O ano de 1985 começou em verdadeira ebulição no Brasil. No aspecto político, muita gente ainda estava de cabeça quente por conta da derrota do movimento pelas “Diretas Já”, acontecido no ano anterior…
Edição #197
R$29,00
Em estoque
ESPECIAL 1985 - INTRO
O ano de 1985 começou em verdadeira ebulição no Brasil. No aspecto político, muita gente ainda estava de cabeça quente por conta da derrota do movimento pelas “Diretas Já”, acontecido no ano anterior. Porém, o fato de haver dois candidatos civis concorrendo à Presidência da República por via indireta era uma grande vitória da sociedade, já que estaria encerrado o regime militar implantado em 1964 e que só trouxe prejuízo para o país – quem viveu esses anos de chumbo como este que vos fala sabe muito bem o que estou dizendo… A verdade é que a eleição de Tancredo Neves (que, como todo mundo sabe, acabou falecendo antes tomar posse) acabou representando uma enorme abertura política, culminando na Constituição de 1988 e na, enfim, eleição direta para presidente no ano seguinte.
E enquanto em Brasília escolhia-se o novo presidente no dia 15 de janeiro, quatro dias antes, no Rio de Janeiro, teve início a primeira edição do “Rock In Rio”, evento que, goste-se ou não dele, sem dúvida foi crucial para a entrada definitiva do país no mercado do Rock. Afinal, até então eram pouquíssimos os shows internacionais que aconteciam por aqui e a partir do evento criado por Roberto Medina os empresários das principais bandas passaram a ver nosso país com outros olhos – e, acredite, o fato de o país ter se livrado do regime militar também ajudou nesse sentido.
O festival, apesar de contar com artistas que nada tinham a ver com Rock, deu ao público brasileiro a oportunidade de ver ao vivo nomes como AC/DC, Ozzy Osbourne, Scorpions, Iron Maiden, Whitesnake e Yes, além de rever o Queen, que tinha vindo ao Brasil em 1981…
ESPECIAL 1985 - 50 MÚSICAS - 1
1985 – 50 Músicas que marcaram época – 1
Accept
Agent Steel
Anthrax
Artilllery
Asia
Blitzkrieg
Bom Jovi
Celtic Frost
Destruction
Dio
Dokken
Exciter
Exodus
Faith No More
Gary Moore
Grim Reaper
Hallows Eve
Heart
Helloween
‘Hirax
Iron Angel
Keel
Kiss
Kreator
Living Death
Loudness
Marillion
Megadeth
Mötley Crüe
Nasty Savage
ESPECIAL 1985 - 50 MÚSICAS - 2
1985 – 50 Músicas que marcaram época – 2
Unslaught
Overkill
Possessed
Queen
Ratt
Raven
Rush
S.O.D.
Savatage
Saxon
Slayer
Stryper
Treat
Twisted Sister
Venom
W.A.S.P.
Warlock
Y & T
Yngwie Malmsteen
ZZ Top
HELLOWEEN
Desde o lançamento do álbum de estreia, Walls Of Jericho, há trinta anos, o Helloween passou por vários altos e baixos, definiu um estilo e rodou o mundo. Também teve que se reinventar algumas vezes, mas parece ter encontrado um caminho estável para sua música e sua formação. A experiência e a estabilidade proporcionaram uma ótima integração entre Andi Deris (vocal), Michael Weikath e Sascha Gerstner (guitarras), Markus Grosskopf (baixo) e Daniel Löble (bateria). Com isso, o grupo alemão chega a My God-Given Right com muito fôlego. O décimo sétimo disco de estúdio vem na sequência de Straight Out Of Hell (2013), com uma pegada anos 80 que promete agradar ainda mais aos fãs mais antigos, mas sem soar datado por conta de toda a tecnologia e tendência sonora envolvidas na produção. O momento atual no campo do Helloween parece ser exatamente o oposto em vários aspectos se comparado ao início da carreira. Hoje, a preocupação está na união do grupo e na música. Fases tensas, como as vividas no final da década de 80 e início de 90, parecem ter ensinado muito para os integrantes. Foi aprendendo com o passado e provando para si algumas coisas que a banda encontrou seu norte. Nesta entrevista com Weikath e Grosskopf, pudemos saber mais sobre o novo disco e sobre esta fase positiva da banda, na qual quem sai ganhando são os fãs.
FAITH NO MORE
A “The Second Coming Tour”, iniciada em 2009, marcou o fim de uma década de jejum do Faith No More dos palcos. A banda, que lançou seis álbuns e emplacou vários sucessos na década de 1990, inclusive no Brasil, voltou com Mike Patton (vocal), Billy Gould (baixo), Mike Bordin (bateria), Roddy Bottum (teclado e vocal) e Jon Hudson (guitarra) – mesma formação de Album Of The Year (1997), último registro de estúdio da época. Com a demanda de shows e o crescente retorno da popularidade, era natural que os fãs reclamassem um disco novo, mas a banda tratou de trabalhar no seu tempo e, como de costume, fez as coisas à sua maneira. Nesta entrevista para a ROADIE CREW, Billy dá o tom de como a banda chegou a Sol Invictus, seu sétimo disco.
MACHINE HEAD
No núcleo de uma banda de som cada vez mais agressivo há um toque de sinceridade, capacidade, vontade de arriscar e noção do próprio valor. O Machine Head, representado nesta entrevista para a ROADIE CREW pelo vocalista e guitarrista e fundador Robb Flynn, traz uma grande bagagem de experiência no Metal e de experimentos com a banda. Ao lado de seu antigo companheiro de Vio-Lence Phil Demmel (guitarra), de Jared MacEachern (baixo, ex-Sanctity) e de Dave McClain (bateria, ex-S.A. Slayer e Sacred Reich), Flynn lançou o oitavo disco de estúdio do grupo norte-americano, Bloodstone & Diamonds (2014), sucessor do aclamado Unto The Locust (2011). A proposta de fazer uma turnê batizada de “An Evening With”, sem outras bandas os acompanhando ou apresentações em festivais, não é grande novidade na música, mas certamente é no meio em que o Machine Head se enquadra. Do surgimento promissor com o clássico Burn My Eyes (1994), passando por uma fase no mínimo estranha quando flertou com o Nu Metal em The Burning Head (1999) e voltando a fazer músicas com pegada Thrash a partir de Through The Ashes Of Empires (2003), tudo é revisitado ao vivo. “São mais de duas horas de apresentação, com músicas de todos os discos”, diz Flynn antes de pisar mais uma vez no Brasil. O grupo promete uma noite inesquecível e quer fazer desta apresentação a semente para muito mais no futuro.
SOILWORK
Faz dezoito anos que o Soilwork estreou com Steelbath Suicide e pelo menos doze que a banda despontou como seu “Gothenburg Sound” no cenário Metal, mas ainda não havia lançado um DVD de forma apropriada. Para corrigir isso e coroar a ótima fase, Björn “Speed” Strid (vocal), David Andersson (guitarra), Sylvain Coudret (guitarra), Ola Flink (baixo), Dirk Verbeuren (bateria) e Sven Karlsson (teclados) finalmente lançaram Live In The Heart Of Helsinki. A apresentação filmada na capital finlandesa foi parte da turnê promocional do mais recente álbum, The Living Infinite (2013), mas não se resume a apenas isso. Nesta entrevista para ROADIE CREW, Björn “Speed” fala da carreira, do show, dos extras e do décimo disco de estúdio, que está sendo preparado.
STONE SOUR
O Stone Sour lançou recentemente o EP de covers Meanwhile In Burbank, que traz versões para músicas de Kiss, Judas Priest, Metallica, Black Sabbath e Alice In Chains. No sucessor do álbum House Of Gold & Bones – Part 2 (2013), Corey Taylor (vocal), Josh Rand e Christian Martucci (guitarras), Johny Chow (baixo) e Roy Mayorga (bateria) deram atenção especial para reproduzir essas faixas com os mesmos timbres e os mesmos arranjos das originais. Nesta entrevista, Josh Rand fala sobre o novo disco e aproveita para fazer algumas revelações.
EDITORIAL
Talvez uma mistura da realidade com ficção
A matéria que publicamos na edição #195 com Joey DeMaio, o líder do Manowar, gerou uma repercussão que merece ser analisada, pois foram muitas as manifestações de leitores que demostraram seu desagrado com o comportamento do entrevistado e se solidarizaram com o Guilherme Spiazzi, que foi o autor e condutor da entrevista. De fato, o trabalho do Guilherme foi brilhante tanto na preparação da pauta como no controle da situação que se criou com as primeiras respostas do músico. Aliás, praticamente todas as respostas passam ao leitor uma impressão de que foram expressas de forma agressiva, ou então dissimulada, dando pouca importância à informação que pretendíamos levar ao conhecimento do público. Causou-nos estranheza esse tratamento hostil, o que não é comum no cenário do Heavy Metal, pois os artistas desse gênero têm plena consciência de como funciona a relação imprensa-músico, e quando se trata de contato deles com um veículo especializado sabem que o entrevistador realmente é conhecedor do seu trabalho, e não só sabe tudo sobre a carreira do entrevistado como também, normalmente, curte muito sua música. Foi surpreendente também exatamente pelo fato de ser o Manowar um dos grupos que mais enaltecem e valorizam a dedicação e o amor dos fãs e, acrescente-se, temos mantido um relacionamento que envolve nossa equipe com a banda e com seu atuante fã-clube desde que a ROADIE CREW existe. Uma prova disso foi que, em 2007, Joey DeMaio entrou em contato conosco pessoalmente e nos levou para Stuttgart (ALE) para participar da celebração do lançamento do mega-projeto da Magic Circle Music (gravadora de propriedade da banda) que envolvia a turnê conjunta Manowar/Rhapsody of Fire/Holyhell.
É possível que esse desagradável episódio de 2015 tenha sido apenas um “escorregão” do baixista, afinal até um zagueiro de seleção está sempre sujeito a fazer um gol contra, e pode ser ainda que ele estivesse passando por um momento de instabilidade emocional por causa da derrota do seu time na “Bundesliga” (upa-lelê, mas ele é americano, não conhece futebol!). Ou ainda existe a alternativa de que simplesmente estivesse exacerbando na interpretação do personagem que incorpora cada vez que isso pareça ser interessante. Caso tenha ele exagerado na brincadeira, tanto melhor, mas se realmente mudou sua postura pessoal diante da vida, e das pessoas com as quais se relaciona, resta-nos lamentar e continuar nosso prazeroso trabalho que inclui atividades como ouvir música boa (inclusive do Manowar), assistir a shows maravilhosos e tentar levar aos “headbangers” as informações sobre o que acontece, principalmente de bom, no mundo do Heavy Metal e do Classic Rock.
É com esse espírito que nossa equipe trabalha com a arte, nosso foco principal é a música, pura e simplesmente a música que amamos. Não nos importamos em julgar o comportamento ou as preferências pessoais dos artistas em qualquer área que seja: colorações políticas ou esportivas, crença religiosa ou anti-religiosidade, etc, tudo isso é secundário..
CENÁRIO
VOODOOPRIEST: UMA BANDA NOVA, MAS COM MUITA HISTÓRIA
O vocalista Vitor Rodrigues é figura mais que conhecida do público brasileiro, afinal, ele esteve à frente do Torture Squad por dezenove anos. Após sua saída da banda, uniu forças com um time de grandes músicos e formou o Voodoopriest, que chegou com tudo no cenário nacional. Mas, como o próprio Vitor ressaltou na entrevista que você lê abaixo, o grupo “ainda tem muito para mostrar”. Após o que ele, os guitarristas César Covero (Endrah, ex-Nervochaos) e Renato De Luccas (Exhortation), o baixista Bruno Pompeo (Aggression Tales, ex-CPM) e o baterista Edu Nicolini (ex-Nitrominds e Musica Diablo) apresentaram em seu primeiro álbum, Mandu, tanto a banda como o público estão ansiosos por isso.
BARBIERI LANÇA “O LIVRO NEGRO DO ROCK”
Antonio Celso Barbieri foi um produtor cultural importante que marcou presença no cenário do Heavy Metal e Rock em São Paulo. Trabalhou com Made in Brazil e Patrulha do Espaço, foi empresário da banda Avenger (SP Metal 1), produziu centenas de shows e criou diversos projetos ligados ao Heavy Metal. Ajudou a gravadora Devil Discos a criar seu próprio selo, produzindo seus dois primeiros álbuns, a coletânea São Power e o álbum Korzus Ao Vivo, baseado em gravações de shows feitos no Teatro Lira Paulistana e no Teatro Sesc Fábrica Pompéia, locais onde ele costumava produzir alguns de seus eventos.
Desde 1987 residindo em Londres, ele retornou à sua terra natal para o lançamento de “O Livro Negro do Rock”, uma obra polêmica e corajosa, resultado de muita pesquisa sobre a relação do Rock com o oculto.
CROSSROCK: ‘HARD ROCK É NOSSO SONHO’
Hard Rock, Hair Metal, Glam Metal ou até mesmo ‘Metal Farofa’ foram alguns dos nomes dados ao som praticado por inúmeras bandas nos anos 80, mas que permanece forte e com suas características intactas nos dias atuais. E eis que surge na cidade de Caieiras (SP) o Crossrock, banda que pratica aquele mesmo Hard Rock e que lançou seu ‘debut’ álbum no final de 2014. O disco intitulado Come On Baby, que será distribuído na Europa e Japão pela gravadora Lions Pride Music (DIN), traz inúmeras influências e referências que irão agradar aos fãs do estilo. Conversamos com a banda sobre os detalhes do disco e suas influências, entre outros assuntos.
DOOMSDAY HYMN: NO CAMINHO CERTO
Peso, velocidade e groove. Esses são alguns dos elementos encontrados no ‘full length’ do Doomsday Hymn, intitulado Mene Tequel Ufarsim. O disco conta com a produção de Karím Serri (ex-Seven Angels), que também é um dos guitarristas da banda ao lado de Angelo Torquetto (ex-Desertor) – a formação ainda conta com o vocalista Gil Lopes (ex-dElohim), o baterista Jarlisson Jaty (ex-Survive) e o baixista Allan Pavani. Nesta entrevista, Karím e Gil nos falaram um pouco sobre o conceito e o processo de criação do disco, além de comentarem a recente parceria da banda com a Rottweiler, gravadora americana que irá distribuir o álbum nos EUA.
SOUBLUES: NATUREZA BLUES ROCK DE ITU
Murillo Augustus (voz e gaita), Carlos Pinotti e Chico Duarte (guitarras), Milton Castelli (baixo) e Lalo Ferrari (bateria) vêm de Itu e, com sua postura irreverente, rotulam sua música de “Blues Rock do mato”. O fato é que o Soublues, que estreou no ano passado com o EP O Cheiro Do Vermelho, toca um som que vai de Howlin’ Wolf a The Black Crowes. Murillo Augustus, que também tem um interessante projeto paralelo como ‘one man band’, conta mais sobre essa promessa do Blues Rock nacional.
SYMMETRYA: A LITERATURA SENDO UTILIZADA NO METAL
Composições envolventes, que mesclam o Power Metal com influências de Prog e Hard, aliadas a letras inspiradas em obras de Paulo Coelho e Stephen King. Estes são os elementos que compõem o som do Symmetrya, formado em 2002 pelo baixista Milton Maia e pelo vocalista Jurandir Junior. A banda catarinense debutou em 2007 com o álbum Eternal Search, que foi muito bem recebido por crítica e público. Em 2014, lançaram seu segundo disco, Last Dawn, um trabalho com composições mais trabalhadas, mas mantendo a sonoridade da banda. Conversamos com o vocalista Jurandir Junior, que nos contou os detalhes do lançamento.
BLACKNING: COM O PÉ NO ACELERADOR!
Os paulistas do Blackning formaram a banda no fim de 2013 e já estão aí com um ‘debut’ de arrebentar ouvidos. Um dos principais motivos é a grande experiência de Cleber Orsioli (vocal e guitarra, Andralls), Francisco Stanich Jr. (vocal e baixo, ex-Woslom) e Elvis Santos (bacteria, Postwar). O resultado de Order Of Chaos se traduz em um Thrash Metal rápido e calcado nas características típicas do estilo, mas com uma face muito atual. Nesta conversa, Elvis fala sobre as perspectivas da banda, que inclusive já tem sido muito bem aceita Brasil afora.
HATEMATTER: PESO, MELODIA E FICÇÃO CIENTÍFICA
A preocupação com o conjunto da obra (música, produção, letras) é fator determinante para que as bandas consigam um lugar ao sol em meio à explosão de lançamentos. O Hatematter mostra isso em seu segundo registro, Foundation, que, além da junção de Death Metal com as melodias do Metal Tradicional, trouxe o conteúdo lírico inspirado na trilogia “A Fundação”, do escritor e bioquímico americano Isaac Asimov. O baixista André Martins nos fala nesta entrevista sobre as inspirações para o tema, as canções do novo trabalho e muito mais.
ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA
MANOWAR
Caras, boa noite. Acabei de ler e preciso cumprimentar o Guilherme Spiazzi pelo seu imenso profissionalismo e paciência. Meu Deus, depois da primeira resposta eu já teria mandado esse distinto ‘brother of Metal’ se foder (sim, sonoramente se foder!). Que tipinho mais mala! Eu estava até bem disposto pra cair na zoeira e berrar lá no Monsters “Hail and kill” com os fanfarrões do Manowar, mas esse idiota não merece. Uma que ele faz o que dá na telha e os fãs são obrigados a gostar, senão não são True; e duas que ele deseja a morte dos não fãs. Quantos anos esse indivíduo tem? Dez? A que ponto chega a arrogância desse senhor. Então, a galera que foi no último show deles e saiu insatisfeita não era fã de verdade? Não eram “Brothers Of Metal”? Bom, não vou me alongar, mas mais uma vez parabéns, Guilherme, você foi bem. Não entrou no jogo desse idiota, fico pensando por que ele simplesmente não negou a entrevista? Eu fiquei muito puto com o desrespeito dele com o entrevistador. Desculpem, mas tinha que desabafar. Abraços.
Ronaldo Fernandes
São Paulo/SP
Primeiramente, fico muito agradecido pelos cumprimentos, Ronaldo. Joey realmente colocou a bola debaixo do braço e não quis jogar. Coube a mim não levar para o lado pessoal e seguir sem esmorecer frente ao “Metal Warrior”. Infelizmente isso acontece e os maiores prejudicados são aqueles que sustentam a banda: os fãs. Não é nenhum segredo que há músicos que vivem um personagem – quando estão sob os olhos do público, vestem aquela persona. Já na vida real são completamente diferentes. O problema começa quando o sujeito confunde as duas coisas ou extrapola a necessidade de forçar sua imagem. Chega a ser caricato em alguns casos. Você não foi o único que teve esta impressão negativa quanto ao posicionamento dele, pode apostar! (Guilherme Spiazzi
BACKSPAGE/BROTHERHOOD/STAY HEAVY REPORT
Backspage / Brotherhood / Stay Heavy Report
Backspage
Vitão Bonesso (*)
Lemmy: suicida ou cara de atitude Rock’n’Roll?
Quando o show do Motörhead foi cancelado no “Monsters Of Rock”, muitos ficaram assustados, enquanto outros, já sabendo do estado de saúde bastante complicado de Lemmy Kilmister, chegaram a pensar algo como “que o cara não morra bem aqui no Brasil.”
Lemmy, além de baixista e líder do Motörhead, é um profissional da música, é um guerreiro que nos últimos quarenta anos lutou para colocar sua banda frente aos grandes nomes do Heavy Metal. Nunca foi milionário e em certas fases de sua carreira sequer foi rico, passando maus bocados para pagar suas dívidas. É como ele sempre disse: “Nós somos feios e truculentos, mas somos honestos.” Mesma frase que ele disse em 1989, quando o Motörhead esteve no Brasil pela primeira vez. O barulho que a banda produzia era tanto que os disjuntores de energia do Ginásio do Ibirapuera desligavam automaticamente antes de provocarem um estouro nas caixas de energia. Os shows foram incompletos, com algumas músicas sendo paralisadas no meio de sua execução, o que deixou não só a banda, mas o público presente morrendo de raiva…
Brotherhood
Por Luiz Cesar Pimentel (*)
1985, o ano em que tudo aconteceu
A imagem que tenho de 1985 é a do guitarrista Jairo, então no Sepultura, com uma Golden igual à que eu tinha na época, sobre o palco tocando dois covers que minha (pretensa) banda tocava – Black Magic (Slayer) e Living In Fear (Kreator) – no lançamento de Bestial Devastation, no extinto clube Heavy Metal, na Vila Carrão, zona leste de São Paulo.
Queria, para incremento de glamour ao texto, que fosse outra cena (pra falar a verdade, queria que a cena tivesse sido em 1985 e não no começo de 1986, para conferir veracidade total ao texto, mas o disco é de 85, pô!).
A passagem memorável do ano poderia ser algum dos shows do “Rock in Rio 1”, que aconteceu trinta janeiros atrás – Scorpions, AC/DC, Iron Maiden, Ozzy… Ou ter como lembrança afetiva assistir ao lançamento de “Goonies”, “De Volta para o Futuro” (o primeiro!). Ou como o país parava para acompanhar “Roque Santeiro” à noite. Mas não. Pois aquela cena do primeiro show do Sepultura em São Paulo mostrou que tudo era possível.
Era possível adolescentes ocuparem um lugar no (nosso) panteão da música, assim como era possível o Brasil entrar na rota internacional de shows, assim como era possível, com o lançamento das coletâneas SP Metal 1 e 2, nós consolidarmos uma cena própria e se mostrava provável que aquilo
Stay Heavy Report
Por Cintia Diniz e Vinicius Neves (*)
Estatística macabra
“O temor do Senhor prolonga a vida, mas a vida do ímpio é abreviada”, Provérbios 10:27. Esta é a primeira frase de um artigo de autor desconhecido que se dedicou a computar “Mortes Prematuras de Astros do Rock”. Este funéreo material, publicado em um site norte-americano com temática religiosa, lista informações sobre mortes de mais de trezentos músicos do Rock, incluindo data e causa, computadas entre os anos de 1938 e 2001 – a maior parte concentra-se nas décadas de 70, 80 e 90.
O resumo das causas que levaram os astros à morte apresenta-se a seguir: ataque cardíaco, 42; overdose, 40; doenças diversas (pneumonia, anorexia etc), 37; suicídio, 36; acidente de carro/moto, 35; câncer, 25; acidente de avião, 22, causa desconhecida, 21; assassinato, 18; álcool, 9; acidentes diversos, 6; afogamento, 5; tumor no cérebro, 4; AIDS, 4; envenenamento, 3; leucemia, 3; choque elétrico, 3; soco, 3; incêndio, 3; e engasgado, 2.
Apesar de bizarra, é interessante analisar essa estatística, que inclui uma comparação da expectativa de vida das “pessoas comuns” e músicos do Rock. Enquanto a idade média da morte de americanos é de 75,8 anos (fonte: The World Almanac And Book Of Facts, 1997), a idade média da morte de um rockstar é de apenas 36,9 anos (com base no total das 321 mortes listadas)….
BLIND EAR – JOHN GALLAGHER (RAVEN)
“Loner, do Black Sabbath. O curioso é que uma música nossa, Stay Human, de Heads Up! (1991), tem o mesmo riff de guitarra. A diferença é que minhas linhas de baixo são melhores do que as do Geezer (risos). Ótima canção. (R.C.: Gostou do 13?). Não de tudo. Muita coisa lembra o típico Sabbath, mas Ozzy cantou metade do álbum como se estivesse dormindo. (N.R.: John imita Ozzy cantando). Mas Tony e Geezer estão espetaculares, com algumas de suas melhores performances. Aqui mesmo parece que estão fazendo uma jam de Blues. Mas gostaria que Bill Ward tivesse participado, apesar de o substituto ter feito um bom trabalho. (R.C.: Brad Wilk ou Tommy Clufetos?). Ambos. Brad foi bem em estúdio, diante das circunstâncias, e Tommy é bom ao vivo. Mas Bill é um ícone, por isso o material antigo é tão especial. Ele sabe preencher as músicas como poucos. (R.C.: Mais um percussionista do que um baterista). Exatamente!”
Loner Black Sabbath – 13
HIDDEN TRACKS – MUTILATOR
Não é necessário relembrar a importância da capital mineira para levar a bandeira do Metal brasileiro para o resto do mundo. A explosão metálica em Belo Horizonte nos anos 80, especialmente no que diz respeito às vertentes mais extremas, foi capitaneada por uma série de bandas que praticavam um som orgânico, cru, agressivo (muito em parte pela falta de melhores recursos para ensaiar e gravar suas músicas) e coberto por muito feeling. Algumas dessas, como Sepultura e Sarcófago, se tornaram referência, especialmente na Europa. Entretanto, outra parcela do todo que constituía essa cena remeteu a bandas que tinham talento de sobra e audácia necessária para se destacar, mas, por razões diversas e muitas vezes alheias ao desejo dos membros, encerraram suas atividades, tornando-se ‘cult’ no Brasil.
Um desses memoráveis nomes era um turbilhão Death Metal que atendia inicialmente por Desaster (nenhuma ligação com a banda homônima de São Paulo) e foi formado em 1985 por Kleber (vocal e guitarra), Alexander “Magoo” (guitarra) e os irmãos Ricardo (baixo) e Rodrigo Neves (bateria)…
ETERNAL IDOLS – B.B.KING
Sim, a morte é inevitável. Como dizem, é a única certeza que podemos ter na vida. Quando estamos falando de um senhor de mais de 89 anos, então, é um evento a ser encarado com a maior naturalidade. Só que não é de uma pessoa comum que vamos falar aqui. Quem nos deixou no mês passado era um mestre no que fazia, uma pessoa que nunca se envolveu em celeumas, um exemplo artístico a ser seguido por todos que se dedicam a essa atividade. Quem nos deixou foi um rei.
Riley King nasceu no Mississipi em 16 de setembro de 1925 numa plantação de algodão chamada Berclair que era arrendada por seus pais Albert e Nora. Aos 4 anos Nora abandonou Albert e ele acabou sendo criado pela avó materna, Elnora. Quando jovem, Riley cantava no coral gospel da igreja de sua cidade.
Foi o bluesman Bukka White, seu primo de segundo grau, quem lhe deu seu primeiro violão e ele começou a se dividir entre seu trabalho como motorista de trator e apresentações na rádio local. E foi trabalhando como ‘disc jockey’ que começou a ser chamado de Beale Street Blues Boy. O “Blues Boy” virou B.B. – e estava batizado B.B. King.
RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY
Nesta edição:
A Light In The Black (Dio Tribute)
All That Remains
Antcorpus
Armored Saint
Art Of Anarchy
Artaius
Blackning
Bonfire
Cancer Bats
Coldness
Crossrock
Crucifixion BR
Dr. Living Dead!
Eclipse
Encéfalo
Galley Beggar
Halestorm
Hardcore Superstar
Helloween
House Of Lords
Kamala
Kamboja
Kamelot
Killer
Luciferian Rites
Mark Slaughter
Matanza
Mortifera
Motorocker
Nando Moraes
Nelson
Noturnall
Paganland
Poison Idea
Silas Fernandes
Siriun
Six Feet Under
Skyforger
Slug (DVD)
Steve Hackett
Steve Vai (DVD)
Syren
Tesseract
The Poodles
Trixter
Tysondog
Vintage Caravan
Viper Solfa
White Empress
Whitesnake
GARAGE DEMOS
Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]
Nesta edição:
Chafun Di Formio
Feartone
Hard Desire
Hemorrogical
Speedemon
CLASSICOVER / LADO B+
ClassiCover – Walk Away
Écio Souza Diniz
O Rock Gótico, subgênero do Pós Punk e do Rock Alternativo, surgiu no final da década de 70 com bandas que propagaram sua arte inspiradas em movimentos literários de escolas do século XIX, sendo um deles conhecido como Ultrarromantismo, do qual o poeta britânico Lord Byron é grande referência.
The Sisters Of Mercy é um dos nomes mais representativos do Gótico e também um dos mais influentes grupos da década de 80. A banda inglesa, formada em 1980 pelo vocalista Andrew Eldritch e pelo guitarrista Gary Marx, lançou seu álbum de estreia há trinta anos. O emblemático e relevante First And Last And Always emplacou a 14ª posição nos charts do Reino Unido, garantindo Disco de Ouro para Eldritch, Marx, Craig Adams (baixo), Wayne Hussey (guitarra e vocal) e a bateria programada sob a alcunha Doktor Avalanche…
Lado B+
batalha
Rattlesnake Shake
Skid Row
Eles já tinham experiência e bagagem, mas, ao contrário do que ocorreu com muitas formações que estrearam no início do fim da era de ouro do Hard Rock nos Estados Unidos, o ‘timing’ não foi a maldição da sua carreira. O céu parecia ter vindo com uma coloração diferente e os planetas se alinharam no dia 24 de janeiro de 1989, data do lançamento do primeiro álbum do Skid Row, que nada tem a ver com o grupo irlandês criado na virada de década de 60 para 70 e contava com Brendan “Brush” Shiels e o saudoso Gary Moore….
CLASSICREW-PURPLE/ACCEPT/MOTÖRHEAD/SYS..
1975
AEROSMITH
Toys In The Attic
Antes mesmo de terem um disco em mãos, os “bad boys from Boston”, mais conhecidos como Aerosmith, davam sinais de que estavam predestinados ao estrelato. Seus shows empolgantes pelos bares de Boston, como o Kansas City, por exemplo, despertaram a atenção da ‘major’ Columbia. Os primeiros dois álbuns lançados a partir dessa parceria, Aerosmith (1973) e Get Your Wings (1974), inicialmente não renderam o resultado esperado, sendo assim, Steven Tyler (vocal, baixo, gaita, percussão e teclado), Joe Perry (guitarra, violão, slide, baixo, percussão e vocais), Brad Whitford (guitarra), Tom Hamilton (baixo e guitarra) e Joey Kramer (bateria, percussão e vocal), decidiram virar o jogo e ir para Nova York, onde se trancaram no Record Plant com o produtor Jack Douglas. Em abril de 1975, saíram de lá com o explosivo Toys In The Attic, que de cara faturou o Top 20 da Billboard, tendo 3 milhões de cópias vendidas, o que angariou um exército de fãs, chamado de Blue Army….
1985
KISS
Asylum
O terceiro guitarrista em três anos, o terceiro disco sem as maquiagens, uma banda de Rock da década de 70 tentando sobreviver no mercado americano da primeira metade dos anos 80, período tomado de assalto pelo chamado Hard Rock farofa… A lista de observações é longa, mas o fato é que o Kiss teve de se adaptar para não ser deixado para trás. “Estávamos tentando desesperadamente recuperar o que tínhamos sido no passado, mas não queríamos ter o mesmo som daquela época. Por isso conseguimos um guitarrista mais rápido e tentamos algumas coisas diferentes”, disse Gene Simmons na biografia autorizada “Behind The Mask”, acompanhado por um Paul Stanley mais reticente. “(Asylum) foi uma tentativa de continuação do Animalize, mas não ficou bom. Foi um remexido de ideias antigas.”…
1995
CATHEDRAL
The Carnival Bizarre
Quem ouvia Lee Dorrian se esgoelando no Napalm Death aos poucos foi se acostumando com a proposta do Cathedral, voltada ao Doom Metal e com mastodônticas influências de Black Sabbath. Os urros de outrora aos poucos foram sendo trocados por sua inebriante voz natural, sobretudo na transição entre o ‘debut’, Forest Of Equilibrium (1991), e The Ethereal Mirror (1993), já com a sonoridade que os caracterizou, pesada e densa, porém sem soar chata e monótona.
Sob os cuidados do artista David Pacchet, que trabalhou com a banda até seu prematuro fim, a arte gráfica revela visualmente o que o Cathedral transmite em suas letras: um mundo formado por criaturas bizarras num estilo que deixaria até mesmo os pintores Hieronymus Bosch e Pieter Bruegel de queixo caído….
2005
SYSTEM OF A DOWN
Mezmerize
A era do CD trouxe uma necessidade de preencher espaços, como se fosse necessário ocupar todos os oitenta minutos da mídia, e muitas vezes acaba-se enchendo linguiça quando algo mais enxuto deixaria tudo muito bem resolvido. Depois de um fértil período de composição para o quarto trabalho de estúdio, o System Of A Down decidiu dividir o material em dois discos de menos de quarenta minutos: os dois títulos seriam lançados com seis meses de intervalo. Mezmerize, o primeiro, chegou às lojas no dia 17 de maio e mostrou que a iniciativa foi certeira. Os números impressionantes incluem o primeiro lugar no Top 200 da Billboard, com 453 mil cópias vendidas na primeira semana, em seguida ultrapassando facilmente o milhão de unidades para se tornar Disco de Platina nos EUA. Em todo o mundo, foram mais de dez milhões – 40 mil no Brasil, onde também foi certificado como platina…
COLLECTION – FATES WARNING
Líderes ou seguidores? O Fates Warning enveredou pelo Progressive Metal quando estava com a carreira em andamento, mas tornou-se um dos nomes mais respeitados do gênero. Do Heavy Metal bem feito, mas na cola de afins como Iron Maiden, para a sonoridade mais calcada em nomes como Rush e Queensrÿche, o quinteto americano aos poucos criou identidade própria e virou referência até mesmo para contemporâneos, como o Dream Theater. Centrado em Jim Matheos, guitarrista e principal compositor, a banda criada em 1982 hoje se encontra estabilizada com Ray Alder (vocal), Frank Aresti (guitarra), Joey Vera (baixo) e Bobby Jarzombek (bateria). A sua história, no entanto, foi construída com participações vitais de John Arch (vocal), Joe DiBiase (baixo) e Mark Zonder (bateria), além dos coadjuvantes de luxo Victor Arduini (guitarra) e Steve Zimmermann (bateria). Essa soma de talentos, acrescida de convidados especiais, fez e faz do Fates Warning um dos grupos mais cultuados do estilo de música que tanto gostamos. Uma reverência que se não se traduz no merecido sucesso que nunca veio, tem força em vários trabalhos que são discoteca básica do Metal..
LIVE EVIL – MONSTERS OF ROCK
MONSTERS OF ROCK
Arena Anhembi – São Paulo/SP
25 e 26 de abril de 2015
Por Antonio Carlos Monteiro
Fotos: Ricardo Ferreira
Um festival de Rock é algo que não se resume aos shows a que você irá assistir. Por tudo que envolve, acaba sendo mais uma celebração, uma oportunidade de passar por uma experiência nova do que simplesmente contemplar uma ou mais bandas se apresentando. Talvez a maior diferença entre um show num teatro ou numa casa de shows e num festival é que nesse último o espectador tem uma participação muito maior, e também há um sem-número de outras atrações além das musicais.
O “Monsters Of Rock”, realizado em São Paulo nos dias 25 e 26 de abril, foi um bom exemplo disso. Afinal, bem antes de chegar ao palco uma série de atrações já chamava a atenção do público. Uma “Área Gourmet” (nome pouco a ver com um festival de Rock, é verdade) reunia as mais diversas opções de alimentação e, por isso mesmo, passou os dois dias com filas quilométricas. Além disso, havia estandes com exposição de fotos de Marcelo Rossi e do lançamento de mais um filme da série “Mad Max”, inúmeras lojas de rockwear, merchandising, os hoje inevitáveis “food trucks” e até uma Kombi transformada em loja de vinis. Ou seja, opções para gastar dinheiro não faltavam… A ROADIE CREW também se fez presente com um estande ao lado de outros como da Hellion, Woodstock Discos, 89 A Rádio Rock, que contou com enorme movimentação durante os dois dias do festival.
A plateia, como sempre, é uma atração à parte em festivais de Rock. No caso do “Monsters”, o cast, que privilegiou bandas veteranas, acabou atraindo uma quantidade considerável de fãs mais velhos – e muitos deles se fizeram acompanhar por filhos crianças, o que gerou uma saudável convivência de pelo menos três gerações na Arena Anhembi.
Apenas um palco foi montado, o que implicava numa demora que chegava a meia hora entre uma banda e outra – mas, com tantas atrações além dos shows, isso não foi realmente um problema. E, no centro de tudo isso, quinze bandas se preparavam para se revezar no palco, sendo que uma delas, o Judas Priest, estava escalada para tocar nos dois dias.
LIVE EVIL – MONSTERS OF ROCK - CRUISE
redação
MONSTERS OF ROCK – Cruise
MSC Divina – Miami (EUA)
16 a 22 de abril de 2015
Texto e fotos: Edu Lawless
As águas oceânicas de Miami e do Caribe foram palco da quarta edição do “Monsters Of Rock Cruise”, cruzeiro marítimo que carrega para o meio do mar um dos mais cultuados festivais de Hard’n’Heavy do mundo e que se encarrega de trazer grandes bandas e ídolos da década de 80 e 90. Além de agregar antigos fãs, que já acompanhavam as bandas em décadas anteriores, várias famílias e gente da nova geração que apreciam o bom e velho Hard’n’Heavy se fazem presentes.
Diferentemente dos demais festivais, devido às circunstâncias de um “confinamento” a bordo de um transatlântico por quatro dias e do restrito número de passageiros, o “Monsters of Rock Cruise” acabou se tornando uma reunião anual de amigos, pois a grande maioria dos rostos se reconhece das edições anteriores. Os “marinheiros” de primeira viagem percebem rapidamente a simpatia e o caráter amistoso de outros fãs. Mesmo os músicos, que passeiam tranquilamente pelos ‘decks’, acabam por reconhecer amigos e fãs de anos passados.
Com um line-up de fazer qualquer um querer retornar no tempo e reviver os áureos anos do Hard Rock norte-americano, a quarta edição do festival trouxe como principais headliners as bandas Tesla, Night Ranger, Lita Ford, Extreme, Queensrÿche e Tom Kiefer (Cinderella) que, apesar de atualmente estar em carreira solo, acaba arrastando uma multidão para seus shows.
Além do festival propriamente dito a bordo do transatlântico MSC Divina, a produção do evento se encarrega de proporcionar aos mais ávidos fãs e convidados pacotes VIP e duas grandes ‘pre-parties’ que ocorrem às vésperas do cruzeiro. Com uma grande estrutura e palco montado no lado externo do Magic City Casino, em Miami, o primeiro dia teve apresentações das bandas Lilian Axe e Queensrÿche que, sob o comando dos vocais potentes de Todd La Torre, desfilou grandes clássicos da banda e composições da nova fase.
Já o segundo dia foi reservado para uma imensa surpresa ao público, pois, além dos shows de Stryper e Tyketto, a produção anunciou no dia que haveria uma apresentação especial com três dos integrantes Poison: C.C. DeVille, Bobby Dall e Rikki Rockett. Ao lado deles estava o vocalista Brandon Gibbs, parceiro de Rockett na banda Devil City Angels.
Se sobre o palco os três pareciam ensandecidos, tocando os grandes sucessos do Poison, o público não acreditava no que via. DeVille parecia ter parado no tempo e fez uma performance magnífica, algo que deveria servir de lição de casa para qualquer banda de Hard ou Heavy. Se não fosse a falta das roupas coloridas, dava para dizer que C.C. DeVille havia viajado no tempo e vindo direto dos anos 80.
LIVE EVIL – THORHAMMERFEST
THORHAMMERFEST
Clube Piratininga – São Paulo/SP
21 de abril de 2015
Por Elaine Ozio • Fotos: Heverton Souza
A 9ª edição do “Thorhammer Fest”, tradicional festival anual que conta com participações de bandas nos estilos Viking, Folk e Pagan Metal, foi realizada no dia 21 de abril (feriado nacional) no Clube Piratininga. Contou com quatro atrações – Månegarm (Suécia), Scythia (Canadá), Arandu Arakuaa (Taguantiga/DF) e Hagbard (Juiz de Fora/MG). O programado seriam cinco, mas a Red Sunlight teve sua participação suspensa devido a problemas internos da banda. Com isso, o festival que estava programado para ter início às 15h, iniciou-se apenas às 16h, com a apresentação já conhecida do locutor Rodrigo Branco, da rádio Kiss FM.
A 9ª edição do festival começou com a banda mineira Hagbard, formada em 2010 e que promove o EP Tales Of Frost And Flames. Igor Rhein (vocal), Danilo Souza “Marreta” (guitarra), Gabriel Soares (teclado e vocal de apoio), Romulo “Sancho” Piovezana (baixo) e Everton Moreira (batera) iniciaram o show com Berserker’s Requiem, Cursed Dwarf e Sail To War, além de In My Sward I Trust, cover do Ensiferum. Levantaram a galera com seu som bem trabalhado e seu vocal potente, destacando ainda a bateria bem executada por Everton. O repertório ainda trouxe Rasputin, música original de Boney M. (1978) e que ficou semelhante ao executado pelo Turisas.
A segunda e última banda nacional de abertura iniciou o espetáculo às 18h. Era a tão esperada e comentada Arandu Arakuaa, que pratica um estilo de som diferenciado, mesclando Heavy Metal, Música Indígena e Música Regional Brasileira, com letras em tupi antigo cantadas por Nájila Cristina (vocal e maracas). Destaque ao guitarrista Zândhio Aquino, pois além da simpatia com o público, mostrou um trabalho impecável na guitarra. O grupo ainda apresentou em primeira mão Padi, que estará no novo CD.
LIVE EVIL – GRAVE DIGGER
redação
GRAVE DIGGER
03 de maio de 2015
Carioca Club – São Paulo/SP
Por Andréa Ariani • Fotos: Ricardo Ferreira
Comemorando 35 anos de carreira, os alemães do Grave Digger voltaram ao Brasil para uma série de shows em várias capitais divulgando o mais recente disco Return Of The Reaper, 18º álbum de estúdio, lançado em 2014. Em São Paulo, horas antes da apresentação, a fila para entrada no Carioca Club já surpreendia pela quantidade de fãs presentes para uma tarde/noite repleta de coletes de patches e pista lotada com novos e antigos admiradores dos precursores da chamada FWOGHM (First Wave Of German Heavy Metal). O show não contou com banda de abertura, então o público não teve que dividir atenção com outra senão a atração principal e nem esperar muito para ver o quinteto em ação. Os olhares de parte do público só ficaram divididos antes da apresentação durante a cobrança de pênaltis no jogo da final do campeonato paulista decidido entre Santos e Palmeiras.
Quando abriram as cortinas, revelou-se o grande pano de fundo com a arte de divulgação dessa tour. O primeiro a entrar foi o tecladista HP Katzenburg, saudando a todos com a onipresente máscara de caveira. A cada entrada de integrante, ao som da ‘intro’ Return Of The Reaper, o coro de “Digger, Digger” era mais alto.
Sem as famosas barricadas de segurança, o público ficou mais perto da banda e com o palco baixo bem acessível. Já em Hell Funeral um fã subiu ao palco e mandou um ‘air guitar’ ao lado da banda e saiu como entrou, sem tumulto. Isso se repetiu por algumas vezes ao longo do show, mas também sem alarde.
O desfile de clássicos começou nas primeiras faixas do set. Antes de Witch Hunter o vocalista Chris Boltendahl falou de como era bom estar de volta ao Brasil depois da passagem por aqui três anos atrás e que eles se dividiram para tocar novos e velhos sons e mostrar a força do verdadeiro Heavy Metal alemão. Em The Dark Of The Sun um fã entregou uns óculos a Chris que prontamente colocou, mas disse, aos risos, que não continuaria o show com ele porque ia ficar “muito Rob Halford”. Ele continuou interagindo com a galera e pediu para que cantassem Ballad Of A Hangman, clássico que veio na sequência…
LIVE EVIL–ADRENALINE MOB,NOTURNALL,REPUB
ADRENALINE MOB, NOTURNALL E REPUBLICA
09 de maio de 2015
Carioca Club – São Paulo/SP
Por Andréa Ariani • Fotos: Evandro Camellini
Intitulada “New Wave Of American Heavy Metal Tour”, a trupe integrada pelas bandas brasileiras Noturnall e Republica viajou pelo Brasil fazendo a abertura dos shows do Adrenaline Mob, que passou pelo país novamente – desta vez para divulgar o mais recente álbum Men Of Honor, de 2014, e a nova formação.
Em São Paulo, apesar da fila formada na porta do Carioca Club, juntamente com o ‘tour bus’ estacionado na frente da casa, o show do Republica contou com pouco público. Mesmo assim, a banda, que está na expectativa de sua segunda apresentação consecutiva no “Rock in Rio”, fez um show cheio de energia e competência com um set, em sua maioria, baseado no elogiado disco Point Of No Return. Entre os destaques estão Life Goes On e The Land Of The King e a participação de Juninho Carelli do Noturnall em uma das faixas. Além de Highway To Hell do AC/DC, que foi o cover da “matinê”, como disse o guitarrista Fernando Vieira, que inclusive registrou um vídeo durante uma das músicas depois divulgado na fanpage da banda, fecharam o show com El Diablo, um dos videoclipes recentemente lançados e já considerado um hit do quinteto paulistano.
Na sequência, o Noturnall, em divulgação do recém-lançado Back To Fuck You Up!, surgiu com o set de bateria registrado no clipe No Turn At All. Com a empolgação de tocar em casa, depois de cair de bunda já no primeiro som, o vocalista Thiago Bianchi agradeceu a oportunidade de essa tour passar pela cidade natal da banda e por estar de volta ao local em que fizeram o primeiro show da carreira. O set curto contou com faixas como Fight The System e No Turn At All. O destaque inevitável é para o baterista Aquiles Priester, que fez um dos melhores solos da noite, mostrando sua incrível técnica mesclando peso e brasilidade. Ao final do solo, Aquiles agradeceu aos patrocinadores e apresentou a banda. Fecharam o show com o cover de Cowboys From Hell do Pantera e com Nocturnall Human Side, faixa que teve o videoclipe veiculado no telão e que conta com a participação de Russell Allen, vocal do Adrenaline Mob, na versão de estúdio.
Com a intro de God’s Gonna Cut You Down, de Johnny Cash, os integrantes do Adrenaline Mob foram entrando no palco. Por último, de chapéu, óculos escuros e um taco de beisebol, Russel chegou já mandando Mob Is Back, faixa que também abre o mais recente disco. Outras das músicas fizeram parte do início do set, como Dearlu Departed.
PLAY LIST – CLÁUDIO BEZZ (TAURUS)
Mundo Em Alerta: “Uma música emblemática. Ela abre o nosso primeiro disco com muita energia, logo após a introdução. Aliás, sempre pensamos em Mundo Em Alerta e na ‘intro’ Signo De Taurus como sendo uma única coisa. Tínhamos consciência da força dela logo na primeira vez que a tocamos ao vivo, no Caverna II, no Rio, lá pelo idos de 84 e 85. O contraste com a intro Signo De Taurus, lenta e marcada, deu ainda mais destaque durante a audição do disco.”
Álbum: Signo De Taurus (1986)
PROFILE – TOMMY KAREVIK (KAMELOT)
Primeiro disco que você comprou:
“Michael Jackson – Bad.”
POSTER – NILE
Nile – The Gate of Sethu
Peso | 0,250 kg |
---|---|
Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |