A capacidade de fazer dos obstáculos pontes para alçar maiores conquistas foi o caminho escolhido pelo Angra após a saída do vocalista Edu Falaschi em 2012…
Edição #192
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ANGRA
A capacidade de fazer dos obstáculos pontes para alçar maiores conquistas foi o caminho escolhido pelo Angra após a saída do vocalista Edu Falaschi em 2012. O relacionamento com Fabio Lione (vocal, Vision Divine, Rhapsody Of Fire) começou tímido, mas evoluiu para uma parceria que deu muito certo e o resultado disso é Secret Garden, oitavo disco de estúdio do grupo. Além de Lione, a banda trouxe Bruno Valverde para a bateria e com isso fechou um time sólido ao lado de Rafael Bittencourt (guitarra e vocal), Kiko Loureiro (guitarra) e Felipe Andreoli (baixo). Nesta entrevista exclusiva para a ROADIE CREW, Rafael e Fabio falam de mudanças, desafios, desejos e dos objetivos de uma banda disposta a olhar para frente e continuar o seu caminho sem ter que provar nada para ninguém.
UNISONIC
A capacidade do vocalista Michael Kiske de se manter relevante mesmo depois de tantos anos e vários projetos parece infinita. Ao lado de Kai Hansen e Mandy Meyer (guitarras), Dennis Ward (baixo) e Kosta Zafiriou (bateria) – músicos que dispensam apresentações –, ele acaba de lançar Light Of Dawn, segundo disco do Unisonic e que renova a esperança dos fãs. Numa época de muitas bandas disputando espaço em uma economia cada vez mais capenga, ter conteúdo é essencial e isso se consegue através de letras bem elaboradas e uma motivação sincera. Para Kiske, o sucesso é consequência de um trabalho despretensioso, feito com apreço e amor pela música. Nesta entrevista exclusiva para ROADIE CREW, ele deixa bem claro qual sua relação com a música e o Unisonic. Forever. Ou seja, assunto não faltou para conversarmos com Roger Taylor.
MELHORES DO ANO DE 2014
AIRTON DINIZ (Editor)
BLUES PILLS – Blues Pills
PINK FLOYD – The Endless River
OPETH – Pale Communion
AC/DC – Rock Or Bust
RIVAL SONS – Western Valkyrie
ADRENALINE MOB – Men Of Honor
GODSMACK – 1000HP
EXODUS – Blood In, Blood Out
JUDAS PRIEST – Redeemer Of Souls
VADER – Tibi Et Igni
DVD: SUPER PESO BRASIL
Capa: JUDAS PRIEST – Redeemer Of Souls
Show: PAUL MCCARTNEY – Allianz Parque (SP)
Banda que quer ver em 2015: MARK FARNER (GRAND FUNK RAILROAD)
PROJECT46
Eles não podem reclamar de 2014. O lançamento e o bom desempenho do segundo disco deu ainda mais projeção ao Project46. Entre os feitos estão a estreia em grandes festivais tradicionais no Brasil, além de uma série de shows barulhentos dentro e fora do país. Com menos de um ano do lançamento de Que Seja Feita A Nossa Vontade, a ROADIE CREW conversou com o guitarrista Jean Patton para saber como a banda lidou com as críticas ao disco, sobre os melhores momentos dessa nova tour e, claro, os projetos para 2015.
KISS KRUISE
Pelos últimos dez anos, pelo menos, os cruzeiros temáticos tornaram-se um negócio lucrativo, movimentando milhões de dólares ao ano e levando toda uma geração para dentro dos transatlânticos. Todos os gêneros de música acabaram sendo representados nesses monstruosos navios, com o Rock em destaque. Já se apresentaram em alto mar nomes como Kid Rock, Weezer, Lynyrd Skynyrd, Heart, John Mayer, Moody Blues, Yes, Roger Daltrey e muitos mais. Sob diversos aspectos, os cruzeiros tornaram-se o objetivo principal de muitos fãs. Seria como um acampamento de verão para adultos, com comida à vontade e álcool à disposição 24 horas por dia.
E eu era um dos 2.300 de 33 diferentes países que se reuniram em Miami, na Flórida, para embarcar no Kiss Kruise IV numa viagem de cinco dias às Bahamas (de 31 de outubro a 4 de novembro de 2014). Mas, mesmo com um sol paradisíaco no céu, tudo era secundário a bordo. A gente podia estar indo para as geleiras do Polo Norte que a mesma quantidade de ‘kissmaníacos’ estaria no navio. Ou seja, num caso como esse, o destino é o que menos importa, já que o que atraiu tanta gente e de tantos lugares diferentes foi “a banda mais quente do mundo” (como eles apregoam antes dos shows), o Kiss. E a ideia era justamente celebrar esse slogan e colocar em prática o que eles cantam em sua música de mais sucesso: Rock And Roll a noite toda e festa todos os dias. No público, desde gente vinda da classe operária até executivos, de encanadores a advogados, de mecânicos a contabilistas, ou seja, fãs de todos os estilos de vida deixaram as diferenças profissionais e sociais de lado para se unirem na celebração à banda. E mesmo que as diferenças em algum momento ainda ficassem óbvias, havia um idioma universal a bordo, que era a música do Kiss. Ou seja, mais uma vez o Rock’n’Roll recebia a missão de unir a todos.
SLIPKNOT
Será que depois de vender mais de vinte milhões de cópias ao redor do mundo a vida do músico ou da banda está ganha? Nesta entrevista exclusiva para a ROADIE CREW, o percussionista Chris Fehn mostra que as coisas não são bem assim para o Slipknot. Claro que este número traz certo conforto para as vidas de Chris, Corey Taylor (vocal), Mick Thompson (guitarra), Jim Root (guitarra), Craig Jones (teclado e samplers), Sid Wilson (DJ) e Shawn Crahan (percussão), mas há desafios que precisam ser encarados todos os dias. Sucesso não se ganha, se constrói. A banda formada em Iowa (EUA) no ano de 1995 começou fazendo um som rotulado como New Metal (afinal eles faziam parte de uma onda crescente nos Estados Unidos), mas no decorrer dos anos a coisa mudou de figura. Disco após disco, o Slipknot mostrou ser uma banda de Metal que prima pelo peso e pela agressividade, sem tentar se moldar para agradar a críticos ou se encaixar em rótulos. O sucesso trouxe glórias, mas também mandou a conta – o falecimento do baixista Paul Gray em 2010 abalou muito a estrutura do grupo e a saída do baterista Joey Jordison em 2013 trouxe mais uma onda de incertezas. Apesar de tudo isso, o grupo continuou com sua ambiciosa missão contratando dois músicos e o resultado é .5: The Gray Chapter, quinto trabalho de estúdio do Slipknot. O grupo bem que tentou manter em segredo a identidade dos músicos contratados, mas graças à ira do ex-técnico de bateria Norm Costa o mundo descobriu que Alessandro Venturella e Jay Weinberg estão por trás das máscaras de baixista e baterista, respectivamente. Com a palavra, Chris Fehn.
DEVIN TOWNSEND PROJECT
É realmente difícil definir quem é o vocalista/ compositor/guitarrista Devin Townsend. Por um lado, ele é a luz que guia o Strapping Young Lad, banda conhecida principalmente por seu segundo disco, City (1997). Por outro, o músico canadense criou no mesmo período seu segundo trabalho solo, Ocean Machine: Biomech, que não tem qualquer semelhança com seu trabalho no SYL. Além disso, ele lança álbuns sob os nomes Devin Townsend Band e Devin Townsend Project, o que faz dele um dos artistas mais prolíficos e criativos da atualidade. Em meio a isso tudo, ele acaba de soltar Z², um disco duplo composto por Sky Blue (lançamento do Devin Townsend Project) e Dark Matters, que seria a sequência de seu disco solo Ziltoid The Omniscient, de 2007. Ou seja, não é tarefa simples acompanhar a carreira de Devin. Mas basta saber que, onde quer que ele vá, é muito pouco provável que volte para lá. Nesta conversa com a ROADIE CREW, Devin falou sobre sua vida e sua música com a sinceridade de sempre.
1349
Tendo iniciado suas atividades por volta de 1997, a norueguesa 1349 é hoje uma banda consolidada, pronta para expandir seus tentáculos sonoros pelos cinco continentes. Conversamos com o vocalista Olav “Ravn” Bergene para saber como estão os preparativos para a turnê, curiosidades sobre as faixas do mais recente álbum e sexto ‘full lenght’, Massive Cauldron Of Chaos, entre outros assuntos. Além de Ravn, o grupo é composto pelo guitarrista Archaon, pelo baixista Seidemann e pelo famoso Frost na bateria, conhecido principalmente pelo seu trabalho no Satyricon.
SANCTUARY
Após o guitarrista Lenny Rutledge literalmente insistir para que Dave Mustaine (Megadeth) escutasse sua fita demo, as coisas começaram a acontecer para aquela banda sem muita experiência, mas com bastante pretensão. O Sanctuary surgiu em Seattle num ótimo momento vivido pelo Metal, mas pouco depois o Grunge viraria febre na região e posteriormente no mundo. Porém, isso não impediu que deixasse sua marca no Metal com os discos Refuge Denied (1987) e Into The Mirror Black (1989). Além da situação do mercado na época, questões internas impediram a continuidade do grupo, que encerrou atividades em 1992. Com o fim, Warrel Dane (vocal) e Jim Sheppard (baixo) formaram o Nevermore e os outros integrantes seguiram seus caminhos. Após dezoito anos de hibernação, o Sanctuary anunciou seu retorno com Warren, Jim, Lenny, Dave Budbill (bateria) e o novo guitarrista Brad Hull, fez várias turnês e recentemente lançou o tão aguardado terceiro disco da carreira, The Year The Sun Died. Amadurecimento, respeito e amor pela música são, segundo conta Lenny nesta entrevista para ROADIE CREW, os responsáveis pelo retorno do grupo.
MIASTHENIA
De um início marcado por referências helênicas, no som influenciado por Rotting Christ e Varathron e na temática baseada na mitologia pagã da Grécia antiga, o Miasthenia desenvolveu sua identidade no final dos anos 90 com a entrada do guitarrista Thormianak. O músico inseriu nítidos elementos de Heavy Metal clássico ao som místico guiado, à época, pelos teclados. Some-se a isso a decisão da vocalista e tecladista Hécate em focar o conceito lírico na América pré-colombiana. Com seu novo disco, Legados Do Inframundo, o trio de Brasília investe mais do que nunca no extremismo. Após abordar canibalismo tupinambá, rituais incas, astecas, maias e indígenas, resistência à colonização europeia e outros fatos históricos, agora esmiúça a produção cultural desses povos fincada em livros que refletem suas idolatrias, profecias e, em menor grau, o ódio pelo cristianismo. Isso permitiu que o Miasthenia fizesse um trabalho conceitual fundamentado na mitologia, mas usando a história como pano de fundo. Quem explica isso e muito mais é Hécate.
NOTURNALL
Quantas vezes uma banda surge alavancando reações entusiasmadas de público e crítica? Bem, não é um feito corriqueiro. Mas da garra e da gana musical de quatro membros do Shaman, Thiago Bianchi (vocal), Léo Mancini (guitarra), Fernando Quesada (baixo) e Junior Carelli (teclado), aliadas à experiência e à técnica apurada de Aquiles Priester (Primal Fear, Hangar, ex-Angra) surgiu o Noturnall, que realizou uma das maiores estreias no Heavy Metal nacional em quase uma década. O momento vivenciado pela banda é realmente único, no qual tiveram inclusive o privilégio de lançar até um DVD do seu primeiro show com sucesso de público. O vocalista Thiago Bianchi conta nesta entrevista exclusiva à ROADIE CREW com intensa empolgação detalhes completos sobre essa promissora banda, além de adiantar que em menos de um ano do lançamento do ‘debut’ o segundo álbum já está a caminho…
EDITORIAL
Música com muita emoção
Apesar do último show no Brasil da turnê “Out There” ser assunto neste editorial, a cobertura foi realizada com a costumeira competência pelo Antonio Carlos Monteiro e está publicada na seção Live Evil desta edição. Mas eu não poderia deixar de escrever alguma coisa sobre um espetáculo com a presença de Paul McCartney na minha cidade e ao qual eu assisti. Bem, a crítica do Tony é profissional e imparcial, mas a minha visão nesse caso é puramente de fã.
Algumas das nossas observações em relação ao evento inevitavelmente são coincidentes, e tivemos a mesma reação. Por exemplo, no elogio ao local do show, a magnifica arena Allianz Parque, da S.E. Palmeiras, um ponto altamente positivo em todos os aspectos: localização, beleza, conforto… Parabéns à comunidade palmeirense pela nova casa. O lado negativo ficou com a heresia cometida por quem produziu o clipe que antecede a entrada de Paul ao palco: enfiaram-nos goela abaixo uma ridícula mixagem com aquele horroroso som “bate estaca” fazendo fundo para gravações originais dos Beatles. No momento em que um trecho de In My Life estava sendo destruído pelo ruído das baladas dos “coxinhas” eu olhei para o céu e juro que vi John Lennon, logo acima do telão, com um ar revoltado dizendo “quem fez isso com minha música vai arder no inferno ouvindo funks e pagodes que infestam a programação de TV do Brasil”. Felizmente a tortura acabou quando Paul entrou de sola com Magical Mistery Tour que substituiu a abertura do dia anterior com Eight Days A Week. Outra mudança no set list foi a troca de Hi, Hi, Hi por Get Back.
Como acontece em todos os shows de McCartney, a emoção rolou solta, com gente chorando pra todo lado, dependendo de quanto determinada música afeta o ritmo de batimento do coração de cada um. Houve um momento em que cheguei a ficar assustado tal a nitidez com que se manifestou em mim a sensação de “deja vu”. Foi quando tocou We Can Work It Out. Veio de imediato à minha mente o momento em que ouvi essa música pela primeira vez na vida: senti exatamente como se estivesse em 1966. Tive a sensação de que havia acabado de chegar da escola, tinha só 15 anos de idade, estava no meu quarto esperando o sono chegar e ouvindo meu rádio de cabeceira quando começou a tocar aquela nova música dos Beatles. Voltei ao presente e pareceu que o sonho não tinha acabado: Paul estava ali, a dez ou quinze metros de distância de mim! Tenho certeza de que vivi dentro do Allianz Parque um “replay” daqueles instantes da minha existência. Ao escrever este texto fiz questão de ter ao meu lado, ao alcance dos olhos, o compacto simples Day Tripper/We Can Work It Out, que comprei naqueles dias de adolescente, para que isso me ajudasse a descrever o mesmo sentimento, a mesma emoção que só a música (a boa música) consegue provocar num ser humano.
De volta para o presente, a história confirma que o Surf sempre teve relação com o Rock, por isso saudamos Gabriel Medina, o primeiro brasileiro campeão mundial de Surf. Parabéns, garoto, o Brasil precisa de talentos como você.
CENÁRIO
AGE OF ARTEMIS: ROMPENDO FRONTEIRAS
O Age Of Artemis é uma banda que já em seu ‘debut’, Overcoming Limits (2012), apresentava uma técnica apurada e músicas diferenciadas, criando uma identidade própria. Agora em seu segundo álbum, The Waking Hour (2014), eles se superaram e é sobre isso que o vocalista Alírio Netto e o baixista Giovanni Sena conversaram com a ROADIE CREW.
HELLARISE: PROPOSTA DE PESO
Formado em 2009, o grupo paulistano Hellarise segue na divulgação de seu EP de estreia, Functional Disorder. Lançado em 2013, o material tem como proposta mostrar o peso das influências absorvidas por Flávia Morniëtári (vocal), Mirella Max (guitarra), Kito Vallim (baixo) e Felippe Max (bateria), que vão do Thrash ao Death Metal, resultando em uma sonoridade moderna e que tende a ficar ainda mais pesada com a adição do guitarrista Daniel Crivello. “Minha intenção nunca foi ter uma banda só de mulheres. O que importava nessa transição era ter músicos bons e que combinassem tanto pessoal quanto musicalmente”, analisa a vocalista e fundadora Flávia Morniëtári
SCREAMS OF HATE: CHUTANDO A PORTA EM 2015
Sem medos ou neuras, Clayton Bartalo (vocal), Alexandre Bovo (guitarra), Vicente Moreno (baixo) e Marcelo Toselli (bateria) são do tipo que olham pra frente e encaram novos desafios. O primeiro registro do Screams Of Hate, Corrupted (2012), mescla o estilo das antigas e atuais escolas do Death/Thrash Metal. “No período de gravação do EP, como tínhamos pouco tempo da formação da banda, variamos bastante os estilos e influências para justamente definirmos o que seria usado na gravação do CD e nas novas composições”, explica o vocalista Clayton Bartalo.
DESERT DANCE: FINALMENTE, HARD ROCK!
Através do Desert Dance, o Brasil enfim tem um representante com trejeitos do Hard Rock americano que explodiu entre os anos 80 e 90. Além do EP de estreia, Open Secrets (2014), estar sendo muito bem recebido, o quarteto conquistou o concorrido “Manifesto Rock Fest”. Com pouco menos de um ano estrada, Junior Rodrigues (vocal, Electric Age), Lizzy Louiz (guitarra, ex-B.I.T.E.), Leo Xavier (baixo) e Nico The Boss (bateria, Electric Age) falam sobre suas influências e também sobre este animador início de carreira.
SUPERSONIC BREWER: CUSPINDO MUNIÇÃO
Presentes há dez anos no cenário underground, os gaúchos do Supersonic Brewer debutaram com o álbum Broken Bones em 2011 com linhas sonoras bem robustas. Agora, Vinicius Durli (baixo e vocal), Rodrigo Fiorini e Maurício Menegotto (guitarras) e Evandro “Piki” da Silva (bateria), apresentam Overthrow The Bastard com identidade mais apurada e cercada de evolução. O trabalho recebeu ótimas resenhas e seus membros, sempre almejando a perfeição, não descansam, pois em meio à divulgação do álbum já se preparam para entrar em estúdio novamente. Conversamos com Vinicius Durli sobre curiosidades e fatores que estão fazendo da banda uma grande promessa para o cenário metálico.
PANDEMMY: BUSCANDO SUA PRÓPRIA CARACTERÍSTICA
Death e Thrash Metal: a fórmula é simples. No entanto, poucos conseguem transitar naturalmente entre os subgêneros. Some, agora, doses de melodia e, eventualmente, algumas experimentações: o resultado poderia muito bem ser o quarteto pernambucano Pandemmy. Desde 2009, a banda liderada pelo guitarrista Pedro Valença segue, mesmo com diversas mudanças na formação, “espalhando a pandemia”. E quem conta as novidades para a ROADIE CREW é o novato Marcelo Santa Fé (baixo) e, claro, o próprio Valença.
FLAGELADÖR: ACLAMADO PELO UNDERGROUND
O Flageladör, de Niterói (RJ), acaba de lançar seu terceiro álbum, Assalto Da Motosserra, e já entra 2015 com negociações para a nova turnê que, dessa vez, se estenderá pela América do Sul. Formada em 2000 por Armando “Exekutör” Macedo (guitarrista e vocalista) e hoje completada com Erick “MadDog” (bateria) e Turko Basura (baixo), a banda já virou um dos símbolos da geração Thrash/Speed atual, e o sucesso da “Sob O Machado Do Algoz Tour Brasil 2014” comprovou isso. O próprio Exekutör fala sobre estes quase quinze anos de estrada.
MATTILHA: OS CÃES DA VILA POMPEIA
O bairro paulistano da Vila Pompeia, localizado na região Oeste da capital, tem papel fundamental na história do Rock brasileiro, tendo revelado os lendários Mutantes, Made In Brazil e Tutti Frutti. Seu novo rebento é o jovem grupo Mattilha, que agora dá prosseguimento ao legado deixado por essas bandas clássicas, trazendo um Rock’n’Roll cheio de despojamento e malícia em seu recém lançado álbum de estreia, Ninguém É Santo. O baterista Ian Bueno falou à ROADIE CREW sobre o ‘debut’ e também sobre a importância da Pompeia para o Rock nacional, além de comentar sobre o movimento coletivo de bandas chamado Base Rock.
ADDICTED TO PAIN: OCUPADO, MAS UNIDO!
Recém formado, o Addicted To Pain surge no cenário paulistano com o EP Queen Of All Lies. Para isso, o vocalista, tecladista e principal compositor João Paulo Pretti reuniu os músicos que fizeram parte da banda que acompanhou o vocalista Warrel Dane (Sanctuary e Nevermore) em sua turnê pelo Brasil em 2014: Thiago Oliveira (guitarra, Seventh Seal), Fábio Carito (baixo, Shadowside, Suprema e Instincted) e Marcos Dotta (bateria, Skin Culture). Além disso, a banda conta com o apoio do tecladista Junior Carelli do Noturnall, que mesmo não sendo membro fixo, tem papel importante. Pretti conversou com a ROADIE CREW para apresentar o Addicted To Pain e adiantou que o grupo está pronto para começar a gravar o álbum de estreia
ROADIE MAIL - TOP 3 - MEMÓRIA
ROCK IN RIO
Olá, galera da ROADIE CREW. Embora meio atrasado, escrevo pra agradecer pelo “Background” com o Ratt. Eu havia sugerido essa matéria a vocês lá por 2002 (o Robbin Crosby ainda era vivo). Demorou um pouquinho, mas valeu a pena esperar. Acompanho a revista desde 1998 e posso afirmar que ela está cada vez melhor. A inclusão das matérias sobre Classic Rock foi uma grande sacada que tornou a revista completa, abrangendo tudo sobre Rock e Metal. Como nem tudo são flores, desta vez escrevo para corrigir um pequeno equívoco que infelizmente se perpetuou com o tempo: na edição 188, na página 60, foi dito que o Def Leppard não veio ao “Rock In Rio I” por conta do acidente com o baterista Rick Allen, mas na verdade o cancelamento se deu uns dois meses antes do festival. A banda, alegando cansaço por causa da turnê do Pyromania e priorizando os trabalhos do novo álbum (que viria a ser o Hysteria, lançado somente três anos depois), desistiu de vir ao Brasil. Muita gente ficou chateada com o cancelamento, inclusive este que vos escreve. O fato foi bastante noticiado nas revistas de Rock da época, tais como a Roll (“Leopardo Cansado”), Metal, Rock Stars, etc. Até a extinta revista Manchete publicou uma pequena matéria de canto de página (“Baterista do grupo Def Leppard sofre acidente – Mas a banda já não vinha ao Rock In Rio”). Talvez pela proximidade das datas entre o acidente e o início do festival as pessoas acreditem que os fatos tenham relação entre si. Mas se pensarmos bem, numa era pré-internet, em que as únicas formas de comunicação à distância eram telefone e telegrama, sequer haveria tempo hábil entre o acidente e o início do festival (onze dias) para escalar o Whitesnake, certo? Vou procurar nos meus arquivos pra ver se acho alguma dessas matérias e envio o scan pra vocês. No mais, continuem com esse grande trabalho. Abração.
Waldemar Gomes Ferreira Jr.
Curitiba/PR
Salve, Waldemar! Primeiro de tudo, obrigado pelo comentário sobre o “Background” do Ratt. E ele não poderia mesmo ficar melhor, já que foi feito por um dos maiores (senão o maior) especialistas na banda, Ricardo Batalha. De fato, você tem razão sobre o Def Leppard. Na verdade, a produção de Hysteria já estava atrasada e a banda preferiu abrir mão da participação no festival. E é muito interessante você citar as revistas Roll e Metal, já que foi nelas que iniciei no jornalismo musical, nesse mesmo 1985. E lá se vão trinta anos… Forte abraço! (Antonio Carlos Monteiro)
Fotos: Laura Gallotti
“Meu Deus, você está brincando, não é? (risos) Eu tenho um tributo ao AC/DC na região da Bay Area e ele é focado na fase do Bon Scott! (N.R.: Zetro canta parte da música.) Este é o melhor, demais! Por causa disso que estou ouvindo que me tornei o que sou. Fui vê-los ao vivo em 1978, quando tinha 14 anos de idade. Vi Bon sendo carregado nos ombros por Angus (Young) e pensei: ‘Eu também quero fazer isso! É isso que eu quero ser.’ Comprei todos os discos e moldei minha voz para ser como Bon. Eu queria ser aquilo! É por isso que quando você escuta Exodus, Hatriot ou qualquer coisa que eu tenha gravado pensa em ‘Bon Scott Thrash Metal’ (risos). Esta é a maior banda de Rock’n’Roll do mundo.”
AC/DC – Dirty Deeds Done Dirt Cheap
HIDDEN TRACKS - DANGEROUS TOYS
Se a inflamada Los Angeles ganhou status de “berço do Hard Rock” durante os inesquecíveis anos 80, a improvável cidade texana de Austin revelou ao mundo o Dangerous Toys, uma banda que até hoje é considerada a única representante relevante do gênero vinda daquele estado norte-americano. Para que o leitor entenda melhor o surgimento do Dangerous Toys, é necessário conhecer a história do vocalista Jason McMaster, que herdou o gosto pela música através dos discos da família e pelos seus três irmãos. Elton John, Kiss e Queen logo caíram no gosto do jovem McMaster, que se tornou baixista do Rampage em 1978. Na década seguinte, largou o baixo e foi cantar no Watchtower. A banda praticava um Thrash Metal Progressivo e conseguiu certa popularidade abrindo para bandas como Anthrax, Slayer, Trouble e King Diamond, tornando-se referência declarada para Dream Theater, Cynic e Death.
ETERNAL IDOLS – RANDY COVEN
Ainda que o número de baixistas aclamados no mundo não tenha a mesma proporção e o mesmo glamour dos chamados ‘guitar heroes’, não são poucos os que se tornaram gigantes do instrumento. O trabalho do contrabaixo, fundamental em estilos como Jazz, Funk, Blues, Reggae e Rock, foi ganhando terreno e revelando seus heróis. Seja impondo seu estilo e técnica ou compondo, nomes como Paul McCartney, Stanley Clarke, Jaco Pastorius, Jack Bruce, Tim Bogert, Noel Redding, Steve Harris, Geddy Lee, Les Claypool, Stuart Hamm, Billy Sheehan, Flea, John Entwistle, Geezer Butler, John Myung e Robert Trujillo se destacam. Quem também tem motivos para ser incluído nesta pequena lista de exemplos é Randy Coven.
Nascido em Nova York, Randy era vizinho do baixista de Jazz/Fusion Jeff Berlin e viu nele inspiração para seguir o mesmo caminho. Jeff lhe deu orientações e o ajudou a moldar seu dom. Assim, em pouco tempo Coven já estava tocando em bandas cover. Tal qual ocorreu com seu mentor, após terminar o segundo grau, Coven foi estudar na Berklee College Of Music, em Boston. Lá ele passou a conviver com músicos de diversas localidades e que tocavam os mais variados instrumentos. Um desses alunos também vinha de Nova York e, por meio de um amigo em comum, se conheceram. Era um tal Steve Vai, que estudava guitarra..
RELEASES - CDS/DVDS/BLU-RAY
Nesta edição:
AC-DC
Addicted To Pain
Age Of Artemis
Amen Corner
Angra
Anthrax (DVD+CD)
Axecuter
Carcass
Cracker Blues
Cruachan
D.A.M.
Daydream XI
Devin Townsend Project
Electric Boys
Grimriot
Harem Scarem
Hollowmind
Imbyra
Incantation
Iron Lamb
Jorn Lande & Trond Holter
Kendolls
Level 10
Messiah’s Kiss
Monster Magnet
Mortuary Drape
Night
Nightingale
Noturnall (DVD)
Novembers Doom
Onkel Tom
Paul Dianno (DVD)
Primordial
Rated X2
Serious Black
Silver Mammoth
Sodom
Stop, Stop
Ten
The Leprechaun
UFO
Uganga
Varathron
Venom
Weapon UK
Woslom (DVD)
GARAGE DEMOS
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Nesta edição:
Oitoo
Wasserfall
Sodor
Rider
CLASSICOVER – ALONE AGAIN OR
O Love é um caso típico de banda que não figurava com grande exposição na mídia, mas sua obra foi fonte de inspiração para muitos gigantes tanto do Rock, quanto em áreas diferentes da música. Originário de Los Angeles, lançou o primeiro álbum, Love, em 1966. O material foi bem recebido e atingiu a 57ª posição nos Estados Unidos – os dois seguintes, Da Capo (1966) e Forever Changes (1967), representaram quedas sucessivas, com 80º e 154º lugares, respectivamente. O melhor reconhecimento, entretanto, partiu do Reino Unido, que fez o seu terceiro álbum chegar até o 24º lugar nas paradas.
A banda, que era capitaneada pelo vocalista e guitarrista Arthur Lee (falecido em 2006), viu em Forever Changes o marco de sua carreira. Sucesso comercial não foi uma realidade, mas seu legado tem se apresentado em diversos ‘rankings,’ como nos 500 maiores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone em 2003 e sua entrada no Grammy Hall Of Fame em 2008 – em 2012, foi integrado ao National Recording Registry, um registro norte-americano de gravações famosas que entraram para a história. Em 1967, Jim Morrison do The Doors citou a banda como uma de suas favoritas e até mesmo o Pink Floyd assume influência do grupo. Já Robert Plant cita Forever Changes como seu primeiro álbum favorito..
CLASSICREW – RUSH/LOUDNESS/VAN HALEN
1975
RUSH
Fly By Night
Mais que o segundo álbum do Rush, Fly By Night traz algumas mudanças que marcaram para sempre a história do trio canadense. Lançado em 15 de fevereiro de 1975 pela Mercury Records, o trabalho apresenta como primeira novidade a alteração na formação. Devido a problemas de saúde, o baterista John Rutsey acabou cedendo o posto para Neil Peart – e que junto a Alex Lifeson (guitarra) e Geddy Lee (vocal, baixo e teclado) criou uma das formações mais duradouras da história do Rock.
A entrada de Peart, no entanto, não se limitou às linhas de bateria. Ele também assumiu a maioria das letras, que ficaram mais voltadas à ficção científica. Já a segunda novidade, e mais significativa, fica em relação à sonoridade. A partir daqui, o grupo não focou apenas no Rock mais visceral e partiu para algo mais Progressivo, evidenciando o lado musical (e talvez de “outro mundo”) dos músicos – em especial de seu baterista – e a produção equilibrada, dividida entre a banda e Terry Brown (Max Webster, Fates Warning, Voivod).
1985
LOUDNESS
Thunder In The East
Pode listar nomes da música pesada surgidos no Japão desde a época de Flower Travellin’ Band ou Hadaka No Rallizes, no início da década de 1970, passando pela geração de seguidores com Anthem, EZO, Bow Wow, X-Japan, Earthshaker, 44 Magnum, Saber Tiger, Show-Ya, Metalucifer e outros. Poucos se aproximam da relevância e popularidade do Loudness.
Mantendo a formação sólida, o grupo estava em alta e não apenas no mercado asiático. Álbuns como The Law Of Devil’s Land (1983) e Disillusion (1984) foram capazes de causar furor na Europa também. O cultuado duplo ao vivo Live-Loud-Alive: Loudness In Tokyo (1983) e o vídeo Eurobounds (1984) só confirmaram a boa fase. Assim, se Minoru Niihara (vocal), Akira Takasaki (guitarra), Masayoshi Yamashita (baixo) e o saudoso Munetaka Higushi (bateria) precisavam conquistar outros territórios, a chance veio com a assinatura de um contrato internacional com a ATCO (EUA), subsidiária da Warner.
1995
VAN HALEN
Balance
Lançado em 24 de janeiro de 1995, Balance foi gerado em meio a turbulências que iam desde conflitos dos irmãos Eddie e Alex Van Halen com o vocalista Sammy Hagar até problemas pessoais e coisas que vinham de fora. Por exemplo, a morte do empresário Ed Leffer, que trabalhava com a banda desde 1985, em outubro de 1993. À época das gravações, os integrantes se trancaram durante três semanas no estúdio e por lá ficavam durante oito horas.
É bem verdade que o baixista Michael Anthony preferia se dedicar às suas duas filhas e Hagar aparecer por apenas poucas horas. Eddie, por sua vez, deixara a clínica de reabilitação em outubro de 1994 e se declarava livre do álcool e das drogas – era a tentativa de compor algo, pela primeira vez em vinte anos, sem a ajuda de substâncias. Foi assim que ele finalizou três novas músicas em apenas meia hora.
BACKSPAGE
O RETORNO DOS BEATLES QUE QUASE ACONTECEU EM 74 (parte 1)
A possibilidade de um encontro dos Beatles sempre aconteceu. Mais ainda nos anos de 1973 e 1974, quando rumores apareciam aos montes, alguns até mesmo anunciando algum suposto show que iria trazer de volta John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.
Voltando no tempo, lembro que, duas semanas antes do início da Copa do Mundo de 1970, no México, meu pai comentou com a minha mãe durante o jantar que os Beatles haviam se separado. “Nossa, assim de repente?”, respondeu minha mãe. Eu, que já ouvia tudo da banda e estava prestes a completar 9 anos, só ouvi. Não disse uma palavra. Se tal comentário fosse feito nos anos 90, por exemplo, eu até poderia ter resmungado algo como: “Caramba, lá se foram as minhas chances de vê-los ao vivo no Brasil.” Porém, estávamos adentrando uma nova década e, em se tratando de Rock, somente Bill Halley e Seus Cometas estiveram por aqui em 1958. Para os fãs fora do eixo Estados Unidos e Europa, os Beatles eram como super-heróis fictícios.
LIVE EVIL – KANSAS
HSBC Brasil – São Paulo/SP
Dia 21 de novembro de 2014
Por Eliton Tomasi • Fotos: Denis Ono
Se o Brasil fosse um país economicamente favorável, esse grande crescimento de opções culturais seria bastante significativo na melhora da qualidade de vida das pessoas que aqui vivem. Não é de hoje que atividades recreativas e culturais são consideradas pela comunidade psiquiátrica do mundo todo como grandes auxiliares na prevenção de muitos problemas, podendo até mesmo evitar grandes guerras! Não basta, para sobrevivência do homem, o pão. Sem recreação, sem arte, seu inerente instinto autodestrutivo o levaria à ruína.
Quiçá as condições nos permitissem assistir a todos esses shows internacionais e nacionais que vêm acontecendo em todas as partes do país. Mas aí surge um dilema: continuar prestigiando as bandas clássicas ou dar oportunidade às novas? Priorizar os shows internacionais ou conferir aqueles festivais de bandas nacionais?
Reflexões à parte, seguimos sobretudo o coração e fomos conferir essa mais nova passagem do Kansas pelo país. A turnê comemorativa de quarenta anos do ‘debut’ autointitulado obviamente trouxe ao Brasil uma formação bastante diferente em relação àquela que gravou o álbum, com apenas o guitarrista Rich Williams e o baterista Phil Ehart dos membros originais.
Considerando a idade avançada desses músicos (tanto Rich quanto Phil possuem 64 anos de idade), a substituição por músicos mais jovens acaba sendo providencial para que uma banda como o Kansas permaneça por tanto tempo na estrada. E esse show foi uma prova disso!
LIVE EVIL – PAUL MCCARTNEY
Allianz Parque – São Paulo/SP
25 e 26 de novembro de 2014
Por Antonio Carlos Monteiro • Fotos: Marcos Hermes
Ele podia estar aposentado, curtindo os netos, gastando os milhões que amealhou durante mais de meio século de carreira ou até mesmo frequentando as páginas dos tabloides britânicos, como comumente ocorre com tantos de seus pares. Acontece que Sir James Paul McCartney é tudo menos um sujeito comum. Afinal, quantas pessoas chegam aos 72 anos parecendo ser trinta anos mais jovem e esbanjando energia em cena? Esse é o cara que se recusa a envelhecer…
E foi ele a atração principal do Allianz Parque, novo estádio da S.E. Palmeiras, lugar que definitivamente passou no teste. Tem acesso muito mais fácil do que outras arenas da cidade e a visão do palco é perfeita de todos os pontos do lugar – além de ser bonita pra caramba.
Após uma longa espera, durante a qual um DJ assassinou cruelmente vários temas dos Beatles, eis que, praticamente exatos quatro anos após sua última passagem pela capital paulista, Paul tomou de assalto o palco com Eight Days A Week acompanhado pela superbanda que o acompanha há mais de uma década, Brian Ray (guitarra, violão e baixo), Rusty Anderson (guitarra), Paul Wix Wickens (teclado) e o sensacional Abe Laboriel Jr. (bateria).
O repertório fez aquela mescla que se imaginava: temas de sua carreira solo, com destaque para o mais recente disco, o ótimo New (2013), clássicos dos Wings e, principalmente, parte das obras-primas que forjou ao lado de John, George e Ringo. E era clara a reação do público quando os primeiros acordes anunciavam um tema do Fab Four: a impressão é que o lugar viria abaixo, tal o estrondo causado por uma plateia constituída por pelo menos três diferentes gerações – famílias com avôs, filhos e netos eram encontradas com facilidade por lá.
LIVE EVIL – DESTRUCTION
Clash Club – São Paulo/SP
Dia 28 de novembro de 2014
Por João Messias Jr. • Fotos: Ricardo Ferreira
Veteranos com energia de iniciantes! Podemos definir desta forma a apresentação do grupo alemão Destruction na capital paulista. Mesmo sem um novo álbum de estúdio para promover, a turnê batizada de “Brazilian Thrash Assault” arrastou um excelente público para assistir ao trio. Marcel Schmier (vocal e baixo), Mike Sifringer (guitarra) e Vaaver Dramowicz (bateria) deram “apenas” o que os presentes queriam: músicas movidas a riffs rápidos, pesados e ardidos, com doses maciças de adrenalina. Realizada no Clash Club, na Barra Funda (SP), a festa ainda contou com a participação do Forka, que entrou no palco pontualmente às 20h.
Com uma década de estrada, o grupo é atualmente formado por Ronaldo Coelho (vocal), Samuel Dias e Alan Moura (guitarras), Ricardo Dickoff (baixo) e Rodolfo Salviato (bateria), que retornou recentemente. Apesar de ser adepto do Thrash, o quinteto faz uma música mais agressiva e moderna, o que não foi problema para os presentes, que agitaram muito na apresentação marcada pela energia e entrega. O show dos caras teve início com duas faixas do mais recente registro, Black Ocean, representado pela faixa título e Empire Surrender, respondidas com aprovação pelo bom público que já estava na casa.
Diferentemente de outras apresentações, o set privilegiou material antigo, como Knowing Your Suffering, Feel Your Suicide, Blasphemy (com uma intro de Raining Blood do Slayer) e The Human Race Is Dead. A banda aproveitou a ocasião para apresentar duas músicas novas, Serra Elétrica e Troozão – a primeira, e futuro vídeoclipe, é mais ‘grooveada’ e a segunda é um Hardcore simples e direto, mostrando que o futuro álbum será bem variado. Troops Of Doom do Sepultura encerrou o bom show do quinteto, apesar da falta de educação de alguns ‘trues’ que pediam pela atração principal.
Depois de 50 minutos de ajustes e certa ansiedade dos presentes, que gritavam “Destruction” a todo instante, às 21h30 Schmier, Mike e Vaaver adentraram o palco já com o público na mão e mandaram Total Desaster, que curiosamente está presente em três trabalhos do grupo: o EP Sentence Of Death (1984), All Hells Breaks Loose (2000) e Thrash Anthems (2007). Essa música em formatos diferentes mostrou que o show apresentaria recortes de todas as fases do grupo, à exceção de Cracked Brain (1990) e o esquecido The Least Successful Human Cannonball (1998), de um período em que o vocalista e baixista Schmier não estava na banda.
LIVE EVIL – WITHIN TEMPTATION
Circo Voador – Rio de Janeiro/RJ
29 de novembro de 2014
Por Daniel Dutra • Fotos: Daniel Dutra
“Nós não somos como o AC/DC, que lança sempre o mesmo disco. Você não pode fazer o mesmo tipo de música.” A declaração de Sharon den Adel, que não muito depois incluiria o Iron Maiden no bolo do “mais do mesmo”, não pareceu ter irritado os fãs. Ao menos, não os do Within Temptation. Esses deram de ombro e, na segunda passagem da banda holandesa pelo Rio de Janeiro, fizeram bonito ao encher o Circo Voador. A recepção ao grupo, aliás, foi além dos refrãos cantados em uníssono, do pula-pula sob o comando da vocalista, da animação ao primeiro acorde de cada canção… As boas-vindas ganharam contornos de festa, com balões coloridos e papel picado providenciados pela plateia.
Tudo bem, a entrada não teve o aspecto triunfal causado pelo telão que ocupa toda a parte de trás do palco, mas o pano de fundo – com os dragões da capa de Hydra, o mais recente disco de inéditas, separados por um “espelho” que serviu de canal para os vídeos – funcionou a contento. E como o que importa mesmo é a música, o Within Temptation subiu ao palco para fazer aquilo que dele se espera. Um ótimo show. Paradise (What About Us?), com as partes cantadas por Tarja Turunen reproduzidas em ‘playback’, deu a primeira amostra de que as reações maniqueístas em relação ao novo álbum são coisa do passado. Ou, de fato, que os admiradores conseguiram entender que é possível mudar sem perder qualidade.
O peso natural de apresentações ao vivo realçou a elegância do Pop recém-abraçado pela banda, afinal, Faster, que veio em seguida, já mostrara três anos atrás esse lado mais acessível. Let Us Burn, mais uma fresquinha, provou que o acento Gothic Metal ainda está lá, mesmo na mais animada In The Middle Of The Night, mas ficou enriquecido. É preciso tirar o chapéu para os holandeses. Em Edge Of The World duas coisas ficaram claras: que o presente não está renegando o passado, mas sim encontrando caminhos para o futuro; e que Sharon den Adel é quem comanda o show – mais ainda sem Robert Westerholta ao seu lado. Ruud Jolie e Stefan Helleblad (guitarras), Jeroen van Veen (baixo), Martijn Spierenburg (teclados) e Mike Coolen (bateria) são bem competentes, no entanto, a questão vai muito além da capacidade técnica.
LIVE EVIL – FREE PASS METAL FESTIVAL I
FREE PASS METAL FESTIVAL I
Audio – São Paulo (SP)
7 de dezembro de 2014
Por Thiago Rahal Mauro • Fotos: Denis Ono
O “Free Pass Metal Festival”, cuja primeira edição ocorreu no dia 7 de dezembro em São Paulo, tem tudo para ser lembrado como um dos grandes festivais de Metal da capital paulista em 2014. A ideia de juntar estilos que combinam entre si, como o Power Metal dos alemães do Edguy, o Metal Tradicional dos suecos do Hammerfall e o Hard Rock dos suíços do Gotthard deu tão certo que lotou a casa e deixou os fãs felizes o tempo todo.
Com quinze minutos de atraso do horário divulgado pela produção (19h), o Gotthard foi encarregado de abrir o festival. De volta ao Brasil após dois anos desde sua última passagem pelo país, os suíços Leo Leoni (guitarra), Marc Lynn (baixo), Hena Habegger (bateria), Freddy Scherer (guitarra) e Nic Maeder (vocal) fizeram uma apresentação bem melhor do que a anterior, realizada no HSBC Brasil. Nic Maeder já está mais adaptado ao posto de ‘frontman’ do grupo e agitou durante todo o show do Gotthard. A tarefa de substituir Steve Lee, que faleceu em um trágico acidente em 2010, parecia ingrata e tenebrosa, mas o jovem cantor superou as dificuldades e tem seguido com maestria o seu legado. Isso sem contar o fato de que o repertório escolhido desta vez contava com músicas mais energéticas, a ponto de o público pular e cantar todos os refrãos e frases.
Divulgando seu recente álbum Bang (2014), a banda apostou em faixas mais novas no começo do show, mas que, misturadas com os clássicos, conseguiram agradar a todos de uma maneira impressionante. O grupo tocou músicas como Get Up ‘n’ Move On, Sister Moon, Master Of Illusion, Starlight e Hush. No final surpreendeu ao apresentar Lift U Up antes do maior clássico do Gotthard, Anytime Anywhere, que fez os fãs cantarem em uníssono seu refrão.
Comentar sobre a qualidade e performance dos músicos seria chover no molhado, mas é preciso complementar o que foi dito na resenha do primeiro show no Brasil com Nic Maeder nos vocais do Gotthard. A banda acertou em cheio na sua aquisição, mas é preciso compor músicas mais enérgicas e pesadas, o que não vem acontecendo nos últimos trabalhos. Os fãs querem isso.
Um fator diferencial deste festival é que, após a reforma da casa Audio, o público ganhou de presente um outro palco dentro do próprio estabelecimento. Marcado para se apresentar entre Gotthard e Hammerfall, o vocalista brasileiro BJ (Tempestt e Jeff Scott Soto) apresentou clássicos do Hard Rock e Metal de bandas como Extreme e Tyketto. E a ideia apresentada pela produtora é bem válida. Apenas cabe a sugestão de ter um espaço um pouco maior de tempo para os brasileiros.
Na sequência, era a vez da banda mais esperada pelo público na noite: Hammerfall…
LIVE EVIL – STRYPER
Carioca Club – São Paulo/SP
06 de dezembro de 2014
Por Leandro Nogueira Coppi • Fotos: Ricardo Ferreira
Pouco mais de um ano após a última visita pelo Brasil, o Stryper retornou ao país para divulgar o novo álbum No More Hell To Pay (2013). O primeiro show da nova turnê brasileira aconteceu em São Paulo, no Carioca Club, que novamente esteve lotado de fãs dos irmãos Sweet, Michael (vocal e guitarra) e Robert (bateria), além de Oz Fox (guitarra) e Timothy Gaines (baixo).
O “ataque amarelo e preto” do Stryper começou às 19h30, ensandecendo a plateia com a introdução Battle Hymn Of The Republic (Glory, Glory, Hallellujah). Robert já estava na bateria, empunhando em forma de cruz as suas baquetas, Oz entrou filmando a plateia e Michael chegou por último, agitando a todos e jogando Bíblias. O início foi com Soldiers Under Command, seguida por God, na qual Michael detonou nos agudos do refrão. Do novo álbum, Revelation foi cantada em uníssono pela entusiasmada plateia.
A primeira pausa foi tão rápida que só deu tempo de Michael mandar um “boa noite” e perguntar se todos estavam bem. A banda então revisitou o EP de estreia, The Yellow And Black Attack (1984), através de Loud’n’Clear, que contou com o tradicional solo de Tim. Quem brilhou em The Rock That Makes Me Roll foi Robert, que mandou ver nos dois bumbos e nos arranjos. Assim como sempre fez em toda a carreira, Robert tocou com a bateria virada de lado para o público, que pôde vê-lo agitando o tempo todo, fazendo viradas precisas e cheias de pegada.
Durante todo o set o som esteve bom, até melhor do que no ano anterior e extremamente superior ao da primeira vez em que a banda tocou no Brasil, em agosto de 2006, no Via Funchal, quando a qualidade sonora estava horrível, principalmente para as guitarras que, além de altas, estavam estridentes e agudas…
LIVE EVIL – EVIL HAIL FEST
EVIL HAIL FEST
14 de dezembro de 2014
Carioca Club, São Paulo/SP
Por Frans Dourado • Fotos: Evandro Carmellini
O domingo que apresentou o último festival de Metal Extremo da capital paulista no ano de 2014 presenteou a cidade com uma torrencial chuva nas primeiras horas da tarde, responsável por aliviar um pouco a estiagem que castiga todo o Estado há meses. Havia certa apreensão pela presença de bandas Death e Black Metal no mesmo festival, por conta de um incidente desagradável entre integrantes do Test e de algumas bandas Black Metal após a realização do festival “Extreme Hate”, uma semana antes. Mas nenhuma ocorrência ou desentendimento foi registrado.
O Nervochaos, que subiu ao palco pouco antes das três da tarde, encontrou um público reduzido, mas muito receptivo. Divulgando seu novo álbum, o elogiado The Art Of Vengeance (2014), a banda já encontrou um som à altura de sua competência. Na sequência, tivemos no palco os veteranos do Genocídio, que continua a divulgação do seu álbum In Love With Hatred (2013). Com um repertório que abrangeu todas as fases de sua carreira, a banda empolgou o ainda tímido público, que com a melhora das condições meteorológicas começou a chegar em maior número.
A primeira atração internacional foi o Blood Red Throne. Os noruegueses, ao contrário da maioria dos seus conterrâneos que aparecem por essas terras, pratica um Death Metal dos mais brutais. A apresentação chocou os presentes pela intensidade e violência. A banda desde 2001 vem lançando álbuns que atestam sua proficiência em produzir caos sonoro, como provado em Blood Red Throne (2013). Os destaques da apresentação ficaram por conta de sons como Primitive Killing Machine, Incarnadine Mangler e Mephitication, que fechou o show de uma forma que impressionou os presentes, muitos ainda estupefatos pela destruição que acabara de ser perpetrada.
O Besatt, um dos principais nomes da cena polonesa de Black Metal, conseguiu arregimentar uma fiel e numerosa legião de seguidores em solo brasileiro. A banda divulga o recém-lançado Nine Sins, mas não se limitou a suas músicas, mesclando de maneira inteligente os registros. Apesar de culturalmente muito distantes dos brasileiros, a comunicação com os presentes foi bem intensa e eficaz. Os destaques da apresentação dos poloneses foram Seals Of Hate, Blood Of My Enemies, Baphomet e Mad Minds, que encerrou o show…
COLLECTION – BON JOVI
Desde que iniciou sua carreira, Jon Bon Jovi sonhou alto, compondo canções visando o ‘mainstream’. Pouco antes de formar o Bon Jovi, em Nova Jersey (EUA), em 1983, o ex-funcionário de loja de sapatos (entre outros empregos) viu que tinha tino para a coisa quando obteve sucesso com sua primeira composição, Runaway. A partir dali, estabilizou a banda com David Bryan Rashbaum (teclado), Alec John Such (baixo), Tico Torres (bateria) e Richie Sambora, que daria fim às constantes trocas de guitarristas. Antes de Richie, passou pela banda na função de guitarrista um tal Dave “Snake” Sabo, que anos mais tarde se tornaria famoso por integrar outra banda de Nova Jersey, o Skid Row. Em meio a uma infinidade de grupos de Hard Rock, o Bon Jovi se destacou e rapidamente despontou no mercado musical como um dos mais bem sucedidos de todos os tempos, marcando seu nome para sempre na história do Rock’n’Roll. A parceria entre Richie Sambora e Jon Bon Jovi rendia uma química respeitável, algo como acontecia com John Lennon e Paul McCartney, Gene Simmons e Paul Stanley, e Joe Perry e Steven Tyler. Apesar de a dupla não estar mais junta, o legado do Bon Jovi está marcado para sempre na história
BACKGROUND – QUEENSRŸCHE – PARTE 4
O ano de 1986 havia chegado ao fim, assim como a parceria do Queensrÿche com Kim e Diana Harris. E a rescisão com os empresários acabou respingando na parte financeira: shows foram cancelados, limitando a chance de o quinteto conseguir datas como ‘headliner’, enquanto Rage For Order ainda estava quente após sair do forno. Ainda sem muita entrada na MTV, a banda também não contava com verba suficiente da EMI para aparecer na televisão, então teve de se contentar com um único videoclipe – assim como acontecera com o EP (apenas Queen Of The Reich) e The Warning (somente Take Hold Of The Flame). Em entrevista à ROADIE CREW (ed. #36), Geoff Tate explicou por que Gonna Get Close To You acabou sendo a única música agraciada. “Vídeos custam muito dinheiro. Só porque você fez um não tem que ter uma sequência. É uma questão de investimento. Você vê quantos discos nós vendemos e tem uma projeção para o futuro. (…) Foi por essa razão que resolvemos não fazer outro.”
O quinteto já havia iniciado conversas a respeito do próximo trabalho, mas os primeiros meses de 1987 trouxeram a oportunidade de uma rápida volta à estrada. A começar com algumas apresentações ao lado do Ratt, que vinha colhendo os frutos de Dancing Undercover. O grupo subiu ao palco no fim de janeiro – dias 24, no Mississippi Coast Coliseum, em Biloxi; e 28, na UTC Arena, em Knoxville, Tennessee – e no início de fevereiro – dias 7, no Lubbock Coliseum, no Texas; e 8, Lloyd Noble Center, em Norma, Oklahoma. E assim como nas datas de apoio a AC/DC, Ozzy Osbourne e Bon Jovi, o Queensrÿche teve um set reduzido: Neue Regel, Surgical Strike, Warning, Deliverance, The Whisper, London, Chemical Youth (We Are Rebellion),..
PLAY LIST – MARCELO D’CASTRO-NECROMANCIA
Living In Meggido: “Essa música foi gravada no Teatro Municipal de Santo André, onde vivenciávamos uma cena muito forte no ABC (Headbangers ABC). Eles compareceram em peso e literalmente quebraram tudo no teatro. Foi o começo de tudo para nós, sem muito conhecimento, um som com atitude e com o Metal na veia.”
Álbum: Headthrashers Live (1987)
STAY HEAVY REPORT
Ano Novo – Passado em Alta!
A passagem para um novo ano desperta na grande maioria das pessoas um sentimento de renovação, de esperança. Essa época faz com que as pessoas reflitam sobre suas vidas e sobre as experiências vivenciadas durante o ano que terminou. Há um desapego do ano anterior, deixando para trás tudo de ruim, e há a expectativa de que o ciclo que se inicia será muito melhor – pelo menos, existem novas aspirações, estabelecimento de metas e objetivos. É unânime entre as pessoas o desejo de harmonia e de paz, e de muita saúde – porque do resto a gente corre atrás. Porém, com o passar dos dias e dos meses, parece que todos esses sentimentos se evaporam. A maioria das pessoas deseja muitas coisas boas, mas não as pratica no dia a dia. Prevalecem intolerância, desrespeito, desunião. Então, se você realmente espera que o mundo mude, comece pela sua casa. Se cada um agir como espera que o outro aja, tudo será muito mais simples de se conseguir. Fica a dica!
Enfim, 2015 já é realidade! A sensação de que o tempo passa rápido demais aumenta a cada dia e o passado parece que está cada vez mais próximo. E é basicamente impossível viver nos dias de hoje sem uma pegada das antigas, sem algo do velho incorporado ao novo, seja na música ou nas artes em geral ou na moda.
PROFILE – PEDRO ESTEVES (LIAR SYMPHONY)
Primeiro álbum que você comprou:
“Killers – Iron Maiden.”
POSTER – PANTERA/CALENDÁRIO 2015
Pantera/Calendário 2015
Montagem: Leandro de Oliveira
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |