In Soulitary soltou um belo ‘debut’: Confinement percorre diversos estilos do Metal e consegue fazê-lo de maneira convincente. O guitarrista Danny Schneider contou um pouco sobre a produção do álbum, mencionando os contratempos – devidamente superados – e outros fatores que, no fim das contas, culminaram no lançamento do registro. E atente para o desafio lançado pelo músico
ANTHRAX: JOEY BELLADONNA NO METAL ALL STARS
O Anthrax encontra-se em um ótimo momento pois, além de estar gravando seu novo álbum, acaba de lançar o DVD Chile On Hell. Tratamos desses assuntos com o vocalista Joey Belladonna, que também falou a respeito de sua vinda ao Brasil para o evento “Metal All Stars”, marcado para o dia 22 de novembro no Espaço das Américas, em São Paulo (SP).
IMMORTAL GUARDIAN: BANDA DOS EUA, VOCAL MADE IN BRAZIL
Indo na contramão do Metalcore, a atual maior vertente de exportação do “Metal Made In USA”, o Immortal Guardian aposta em uma mescla de Metal Tradicional, Power, Prog e Thrash. A roupagem mais moderna foi batizada pelos fãs norte-americanos como “Super Metal”. A banda conta com os virtuosos Gabriel Guardian (guitarra e teclado), Jyro Alejo (guitarra), Thad Stevens (baixo), Cody Gilliland (bateria) e o vocalista brasileiro Carlos Zema, que por muitos anos esteve à frente do Heaven’s Guardian (GO) e também passou pelo Vougan (DF) pouco antes de se mudar para os EUA em 2007 e se integrar ao Outworld. O brasileiro juntou-se em 2012 ao Immortal Guardian que, no ano seguinte, lançou o EP Super Metal – Edition: Z. Trabalhando num ritmo incessante, o grupo acaba de lançar o EP Revolution – Part I, produzido por Roy Z, com quem já se prepara para voltar ao estúdio e registrar o CD Revolution – Part II, previsto para o início de 2015. A ROADIE CREW conversou com o ‘frontman’ brasileiro.
KYHARY: METAL ENTRE AMIGOS
Veteranos de estrada em divulgação de seu primeiro álbum, Luciano BN (vocal e guitarra), Renato Romano (guitarra), Denis Nohia (baixo) e Denis Roosevelt (bateria), lançaram virtualmente Inocência, Escolhas… Fim, recentemente disponibilizado em versão física. Depois de dez anos, além das mudanças de integrantes e do desafio de lançar um trabalho autoral, o Kyhary quer continuar se firmando com um estilo próprio, sendo mais um que optou por fazer Metal em bom português. Para saber mais desse trabalho e das novidades da nova formação, a ROADIE CREW conversou com Denis Roosevelt.
ROADIE MAIL - TOP 3 - MEMÓRIA
DÉCADA DE 80
Batalha, desde que li seu artigo sobre o histórico show do Kiss em 83, “Quando não era normal ir a um show de estádio”, fiquei com vontade de compartilhar a minha história com você, pois em algum momento de nossas vidas devemos ter nos cruzado por aí! Agora ao ler sobre o ano de 1984, acabei deixando a preguiça de lado e escrevo para contar minha história, que correu paralela à sua. Você estudou no Liceu Pasteur, se me lembro bem usando aquele uniforme marronzinho! Na época do show do Kiss, havia acabado de sair do Colégio Nossa Senhora do Rosário, próximo ao Liceu, e estava estudando na Escola Técnica Federal. Tinha um amigo que estudava no Liceu e ficava sempre por ali. Desde meados de 1978, quando comecei a ouvir os tapes do meu irmão com Black Sabbath, Nazareth, Rush, Kiss e Deep Purple, comecei a curtir um som mais pesado. Mas ao ouvir Destroyer do Kiss me apaixonei pela banda da qual sou fã até hoje! Então, ao saber da vinda da banda para o Brasil, em 83, não conseguia acreditar e conter a ansiedade! Tenho até hoje muitas reportagens da época (inclusive todas que ilustraram sua matéria na edição #150). Naquela época frequentava muito a Woodstock Discos, comprava patches, bottons e LPs importados, gastando uma grana que não tinha! Curtia muito também as lojas Yesterday & Today Discos, Wop Bop, Punk Rock Discos e Baratos Afins, onde comprei vários LPs das bandas nacionais que iniciavam sua trajetória (Platina, Chave do Sol, Inox, Salário Mínimo etc.). Por volta de 86, aprendi a tocar bateria com o Zé Luis, da Chave do Sol, com a pretensão de me tornar um ‘rockstar’ (risos). Virei arquiteto! O relato que você faz do dia de 1984 mostra bem o que se passava na época e os fatos históricos relevantes para nos situar. Hoje com internet e mercado aberto, tudo é muito mais fácil. As informações chegam até nós. Foram anos duros, que duram até hoje em nossa memória! Em janeiro de 85, parti de São Paulo para o Rio para ver outras lendas do Metal, mas isso é outra história…
Alexandre Tobo
Guarulhos/SP
Belíssimo relato, Alexandre. Bem, tem mais algumas coincidências porque você estudou na mesma escola que minha mãe e minha tia estudaram, em uma época em que o Nossa Senhora do Rosário era uma escola feminina. Curiosamente, foi justamente em um festival de música do Rosário que toquei com uma banda de Gothic Rock chamada Midnight. O vocalista, e na época também baixista, era Roger Lombardi, hoje no Goatlove. Nós ganhamos aquele concurso tocando músicas autorais. Sobre a Woodstock Discos, onde “nasci pela segunda vez”, aguardo ansiosamente o documentário “Woodstock – Mais que uma Loja”, que sairá em breve e vem sendo preparado com esmero por Wladimyr Cruz e Marcelo Takeshi. Abraço. (Ricardo Batalha)
BLIND EAR – ANDRIA BUSIC (DR. SIN)
Fotos Laura Gallotti
“Legal o riff. (N.R.: Andria faz uma longa pausa para ouvir). Eu já ouvi e não estou lembrando. Isso aí é Pantera, é o vocalista do Pantera. Não sei se é o trabalho solo dele… Mas é Pantera! É o Phil Anselmo. Parece do Cowboys From Hell, mas o Cowboys… é mais ‘ardidinho’. Essa música em particular eu não ouvia muito, mas é sensacional, essa banda era demais. Foi demais abrir os shows deles. Os caras são muito legais. A gente abriu muito show nessa época e foi um dos mais legais em que a gente tocou. (R.C.: Vocês foram respeitados pelo público). É, a galera foi muito legal. Eles tocaram Cold Gin do Kiss, e lembro que o Phil tocou guitarra. (R.C.: Na verdade, ele tocou guitarra na primeira noite apenas, em Whiplash, do Metallica. Cold Gin foi tocada na segunda). O álbum de que mais gosto deles ainda é o Cowboys…, eles misturam muita coisa e ficou legal o peso com a batera.”
Pantera – No Good (Attack The Radical)
RELEASES - CDS/DVDS/BLU-RAY
Nesta edição:
1349
A Red Nightmare
Age Of Artemis
Ancient Vvisdom
Bandanos
Bloodtruth
Bones In Traction
Cinderella
Conquistadores
Crobot
Devilment
Dragonforce
Evergrey
Flying Colors
Higher
In Flames
Joe Bonamassa
Korzus
Laney’s legion
Lusferus
Made Of Stone
Metalmorphose
MX
Necromancer
Necromesis
Orange Goblin
Pelvic Meatloaf
Phrenesy
Redquarter
Robert Plant
Sanctuary
Semblant
Septycal Gorge
Slash
Slipknot
Soturnus
Striker
Super Peso Brasil
The Scintilla Project
Wolf
GARAGE DEMOS
Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]
Nesta edição:
V Project
Indiscipline
Evil Syndicate
Catarse
ETERNAL IDOLS - JIMI JAMISON
HIDDEN TRACKS - KICK AXE Por
Regina é uma cidade planejada que é sede da província de Saskatchewan, ao sul do Canadá. Como metrópole, Regina é palco para grandes nomes da música e foi lá que o Kick Axe deu seus primeiros passos, tornando-se uma banda expressiva do Hard Rock da década de 80.
O guitarrista Larry Gillstrom conheceu os irmãos Victor e Gary Langen em 1976, iniciando uma amizade que renderia belos frutos. Ainda muito jovens, passaram a tirar um som com Larry tocando guitarra, Victor cantando e tocando baixo, enquanto seu irmão se arranjava na bateria. Dois anos se passaram até encontrarem Raymond Harvey e o convidarem para ser o segundo guitarrista.
Confiante no sucesso, o então quarteto começou a planejar o deslocamento da banda para um lugar onde sua música tivesse mais visibilidade. A ideia não agradou a Gary Langen, que não estava disposto a sair de Regina.
CLASSICOVER – WHITE ROOM
Os nomes dos membros já eram bastante comentados pelas filas de clubes e teatros do Reino Unido e até dos EUA, o que dá ao Cream uma espécie de título de supergrupo.
CLASSICREW – SCORPIONS/WARLORD/MEGADETH
BACKSPAGE
GENE SIMMONS: “O ROCK ESTÁ DEFINITIVAMENTE MORTO!” (parte 2)
“Essas bandinhas de guitarras elétricas estão com os dias contados…”
No início da década de 60, o Rock’n’Roll encontrava-se numa ‘sinuca de bico’. As mortes prematuras de Buddy Holly e Eddie Cochran, além da saída de cena de Elvis para se dedicar ao cinema, um tanto que forçada pelo temível empresário Coronel Parker, presumia-se que o Rock não resistiria a tantas baixas.
Bill Halley e Seus Cometas, assim como Little Richard e Chuck Berry, continuavam a representar o segundo escalão do estilo. Jerry Lee Lewis chamava a atenção de forma negativa, sendo considerado o primeiro rebelde do estilo que, durante suas apresentações, chutava o banco do piano, pisoteava suas teclas e chegou até mesmo a colocar fogo no instrumento, depois de esborrifar fluído de isqueiro. Isso sem contar que na vida pessoal Lewis não se mostrava um bom exemplo para os adolescentes da época. Em 1958, durante uma turnê pela Inglaterra, a imprensa descobriu que a esposa de Lewis, Myra Gale Brown, então com 23 anos, era na verdade sua prima de segundo grau e tinha dez anos a menos. Tal descoberta provocou o cancelamento da turnê depois de três shows e, de volta aos Estados Unidos, Jerry foi praticamente banido do show business.
Com a falta de opções e de rostos bonitos…
LIVE EVIL – NAPALM DEATH / HATEBREED
Carioca Club – São Paulo/SP
27 de setembro de 2014
Por Frans Dourado • Fotos: Ricardo Ferreira
O S.O.D. se orgulharia de uma noite dessas. O que a banda cantou em United Forces e We All Bleed Red pôde ser conferido nesta noite de sábado da capital paulista. A primeira banda a subir ao palco foi o Test. A dupla, mais acostumada a abrir os shows internacionais por conta própria na calçada das respectivas casas de espetáculo, desta feita foi oficialmente integrada ao ‘cast’ e não decepcionou.
Num show em que João Kombi manteve sua postura de comunicação zero com o público, a banda desfilou um rosário de desgraças incessante e asfixiante, numa casa ainda em vias de atingir a lotação esperada. Passaram pelos falantes algumas faixas que já se tornaram marcas registradas da banda, como Ele Morreu Sem Saber O Porquê, Árabe Macabre, Test, M’Boi Mirim, Na Pele De Deus e Deus II.
Na sequência, tivemos o Paura, que milita no Hardcore há quase duas décadas e não teve a mínima demonstração de piedade após assumir o palco. Provando a que veio e sem dó alguma do público presente (já sedento por mais violência advinda do palco), o grupo formado por Fabio Prandini (vocal), Claudinei Ferreira e Rogério F.R. (guitarras), Paulo Demutti (baixo) e o experiente Fernando Schaefer (bateria) agradou aos presentes, principalmente àqueles que aguardavam a apresentação do Hatebreed. Como destaques da poderosa apresentação, tivemos os sons Bull Control, The Privilege, Reverse The Flow e as novas Education, N.W.A. e Truth Hits Hard, além da performance fantástica de Fernando, que mais uma vez provou porque é um dos bateristas mais brutais, técnicos e criativos da música pesada brasileira, já tendo desfilado seu talento em nomes como Korzus, Endrah, Worst e Treta, entre outros…
LIVE EVIL – JOE SATRIANI
Citibank Hall – São Paulo/SP
01 de outubro de 2014
Por Gabriel Souza • Fotos: Ricardo Ferreira
Joe Satriani, um dos maiores guitarristas do mundo, retornou ao Brasil dois anos após sua última passagem, quando esteve por aqui para um espetáculo com o G3, acompanhado por John Petrucci e Steve Morse. Agora, o americano voltou para promover seu mais recente trabalho, Unstoppable Momentum (2013), que vem sendo aclamado pela crítica e por seus ardorosos seguidores.
A abertura ficou por conta do grupo Dead Little Chicken, mais conhecido como DLC, que pratica uma sonoridade que nada tem a ver com a que o público que vai assistir a um show de Satriani está acostumado a ouvir. Entretanto, segundo o vocalista e guitarrista Fernando Ferrari, eles são um grupo de Rock’n’Roll e ali todos gostavam de Rock. Apesar de soar pesado, o DLC tem uma levada bem Pop em alguns momentos e fez uma apresentação competente, mesmo com a casa não tão cheia.
Com o Citibank Hall – outrora conhecido como Credicard Hall – agora parcialmente cheio, as luzes se apagaram e uma introdução começou a soar nos PAs enquanto Marco Minnemann (bateria), Bryan Beller (baixo) e a lenda Mike “The Wizard” Keneally (guitarra e teclados) foram se posicionando. Os primeiros riffs rapidamente se transformam no início de Jumpin’ In até a entrada do careca mais esperado da noite. Usando seus tradicionais óculos escuros, Joe Satriani chegou animado e pedindo palmas ao público, seguindo com a execução de Devil’s Slide, de Engines Of Creation (2000).
Depois, Keneally pegou seu violão e começou a executar Flying In A Blue Dream, faixa título do clássico álbum de 1991. Na primeira pausa da noite, Satriani relembrou como era bom estar de volta e pediu a todos que se juntassem a ele em “um momento que nunca para”, dando a deixa para outra faixa título, agora a do recente Unstoppable Momentum. Destaque para o trabalho do experiente Marco Minnemann (Necrophagist, Tony MacAlpine, Paul Gilbert, Kreator), que mostrou sua técnica apurada com precisão e rapidez.
LIVE EVIL – EXODUS
Carioca Club – São Paulo/SP
04 de outubro de 2014
Por Leandro Nogueira Coppi • Fotos: Ricardo Ferreira
Quando Steve “Zetro” Souza concedeu entrevista à ROADIE CREW (ed. #184) para nos falar sobre o recém-lançado segundo álbum do Hatriot, o aclamado Dawn Of The New Centurion, não fazia ideia de que um retorno para o Exodus estava bem próximo de acontecer. Pouco tempo depois, o guitarrista Gary Holt fez o anúncio e após dez anos Zetro estava de volta, inclusive para a gravação do décimo álbum de inéditas, Blood In, Blood Out.
Ainda mais alvoroçados pelos shows que já estavam anunciados desde novembro de 2013 (embora adiados de março para outubro) para Belém, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, os fãs brasileiros teriam a chance de conferir a estreia de Zetro no país, já que o saudoso Paul Baloff, o inexpressivo ‘quebra galho’ Steev Esquivel (Skinlab, ex- Defiance) e o divisor de opiniões e recém-demitido Rob Dukes foram os vocalistas que acompanharam a banda em outras ocasiões.
O eleito através do ‘vox populi’ como ‘opening act’ em São Paulo para o Exodus, com o qual já havia dividido palco em 1997, foi o lendário grupo do ABC MX, que retornou em 2012 e acaba de lançar Re-Lapse, álbum de regravações do ‘debut’ Simoniacal (1988). Dead World teve início às 18h para um Carioca Club já bem cheio de headbangers que puderam conferir a performance avassaladora de Alexandre Cunha (vocal e bateria), que estava acompanhado de Alexandre Dumbo e Décio (guitarras) e Morto (baixo). Após Mental Slavery, Dumbo saudou a plateia, que vibrou com a clássica Fighting For The Bastards. A inédita Keep Yourself Alive também foi apresentada. Morto assumiu os vocais em I’ll Be Alive e trocou de instrumento com Dumbo na clássica Jason. Outro destaque foi Décio, devido aos solos e dedilhados bem encaixados. Dirty Bitch encerrou o show certeiro do MX, que saiu ovacionado pelo público que agitou e abriu rodas durante todo o set.
Após breve pausa, a introdução de um dos maiores clássicos da história do Heavy Metal ecoou pelo Carioca Club e então o Exodus invadiu o palco com Zetro Souza, Gary Holt, Lee Altus, Jack Gibson e Tom Hunting, que fuzilaram a plateia com Bonded By Blood.
LIVE EVIL – DREAM THEATER
04 de outubro de 2014
Espaço das Américas – São Paulo /SP
Por Andréa Ariani • Fotos: Denis Ono
Esta foi a sétima vez que o grupo norte-americano Dream Theater passou pelo Brasil e os fãs podem até negar, mas, um pouco mais do que nas vindas anteriores, a “Along For The Ride Tour” teve todos os elementos de gigantismo nível ‘pop star’. Depois de passagens por Chile, Argentina, Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR), a turnê chegou a São Paulo, em data única, num Espaço das Américas cercado de filas gigantescas e muitos admiradores eufóricos. Todos queriam conferir de perto o resultado de Breaking The Fourth Wall, mais recente álbum e DVD ao vivo, e alguns poucos sortudos, além do show, participaram do concorrido ‘meet & greet’.
Como o set list costuma ser fixo e executado na sequência em todos os shows, todos sabiam o que iria rolar. A novidade para quem não conferiu o show de 2012 foi o desempenho do baterista Mike Mangini, substituto mais do que à altura do legado de seu xará. E, honestamente, com a precisão e simpatia do atual integrante, agora em total sincronia com os demais membros, nem as eternas viúvas de Portnoy sentiram muito sua falta.
O palco, com estrutura já montada, era escondido por um gigantesco telão móvel. Na abertura, enquanto exibia animações das capas dos discos da banda, rolava a instrumental False Awakening Inside. Ao final, o telão caiu e as luzes explodiram sincronizadas com os primeiros acordes de The Enemy Inside. Gritaria geral dos fãs que lotaram todos os setores da casa. Em vez do tradicional pano de fundo, outro telão fazia parte do cenário, exibindo imagens diversas, como trechos dos clipes originais, além do próprio show. O som, como era de se esperar, estava impecável, algo não necessariamente padrão para um espaço que normalmente tem eco e distorção como partes integrantes do evento.
LIVE EVIL – EXCITER/BRUTAL TRUTH/R.D.P.
Clash Club – São Paulo/SP
03 de outubro de 2014
Por Frans Dourado • Fotos: Denis Ono
Esta noite de sexta-feira reservou aos amantes da música pesada na capital paulistana um cardápio com variedade e qualidade, mas só para aqueles que suportam um “menu” pesado. Afinal, não é todos os dias que temos nomes tão consagrados reunidos no mesmo palco.
A abertura coube à veterana Ratos de Porão. Nascidos do Punk paulistano e detentores da primazia do Crossover entre Thrash e Hardcore no Brasil, João Gordo (vocal), Jão (guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria) fizeram um set curto, mas muito intenso, mesclando clássicos de sua longa carreira com sons do álbum que a banda está divulgando, o recém lançado Século Sinistro. Enquanto era visível que o público que aguardava o Brutal Truth se esbaldava com os clássicos do HC nacional, muitos dos bangers oitentistas que aguardavam o Exciter pouco caso fizeram da apresentação dos brasileiros. E essa diferença de reação dos públicos se repetiria mais tarde.
Na sequência, a também veterana Exciter voltou ao Brasil para tocar pela primeira vez com sua formação original. Era possível ver a satisfação de alguns que estiveram presentes também num longínquo 1986 na turnê que os canadenses fizeram com o Venom. Não eram muitos, mas sua empolgação era evidente. O vocalista Dan Beehler em sua bateria era o retrato da satisfação e nessa noite foi o verdadeiro porta-voz de uma geração. Não há como negar a honra de vê-lo ao lado do guitarrista John Ricci e do baixista Alan Johnson, criadores de alguns dos maiores hinos do Metal oitentista – Metal esse que foi homenageado de forma ímpar com sons como Heavy Metal Maniac, Black Witch, Violence And Force, Pounding Metal e Long Live The Loud, entre outros.
A casa, extremamente lotada, assistiu à empolgação
PLAY LIST – SP METAL I
“Quando o Bob (Roberto Gomes, guitarra) trouxe o riff, achei que podíamos fazer um arranjo que unisse o Heavy Metal e o Hard Rock, que eram próximos, apesar da diferença de público. Ele soava como um hino. Era marcante, forte e fácil de assimilar. Ele compôs o solo em dueto, deixando a música ainda mais épica. Acho que atingimos o objetivo. A inspiração para a letra saiu do momento em que vivíamos, do apogeu do Heavy Metal, da ideologia e da luta pela música pesada e da vontade de mudar o mundo, além da homenagem no título para aqueles moleques espinhentos da Califórnia que nos presentearam em 1983 com a obra-prima Kill ‘Em All. Tocávamos Seek And Destroy e a plateia vinha abaixo. Missão Metálica tinha personalidade e achamos que integraria o SP Metal de forma importante.”
Luiz Teixeira (baixista)
Avenger – Missão Metálica
COLLECTION - DIAMOND HEAD
BACKGROUND – QUEENSRŸCHE – PARTE 2
STAY HEAVY REPORT
Nomes de bandas e polêmicas
Já abordamos no “Stay Heavy Report” em duas oportunidades este ano temas relacionados a nomes de bandas. O primeiro deles, publicado na edição de abril, falou da importância da escolha do nome e tudo o que envolve esse passo, que não é uma tarefa das mais simples, nem tampouco tem uma receita de sucesso a ser seguida. E, em julho, apresentamos o que inspirou alguns grupos da cena Rock/Heavy Metal a escolherem seus nomes.
De fato, os nomes estão ligados à identidade individual de coisas, pessoas, empresas e também de bandas. E como se escolher um nome de banda não fosse difícil o suficiente, algumas foram forçadas a trocar seus nomes devido a questões legais. A partir do momento em que sua identidade pode vir a ser prejudicada, têm início as brigas judiciais e também as polêmicas.
Em setembro último, um grupo brasileiro precisou mostrar os dentes frente a uma ameaça estrangeira. O Panzer, grupo paulista de Thrash Metal formado em 1991, viu seu nome ameaçado por um novo grupo formado na Alemanha, que se denomina Panzer.
Primeiramente, vamos à origem do nome, que literalmente faz jus à briga. Panzer é uma abreviação para Panzerkampfwagen, substantivo da língua alemã que significa “blindado” (ou tanque). Este veículo blindado de combate foi muito usado pela Alemanha na II Guerra Mundial.
PROFILE – RAFAEL IAK (WOSLOM)
Primeiro disco que comprou:
“O primeiro não vou lembrar, mas um dos primeiros foi Burn My Eyes, do Machine Head.”
POSTER – METAL CHURCH
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |