Na manhã de 6 de novembro do ano passado, Angus Young, Brian Johnson e Cliff Williams foram acordados no hotel em que se encontravam na Alemanha com a notícia de que o baterista Phil Rudd, seu parceiro de longa data no AC/DC, havia sido preso na Nova Zelândia…
Edição #193
R$29,00
Em estoque
AC/DC
Na manhã de 6 de novembro do ano passado, Angus Young, Brian Johnson e Cliff Williams foram acordados no hotel em que se encontravam na Alemanha com a notícia de que o baterista Phil Rudd, seu parceiro de longa data no AC/DC, havia sido preso na Nova Zelândia. Vários motivos deram causa à sua prisão: posse de maconha e metanfetamina, e, muito mais grave, conspiração para assassinato – ele foi acusado de tramar a morte de duas pessoas. Na tarde daquele mesmo dia, Rudd, de 64 anos, apresentou-se na delegacia de forma lastimável – barba por fazer e descalço – onde foi indiciado e liberado mediante pagamento de fiança e a condição de não estabelecer qualquer tipo de contato com as demais pessoas citadas no inquérito. Na mesma tarde, o AC/DC divulgou um comunicado através de sua página no Facebook. “Só ficamos sabendo da prisão de Phil através do noticiário”, dizia a nota. “Não temos comentários a fazer. Mas podemos garantir que isso não vai afetar o lançamento de Rock Or Bust, nem a turnê que começa em 2015.”
Esse episódio acabou sendo apenas mais um drama dentro do verdadeiro inferno astral que se abateu sobre a banda ao longo de 2014. Em meados de abril, surgiu um boato de que a banda convocaria uma entrevista coletiva para anunciar sua aposentadoria. Rumores davam conta de que Malcolm Young havia sofrido um AVC e que Angus teria decidido encerrar a carreira da banda. Já o vocalista Brian Johnson, em entrevista concedida logo depois ao jornal britânico The Telegraph, não confirmou nem desmentiu o boato: “Não gostaria de fazer nenhuma declaração acerca do futuro da banda. Um dos caras está doente e muito debilitado, mas eu prefiro não falar a respeito”, disse ele. “Ele está lutando e quer privacidade. É um sujeito maravilhoso.”
Na mesma semana, a banda soltou um comunicado a respeito. “Malcolm está se afastando da banda por um tempo em função de suas condições de saúde”, informava. “Ele gostaria de agradecer à legião de fãs da banda pelo apoio e amizade incondicionais. E nós do AC/DC gostaríamos de pedir que a privacidade de Malcolm e de sua família seja preservada durante esse período. A banda continuará na ativa.”
“Nós continuaremos trabalhando e em maio vamos entrar em estúdio para reunir ideias e tocar um pouco. Se disso sair alguma coisa, gravaremos mais um disco”, informou Johnson na entrevista ao The Telegraph. O resultado disso foi Rock Or Bust, 15o álbum de estúdio do quinteto. Gravado no The Warehouse Studio, em Vancouver (CAN), com o produtor Brendan O’Brien (que já havia trabalhado com a banda no disco anterior, Black Ice, de 2008), e contando com Stevie Young, sobrinho de Angus e Malcolm, na guitarra base, o disco chegou a surpreender muita gente por manter a mesma energia de sempre. E, como se ainda fosse preciso provar alguma coisa, nada menos que quatro das onze músicas – Rock The Blues Away, Got Some Rock & Roll Thunder, Rock The House e Rock Or Bust – trazem a palavra “Rock” no título. Ou seja, nenhuma mudança muito radical acontecera, até então – ou até setembro, quando o AC/ DC anunciou que Malcolm Young não voltaria à banda que ajudara a formar em 1973 por ter sido diagnosticado com demência (N.T.: a palavra em inglês ‘dementia’ é usada para definir genericamente qualquer doença degenerativa que ataque o cérebro; dentre elas a mais comum é o Mal de Alzheimer).
Quando Angus, Brian e Cliff começaram as viagens promocionais de Rock Or Bust pela Europa (o primeiro encontro com a imprensa aconteceu no dia 3 de novembro, em Londres), já sabiam que seriam bombardeados com perguntas sobre a saúde de Malcolm. Porém, os acontecimentos de 6 de novembro acabariam suplantando essas questões. Parecia que o quadro não poderia ficar pior. No dia 7, o advogado de Phil anunciou que a acusação mais grave contra seu cliente, conspiração para a morte de terceiros, havia sido retirada pela promotoria.
Enquanto isso, no lobby do luxuoso hotel Breidenbacher Hof, em Düsseldorf (ALE), o pessoal da gravadora tentava convencer os jornalistas que esperavam para falar com a banda a não tocar nesses assuntos delicados – afinal, eles diziam respeito a um dos seus amigos mais próximos e um dos colaboradores mais tradicionais da banda. Naturalmente, toda a simpatia dos assessores da banda não foi suficiente para que o assunto não viesse à tona. E Angus Young, como de hábito, não fugiu das perguntas, assim como foi direto e completamente sincero em relação ao pior ano que a banda viveu desde a morte de Bon Scott, em 1980. “Malcolm sempre disse pra gente seguir em frente”, disse o guitarrista. “E essa sempre foi nossa postura. Desde que criamos a banda.”
DAVE EVANS
A primeira voz do AC/DC
O vocalista Dave Evans parecia estar no lugar e na hora certos quando conheceu os irmãos Young e, juntamente com Larry Van Kriedt (baixo) e Colin Burgess (bateria), fundou o AC/CD. Eles mal sabiam que aquele passo levaria o grupo a se tornar um dos maiores nomes do Rock no mundo, porém, dessa formação apenas os irmãos Young viveram a glória. Ao gravar os singles Can I Sit Next To You, Girl e Rockin’ In The Parlour em 1974, o grupo se lançou para o mundo, mas logo depois Evans foi sacado para a entrada de Bon Scott. Assim, ele teve que seguir seu caminho e, após passar por algumas bandas, seguiu carreira solo. Entretanto, a fama de ser um dos fundadores do AC/DC nunca o deixou.
KORZUS
Em time que está ganhando não se mexe. Uma das máximas do futebol é facilmente aplicada à música quando falamos em nomes como AC/DC e Motörhead, por exemplo. E um representante brasileiro fiel às raízes e ao estilo que o consagrou entra facilmente nesse time. Com Legion, seu sétimo disco de estúdio recém-chegado às lojas, o Korzus acrescenta mais um capítulo de alto nível numa história recente dentro de seus 32 anos de vida. Mas se por um lado o Thrash Metal praticado pelo quinteto – Marcello Pompeu (vocal), Heros Trench e Antonio Araujo (guitarras), Dick Siebert (baixo) e Rodrigo Oliveira (bateria) – não deve nada ao que é feito em outros cantos do mundo, por outro ainda há muito que ser conquistado. Como Pompeu deixou claro em entrevista à ROADIE CREW, num papo em que o novo CD ilustrou a ascensão da banda em meio a facilidades e polêmicas do mundo moderno e do Brasil atual, com internet e política num longo desabafo do vocalista.
MR. BIG
Não há histórias que Eric Martin não possa contar. Entre revelações e curiosidades, o vocalista do Mr. Big falou de tudo um pouco antes de a banda desembarcar no Brasil para três shows no início de fevereiro – dias 6 (Porto Alegre), 7 (São Paulo) e 8 (Rio de Janeiro). E falou bem, principalmente sobre como o novo disco da banda, …The Stories We Could Tell (2014), foi feito em função do baterista Pat Torpey, diagnosticado com Parkinson, doença degenerativa que atinge o sistema nervoso central e para a qual não há cura. Não se absteve também de passar a limpo os conflitos entre ele e o baixista Billy Sheehan que, depois de resultarem na saída do guitarrista Paul Gilbert no fim da década de 90, levaram o grupo ao um longo hiato nos anos 2000. Sincero, Martin assumiu o papel de salvador do Mr. Big. Bem-humorado, brincou com a baixa temperatura na Califórnia – “Aqui está bem frio, não tanto quando na Costa Leste, mas ainda assim bem desagradável” – e quis saber como estava o clima em nosso país. “O verão aí é brutal! Qual a temperatura na sua cidade?”. Respondi que, no Rio, chegava a mais de 40ºC. “Meu Deus! No que estou me metendo?” Em uma hora de bate-papo por telefone com a ROADIE CREW, não houve pergunta sem resposta. Muitas delas longas, e aqui você confere os principais momentos.
ENTOMBED A.D.
Nenhuma banda está livre de problemas internos ou questões legais. Nesses casos, tudo pode acontecer e com o Entombed, um dos pioneiros do Metal sueco, não foi diferente. Depois de pouco mais de 25 anos de estrada, o freio de mão foi puxado para que o grupo pudesse continuar existindo. Lars-Göran “L-G” Petrov (vocal), Nico Elgstrand (guitarra), Victor Brandt (baixo) e Olle Dahlstedt (bateria) decidiram adicionar A.D. ao nome e seguir em frente. Feito isso, os músicos lançaram Back To The Front (2014), disco de estreia com o novo nome ou décimo trabalho de estúdio da carreira do Entombed. Esta nova versão tem como objetivo focar no que sabe fazer de melhor – Death Metal – e, além disso, como L-G deixa bem claro, deixar qualquer ligação com o que foi chamado de Death’n’Roll no passado. Nesta entrevista para a ROADIE CREW o vocalista garante que a essência do Entombed continua.
GERMAN PANZER
A saída abrupta do baterista Stefan Schwarzmann e do guitarrista Herman Frank do Accept no final de dezembro deixou muitas dúvidas no ar. Considerando as palavras de Herman nesta entrevista exclusiva, a resposta para o caso aparece nas estrelinhas do papo, que aconteceu pouco antes do ocorrido. O músico encontrou no The German Panzer a liberdade que precisava para dar vazão à sua criatividade e parece que isto mexeu com o jogo. Ao lado de Schmier (baixo e vocal, Destruction) eles formaram um power trio que não se vale apenas no sucesso individual de cada músico. Com Send Them All To Hell, o grupo mostra que pode render muito quando tenta fazer algo diferente do que está acostumado. O Metal “curto e grosso” do Panzer alemão promete conquistar fãs e destruir o que vier pela frente.
SERIOUS BLACK
O nome Serious Black ainda não atrai tanta atenção. Em contrapartida, o currículo dos envolvidos fala por si. Contando com Urban Breed (vocal, ex-Tad Morose, Bloodbound, Trail Of Murder, Project Arcadia), Roland Grapow (guitarra, Masterplan, Level 10, ex- Helloween), Thomen Stauch (bateria, Savage Circus, ex-Blind Guardian, Iron Savior), Mario Lochert (baixo, Emergency Gate, ex-Visions Of Atlantis), Dominik Sebastian (guitarra, Edenbridge, ex-Mortus) e Jan Vacik (teclado, D-Vision, ex-Dreamscape), o grupo acaba de estrear com As Daylight Breaks. Urban Breed conversou com a ROADIE CREW antes de atacar nos palcos na Europa, deixando claro que não encara o Serious Black como supergrupo ou projeto paralelo.
DAVE DAVIES
Se a única coisa que o guitarrista do Kinks Dave Davies tivesse feito na vida fosse estraçalhar o falante de um amplificador com uma navalha e, a partir daí, criar a sonoridade que ouvimos em You Really Got Me, seu lugar de honra na história da música já estaria garantido. Mas ele provou ser muito mais do que um improvisador. Ao longo de sua carreira, mostrou-se também um talentoso compositor e vocalista. Tanto que quando sua icônica banda parou, em 1993, ele iniciou uma carreira solo que continua até hoje. E seu talento como guitarrista, vocalista e compositor pode ser conferido em Rippin’ It Up (2014), sétimo disco solo e considerado o melhor de todos. Baseado num sonho que ele teve que envolvia passado e futuro, o disco acaba sendo uma espécie de cápsula do tempo do próprio Davies. O fato é que quando ele acordou desse sonho, imediatamente começou a trabalhar em letra e música, e logo a faixa título estava pronta. A partir daí, surgiram as demais músicas, como Semblance Of Sanity e Front Room, em que ele abre seu coração através de um belo trabalho de guitarra. Gravado em seis semanas, Rippin’ Up Time traz Dave e o produtor David Nolte no comando de todos os instrumentos. Nesta entrevista ele fala sobre o processo de composição e gravação do novo disco, sobre o Kinks e muito mais.
UNEARTHLY
Eles tiveram uma ótima recepção de mídia e público quando dos lançamentos de seus dois primeiros álbuns orientados pelo Black Metal no começo dos anos 2000. Mesmo assim, arriscaram e saíram de sua zona de conforto em Age Of Chaos, que garantiu uma resposta ainda maior, dessa vez abrangendo a América do Sul. Novamente, o crescimento não foi o bastante para acomodar o Unearthly, que escancarou em Flagellum Dei elementos audaciosos que apareceram timidamente no passado. A ascensão alcançou ares europeus, mas nem com posição de destaque garantida no underground o grupo carioca foi induzido à repetição. Exibindo maior variedade e com passagens complexas, The Unearthly, quinto ‘full length’, promete ceifar de uma vez por todas as comparações de outrora. Para saber mais do momento atual e da trajetória percorrida até agora, conversamos com Eregion (vocal e guitarra) e M. Mictian (baixo).
MELHORES 2014 SEGUNDO OS LEITORES
A votação dos ‘Melhores de 2014’ segundo os leitores da ROADIE CREW, que contou entre os indicados bandas/músicos que lançaram material no ano passado, foi mais uma vez feita através de um aplicativo na página oficial da revista no Facebook (facebook.com/roadiecrewmag). No quarto ano consecutivo com esta ferramenta para votação, com a equipe da revista oferecendo as opções entre as diversas categorias, a quantidade superou a casa dos sete mil votos válidos. Confira o resultado final!
MONSTER MAGNET
O Rock é cheio de figuras lendárias, artistas controversos, exagerados, visionários e excêntricos. No meio de tudo está Dave Wyndorf, fundador e peça chave do Monster Magnet. O grupo norte-americano coleciona lançamentos distintos e o mais recente, Milking The Stars: A Re-Imagining Of Last Patrol (2014), traz uma proposta desafiadora, diferente e, num primeiro momento, confusa. Para Wyndorf, existe uma razão para sua loucura de retrabalhar um disco que foi muito bem recebido. Além de explicar suas intenções com tanto experimentalismo, ele aborda de maneira crua e direta a realidade do mercado musical, a proliferação de bandas sem conteúdo e como encara a relação artista e fã.
KING DIAMOND
Faz quase três décadas que King Diamond lidera o grupo que leva seu nome, soltando ao longo desse tempo doze discos que combinam elementos de Heavy Metal, Hard Rock e Prog. Desde o lançamento de Fatal Portrait (1986) até o mais recente, Give Me Your Soul… Please (2007), Diamond, nascido Kim Bendix Petersen, criou uma obra de tal vulto que poucos artistas conseguiram. E para comemorar esses trinta anos, ele está soltando Dreams Of Horror, uma coletânea com 23 faixas escolhidas entre sua vasta discografia. Ele próprio escolheu e remixou cada uma delas. “Essas são de longe as melhores versões para essas músicas que você pode ouvir”, garante ele. “Se você compará-las com outras versões, vai confirmar isso.” Nesta conversa, Diamond fala sobre o ‘best of’, sobre os primórdios da banda e sobre guitarras.
BRAINSTORM
Depois de se distanciar um pouco de sua sonoridade característica nos últimos álbuns, os alemães do Brainstorm resolveram se concentrar para que o décimo disco de estúdio, Firesoul, devolvesse a empolgação para Andy B. Franck (voz, ex-Symphorce e Ivanhoe), Torsten Ihlenfeld (guitarra), Milan Loncaric (guitarra), Antonio Leva (baixo) e Dieter Bernert (bateria). Os 25 anos dedicados ao Metal deram uma base de fãs sólida para o grupo, mas mesmo com o sucesso de Soul Temptation (2003) e Liquid Monster (2005) eles nunca se mantiveram no alto escalão do estilo e, como comenta Andy nesta entrevista, infelizmente nunca tocaram no Brasil. Desta vez o grupo espera mudar o rumo das coisas e alcançar muito mais sucesso.
EDITORIAL
AC/DC: notas altas desde a pré-escola
Já se passaram trinta anos, mas jamais me esqueci de uma frase que ouvi no dia 15 de janeiro de 1985, uma terça-feira de “Rock in Rio”, quando Angus Young e Cia. estavam prestes a fazer sua primeira apresentação no Brasil: “… agora vocês vão assistir ao ‘rock-jardim-de-infância’ da banda australiana AC/DC…”. Aquele comentário do apresentador de TV poderia ter sido interpretado como uma frase de efeito, inspirada no uniforme escolar que o guitarrista sempre usou como figurino nas apresentações da banda, mas soou pejorativo para mim, algo como um injusto julgamento em relação à qualidade do trabalho de um dos grupos mais bem sucedidos da história da música. O som do AC/DC sempre foi simples, sim, mas é muito especial, e se apresenta algo que possa ser vinculado ao jardim de infância é a sua pureza e integridade, e não existe nada mais autêntico e sublime que criança.
É muito comum acontecerem “escorregadas” quando alguém emite opinião ou transmite alguma informação, principalmente ao vivo, sem se preocupar com a realidade dos fatos. Algumas dessas falhas de comunicação são até perdoáveis, mas quando intencionais são profundamente condenáveis. E tem aquelas que carregam um misto de desconhecimento com má intenção como, por exemplo, a aberração que ouvi recentemente quando um político afirmou que ocorrera “um quase” (?) furacão em São Paulo, que teria sido “comparável ao ‘Katrina’ que arrasou a Flórida (?)” (nas palavras dele) quando, na verdade, a cidade teve uma forte tempestade de verão enquanto aquele terrível furacão praticamente destruiu Nova Orleans (LA-EUA, não é na Flórida). Mas certamente os militantes de seu partido acreditaram piamente em cada palavra do seu discurso exagerado e impreciso.
Ainda na época da primeira edição do “Rock in Rio” ouviu-se muitos “especialistas” criticando principalmente as bandas internacionais de Rock, dizendo que estavam em “fim de carreira” e que vinham ao Brasil por falta de mercado no exterior. Pura falácia. Rod Stewart (1964), Scorpions (1965), Yes (1968), Ozzy Osbourne (1968, com o Black Sabbath), Queen (1970), AC/DC (1973), Iron Maiden (1975) e Whitesnake (1978), detonaram no festival e continuam fazendo sucesso até os dias de hoje, com seus discos permanentemente em catálogo. Todos ainda fazem turnês e lançam novos trabalhos com a qualidade que se espera deles.
Voltando à nossa atração principal desta edição, o AC/DC com seu Rock considerado “infantil” por aquele apresentador trinta anos atrás está lançando seu 15o álbum de estúdio, Rock Or Bust, com uma perspectiva de agradar novamente a uma quantidade enorme de fãs no mundo inteiro, se considerarmos que o prestígio que a banda ainda mantém pode ser medido pelos números obtidos por seu disco anterior, Black Ice (2008), que vendeu mais de 6 milhões de cópias. Mas ainda vai aparecer alguém dizendo que eles estão velhos demais pra fazer esse tal de Rock n’ Roll. Airton Diniz
CENÁRIO
INFECTED: OTIMISMO EM MEIO AS ADVERSIDADES
Algumas bandas, com o passar do tempo, alguns álbuns lançados e estrada, passam a ter um olhar desanimador sobre a cena, deixam de fazer shows e até encerram atividades. Mas temos grupos que seguem adiante, sem reclamar disso e aquilo, e fazem música com mais paixão e divertimento, como o Infected. Com doze anos de estrada, Bodão (vocal), Rodrigo Costa (guitarra), Henrique Perestrelo (guitarra), Bruno Tarelov (baixo) e Hugo Golon (bateria) lançaram em 2013 a demo Beerstalkers, que mantém os pés fincados no Thrash Metal que marcou a trajetória do grupo. Nesta entrevista, o vocalista nos fala da cena atual, dos shows e dos preparativos para o segundo álbum, sucessor de Who’s Not (2008).
MUQUETA NA OREIA: CRIATIVIDADE E ROMANTISMO
Se hoje nenhuma banda consegue criar um novo conceito musical, seja no estilo ou na temática, temos que agradecer àqueles que sempre buscam soluções criativas para sua música. Um bom exemplo é o Muqueta Na Oreia, que finaliza a promoção de seu segundo álbum, Blatta (2013). Ramires (voz e percussão), Bruno Zito (guitarra), Cris (baixo) e Henry (bateria) não economizam na agressividade de seu som, que transita entre o Metal e o Hardcore, além de contar com temáticas baseadas em filmes de terror. “Crescemos muito desde o primeiro álbum, Lobisomem Em Lua Cheia (2010). Passamos por muitas experiências que nos levaram a melhorar a técnica, as composições, as letras, a produção e a ter um maior entendimento do mercado”, diz o vocalista Ramires.
ANARKHON: ANIQUILAÇÃO MACABRA
O acidente de trânsito que vitimou fatalmente o vocalista Péricles “Hooper” dois meses após as gravações do ‘debut’, Obesidade Mórbida (2006), seria motivo para o encerramento do Anarkhon, mas o grupo paulista de Death Metal se recuperou e lançou mais dois álbuns completos com o guitarrista Aron Romero assumindo os vocais.
Firme na estrada, a banda de Guarulhos encontra-se em plena atividade, ainda colhendo frutos de Welcome To The Gore Show, lançado em 2013 e que traz letras em inglês, decisão tomada em 2009 para buscar o mercado externo. “Por mais que o gutural geralmente não seja entendido de primeira, as letras no encarte fazem a diferença. Pensamos que as letras em português não fossem passadas como devia, então optamos pelo inglês para entrar no mesmo barco que todas as bandas”, explica Aron. “O fato de mudarmos as composições para o inglês não nos afastou totalmente das nossas raízes, por isso todos os nossos álbuns têm e sempre terão uma faixa um português”, adianta
HATE EMBRACE: UMA SAGA EXTREMA
Como costumam dizer: “Nunca se sabe de onde uma grata surpresa pode surgir”. Essa máxima foi levada a sério pelos pernambucanos do Hate Embrace, que têm crescido musical e liricamente a cada disco, imprimindo seu nome no Death Metal nacional. O recente trabalho, Sertão Saga (2014), surpreende pela excelente qualidade e pela forma precisa como expõe a história do cangaço. O vocalista George Queiroz é quem dá os detalhes completos acerca deste ótimo feito do grupo.
CRACKER BLUES: COMENDO A POEIRA DA ESTRADA
A história parece recente, mas não é. Afinal foi no século passado, mais precisamente em 1999, que o Cracker Blues surgiu, fazendo uma mistura interessantíssima de Rock’n’Roll, Blues e Country. O grupo paulistano fez fama se apresentando em eventos de renome, como a Virada Cultural de São Paulo e o festival “Roça’n’Roll”. E foi só após dez anos de estrada que veio o primeiro disco, Entre O México E O Inferno, que acabou dando muito mais visibilidade à banda. O que mais chamava a atenção era a sonoridade, uma mistura do Blues de raiz com o Rock sulista de ZZ Top, tudo temperado por boas doses de Boogie. E agora, bem mais amadurecida, a banda chega a seu segundo trabalho, Prata Do Carrasco. Paulo Coruja (vocal e gaita), Marceleza Bottleneck (guitarra, dobro e violão), Paulo Krüger (baixo e backing vocals) e Jeferson Gaucho (bateria, percussão e backing vocals) bateram um papo com a gente e garantem: a saga do Cracker Blues está apenas no começo.
MEGAHERTZ: SAGA CONTÍNUA
O Thrash Metal dos anos 80 no Brasil já tinha representantes de peso, como Sepultura, Korzus e Dorsal Atlântica em seus respectivos estados. No Piauí, a cena também vivia acesa com nomes como o extinto Avalon e com o Megahertz, que sempre permaneceu na ativa. O guitarrista e fundador Kasbafy nos concedeu esta entrevista e, dentre outras coisas, conta como a banda alcançou seu auge no início dos anos 90 e fala do que vem por aí no aniversário de trinta anos do grupo.
WITCHHAMMER: O PRIMEIRO DE NOVO, MAS NÃO O ÚLTIMO!
No cultuado cenário de Belo Horizonte, o Witchhammer sempre se destacou pela sonoridade original e criativa, ousando misturar em seu Thrash Metal peso com Blues, erudito e influências “hippongas”, principalmente no segundo álbum, Mirror, My Mirror (1990). Longe de um estúdio desde Ode To Death (2006), o grupo está regravando o ‘debut’ The First And The Last (1988) e já anuncia a pré-produção do quinto álbum, Metalanguage. Casito (vocal e baixo), um dos fundadores, detalha esses e outros assuntos que empolgarão os fãs da banda.
A RED NIGHTMARE: AS FACES DO PESADELO VERMELHO
O Metal pesado paraense está bem representado pelo A Red Nightmare. Em seu ‘debut’, o grupo mostra seu Death Metal vigoroso e bem produzido, que dá margens à melodia, sendo um dos destaques, principalmente em relação ao trabalho de guitarras. E foi Vinícius Carvalho, um dos guitarristas, que nos concedeu essa entrevista e explicou o conceito por trás do nome da banda e do álbum e também a influência do músico clássico Ludwig Van Beethoven na música do A Red Nightmare.
VELHO: FORÇA PRIMITIVA
O respeito que uma banda conquista dentro de um cenário muitas vezes não está ligado à quantidade de lançamentos bem aceitos. O Velho é um exemplo disso, pois o pouco material que lançou até agora já o credita numa das cenas mais fiéis e exigentes do underground. Movida pelo seu compromisso ideológico e sonoro, a banda já conheceu diversos lugares do Brasil e, cada vez mais, celebra com seus irmãos cada conquista alcançada. Veja alguns relatos do guitarrista e vocalista Thiago Caronte, que caminha junto com Thiago “Splatter” (bateria), Rafael Lopes (baixo) e Henrique (guitarra).
ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA
QUEEN
Olá, galera da ROADIE CREW. É com muita satisfação que escrevo para vocês, ainda mais depois de ler a edição de dezembro, com Slash na capa e entrevista com Roger Taylor, o grande batera do Queen. Acompanho a revista há onze anos e posso dizer que é a publicação nacional mais profissional e de qualidade que já li, sempre tratando o leitor e fã de Metal e Rock em geral com o devido respeito (e olha que já li muitas boas revistas do gênero). Aproveitando a ocasião da entrevista com Roger Taylor, gostaria de pedir um novo “Background” do Queen. Acredito que a banda mereça um com pelo menos umas 5 ou 6 edições, pois ela está no mesmo nível de Iron Maiden e Black Sabbath, sendo que é uma das poucas bandas que, em minha opinião, é quase impossível de se rotular. Os caras já tocaram de tudo um pouco: Heavy Metal, Hard Rock, Rockabilly, Ópera, Pop, Country, música estilo cabaré e até Eletrônica. Detalhe: tudo com qualidade. Fica então registrada minha sugestão e me despeço ao som de Tenement Funster, do excelente álbum Sheer Heart Attack do Queen, com Roger Taylor no vocal. Um grande abraço!
Edivandro José da Silva
Uberlândia/MG
Sem dúvida, Edivandro! O Queen, que há trinta anos tinha acabado de se apresentar no Brasil pela segunda vez – a primeira foi em 1981 no estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi, São Paulo) e a segunda no “Rock In Rio 1” –, sempre será visto como referência e é um grupo que consegue agradar a fãs das mais diversas tendências musicais, não só do Rock. Anotamos a sua sugestão e despeço-me ao som de I’m In Love With My Car do clássico A Night At The Opera, que completará quarenta anos de seu lançamento em 2015. Abraço. (Ricardo Batalha)
BLIND EAR – LUIS CARLOS (STATIK MAJIK)
“Guitarra muito boa, uma pegada estilo Van Halen. Essa banda é nova? (R.C.: Não, tem anos de estrada). Estou ferrado! (risos). Essa estou sem noção do que dizer. Tem um baixo ótimo rolando aqui. (R.C.: Essa música tem um dos melhores solos de guitarra que já escutei). Tem a cara dos anos 80, mas você percebe que é mais anos 90. Não sei! (R.C.: Dr. Sin). Nossa, brasileiros, que coisa! Trio excelente, os caras tocam muito. Esse álbum parece ser mais pesado. Talvez por isso que não captei de imediato (risos).”
Dr. Sin – Isolated
ETERNAL IDOLS – JOE COCKER
Sim, a técnica é praticamente tudo nessa vida, incluindo a música. Só que, nesse ramo em especial, tem um outro componente que acaba sendo até mais importante: o feeling. E se John Robert Cocker não teve formação musical, seu feeling e sua entrega em cena compensavam isso plenamente.
Nascido em Sheffield (ING), em 20 de maio de 1944, filho de um funcionário público, Harold Cocker, e de uma dona de casa, Madge Cocker, ganhou o apelido Joe por ser fanático por um jogo infantil chamado “Cowboy Joe”. Sua primeira experiência musical foi aos 12 anos, quando seu irmão mais velho, Victor, chamou-o para cantar com sua banda de Skiffle.
Cocker estudou na Sheffield Central Technical School e trabalhava como instalador de equipamentos a gás, até que em 1959, aos 15 anos, entrou em seu primeiro grupo, The Cavaliers, tocando bateria. Passou a ser vocalista dois anos depois e a banda mudou seu nome para Vance Arnold And The Avengers – Vance era o nome artístico de Joe. O grupo conseguiu razoável sucesso, chegando a abrir shows para The Hollies e Rolling Stones.
Em 1964, a gravadora Decca ofereceu um contrato a Cocker, que teve que pedir uma licença de seis meses à empresa de gás. Ele gravou uma versão de I’ll Cry Instead, dos Beatles (que contou com Jimmy Page na guitarra), que simplesmente odiou. Em seguida, fez uma turnê pela Inglaterra abrindo para o Manfred Mann que não deu em absolutamente nada. Encerrada a tour, voltou para seu antigo trabalho.
RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY
Nesta edição:
Absentia Lunae
Alkoholizer
Anaal Nathrakh
Animus Mortis
Apostle Of Solitude
Atomicide
Audrey Horne
Battle Beast
Blaspherian
Blind Guardian
Bones
Bulletrain
Cult Of Fire
Deadfall
Dr. Sin
Dreadnox
Eridanus
Execration
Foible Instinct / Plague Rages
Gnosis
Hail Spirit Noir
Heart In Hand
Heia
Henosis
Hollow
I Love Rich
Iahweh
Lachrimatory
Lonewolf
Merciful Nuns
Necrohunter
Old Man Lizard
Orden Ogan
Pile Of Corpses
Rancid Flesh
Red Circuit
Rockfellers
Semargl
Shadows Legacy
Sixty-Nine Crash
Skelethal
Sofisticator
Starkill
Steve Rothery
Syphilitic Abortion / Expurgo
Thanatos
U.D.O.
Venereal Sickness
Visigoth
Wolfpakk
GARAGE DEMOS
Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]
Nesta edição:
Horyzon
Integra
Jonnie Cake
Sunset Mob
HIDDEN TRACKS - HEAVY PETTIN
A história de garotos que, envolvidos pelo sucesso de outras bandas, resolvem montar sua banda é bem comum mundo afora. No caso do Heavy Pettin’, foram bandas britânicas como Led Zeppelin, Deep Purple e Nazareth que impulsionaram a formação de uma banda curiosa denominada Weeper. Criada em 1975 em Glasgow (ESC) por Gary Moat (bateria), Gordon Bonnar (guitarra) e Brian Waugh (baixo), a banda serviu de alicerce para futuros projetos musicais dos jovens músicos.
O fato é que o Weeper se desfez alguns anos depois, mas seus três integrantes fundadores também foram responsáveis pela criação do Heavy Pettin’, que, tempos depois, seria visto como uma das sensações da emergente NWOBHM. Fundado em 1981, o grupo formado por Steve “Hamie” Hayman (vocal), Gordon Bonnar e Punky Mendoza (guitarras), Brian Waugh (baixo) e Gary Moat (bateria) teve seu nome inspirado no título do quinto álbum de estúdio do UFO, No Heavy Petting (1976).
Com a experiência adquirida nos tempos de Weeper, Moat, Bonnar e Waugh rapidamente se entrosaram com os demais integrantes e logo correram para gravar uma demo e aproveitar a maré favorável da NWOBHM. Essa demo veio ainda em 1981 e era composta pelas faixas Love Times Love, Speed Kills e Hell Is Beautiful, executadas no show de estreia como banda de abertura num concerto promovido pela Virgin Megastore de Glasgow.
CLASSICOVER – HED OVER HEELS
Considerado uma das grandes lendas do Heavy Metal germânico, o Accept fez história com seu som que mescla com maestria a vertente mais tradicional do estilo com elementos do Hard Rock. Mas sua sonoridade não se limitou a isso, pois foram além e criaram ingredientes necessários para que fossem firmados o Speed e o Power Metal na Europa. Álbuns bombásticos, turnês grandiosas e ainda por cima, após altos e baixos que assombram toda grande banda, souberam se reinventar e estão aí na ativa, mais sólidos do que nunca e lançando excelentes álbuns regularmente. É um currículo invejável não?
Pois bem, ao voltarmos no tempo podemos verificar que após um início de certa forma tímido com os dois primeiros álbuns – Accept (1979) e I’m A Rebel (1980) –, em Breaker (1981) a banda se tornou mais profissional e o primeiro empurrão foi dado rumo ao sucesso. Todavia, uma cartada maior foi dada com Restless And Wild (1982), que foi lançado mundialmente e teve como um grande hit a clássica Fast As A Shark (uma das bases do já citado Speed Metal).
Isso tudo foi até então só a ponta do iceberg, pois Balls To The Wall (1983), lançado na Alemanha pela RCA Records e nos Estados Unidos pela Portrait, firmou de vez o Accept como uma banda de grandes arenas…
CLASSICREW – ALICE COOPER/CULT/OZZY
CLASSICREW – ALICE COOPER/CULT/OZZY
Por Redação
1975
ALICE COOPER
Welcome To My Nightmare
Drogas, álcool e egos exacerbados. Essa trinca já foi responsável pela derrocada de incontáveis bandas e com Alice Cooper não foi diferente. Depois de lançar sete discos entre 1969 e 1973, correr o mundo, ganhar rios de dinheiro e experimentar praticamente todas as substâncias imagináveis, Alice Cooper (vocal), Glen Buxton (guitarra), Michael Bruce (guitarra), Dennis Dunaway (baixo) e Neal Smith (bateria) estavam em pé de guerra e a cisão foi inevitável. Os instrumentistas, com exceção de Buxton, se juntaram a Mike Marconi (guitarra) e Bob Dolin (teclado) para formar o Billion Dollar Babies, banda que gravou um único disco (vide “Discos Esquecidos… Mas Que Vale A Pena Relembrar”, na ed. #191). Já Alice, com sangue nos olhos e sem seu principal parceiro de composição, Michael Bruce, partiu para o ataque: criou uma história mirabolante baseada nos pesadelos que assombravam um garoto chamado Steven e foi atrás de quem pudesse escrever as músicas.
1985
THE CULT
Love
A coisa começou meio soturna, sob o nome Southern Death Cult (culto sulista da morte). Corria o ano de 1981 e quem estava por trás da ideia era o vocalista Ian Astbury. A banda fazia Gothic Rock (termo que ainda não era muito utilizado na época) e gravou dois singles. Quando o guitarrista Billy Duffy se juntou ao time, o nome foi reduzido para Death Cult e lançou um EP, Ghost Dance, em 1983. Mais um ano, mais uma mudança de nome e mais um disco: Dreamtime saiu em 1984 assinado pelo The Cult, que começava a galgar seu lugar no tão disputado mercado musical. Porém, foi no ano seguinte que a coisa mudou definitivamente para a banda.
Apesar de estar relativamente bem na cena (abrira uma turnê europeia para o The Mission, na época ainda chamado The Sisterhood), a banda queria mais. Então, Ian, Billy, Jamie Stewart (baixo) e Nigel Preston (bateria) mudaram-se de Yorkshire para Londres, que era onde as coisas aconteciam.
1995
OZZY OSBOURNE
Ozzmosis
O mito Ozzy Osbourne estava aposentado após a “No More Tours”, excursão que promovia o álbum No More Tears e marcava sua despedida. Porém, tomado por tédio e pensando na dívida de sua nova mansão, comprada por sua esposa Sharon Osbourne sem seu consentimento, Ozzy logo voltou às atividades e assim tivemos Ozzmosis. O álbum não é nada se comparado a clássicos como Blizzard Of Ozz (1980) e Diary Of A Madman (1981). Na verdade, até mesmo a comparação com seu antecessor seria injusta. Tal fato se dá porque o ex-vocalista do Black Sabbath daria aqui um passo à frente em suas produções, e seguiria adiante deixando-as sempre mais digitalizadas e atuais, fórmula para a qual muitos fãs torceram (e ainda torcem) o nariz, mas que se encaixou perfeitamente com a fase contemporânea da carreira de Ozzy. Aqui, o mérito de tal produção é assinado por Michael Beinhor, conhecido até então por trabalhos com Red Hot Chili Peppers, Soundgarden e mais tarde Marilyn Mason.
BACKSPAGE
O RETORNO DOS BEATLES QUE QUASE ACONTECEU EM 74 (parte final)
A jam session
Em 28 de março de 1974, John Lennon acabara de encerrar mais uma etapa nos trabalhos de produção do álbum de Harry Nilsson, mas, vendo um ar de tristeza nos olhos de Paul McCartney, passou a procurar uma guitarra em algum canto do estúdio. Ringo Starr, que também estava participando das gravações, já havia bebido além da conta, assim como Nilsson. O baterista nem esboçou um movimento em partir para seu kit e puxar algum ritmo, preferindo ficar estatelado e sonolento no sofá. Logo, Paul assumiria as baquetas fazendo o chamado: “E aí, o que vai ser?” Linda McCartney assumiria os teclados e um baixista que estava por ali faria sua parte. Ouvindo o movimento, Stevie Wonder, que trabalhava no estúdio abaixo, logo apareceu e foi à procura de um piano. Ninguém acreditava naquele momento, enquanto alguns técnicos corriam para ajustar os microfones.
Logo eles atacaram um tema de Jazz com letras improvisadas por Lennon que diziam: “É maravilhoso estar esperando pelo meu Green Card por você…”, brincando com sua continua luta para ficar nos Estados Unidos.
PLAY LIST – TOMMY PORTIMO (SONATA ARCTIC)
Kingdom Of A Heart: “Quando fomos escrever sobre o disco para a edição especial, lançada há alguns meses, acabei me dando conta de que quase não me lembrava de nada dos ensaios para o Ecliptica ou até mesmo as sessões de estúdio. Na época, as coisas aconteceram tão rápido que não lembro tanto do que ocorreu. Seja como for, nós não tocávamos essa música ao vivo fazia algum tempo, mas no ano passado a incluímos novamente no set. Estou muito feliz com isso, porque acho que é uma ótima música e funciona bem ao vivo.”
Álbum: Ecliptica (1999)
COLLECTION – ARCH ENEMY
Abra a Caixa de Pandora e separe o Death Metal. Adicione mais melodias do que o normal – e não seja econômico. Agora, acrescente uma técnica instrumental acima da média. Bata tudo no liquidificador. Pronto. Você tem o Arch Enemy. A banda criada em 1996 por Michael Amott (guitarra) e Johan Liiva (vocal) em Halmstad (SUE) elevou a outro patamar o estilo que havia surgido no país na primeira metade daquela década. O Death Metal Melódico ganhava o seu representante de canções mais elaboradas e de passagens musicais mais rebuscadas, mas sem comprometer a agressividade natural do estilo. Era tudo além do que os dois faziam no Carnage. À frente até mesmo do que o primeiro fizera em Heartwork, eterno clássico do Carcass. Da estreia com Black Earth, no mesmo ano, até War Eternal (2014), o quinteto passou por várias mudanças na formação – que você acompanha nas voltas da linha do tempo dos discos aqui selecionados – para atravessar processos de maturação e saturação. Sempre liderado por Amott, o time hoje conta também com as “caras novas” Alissa White-Gluz (vocal) e Jeff Loomis (guitarra) ao lado dos “veteranos” Sharlee D’Angelo (baixo) e Daniel Erlandsson (bateria). Uma seleção de primeira.
BACKGROUND – QUEENSRŸCHE – PARTE 5
Depois de uma breve turnê europeia para começar a promover Empire, no fim de 1990, Geoff Tate, Chris DeGarmo, Michael Wilton, Eddie Jackson e Scott Rockenfield voltaram para casa e tiraram seis semanas de folga, ficando com as respectivas famílias antes de voltarem à estrada para uma turnê que seria massacrante. E o novo ano começou com a primeira vinda do Queensrÿche ao Brasil, mais precisamente à segunda edição do “Rock In Rio”, no dia 23 de janeiro, no Maracanã. O quinteto se apresentou depois de Sepultura, Lobão (bem, digamos que este conseguiu subir ao palco) e Megadeth, antes de Judas Priest e Guns N’Roses.
A escalação, anunciada depois de todas as outras atrações internacionais do dia, chegou a ser uma surpresa, já que o grupo não era necessariamente um nome de peso no país, principalmente fora do circuito especializado. Não à toa o set reduzido – Resistance, Walk In The Shadows, Best I Can, Empire, I Remember Now, Anarchy-X, Revolution Calling, Operation: Mindcrime, Speak, I Don’t Believe In Love, Eyes Of A Stranger e Take Hold Of The Flame – preteriu Silent Lucidity. “Foi o nosso show com maior público. Participamos de muitos festivais pelo mundo, mas este foi o maior, com 225 mil pessoas! Era algo enorme. Não tive aquele contato dito normal com o público, como costumamos ou como eu gostaria que tivesse sido, mas gostei muito de passar alguns dias no Rio e conhecer alguns brasileiros. Senti que havia um grande interesse sobre a banda”, disse Tate à ROADIE CREW (ed. #36).
STAY HEAVY REPORT
Existe um caminho para alavancar uma banda?
Num passado pouco distante, o roteiro padrão para o lançamento de uma banda era esta gravar uma demo e encaminhar para as gravadoras na esperança de que alguém escutasse o material e então conseguisse um contrato. A existência de um empresário com bons contatos poderia facilitar um pouco este percurso. Uma vez contratada a banda, a gravadora bancava a gravação do álbum – estúdio, produtor, engenheiro de som, mixagem, masterização –, arte gráfica, prensagem e distribuição do disco, além dos custos com publicidade (em rádio, revista, TV), mais assessoria de imprensa e todo o suporte ao “negócio banda” em si.
Algum tempo depois, com cada vez menos gravadoras interessadas em custear o lançamento de um álbum, as bandas passaram a investir na gravação e buscar uma empresa parceira para distribuição física do material, de forma que este pudesse estar disponível ao maior númeropossível de pessoas.
E mais recentemente, com o avanço da tecnologia, as bandas gravam, divulgam e distribuem seus álbuns mundialmente de forma totalmente independente, virtualmente.
PROFILE – EDUARDO BALDO (HIBRIA)
Primeiro álbum que você comprou:
“The Number Of The Beast (Iron Maiden).”
POSTER – MOTÖRHEAD
Motörhead
Peso | 0,250 kg |
---|---|
Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |