Em 1983, o Slayer surgiu com Show No Mercy já marcando o seu terreno e, três anos depois, ganhou mais força ao lançar Reign In Blood. Logo veio a década de 90 tentando mudar as regras do jogo, mas a banda norte-americana manteve o seu propósito…
Edição #198
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SLAYER
Em 1983, o Slayer surgiu com Show No Mercy já marcando o seu terreno e, três anos depois, ganhou mais força ao lançar Reign In Blood. Logo veio a década de 90 tentando mudar as regras do jogo, mas a banda norte-americana manteve o seu propósito. O novo século foi recebido com God Hates Us All (2001) e o grupo seguiu em ascensão até World Painted Blood (2009). Porém, no início de 2011 o guitarrista e fundador Jeff Hanneman contraiu uma fasciíte necrosante e teve que se afastar, vindo a falecer em 2013 de insuficiência hepática. Para piorar as coisas, naquele mesmo ano o baterista original Dave Lombardo saiu de forma nada amistosa. Em meio a esse emaranhado de coisas estava uma banda tentando permanecer de pé e lançar mais um disco. Tom Araya (vocal e baixo) e Kerry King (guitarra) resolveram manter Gary Holt (guitarra, Exodus), que já havia substituído Hanneman logo após sua doença, e trouxeram o baterista Paul Bostaph (ex-Forbidden, Testament e Exodus) de volta. Com o time completo, o grupo uniu forças e chega com Repentless prometendo nada além de um disco que soa como Slayer. Nesta entrevista para ROADIE CREW, Kerry King, muito seguro de si, fala do que é feita esta banda que não baixa a cabeça e nem se arrepende de nada.
MICHAEL SCHENKER’S TEMPLE OF ROCK
O guitarrista Michael Schenker construiu história ao lado de Scorpions e UFO. Mas o músico nunca se limitou a isso e sempre esteve envolvido em diferentes projetos durante sua longa carreira. O mais recente chama-se Temple Of Rock, que está lançando seu terceiro disco de estúdio, Spirit On A Mission. Além de Michael, o trabalho traz o veterano Doogie White (ex-Rainbow, Yngwie Malmsteen, Cornerstone, Tank), Wayne Findlay (guitarra e teclado) e a mesma cozinha que fez fama na fase áurea do Scorpions e trabalhou com o guitarrista em Lovedrive (1979), Herman Rarebell (bateria) e Francis Buchholz (baixo). Engana-se quem pensa que o grupo se resume a Michael, pois houve a colaboração de todos os membros e essa forma de trabalho está prometendo muita coisa. Nesta entrevista para a ROADIE CREW, Schenker fala sobre a nova etapa de sua carreira e já adianta que o grupo é capaz de sobreviver sem seu nome à frente.
NUCLEAR ASSAULT
Tudo começou quando Danny Lilker foi despedido do Anthrax em 1984 e formou o Nuclear Assault com o guitarrista John Connelly, que também teve breve passagem pelo Anthrax. Após pouco tempo, lá estavam com eles o guitarrista Anthony Bramante e o baterista Glenn Evans (ex-TT Quick). A banda decolou naquele momento e gravou muitas músicas que até hoje estão na cabeça dos seguidores do Thrash Metal. Ficar apático aos seus álbuns não parece ser algo comum. Conversamos com o baterista Glenn Evans para falar sobre as turnês atuais e o lançamento do EP Pounder…
JOHN LYDON
Pioneiro do Punk… Provocador social… Doentiamente do contra… Todas essas definições podem ser aplicadas facilmente a John Lydon, também conhecido como Johnny Rotten. E o título de sua nova autobiografia, “Anger Is An Energy” (N.T.: “sentir raiva é energia”, em bom português), resume isso de forma incontestável. Seja na pele do dito “inimigo público número 1” Johnny Rotten no tempo do Sex Pistols ou, como John Lydon, à frente do inovador PIL, ele conseguiu passar raiva, fúria e frustração através de temas como God Save The Queen, Anarchy In The UK, Public Image e Rise, que, como metralhadoras giratórias, apontaram para todas as mazelas da sociedade sem meias palavras. E tudo isso está no livro. Ele sempre teve jeito com as palavras e “Anger Is An Energy” não desaponta nesse sentido. Ele sabe como ninguém contar uma história. Desde a infância miserável em Londres, passando pela criação do Sex Pistols, pelo PIL em suas várias fases e muito mais, Lydon consegue prender o leitor da primeira à última linha. Após a leitura, Lydon parece, ouso dizer, feliz – e mostrando o dedo do meio para seus detratores…
SKYFORGER
Antes de falar do Skyforger em si, me dou o direito de comentar que, considerando as palavras do vocalista e guitarrista Pēteris Kvetkovskis nesta entrevista, vivemos numa época onde por mais que encontremos dificuldade e não vivamos num sistema perfeito, ainda temos liberdade de ir e vir e o direito de seguir um sonho, sem medo de represálias do Estado. Dito isso, nada veio de mão beijada na vida do Skyforger. A banda oriunda da Letônia tem em sua formação músicos que trazem os horrores do comunismo marcados no seu psicológico. Fazer música e conquistar fãs fora de suas fronteiras era um sonho quase inalcançável, mas graças às mudanças no regime do país eles conseguiram perseverar. Apesar de ter iniciado tocando Doom Metal sob o nome de Grindmaster Dead em 1995, o grupo logo se voltou para o Black Metal e adicionou influências Folk ao seu som. O grupo construiu um nome entre os fãs do Pagan/Folk Metal a partir do primeiro disco – Kauja Pie Saules (1998) – e hoje está lançado Senprūsija, oitavo trabalho de estúdio. Neste álbum a banda formada atualmente por Pēteris, Alvis Bernāns (guitarra), Edgars “Zirgs” Grabovskis (baixo) e Edgars “Mazais” Krūmiņš (bateria) resgata memórias da Prússia antiga e celebra a cultura local. Além de falar sobre os tempos ruins sob a Cortina de Ferro, Pēteris fala sobre o momento atual do grupo e como é ser uma banda de Metal numa terra tão distante dos grandes polos do estilo.
GAMMA RAY
“Com esse barulho não vai dar.” Foi assim, com bom humor desde o primeiro segundo, que começou uma rápida conversa com Kai Hansen nos bastidores do “Monsters Of Rock”. O Manowar havia acabado de entrar no palco, obviamente com o som no talo, e o simpaticíssimo líder do Gamma Ray percebeu minha preocupação com a provável má qualidade do áudio da entrevista. “Vamos fazer depois do show, antes de o Judas Priest começar.” Claro, afinal, todo mundo queria ver Rob Halford e companhia. Com o silêncio imperando ao fim das papagaiadas do quarteto americano, a ROADIE CREW sentou frente a frente com Hansen para falar um pouco do mundo do guitarrista, vocalista e compositor. Gamma Ray, Unisonic, o projeto para celebrar suas três décadas de serviços prestados ao Heavy Metal e, rufem os tambores, uma instigada na esperança de dez entre dez fãs da sua banda, do Helloween e de Michael Kiske. Boa leitura!.
ANTHARES
Quando o álbum No Limite Da Força foi lançado, há quase três décadas, influenciou bandas como Sepultura, mas os integrantes do Anthares, uma das precursoras do Thrash Metal nacional, não imaginavam que ele se tornaria um trabalho ‘cult’ no mundo para este gênero. A conquista mostrou que não é regra ter que seguir o paradigma de cantar em inglês para conseguir agradar ao mercado internacional. O lado negativo é que a banda encerrou suas atividades sem lançar um novo material e só retomou as atividades em 2004. Quatro anos depois, oficializou Diego Nogueira, que encarou a missão de suprir o lendário Henrique Poço no posto de vocalista. Com isso, os experientes Evandro Jr. (bateria), Pardal Chimello (baixo) e os guitarristas Maurício Amaral e Eduardo “Topperman” Scarellis (ex-Korzus) se animaram e após muitos shows realizados nos últimos anos, finalmente agora estão lançando o sucessor de No Limite Da Força, o vigoroso O Caos Da Razão. A ROADIE CREW entrevistou Diego e Evandro, que se mostraram animados com o novo álbum e revelaram que deviam esse lançamento aos fãs.
AGNOSTIC FRONT
Poucas bandas representaram tão bem a faceta do Hardcore de Nova York como o Agnostic Front em pouco mais de trinta anos. O grupo formado atualmente por Roger Miret (vocal), Vinnie Stigma (guitarra), Craig Silverman (guitarra), Mike Gallo (baixo) e Pokey Mo (bateria) chega ao seu décimo primeiro disco de estúdio com o mesmo fôlego de Victim In Pain (1984), porém muito mais maduro e objetivo. Nesta entrevista, Roger fala da personalidade do grupo, do final de um ciclo e do prazer de poder continuar nos palcos com meio século de vida.
CHERIE CURRIE
Seguindo a tradição das grandes bandas femininas de Rock dos anos 70, como Goldie & The Gingerbreads, Fanny e Suzi Quatro, as Runaways deixaram sua marca na cena musical. E foi através de temas como Cherry Bomb, American Nights e Neon Angels On The Road To Ruin que uma exuberante adolescente chamada Cherie Currie colocou sua voz a serviço de toda uma geração de jovens sem muita esperança. E assim era a música da banda, uma mistura de Glam, Hard Rock, Bubblegum e Power Pop que canalizava a raiva e a frustração dos adolescentes. Décadas depois, a “Cherry Bomb” cresceu e amadureceu. E está lançando Reverie, seu primeiro disco solo em 35 anos e no qual voltou a trabalhar com Kim Fowley, mentor das Runaways, que produziu e foi coautor do repertório do álbum – Kim morreu em janeiro último, aos 75 anos, de câncer na bexiga. Outra parceira do passado que aparece no disco é a guitarrista e vocalista Lita Ford, que faz backing vocals nas duas regravações de sua antiga banda, Is It Day Or Night e American Nights. Porém, é o filho de Cherie, Jake Hays, a figura principal do disco, já que é coautor de várias músicas e toca em todas elas.
MÖRK
O Black Metal sempre foi um estilo controverso e até mesmo dicotômico: primitivo e moderno. Uma ala mantém sua música fincada nas raízes do estilo, enquanto outra se utiliza dos recursos da modernidade para a valorização estética e musical de seus trabalhos. A dupla Foizer (guitarra) e Samhen (vocais e guitarra) cresceu junta na capital do país e construiu uma musicalidade intensa, com letras existencialistas exaltando o princípio máximo do livre-arbítrio: a liberdade individual além da adoração. Esses dois iconoclastas do Planalto Central não temem ser crucificados por buscar elementos e estratégias do “music business” para elevar seu trabalho para além dos porões da cena brasileira. Os mais enraizados podem considerar esse profissionalismo como uma deturpação dos valores underground do estilo, mas Foizer e Samhen não estão nem um pouco preocupados com isso. O importante, para esses dois primos de sangue e irmãos de armas, é expressar sua filosofia de vida e arte pela vertente mais profana do Metal.
ROBERTINHO DE RECIFE
Março de 2014. Um infarto colocou Robertinho de Recife num hospital no Rio de Janeiro. Começou assim não apenas a recuperação da saúde de um dos maiores guitarristas brasileiros, mas também o seu retorno ao Heavy Metal. Aos 61 anos e cheio de ‘stents’ (minúsculos tubos de metal que ajudam a melhorar o fluxo sanguíneo ao músculo cardíaco), o pernambucano retomou um caminho aberto há mais de três décadas com o hoje cultuado Metal Mania (1984), álbum que rendeu o célebre trecho “bate o pé, bate a mão, a cabeça e o coração” – sim, quando o Rock pesado dava seus primeiros passos no Brasil. Em dezembro, Robertinho lançou o segundo trabalho do Metal Mania, Back For More, com uma banda renovada – Junior Mauro (baixo), Raphael Sampaio (bateria), Tibor Fittel (teclados) e o filho Fhorggio (DJ e sintetizadores) – para mostrar a uma nova geração de fãs que um dos primeiros ‘guitar heroes’ nacionais continua debulhando como poucos. E, mais importante, para reconquistar no cenário o respeito que ficou guardado nos anos 80 – o mesmo respeito que se manteve vivo nas décadas seguintes em outros estilos musicais. No início de maio, depois de marcar a volta aos palcos na abertura dos shows de Accept e Judas Priest no Vivo Rio, ele recebeu a ROADIE CREW no escritório de seu estúdio na cidade que um dia foi maravilhosa, e você confere aqui os melhores momentos de um longo e revelador bate-papo.
THE GENTLE STORM
Mergulhar numa história que se passa em uma época distante, embalada por músicas com perspectivas e versões diferentes, é um convite para deixar a imaginação voar e provocar a curiosidade por fatos que falem mais sobre o contexto da obra. Nesse sentido, o trabalho capitaneado por Arjen Anthony Lucassen (Ayreon, Ambeon, Star One) e Anneke van Giersbergen (Agua de Annique, ex-The Gathering) mostra-se uma obra de abordagem envolvente em suas letras e desafiadora na música. Não é a primeira vez que os dois músicos se encontram, mas a intenção do The Gentle Storm em seu primeiro disco, The Diary, é exaltar os pontos em comum entre Anneke e Arjen num trabalho conceitual, com respaldo histórico e uma variedade de instrumentos exóticos. O nome da banda dá o tom da proposta de trabalho: um disco com músicas pesadas e outro com as mesmas canções, porém em versões acústicas – ambas ricas em detalhes e cheias de nuanças e personalidade. A ideia pode soar estranha, mas nesta entrevista para a ROADIE CREW Anneke esclarece a razão desta loucura e mais uma vez reforça o seu amor pelo Brasil.
EDITORIAL
Música pesada: uma safra abundante
A música é uma manifestação de arte que está incorporada ao modo de vida das pessoas das mais variadas formas. Existem aqueles que pouco se importam com o que estão ouvindo desde que o “barulho” não lhe incomode, e outros usam a música simplesmente como um acompanhamento que faz parte do ato de dançar. Mas música de qualidade é muito mais do que isso, ela expressa sentimentos e conquista o ouvinte pela emoção. Aliás, a música pode emocionar mesmo que seja só instrumental, como as grandes obras da Música Erudita, e mesmo no âmbito da música contemporânea classificada como “popular” é possível que uma melodia sem o uso de palavras, tenha o poder de transmitir uma mensagem emocionante. Uma amostra disso pode ser ouvida na faixa Flying do álbum Magical Mystery Tour, dos Beatles. O som nitidamente induz o ouvinte à sensação de que algo está flutuando no ar.
Até o surgimento do Rock n’ Roll a música popular em geral se enquadrava no conceito de objeto de consumo descartável, que era substituída no gosto do público a cada novo modismo que aparecia. Com o Rock quase aconteceu a mesma coisa, pois os amantes da dança quiseram torná-lo uma simples trilha sonora de bailes, inventando coreografias “modernosas”, e o “Twist” no final dos anos 1950 foi a principal delas. Felizmente a revolução cultural ocorrida na década de 60 reformulou o comportamento da “juventude” e transformou o Rock no gênero musical que definiu uma nova era para o mundo da música. Apenas aqueles “profetas” sem noção continuaram preconizando a morte do Rock, e até hoje alguns insistem com isso. Para contrariar esses infelizes o Rock e o Heavy Metal – seu mais sólido segmento – continuam em expansão, mostrando um vigor criativo inesgotável.
Grandes exemplos estão nesta edição cuja capa é dedicada ao Slayer, numa entrevista com Kerry King muito bem humorado, por sinal. Em destaque Michael Schenker equilibradíssimo e empolgado com seu Temple of Rock; Glenn Evans falando da última (será?) turnê do Nuclear Assault; Kai Hansen curtindo sua passagem pelo Brasil; Anthares e Mörk, com ótimos discos novos, e Robertinho de Recife de volta ao Metal; e mais John Lydon, Agnostic Front, e os surpreendentes (para mim); Cherie Currie (ainda linda!), The Gentle Storm (obra-prima sobre a Holanda histórica) e Skyforger (sobreviventes da ditadura comunista).
Esse poder de satisfazer os fãs com produções de qualidade é impressionante até mesmo para quem atua profissionalmente neste cenário. É uma pena que com o grande volume de material que chega à nossa redação é difícil eu conseguir dedicar o tempo ideal para conhecer em detalhes cada trabalho que passa pelas minhas mãos. Dessa forma, na hora da revisão, quando leio o conteúdo do que está sendo publicado, me vem uma vontade enorme de ouvir os discos que são citados nas entrevistas ou nas seções da revista. Exatamente como acontece com cada leitor nosso. Esse é um prazer que só quem curte Rock pode ter.
Airton Diniz
CENÁRIO
EXORDDIUM: GUERREIROS DO HEAVY METAL
O Exorddium lançou seu primeiro álbum, Sangue Ou Glória, em 2013 e agora Eduardo Bisnik (vocal), Paulo César e Fernando Amaral (guitarras), Nicolas Cortelete (baixo) e Jailson Douglas (bateria) soltam Guerreiros Do Metal, um single de duas faixas. Na ativa desde 2004, a banda mineira da cidade de Contagem defende a bandeira do Heavy Metal a todo custo e adianta que já está preparando novo material.
BANDA TOMADA APOSTA EM LANÇAMENTO VIRTUAL
A banda paulistana Tomada está com trabalho novo na praça. Mas não se trata de mais um disco de inéditas, como seria de se supor. A nova empreitada da banda é totalmente virtual com o lançamento de um EP que leva o nome do grupo e traz uma música inédita, De Verdade, e cinco temas remixados e remasterizados de seu último CD, O Inevitável (2011). O detalhe é que o disco vai sair apenas de forma virtual, contendo ainda dois videoclipes. E mais: quem está por trás da empreitada é a gravadora MZA do renomado produtor Marco Mazzola, que já trabalhou com inúmeros nomes de peso da música brasileira. “Estávamos com uma demo com um material novo do Tomada e fui ao Rio de Janeiro mostrar pessoalmente a ele”, conta o baixista Pepe Bueno. “Ele ouviu, deu umas opiniões e umas ideias sobre as músicas e sobre o caminho que poderíamos seguir. Depois de seis meses, ele mandou um e-mail dizendo para marcarmos uma reunião. Bolamos o plano do lançamento do EP digital e aqui estamos.”
KAMBOJA: ROCK AO NATURAL
Muitas bandas têm mantido vivo o espírito do Rock’n’Roll cantado em português com a missão descompromissada de proporcionar diversão e também se divertir, sem se importar em cair no clichê do estilo, principalmente no que diz respeito aos temas abordados. O Kamboja é um claro exemplo disso. Mesmo quando resolve falar sério em suas letras, o faz de maneira satírica. Contando com músicos experientes no cenário nacional, o grupo é formado por Fábio “Makarrão” Mainente (vocal, ex-Proposital), Frank Gasparotto (baixo, Goatlove, ex- Anthares, Infamous Glory e Maniac), Paulão Thomaz (bateria, ex-Baranga, Centúrias, Firebox e outros) e Edu Moita (guitarra, Los Mosqueteros). A ROADIE CREW conversou com os quatro integrantes, que nos deram detalhes sobre o ‘debut’ Viúva Negra, que comprova esse intuito festeiro, com cara de Rock “marginal” – no bom sentido –, que o gênero nos permite explicar.
SLUG: FECHANDO O QUEBRA-CABEÇA
São duas décadas de luta, três álbuns de estúdio e apresentações com grandes nomes da música nacional e internacional. Com essa trajetória, os brasilienses do Slug resolveram comemorar esse período com o DVD Slug XX. O disquinho, que conta com mais de duas horas de duração, abrange toda a carreira do grupo, com uma apresentação que contempla a história da banda num formato intimista e acolhedor. Nesta entrevista feita com o baixista Gustavo Parolin, ele nos fala sobre a viabilização do projeto, as duas décadas de estrada e muito mais.
SILVER MAMMOTH: HARD ROCK SETENTISTA DE PRESAS AFIADAS
A cena musical brasileira é verdadeiramente diversa e atualmente circulam produções de estilos diferentes, mas o melhor de tudo é que existem oportunidades para todos que “lutam a boa luta”. Nessa trincheira, alinhado a uma temática mais setentista, porém sem soar vintage demais, o Silver Mammoth emerge na contemporaneidade com presas afiadas e pronto para uma nova era. Marcelo Izzo (vocal), Teio Izzo (guitarra), Chakal (baixo) e Vinnie Rabello (bateria) já possuem dois discos no currículo, Silver Mammoth (2013) e Pride Price (2014). Atualmente, o “mamute prateado” já “degela” o novo álbum, como conta a seguir o vocalista Marcelo Izzo.
SCALPED: NO RUMO CERTO
O Metal Extremo esparramou-se por diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, com bandas como Vulcano, Sepultura (primeira fase) e Sarcófago. Muitos fatores fizeram o Death Metal crescer consideravelmente a partir da segunda metade dos anos 80, fazendo-o ser um dos carros-chefes da música extrema. Minas Gerais, como um desses berços, ainda revela grandes expoentes, como pode se tornar o Scalped. Veja as considerações do baterista fundador Marcelo Augusto, que comenta isso e a estreia com o EP Psychopath (2014).
PANZER: CADA VEZ MAIS FORTE
É impressionante como o trabalho do Panzer é incansável. Em sua primeira fase, o grupo se destacou com os álbuns Inside (1998) e The Strongest (2001). Após seu retorno em 2012, o grupo lançou o bem-sucedido Honor (2013) e agora, com o lançamento do DVD Louder Day After Day – Live Panzer Experience, deixa seu nome cravado como uma das principais bandas brasileiras. As novidades não param e o vocalista Rafinha Moreira, mais os fundadores André Pars (guitarra) e Edson Graseffi (bateria), adiantaram à ROADIE CREW que a celebração dos 25 anos de carreira do Panzer não passará em branco em 2016. Confira.
RED RAZOR: ENERGIA E CONSCIÊNCIA
NO THRASH CATARINENSE
Surgida da ruptura do extinto Monstertruck, o Red Razor é um dos novos nomes do Metal catarinense. Fabrício Valle (guitarra e vocal), Felipe Ferreira (guitarra), Gustavo Kretzer (baixo) e Igor Thiesen (bateria) investem no Thrash Metal clássico. Estabilizado desde 2012, o grupo tem aumentado a cada ano o número de shows no Sul e em julho próximo lançam o primeiro trabalho, Beer Revolution, gravado, mixado e masterizado por Alexei Leão e Rafael Scopel, no AML Estúdio, em Florianópolis. No fim de maio, a ROADIE CREW fez a primeira audição oficial do álbum na mídia mundial e foi conversar com Valle.
ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA
DISCOS MALDITOS
Olá para todos aí da ROADIE CREW, tudo beleza? Escrevo para falar da edição #195, dos “50 Discos Malditos: injustiçados ou ruins mesmo?” Achei muito legal a ideia, gosto muito quando a Crew vem com esses “Especiais”. Ah, e a capa foi muito bacana… Mas falando dos discos, um em especial gostaria de comentar com mais detalhes: Slang. Eu sou uma grande fã do Def Leppard (é minha banda preferida) e adoro o Slang! Eu acho um álbum muito bom… Aliás, adoro as músicas que saíram como single, que o Batalha disse “que tem que ter estômago pra escutar”. Bem, eu tenho (risos). Mas gosto é gosto e não se discute. Só que eu sou fã e tenho certeza que o Slang não é o álbum ideal para quem quer conhecer o Leppard. No mais, Endorama do Kreator é o único álbum que gosto deles, justamente por ser diferente. Sou muito fã do Tilo Wolff e adoro a música que ele canta no disco. Bom só pra fechar, Music From “The Elder” eu também adoro, acho um álbum maduro do Kiss; The Ultimate Sin é um dos meus preferidos do Madman. Agora sobre o Bon Jovi, eu já desisti faz tempo… E acho muito difícil ele voltar a fazer alguma coisa realmente boa. Sobre o What About Now: pra mim nem a Because We Can salva. No mais não consigo escutar CDs do Iron Maiden com o Blaze Bayley. Nada contra ele, mas não desce. E o St. Anger é o pior da lista em minha opinião. É isso, obrigada pela atenção e muito Metal pra todos nós. Abraços.
Bianca Ap. do Nascimento
Barroso/MG
Você curte o Slang do Def Leppard e o Endorama é o único álbum do Kreator que curte? Como disse, “gosto é gosto” e nem pense que não vamos discutir, porque a coisa que os fãs de Rock em geral mais fazem é isso (risos). O Slang não é o álbum ideal para quem quer conhecer o Leppard, assim como o Endorama para o Kreator. Siga escrevendo! (Ricardo Batalha)
BACKSPAGE/BROTHERHOOD/STAY HEAVY REPORT
Backspage
Vitão Bonesso (*)
Rush “R40”: a Tour de despedida?
Custa a acreditar. Em meio a tantas turnês de despedidas, como o Scorpions, por exemplo, que já ameaçou abandonar os palcos pelo menos meia dúzia de vezes, existe a possibilidade do maior trio de todos os tempos dizer adeus. Desde o início de maio, o Rush pegou a estrada na “R40”, uma turnê milionária pelo território americano e que vai até o começo do mês de agosto. Ingressos esgotados em minutos, produção gigantesca, que inclui duas baterias no palco, sendo uma delas quase uma reprodução do kit Slingerland usado por Neil Peart nos anos 70, mais de uma dezena de contrabaixos raríssimos, que Geddy Lee fez questão de adquirir recentemente, sem contar com outras raridades retiradas do armário para a ocasião, além das guitarras lendárias de Alex Lifeson. O palco reproduz os tempos difíceis que a banda atravessou, indo do mais sofisticado até o mais simples, com amplificação básica e clima de show em quadras de esporte…
Brotherhood
Por Luiz Cesar Pimentel (*)
O que o 7 x 1 deveria ensinar ao Rock brasileiro
(já que não vai ensinar ao futebol mesmo)
O Rock e o Metal são gêneros de música gêmeos ao futebol. Pegue os outros esportes populares e compare. Nenhum segue uma cartilha básica estratégica (guitarra, baixo e bateria) e tem um espaço criativo amplo (improviso) como o Rock e variantes. O Jazz é fundamentado no improviso; a maioria dos outros gêneros são calcados ‘by the book’, em regras rígidas. Daí a sintonia futebol’n’roll.
E já que o futebol brasileiro não aprende a lição que os alemães nos passaram, o gênero de música que nos move é um campo fértil para aplicarmos na prática o massacre germânico do Mineirão – que fica na terra do Metal, aliás.
Há dez anos (onze, na verdade), os alemães estavam na rua da amargura no futebol. Os times locais não enchiam os olhos de ninguém, a seleção caiu na Eurocopa sem ganhar nenhum dos três jogos que disputou e a bússola apontava o sul no poço. Sabe o que eles fizeram? Não ficaram olhando o metro seguinte de distância, como fazemos por aqui – “se perder o próximo jogo, o técnico cai, contratamos fulano, vendemos sicrano…”
Aqui vai a lição 1. O plano deles foi criar uma estrutura de circuito interno (na mistura das línguas futebolística e musical), organizar os clubes para chamar de volta o público aos estádios…
Stay Heavy Report
Por Cintia Diniz e Vinicius Neves (*)
Quanto vale seu dinheiro?
O que se compra com R$ 100 nos dias de hoje? Desde que o Plano Real foi lançado, em 1º de julho de 1994, até fevereiro de 2014, a moeda se desvalorizou 77,65%. Isto é, na prática, em 2014 a nota de R$ 100 valia R$ 22,35, segundo cálculos do matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho. Isso se deve por conta do efeito da inflação sobre o poder de compra. De lá para cá, mais um ano e meio se passou, e a coisa certamente piorou.
Então, vamos à resposta: hoje com R$ 100 compra-se uma camiseta de banda. Mas será que a explicação da economia justifica a camiseta da turnê de uma banda internacional custar R$ 100 dentro de uma casa de shows no Brasil? Na recente passagem dos norte-americanos do Machine Head por São Paulo, esse era o preço das camisetas à venda.
A questão aqui não é achar caro ou barato, pois existe bolso para tudo. Mas a mesma camiseta à venda no show que o Machine Head realizou na Cidade do México quinze dias antes custava o equivalente a R$ 50. No site da banda, a camiseta da turnê custa US$ 19,99 (aproximadamente R$ 70). O que salta aos olhos é que sempre há pessoas explorando “oportunidades de negócio” e o bolso dos headbanger…
BLIND EAR – MICHAEL SWEET (STRYPER)
• Fotos: Laura Gallotti
“Humm, eu sei o que é isso e é um hit. Não consigo lembrar qual banda é, mas lembro bem da música Give It To Me Good (risos). Nossa, como se chama mesmo essa banda? (R.C.: Trixter). Agora me sinto mal por não ter falado (risos). Sou amigo do Steve! (N.R.: Steve Brown, guitarrista). Ele está temporariamente no Def Leppard. Virou um grande amigo e nós chegamos a fazer uma turnê com o Trixter em 1991. Deveria saber, já que eu ouvia essa música todas as noites! (risos) Nós nos divertimos muito naquela turnê, lembro que eles eram bem mais novos que a gente. Me lembrou muito do começo do Stryper, quando eu tinha 19 anos. Era engraçado que eles acabavam o show e aí vinham as garotas, rolava aquela agitação toda e nós já ficávamos mais com aquela cara de cansaço (risos). Éramos os titios! (risos)”
Give It To Me Good
Trixter – Trixter
ETERNAL IDOLS – ANDY FRASER
Nascido em Paddington (ING) a 3 de julho de 1952, com cinco anos de idade Andrew McLan Fraser teimou que queria um piano. Incrivelmente sua mãe topou, mas com uma condição: ele teria que receber aulas e levá-las a sério. “Eu nem imaginava que precisaria de aulas, mas topei mesmo assim”, diria ele, décadas depois. E assim foi. O piano escolhido estava encostado num pub “e custou mais caro chamar um especialista para afiná-lo do que o piano propriamente dito”. As aulas começaram e duraram nada menos que sete anos. “Eu tocava Beethoven e Mozart como um papagaio aprende a falar”, diria ele.
Mesmo assim, Andy, como era chamado, se apaixonou pela teoria musical e pela música em geral. “Eu aprendi como a música funcionava, como as notas e os acordes se relacionam entre si. E assim que pisei num palco descobri que a música era uma poderosa forma de expressão.”
RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY
Nesta edição:
Anthropia
Architects Of Chaoz
Arcturus
Atomic_Bomb
Battlecross
Beauvoir Free
BumbleFoot
Cain’s Offering
Camus
Chip Z’Nuff
Dante Fernderrelli
DarkSyde
Destruktor
Fallen Idol
Finsterforst
Garden_Of_Worm
Groteskh
Ilium
Jettblack
Lothloryen
Luca Turilli’s Rhapsody
Machinaria
Maleficarum
Michael Schenker’s Temple of Rock
Osculum Infame
Paradise Lost
Peterik / Scherer
Purpura Ink
Rhestus (DVD)
Robertinho de Recife
Sigh
Sleazy Way Out
Steve’n’seagulls
Sympherium
The Brainwash Machine
The Gentle Storm
Tribute to Headhunter DC Vol 1
Turbowolf
Universe
Virgin Steele
Warshipper
Winterage
Zatokrev
GARAGE DEMOS
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Nesta edição:
Animal House
Antiversum
Incogbosci
Marenna
Sertannia
HIDDEN TRACKS – WILD BOYZ
Eles chegaram tarde e não apresentaram nada de inovador ao Hard Rock, mas deixaram um álbum interessante aos fãs do estilo. Criado das cinzas do Dorian Gray, o Wild Boyz teve o mesmo destino de várias outras formações que rapidamente surgiram e morreram no final da era de ouro da Sunset Strip de Los Angeles. “Quando você é criança, acha que vai viver para sempre, mas aí você bate na casa dos 30 e começa a perceber… O Dorian Gray queria viver para sempre, para ser bonito, viril e sem idade, tanto que ele estava disposto a entregar sua alma, sua essência pura apenas para permanecer jovem para sempre. Dorian Gray é um personagem do clássico ‘O Retrato de Dorian Gray’, de Oscar Wilde. O lado irônico é que nos tornamos ‘Wilde Boyz’, quero dizer Wild Boyz”, disse o baterista Kurt Lee Lauren, criador do grupo ao lado do baixista Joey Wylde. “Joey é meu melhor amigo desde sempre, a razão pela qual me interessei pela música”, contou.
CLASSICREW–QUEEN/LOVERBOY/MY DYING B/DT
1975
QUEEN
A Night At The Opera
Se tem um disco que se enquadra plenamente na definição de “clássico” – e, portanto, merece seu espaço nesta seção – sem dúvida ele atende pelo nome de A Night At The Opera. Freddie Mercury, Brian May, John Deacon e Roger Taylor já tinham lançado três discos em dois anos e se tornado um furor em todo o planeta. A banda tinha acabado de fazer uma turnê mundial e entrou em estúdio em agosto de 1975 para gravar aquela que seria a mais cara produção fonográfica até então – os custos, atualizados para os dias de hoje, teriam superado meio milhão de dólares.
Com produção da própria banda e de Roy Thomas Baker, A Night At The Opera recebeu esse nome porque, num certo dia, a banda assistiu no estúdio ao filme homônimo, lançado em 1935 pelos irmãos Marx. E o disco saiu causando furor. Se os álbuns anteriores, especialmente Sheer Heart Attack (1974), já mostravam todo o ecletismo da banda, o novo disco levou isso a extremos. Muito experimentalismo permeava as doze faixas, mas permanecia no encarte o mesmo aviso que estivera nos demais discos: “No synthesisers!”….
1985
LOVERBOY
Lovin’ Every Minute Of It
Muita gente nem se lembra da existência do Loverboy, mas em meados dos anos 80 o grupo de Calgary/Alberta (CAN) fez barulho no meio do Hard, do AOR e do Pop. Os grandes trunfos eram os vocais potentes e versáteis de Mike Reno (ex-Moxy) e as guitarras e vocais de Paul Dean (ex-Streetheart e Scrubbaloe Caine). Scott Smith (baixo e vocal, falecido em 30 de novembro de 2000), Doug Johnson (teclado e sintetizadores) e Matt Frenette (bateria, ex-Streetheart) completavam a banda, que vinha compilando hits do Rock de Arena, como Working For The Weekend, Turn Me Loose e The Kid Is Hot Tonite.
Ainda que soe datado e com momentos pra lá de exagerados, Lovin’ Every Minute Of It mantém-se cativante. O quarto disco de estúdio dos canadenses teve total apoio da Columbia/CBS Records do Canadá e contou com time de primeira na produção, tendo o experiente Tom Allom (Black Sabbath, Judas Priest, Krokus, Def Leppard e outros) como comandante…
1995
MY DYING BRIDE
The Angel And The Dark River
Os anos 90 foram mágicos para o Doom Metal. Paradise Lost, Anathema e My Dying Bride, famosa trinca inglesa do estilo, lançaram seus melhores trabalhos justamente neste período, quando eram conhecidos como “Peaceville Three”, pois as três bandas faziam parte do selo Peaceville Records. E advindo justamente dessa época, The Angel And The Dark River é usualmente apontado pelos ‘doomers’ como um dos melhores discos de Doom de todos os tempos.
Após uma clara e progressiva evolução entre o ‘debut’ As The Flower Withers (1992) e Turn Loose The Swans (1993), o MDB deu mais um passo à frente com este disco, trazendo mais melodia e mais melancolia. O peso seguiu presente, mas as frases de guitarra deram mais corpo aos sons, assim como os teclados e o violino de Martin Powell ganharam mais força e se tornaram marcas dessa fase da banda. Mas a maior mudança foi mesmo do vocalista Aaron Stainthorpe….
2005
DREAM THEATER
Octavarium
Uma volta às raízes para resgatar e entregar ao fã o som clássico. Foi com essa intenção que o Dream Theater entrou no The Hit Factory, estúdio em Nova York que fechou as portas logo em seguida, para registrar o sucessor do pesadíssimo – para os padrões da banda – Train Of Thought (2003). Além de ter sido bem-sucedido na empreitada, o quinteto colocou nas lojas um disco cheio de curiosidades e detalhes. O conceito gira em torno de oitavas, intervalos musicais quem contêm oito notas naturais (Octavarium é o oitavo disco de estúdio) e cinco acidentais (o quinto trabalho ao vivo, Live At Budokan, havia chegado às lojas no ano anterior), e os pormenores são tantos que alguns cliques na internet podem saciar a curiosidade.
Musicalmente, Octavarium é um bálsamo. A começar por John Petrucci, que voltou a fazer solos diferentes para cada música, em vez de gravar apenas um de vários minutos tocando na velocidade da luz, para depois cortá-lo e distribuir os pedaços nas canções (como fizera em Train Of Thought)…
CLASSICOVER / LADO B+
ClassiCover – Mezmerization Eclipse
Ricardo Batalha
Tudo parecia estranho quando o Zoser Mez apareceu com Vizier Of Wasteland em 1991, menos a inclusão do cover de Mezmerization Eclipse, do Captain Beyond. O projeto dinamarquês, criado no início dos anos 90, contava com os guitarristas do Mercyful Fate e um dos discos preferidos de todos os tempos para Hank Shermann era justamente o álbum de estreia do Captain Beyond.
Shermann, que na época vinha de dois álbuns gravados com a banda de Hard/ AOR Fate – Fate (1985) e A Matter Of Attitude (1986) –, voltou a se reunir com Michael Denner, seu parceiro de Mercyful Fate e que tinha gravado os dois primeiros discos da banda King Diamond – Fatal Portrait (1986) e Abigail (1987). “Gostei muito de tudo que ocorreu nos anos 80, seja no Metal ou no Hard Rock. A resposta foi ótima naquela época, mas saí do Fate simplesmente porque queria voltar a tocar Heavy Metal”, declarou Shermann certa vez à ROADIE CREW.
Lado B+
batalha
House Of Pain
Van Halen
Em um trabalho que contém hits como Jump, Panama e Hot For Teacher, que também saíram em videoclipes, ficou difícil para House Of Pain obter o destaque merecido. Até foi promovida, já que ficou como lado B do single de Jump, que antecipou o lançamento de 1984 e saiu em 21 de dezembro de 1983 – o sexto disco de estúdio do Van Halen foi para as lojas em 9 de janeiro de 1984.
Enquanto Jump foi para a primeira posição das paradas nos EUA, Canadá e Itália, além de obter o Top 10 em países como França, Alemanha e Reino Unido, o Hard’n’Heavy de House Of Pain ficou em segundo plano. Por sinal, faltou pouco….
LIVE EVIL – PAIN OF SALVATION
PAIN OF SALVATION
Teatro Rival – Rio de Janeiro/RJ
02 de junho de 2015
Por Daniel Dutra • Fotos: Alessandra Tolc
Dois dias antes de embarcar para o Brasil – a turnê passou também por Curitiba, São Paulo, Varginha (MG) e Sorocaba (SP) –, Daniel Gildenlöw prometeu aos “fãs mais passionais em todo o mundo um Pain Of Salvation mais forte e faminto do que nunca, tocando músicas do Remedy Lane pela primeira (e talvez última) vez na América do Sul.” Ao lado de Ragnar Zolberg (guitarra), Gustaf Hielm (baixo), Daniel Karlsson (teclados) e Léo Margarit (bateria), o mestre de cerimônias da mais inquieta – e igualmente passional – banda de Prog Metal cumpriu com o prometido. E o séquito de fiéis que encheu o Teatro Rival assistiu a uma apresentação impecável do quinteto sueco, que ainda ganhou pontos por fazer um show muito diferente daquele no mesmo local três anos antes e, faça-se o registro, complementar aos dois anteriores, em 2011 e 2005.
Com um atraso de dez minutos – irrisório para os padrões cariocas, o que explica a quantidade de gente que chegou já com o som rolando –, o Pain Of Salvation entrou em cena mandando de cara o quadrado mágico de abertura de Remedy Lane (2002), um dos trabalhos que os fãs apontam como obra-prima em sua discografia. Exagero? Nem um pouco. A curta Of Two Beginnings preparou as gargantas para o dramático refrão de Ending Theme, antes de deixar o ambiente contemplativo diante da intrincada Fandango. A Trace Of Blood, por sua vez, encaixou perfeitamente com o bom humor de Gildenlöw, não que a proximidade com a plateia, graças ao palco mais baixo e à ausência do “chiqueirinho”, fosse necessária para que ele fosse tão comunicativo.
LIVE EVIL – MACHINE HEAD
MACHINE HEAD
Via Marquês – São Paulo/SP
7 de junho de 2015
Por Claudio Vicentin • Fotos: Evandro Camellini
O show do Machine Head serviu para mostrar de vez a qualidade do grupo norte-americano em cima do palco. Nos álbuns isso está bem comprovado, principalmente na trica mais recente com The Blackening, Unto The Locust e Bloodstone & Diamonds. Foi uma apresentação furiosa e que teve uma troca de energia intensa entre os fãs e a banda. E quando isso acontece pode ter certeza de que o jogo está ganho – e foi o que vimos nas mais de duas horas de apresentação.
Robb Flynn e seus parceiros não pouparam energia. Com apenas uma data no Brasil – algo de que Flynn reclamou, pois esperava tocar em mais cidades pelo nosso país – a impressão que passava era que queriam mostrar para todos que eles têm condições de ser maiores em nosso país. Tocaram como se estivessem guerreando por um novo território. E logicamente que há espaço para vencerem essa batalha, pois estamos diante de uma das bandas mais legais na atualidade.
Os shows são batizados de “An Evening With Machine Head” e por isso o set list conta com músicas que dão uma passada por toda a carreira. A casa estava cheia e talvez um lugar mais apropriado para o nível da banda levaria mais fãs ainda. Mas isso ficou em segundo plano assim que os primeiros acordes de Imperium surgiram. Essa é uma música perfeita para a abertura de um show, pois começa com poucos acordes, vai crescendo e causando enorme ansiedade nos fãs…
LIVE EVIL – EXTREME E RICHIE KOTZEN
EXTREME e RICHIE KOTZEN
HSBC Brasil – São Paulo/SP
13 de junho de 2015
Por Leandro Nogueira Coppi • Fotos: Leandro Anhelli
Desde que conheceu o Brasil em 1992, tocando no festival “Hollywood Rock” pela turnê de Extreme II: Pornograffitti, o Extreme demorou 23 anos para retornar. Nesse hiato, o grupo norte-americano gravou mais alguns álbuns e se separou. O português Nuno Bettencourt lançou outros trabalhos e integrou a banda da cantora Pop Rihanna, enquanto o vocalista Gary Cherone passou meteoricamente pelo Van Halen. Para alegria dos fãs, o grupo retomou as atividades há alguns anos e agora o Brasil pôde finalmente revê-lo, desta vez pela turnê comemorativa de 25 anos do mesmo Extreme II: Pornograffitti, que também passou por Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).
Para a abertura foi escalado Richie Kotzen, que retornava ao país apenas oito meses depois de sua última passagem por aqui, ao lado dos mesmos Mike Bennett (baixo) e Dylan Wilson (bateria). Agora no papel de ‘opening act’, o trio apresentou um set menor, sem novidades em relação ao de 2014 e sem tocar nada do novo álbum, Cannibals. Richie esbanjou seu talento como vocalista e guitarrista (dispensando a palheta) em músicas como War Paint, Love Is Blind, Doin’ What The Devil Says To Do, You Can’t Save Me, Go Faster e outras, desfilando influências de Hard Rock, Soul, Jazz e Pop, contando com uma cozinha que por vezes pulsa em ritmo de Disco Music. É impressionante a legião de fãs que o músico possui no país e, mesmo sem falar entre as músicas, lhes proporcionou um show impecável.
LIVE EVIL – ROÇA’N’ROLL 2015
ROÇA’N’ROLL – 17ª EXPEDIÇÃO
Fazenda Estrela – Varginha/MG
6 de junho de 2015
Por Ivanei Salgado e Pedro Henrique Ruas
Fotos: Stess Panissi e Rognelson Dutra
Mais um ano e mais um “Roça”! E, como sempre, com uma atmosfera amistosa e descontraída difícil de encontrar em outros eventos pelo Brasil. E isso nunca muda no “Roça ‘N’ Roll”, pois sempre recebe bem os visitantes de todo país. E isso reafirma a ideia de que é possível fazer um grande festival com bandas de vários portes.
Como nas edições anteriores, a produção realizou eventos especiais antecedendo o dia principal do festival. A festa começou quinta-feira (4), no Bunker Rock Bar, com um ‘quiz’ com temática Heavy Metal e show com os varginhenses do Motosserra Truck Clube. Na sexta-feira, o trem moeu até de madrugada no mesmo local, só que com bandas tocando tributos a Queen, System Of A Down, Matanza e AC/DC.
Após duas noites na cidade, a hora era de partir para Fazenda Estrela e acompanhar de perto o maior festival underground de Minas Gerais. A estrutura era a mesma de edições anteriores, com os palcos principais, intitulados de Tira-Couro e Sete-Orelhas, e um espaço alternativo, a Tenda Combate. Nesse espaço alternativo passaram cinco bandas de estilos variados. O Rock foi levado pelo Visconde E Os Sabugosas, o Thrash Metal ficou ao cargo de Silence Corporation, Insannica e Profecia do Chaos e o responsável pelo Death Metal foi o Fanfir, que por sinal fez um grande show e trouxe influências Folk e Viking Metal ao evento. Mas o maior destaque deste palco dentre todas as ótimas bandas que passaram por ele foi o público, pois o espaço estava sempre lotado de headbangers e rockers.
Enquanto isso nos palcos principais várias “pérolas escondidas” do Rock e do Metal nacional mostraram seus trabalhos. Começando com o Hardcore do belo-horizontino Restos do Nada com músicas rápidas e agressivas e letras de atitude…
PLAY LIST – TONY MILLS (SHY, TNT, ETC)
Chained By Desire: “Minha música favorita do primeiro disco que gravei e indicava o caminho que eu iria seguir como compositor. Não era comercial ou uma canção Pop, mas apontava para assuntos que me rodeavam. Falava sobre estar frustrado com relacionamentos, quando eu tinha acabado de começar a fazer turnês e realmente precisava ser um homem livre, ao invés de estar amarrado a namoradas que queriam que tivesse um ‘trabalho normal’. Esta música não foi tocada muito ao vivo, mas me lembro que ela foi bem quando abrimos para o UFO em 1985.”
Álbum: Once Bitten… Twice Shy (Shy, 1983)
BACKGROUND – A CHAVE DO SOL – PARTE 1
Ah, os anos 80. A importância dessa década para o Rock foi imensa, tanto que temos lançado vários especiais falando desses tempos. E isso não se deu apenas lá fora, já que por aqui não foram poucas as bandas que davam os primeiros passos para a criação de uma cena que se tornaria forte e mundialmente conhecida nos anos seguintes. Dentre tantas, uma delas se destacaria: A Chave do Sol.
Um dos muitos músicos que dava os primeiros passos era o paulistano Luiz Antonio Domingues (nascido em 25 de julho de 1960), que à época era conhecido como Tiguêis por conta de sua ascendência portuguesa. Em 1966, começou a se interessar por Rock. Morava no famoso bairro da Pompeia “e era difícil andar um quarteirão no bairro sem que houvesse uma banda ensaiando numa garagem nos sábados à tarde”, lembra ele em entrevista para a ROADIE CREW. Aos poucos, foi sendo conquistado pela música: primeiro, conheceu o álbum Rubber Soul, uma das criações mais inspiradas dos Beatles; depois, foram os famosos festivais promovidos pela TV Record; e na sequência veio o pacote completo: Otis Redding, The Mamas And The Papas, Rolling Stones, os vizinhos de Pompeia Mutantes etc. “Em 1974 já estava enlouquecido pelo Rock e no ano seguinte decidi que era isso que queria fazer da vida.” No entanto, demorou mais um ano para que o futuro baixista viesse enfim a ter contato com um instrumento. “Recebi o convite de um colega de escola, Osvaldo Vicino, formamos a banda Boca do Céu, cujo vocalista era Laert Sarrumor, futuro fundador do Língua de Trapo.”.
COLLECTION - WARRANT
Até que chegasse ao seu ‘debut’, muita coisa rolou para o Warrant, grupo hollywoodiano formado em 1984 pelo guitarrista Erik Turner. O Glam Rock efervescia na agitada Los Angeles ao mesmo tempo em que o grupo era presença constante no circuito, fazendo muitos shows, inclusive como ‘opening act’ para outros também emergentes como Stryper, Black ‘N Blue e Hurricane, além de conseguir abrir para o polêmico Ted Nugent. Embora a coisa parecesse estar caminhando fácil para o Warrant, de repente Turner se viu obrigado a trocar os integrantes que o acompanhavam. Aos poucos, foram chegando o seu ex-companheiro de Knightmare II, o guitarrista Joey Allen, o baixista Jerry Dixon e dois caras que ele viu em um show da banda Plain Jane: o baterista Steven Sweet e o vocalista Jani Lane. Erik ficou impressionado, principalmente, com a performance de Lane, que não só acabou assumindo o posto de frontman do Warrant como se tornou o principal compositor da banda. Em 1987, o grupo gravou uma demo para a Paisley Park Records, do astro Pop Prince, e isso foi a ponte para que a Columbia lhes contratasse para enfim começar a brilhar com seus lançamentos.
PROFILE-JAIRO GUEDZ (SOUTHERN BLACKLIST)
Profile – Jairo Guedz (The Southern Blacklist)
Claudio Vicentin
Primeiro disco que você comprou:
“Kiss – Hotter Than Hell.”
POSTER – HAMMERFALL
HammerFall – (r) Evolution
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |