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Edição #209

R$29,00

“Uma vez, numa fase menos paciente, eu respondi a um apresentador de TV: ‘Por que eu tocaria como um homem? Que eu saiba, não precisa usar o membro que só os homens têm pra tocar bateria…!’”

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ESPECIAL – MULHERES NO ROCK - 1

Por Antonio Carlos Monteiro

“Uma vez, numa fase menos paciente, eu respondi a um apresentador de TV: ‘Por que eu tocaria como um homem? Que eu saiba, não precisa usar o membro que só os homens têm pra tocar bateria!’” A resposta, entre irada e irônica, teve como autora a baterista Pat, fundadora e integrante da banda paulistana de Hard Rock Ozone durante toda sua existência, de 1985 a 1994, ou seja, numa época em que ser mulher e tocar Rock eram consideradas situações quase incompatíveis.

E se hoje Pat ri da sua ira, naqueles tempos a coisa era bem mais complicada. Imagine, então, como era a situação daquelas mulheres que se meteram no mundo da música lá nos primórdios – mais especificamente, cantoras de Jazz e Blues dos EUA. Uma das mais antigas de que se tem registro é Ma Rainey, cantora de Blues que estreou em 1899, aos 13 anos de idade. Bessie Smith, intérprete de Jazz e de Blues, começou em 1913, enquanto que Billie Holiday, também cantora desses dois gêneros, ingressou na carreira artística no final dos anos 20, com cerca de 15 anos – antes disso, havia sofrido uma tentativa de estupro, trabalhado como prostituta e presa com sua mãe. Inovou na arte de cantar Jazz.

Mas a primeira mulher a ter uma ligação com o Rock foi Sista Rosetta…

ESPECIAL MULHERES NO ROCK – 2

Por Antonio Carlos Monteiro

…trauma ao perder sua cantora original, Sabine Dünser, vítima de um AVC em 2006.

Ao contrário do que se pode pensar, nem todas as cantoras do gênero são fãs do vocal operístico. Charlotte Wessels, do Delain, confessou na ROADIE CREW #134 que “não gosto muito do vocal Clássico, já que o mais legal em se cantar Rock é não estar preso a nenhum tipo de regra.”

Abrindo o leque

Só que não foram só o Gothic e o Symphonic que viram as garotas se destacarem nos anos 90. Bandas de vários outros gêneros tiveram mulheres em suas formações, como o The Gathering, que, além de duas vocalistas (Anneke van Giersbergen e Silje Wergeland) teve uma baixista, Marjolein Kooijman; o inglês Skunk Anansie, cujo Rock Alternativo tem à frente Deborah “Skin” Anne Dyer; The 3rd And The Mortal (Metal Experimental, com a vocalista Kirsti Huke); o Metalcore do The Walls Of Jericho, com a vocalista Candace Kucsulain; e o conhecidíssimo Blackmore’s Night, projeto de Medival Folk Rock criado pelo guitarrista Ritchie Blackmore (ex-Deep Purple) com sua esposa, a cantora Candice Night.

Também merecem ser citados o Cadaveria, banda italiana de Symphonic Black Metal liderada pela vocalista Raffaella “Cadaveria” Rivarolo, e o Astarte, banda feminina…

ESPECIAL MULHERES NO ROCK – 3

Por Antonio Carlos Monteiro

…banda só de mulheres, o Teenage Singers. Três anos depois, juntou-se aos Mutantes e o resto é história, já que são cinquenta anos de uma prolífica trajetória musical. Há alguns anos, em entrevista ao portal Central da Música, Rita declarou, a respeito das bandas femininas ou com integrantes mulheres que não paravam de surgir: “Para quem, como eu, que abriu estradas e ruas, que durante vários anos foi uma alma solitária feminina dentro do panorama compositora/cantora/’band leader’, é com entusiasmo que agora assisto ao desfile dessas garotas talentosas pelas avenidas musicais que ajudei a construir.”

Rita lançou-se em carreira solo em 1970, quando ainda estava nos Mutantes, dos quais desligou-se em 1973 para criar o grupo Tutti Frutti. Desde 1978 vem trabalhando como artista solo.

Ainda em 1973, uma polêmica envolvendo uma mulher e o Heavy Metal. A cantora Vanusa, na estrada desde 1966, gravou em seu quarto disco, que levava seu nome, a faixa What To Do, que muitos afirmam ter sido plagiada pelo Black Sabbath na música Sabbath Bloody Sabbath. A versão dela está na internet para quem quiser tirar a dúvida…

ESPECIAL MULHERES NO ROCK – 4

Por Antonio Carlos Monteiro

…sempre enchem nossa casa’.” E ela desabafa: “Não sou nenhuma modelo ou miss linda, sou uma mulher normal e fora dos padrões de beleza e isso me leva sentir na pele todos os dias o sexismo da maneira mais estúpida possível.” O Lords Of Aesir lançou seu disco de estreia, Dream For Eternity, em 2014 pela Shinigami Records.

Outra banda que estreou pelo mesmo selo foi o gaúcho Save Our Souls, que lançou The Other Side em 2015. O Gothic Metal da banda tem à frente a vocalista Melissa Ironn, que vê homens e mulheres em condição de igualdade na música: “Não vejo porque mulheres no meio Rock/Metal ou em qualquer outro gênero musical devam ser tratadas de forma diferente. Existem muitas mulheres fazendo música que são tão competentes quanto os homens e acho que está mais do que na hora de admitirmos isso”, garante ela. E continua: “Essa participação cada vez maior das mulheres no Rock e no Metal acompanha essa grata evolução que estamos vivendo, pois felizmente estamos começando a nos conscientizar de que a mulher pode sim atuar em qualquer área de conhecimento, inclusive fazendo música de qualquer estilo. Mulheres no Rock/Metal são muito bem-vindas!”, conclui, orgulhosa…

ABBATH

Por Guilherme Spiazzi

Personagem icônico seja no Black Metal desde a década de 90 ou em memes de internet (procure por “your daily Abbath”), o norueguês Olve Eikemo, conhecido como Abbath Doom Occulta, ex-vocalista e guitarrista do Immortal, buscou seguir seu próprio caminho em 2015 ao fundar, ao lado do baixista King ov Hell (ex-God Seed, Gorgoroth), sua própria banda. A ferocidade e a crueza de mais de 25 anos dedicados ao Metal Extremo vieram juntos e o resultado é o recém-lançado disco homônimo. Nesta entrevista franca e sem medir palavras, Abbath fala sobre a saída do Immortal, o direcionamento de sua nova banda e o que vem pela frente.

CHURCH OF MISERY

Por Valtemir Amler

Apesar da homônima inglesa, há trinta anos a banda de Speed/Thrash Salem era uma das mais promissoras provenientes do Japão. Contando com um EP lançado em 1992 (Salem) e um ‘full length’ em 1993 (Reason For Existence), vinha solidificando seu nome na cena, inclusive, com uma bem sucedida turnê europeia. Então, o baixista Tatsu Mikami teve que tomar uma difícil decisão quando o Salem se dissolveu: poderia permanecer na zona de conforto, com uma nova banda Thrash, mudar seu rumo musical ou abandonar o mundo da música. Tendo decidido pela segunda opção, há mais de 25 anos nascia o Church Of Misery. O cenário era inóspito, o crescimento seria difícil, mas o baixista japonês sabia muito bem o que estava fazendo. Consciente da inexistência de uma cena Doom em seu país natal, ele sabia que precisaria correr contra o tempo e expandir os horizontes para atingir seus objetivos. Com uma sonoridade calcada nos primórdios do Black Sabbath e com uma temática lírica incomum para o estilo, o grupo conquistou o mundo logo em seu primeiro disco oficial, o hoje clássico Master Of Brutality (2001). Desde então, foram muitas as mudanças na formação, muitos shows pelos Estados Unidos e Europa e a banda segue como um dos principais nomes da cena Doom Metal mundial. O insistente Mikami reuniu um time dos sonhos para o lançamento de seu sexto disco e, ao lado do vocalista Scott Carlson (Repulsion, ex-Cathedral), o baterista Eric Little (Earthride, ex-Internal Void) e o guitarrista Dave Szulkin (The Disease Concept, Blood Farmers), lançou este ano And Then There Were None… Conversamos com Mikami para saber mais sobre esta nova era de ouro do Church Of Misery.

LACUNA COIL

“Há um antigo hospício no alto das Colinas no Nor te da Itália. Uma velha, abandonada e decadente for taleza cujos corredores estão tomados pelos fantasmas de milhares de mentes e almas tor turadas. Um lugar em que cada parede mostra as cicatrizes de incontáveis vidas despedaçadas…” E é para este lugar que Cristina Scabbia (vocal), Andrea Ferro (vocal), Marco Coti Zelati (baixo) e Ryan Blake Folden (bateria) convidam os fãs com seu novo álbum, o excelente Delirium – o melhor da banda italiana desde Comalies (2002). E numa carreira regular, diga-se. Há controvérsias? Bem, também falamos sobre isso com Cristina num bate-papo telefônico sobre o futuro do Heavy Metal, a presença dela nas redes sociais e, claro, sobre o mais recente trabalho, incluindo até mesmo o mistério sobre o novo guitarrista. Coloque Delirium para rolar no som e cur ta a entrevista. Sem medo.

KILLSWITCH ENGAGE

Por Guilherme Spiazzi

Após dezesseis anos de estrada e de uma troca traumática de vocalista em 2012, o Killswitch Engage segue firme com seu Metalcore característico, energético e, quando ao vivo, muito bem humorado. Humor que é cortesia do nosso entrevistado, o guitarrista e produtor Adam Dutkiewicz. O músico, ao lado dos comparsas Mike D’Antonio (baixo), Joel Stroetzel (guitarra), Justin Foley (bateria) e Jesse Leach (vocal), comemora o lançamento de Incarnate, sétimo disco da carreira e segundo dessa nova fase. A injeção de ânimo, resultado do retorno de Leach, no lançamento anterior, Disarm The Descent (2013), continua reverberante no novo trabalho e parte disso se deve ao contínuo suporte dos fãs. Os tempos são outros para o Killswitch Engage, mas a proposta de se manter fiel ao som e ao padrão de qualidade continua a mesma, como você confere neste papo com Adam.

ACE FREHLEY

Por Ken Sharp

Quando você pensa em algum grande nome da música, seja ele Elvis Presley, Beatles, The Who, Stevie Wonder ou Bruce Springsteen, vai achar um ponto comum entre todos: suas influências e inspirações musicais são muito amplas, o que os auxiliou a ter uma visão artística totalmente única. Em seu trabalho tanto no Kiss como em sua carreira solo, Ace Frehley é um desses que tomou de assalto o mundo do Rock com seu trabalho ao mesmo tempo melódico e agressivo, além de inconfundível. No seu novo disco, Origins Vol. 1, ele escancara essas influências ao prestar tributo àqueles artistas que sedimentaram seu mundo musical. Ace deu uma nova interpretação a clássicos de nomes como Jimi Hendrix, Cream, The Kinks, Free, Thin Lizzy, Led Zeppelin, Rolling Stones e The Troggs, entre outros. Ele também se lembra de seu passado ao incluir no álbum três músicas do Kiss, sendo duas de sua autoria, Parasite e Cold Gin, e Rock And Roll Hell, faixa do disco Creature Of The Night (1982), o primeiro de que ele não participou. Slash, Mike McCready (Pearl Jam) e Lita Ford estão entre os convidados que o ajudaram a forjar esse trabalho. Além destes, seu parceiro de Kiss, Paul Stanley, também participou de Origins Vol. 1 e registrou o videoclipe de Fire And Water (Free) com Ace. Nesta entrevista ele conta tudo sobre o novo disco.

BRUNO SUTTER

Por Antonio Carlos Monteiro

Bruno Sutter tornou-se figura conhecida através do grupo humorístico Hermes & Renato, principalmente pelo personagem Detonator, líder e vocalista da banda de Heavy Metal Massacration. Pelo fato de tratar com humor um tema como o Heavy Metal, ele fez dois mundos colidirem: de um lado ficaram os que amavam os ‘sketches’ bem sacados em que mostrava sem disfarces os exageros do gênero; do outro, os que o odiavam exatamente pelo mesmo motivo. Só que Bruno, antes de tudo, é um músico – um grande músico. Como vocalista, transita com desenvoltura entre tributos e bandas de perfis quase antagônicos, como Death e Helloween, além de desempenhar com talento vários instrumentos. Por tudo isso, nada mais natural que em algum momento Bruno lançasse um disco, digamos, “sério”. E Bruno Sutter, o álbum, saiu no final do ano passado trazendo uma grande variedade de temas que mostram toda criatividade do músico. Acompanhado apenas do baterista Bruno Valverde (Angra), já que gravou todos os demais instrumentos, Bruno comemora a repercussão do álbum e aproveitou esta exclusiva para a ROADIE CREW para falar de tudo que o rodeia: humor, vocalistas de ego avantajado, o Metal no Brasil, mulheres bonitas e sucesso. Tudo com a segurança de quem sabe o que fala.

LITA FORD

Por Ken Sharp

Lita Ford foi uma das pioneiras dentre as mulheres no Rock com as Runaways. Depois do final da banda, ela se lançou como artista solo desmentindo a visão machista de que uma mulher não poderia ser uma ‘guitar hero’. Ao longo dos anos ela provou aos detratores que era capaz de manter uma carreira sólida, como atestam hits como Kiss Me Deadly e Close My Eyes Forever, essa última um dueto com Ozzy Osbourne. Depois de um longo período sabático, a loira volta à cena em dose dupla, já que está lançando um novo disco, Time Capsule, só com gravações dos anos 80, e uma reveladora autobiografia, “Living Like A Runaway”, em que ela fala sem censura sobre sua trajetória no Rock’n’Roll…

HATEBREED

Por Guilherme Spiazzi

Há duas décadas navegando entre o Hardcore e o Metal, o Hatebreed é uma das poucas bandas que conseguem cultivar fãs de diferentes estilos sem comprometer sua sonoridade – seja nas letras ou na música. A atitude direta e a intensa energia, marcas registradas da banda ao vivo, também são elementos indispensáveis nos trabalhos de estúdio de Jamey Jasta (vocal), Frank Novinec e Wayne Lozinak (guitarras), Chris Beattie (baixo) e Matt Byrne (bateria). No recém lançado The Concrete Confessional, sétimo álbum de estúdio, o grupo mantém o nível e agrega novas influências, sem se distanciar de seu propósito. Em meio a preparativos de turnê internacional e lançamento, Novinec conversou com a ROADIE CREW sobre esta nova etapa e sobre os 22 anos de carreira do grupo…

CHAOS SYNOPSIS

Por Écio Souza Diniz

A banda Chaos Synopsis foi formada na cidade de São José dos Campos (SP) em meados de 2005 e desde então tem mandado bronca com sua mescla agressiva e eficiente de Death e Thrash Metal. Primeiro veio a excelente estreia com Kvlt Ov Dementia (2009), seguido por Art Of Killing (2013), trabalho conceitual baseado em histórias sobre assassinos em série. Agora, a banda atualmente composta por Jairo Vaz (vocal e baixo), Diego Santos e Luiz Ferrari (guitarras) e Friggi Mad Beats (bateria, ex-Attomica) mantém a qualidade em alta com o afiadíssimo Seasons Of Red (2015). Jairo e Friggi concederam esta entrevista à ROADIE CREW, na qual discorrem detalhadamente sobre a história da banda e o recente lançamento…

EDITORIAL

Por Airton Diniz

Quem disse que Heavy Metal não é pra mulher?

Antes mesmo que um bando de patrulheiro militante – aquele povinho que acha que tudo tem que ter quota para estabelecimento de igualdades entre as pessoas na base da força – venha reclamar que o Rock e o Heavy Metal discriminam as mulheres, aqui está uma matéria de capa especialmente dedicada às estrelas que iluminam e embelezam o cenário da música pesada. E essas páginas dedicadas ao trabalho e à arte das meninas (de todas as idades) não têm nada a ver com “divisão de espaço” com os artistas do sexo oposto. Muito pelo contrário, elas estão aí para somar em qualidade e graça, num mundo que alguns acusam de ser povoado por machistas truculentos. Se a quantidade de mulheres atuando profissionalmente no Rock é menor do que a de homens, isso não significa que eles sejam melhores do que elas. Com o assunto de destaque principal desta edição o que mais queremos é incentivar, é fazer com que mais mulheres se sintam motivadas a mostrar seus talentos nesta área da música.

Neste editorial escolhi a Sabina Classen (foto) para simbolizar a força e o brilhantismo que a mulher agrega ao Rock. Ela tem liderado por mais de três décadas a banda de Thrash Metal Holy Moses, atuou como label-manager orientando e dando apoio a bandas iniciantes, conhece muito de futebol e adora esse esporte, e ainda tem desenvolvido um belíssimo trabalho social na sua área de formação acadêmica em Psicologia. Além de tudo isso, parece que os anos não passam para ela, Sabina continua linda de corpo e alma. Um dos grandes exemplos de headbanger com competência e sensibilidade, e que merece ser seguido, tanto por homens como por mulheres.

Com relação às demais matérias desta edição uma entrevista em particular me proporcionou uma grande satisfação: finalmente Bruno Sutter aparece em nossas páginas. Desde que conheci Bruno, já há vários anos quando ele passou a viver em São Paulo trabalhando na MTV, tenho uma admiração enorme pelo seu talento artístico de múltiplas facetas. Ele é um ‘fora-de-série’ com diferentes habilidades no mundo da arte, sendo que durante algum tempo algumas delas ficaram sufocadas pela veia humorística que se tornou seu carro chefe em função do sucesso obtido como ‘frontman’ do Massacration. O grupo cômico/ musical se notabilizou por gerar intensa polêmica com sua sátira que se confundia entre a homenagem e a ofensa ao Heavy Metal. Não foram poucas as oportunidades e tentativas que tivemos, de ambos os lados, de pautar matéria sobre seu trabalho, mas a viabilidade disso esbarrava sempre no mesmo obstáculo: nós queríamos entrevistar o artista Bruno Sutter, mas, talvez por restrição imposta na época pela MTV, só poderíamos fazer matéria com o personagem, um ser fictício, o que seria incompatível com o perfil editorial da revista. Agora temos Bruno, ainda muito engraçado, mas principalmente um músico por excelência, compositor, multi-instrumentista, baixista virtuoso e vocalista da mais alta qualidade, tanto que já foi eleito o melhor vocalista de Heavy Metal do Brasil, com todos os méritos.

CENÁRIO

Por Redação

HEAVEN’S GUARDIAN: RENOVADO E AMADURECIDO

Após onze anos sem material inédito, enfim o veterano Heaven’s Guardian está de volta. Reformulado, o grupo está divulgando seu terceiro álbum, Signs, que foi lançado em 2015. Conversamos com o guitarrista Luiz Maurício que nos falou sobre o novo formato do grupo e sobre a sonoridade, que também traz novidades em relação aos discos anteriores…

LYRIA: O RIO EM NOVOS TEMPOS

Idealizado por Aline Happ em 2012, o Lyria carrega o empreendedorismo entre os nomes da nova safra carioca. Ao lado de Thiago Zig (baixo) e Eliezer Andre (bateria) – hoje os guitarristas Bruno Cardoso e Rod Wolf completam a formação –, a vocalista buscou no financiamento coletivo a verba para conceber o primeiro álbum, Catharsis (2014): US$ 8.000, arrecadados com fãs ao redor do mundo num momento em que a banda tinha apenas duas canções gravadas. Até aí, prática cada vez mais comum, mas não tanto quanto os shows acústicos online com vendas de ingresso também para admiradores de fora do Brasil. E tem mais no Metal Alternativo Sinfônico do quinteto. Curioso? Confira na entrevista a seguir…

ANDY PILLER FALA SOBRE O CRUZEIRO

“70,000 TONS OF METAL”

Quando o primeiro cruzeiro “70,000 Tons of Metal Cruise” foi anunciado em 2010, aquilo realmente foi intrigante. Quarenta bandas, cada uma tocando duas vezes, em um cruzeiro de quatro dias saindo de Miami, na Flórida (EUA). Um festival de Heavy Metal flutuante com música ao vivo, comida e festa de quatro dias inteiros soava bom demais para ser verdade. Mas foi o que aconteceu. O primeiro foi tão bom que as coisas foram só aumentando e ficando melhores. O “Capitão” Andy Piller, organizador deste evento de Metal no mar, nos fala de suas realizações e do que planeja no futuro…

MODA DE ROCK: “TIÃO CARREIRO É ROCK PRA CACETE!”

Criado em 2007 por dois exímios violeiros, Ricardo Vignini e Zé Helder, o Moda de Rock realiza um trabalho curioso ao transpor clássicos do Rock e do Metal para os ponteios da viola caipira. Isso mesmo, aquele instrumento utilizado pela música sertaneja de raiz que fascinava os “mais velhos”. Hoje, com dois álbuns no currículo com versões de Dire Straits a Slayer, o trabalho da dupla conquista o meio rockeiro e apresenta o “Metal Ponteado” aos apreciadores da música regional. Ricardo Vignini fala sobre a carreira e o potencial desse instrumento da musical tradicional do Brasil.

MONSTRACTOR: O TRATOR MONSTRUOSO DO THRASH

Eles deixam claro que não estão na ativa para “reciclar” o Thrash Metal. No entanto, o primeiro álbum, Recycling Thrash, lançado pela Die Hard, colocou em evidência o trabalho de Christian Klein (vocal e baixo), Diego “Monsterman” (guitarra) e Demetrios M. (bateria) na cena brasileira. Originário da cidade de Resende, no interior do Rio de Janeiro, além do trabalho com a banda, o trio envereda na árdua filosofia de organização de eventos de Metal. A banda, agora com o guitarrista Egberto Pugol integrado à formação, está com total disposição para continuar seus trabalhos na cena underground. Quem fala sobre isso e muito mais é Christian Klein, dono das quatro cordas e das vociferações do Monstractor.

VARG: DO EXPERIMENTALISMO AO EQUILÍBRIO MUSICAL

Dono de uma sonoridade peculiar e cativante, o Varg rapidamente chamou a atenção com sua mescla de sonoridades que vão do Folk ao Black Metal, passando pelo Death Metal Melódico. Após o debut, Wolfszeit (2007), a banda alemã sofreu alteração em seu time produtivo com a entrada de Timo “Managarm” Schwämmlein e viu a qualidade de seus álbuns crescer até chegar ao fabuloso Wolfskult (2011). Em seguida, resolveu arriscar mais e em Guten Tag (2012) lançou seu disco mais experimental, que acabou por dividir opiniões de fãs e da crítica especializada. Agora, quatro anos mais tarde, sai Das Ende Aller Lügen, que novamente aposta firme no experimentalismo. A ROADIE CREW bateu um papo com Timo “Managarm” Schwämmlein, baixista e principal mente criativa da banda.

NO WAY: NOVO ÁLBUM A CAMINHO

Diferente de muitas bandas que iniciam a carreira como cover de alguém, o No Way investe no som autoral desde 2004. Porém, devido a diversas instabilidades na formação, o primeiro registro oficial, o EP Leading Way To Suicide, saiu só em 2012, quando o No Way já havia sido eleito o melhor grupo no “I Festival de Bandas Independentes de Osasco”, realizado em 2010. Consolidando a formação com Diana Arnos (vocais), Rodrigo “Sleepwalker” Alves (guitarra), Felipe “Cabeça” Ribeiro (baixo) e Daniel Bianchi (bateria), a banda soltou o primeiro álbum, Rise Of Insanity, em 2014. Após o single Kill For Money (2015), o quarteto agora se concentra na produção do novo disco, Challenge, que será lançado em breve através da Eternal Hatred Records. Quem nos fala sobre as atividades da banda é a vocalista Diana Arnos.

PHANTOM: ENTRE O TRADICIONALISMO E A MODERNIDADE

Enquanto algumas bandas investem pesado no resgate de sonoridades de outrora e são bem recebidas pelos velhos e novos ‘metalheads’, outras embarcam com os dois pés na modernidade. Porém, alguns grupos propõem um diálogo harmonioso entre essas duas ver tentes musicais. Esse é o caso do curitibano Phantom, que em seu primeiro álbum, Psycho Minds (2014), balanceou elementos tradicionais e modernos. Agora, Rafael Valente (vocal), Leandro Ramos (guitarra), Rafael Calmezini (baixo) e Gregory Raphael (bateria) focam no novo trabalho.

ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA

Por Redação

DIA SAGRADO

Eu gostaria de agradecer à revista ROADIE CREW por todos esses anos de dedicação ao Metal (em geral). Sou leitor desde os anos 90, dei uma parada, mas voltei a ler novamente, e não tem nada melhor que ler uma revista em vez de ler notícias online. Estou tentando passar essa paixão para o meu filho, que tem tudo pra dar certo, pois tenho o orgulho de dizer para todo mundo que meu filho nasceu no dia 13 de julho de 2007, Dia Internacional do Rock, que foi uma sexta-feira 13. Apesar de ele reclamar que vou ao banheiro com a revista, pois ele diz que eu fico demorando, sei que é contra as regras, mas queria que vocês publicassem esse e-mail com a foto que tirei dele, pois ele não mora comigo e gostaria de ter essa recordação.

Dimas D. Garisto

São José do Rio Preto/SP

Muito legal, Dimas. Você pode passar horas no banheiro, contanto que depois explique a leitura ao seu filho, colocando-o a par das novidades do nosso mundo do Heavy Metal, está tudo certo. Seu filho nasceu no dia sagrado, meu amigo. Que siga lendo a ROADIE CREW e ouvindo muito som! Abraço. (Ricardo Batalha)

BACKSTAGE/BROTHERHOOD/STAYHEAVY/BATALHA

Por Redação

Backstage

Vitão Bonesso

George Martin: muito mais que o quinto Beatle (Final)

Depois das cenas de ciúmes em decorrência dos elogios aos méritos provenientes de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, George Martin continuou à frente das produções dos Beatles. Ele não só fazia parte dos momentos gloriosos do quarteto, mas dos primeiros sinais de discórdia e do racha que se mostraram presentes nas sessões de The Beatles, mais conhecido como “White Album”. Boa parte das composições foi criada enquanto a banda fazia seu retiro espiritual na Índia. Eram dezenas de músicas que resultaram num álbum duplo, o que Martin desaprovou. Por ele, o disco poderia ser simples, mas as opiniões eram divididas.

Na reta final, ele saiu de cena. Tanto pela ideia de Let It Be, como pelo próprio estúdio, localizado nos porões da Saville Road, em Londres, que, para Martin, não passava de puro desperdício de dinheiro e era comandado por pessoas que não entendiam absolutamente nada do assunto.

Brotherhood

Luiz Cesar Pimentel (*)

Mulher e Rock andam combinando bem pouco

Em tempos de empoderamento feminino, escrever que Metal (ou mesmo Rock pesado) e mulheres andam combinando menos do que nunca é arriscado. Mas a verdade é essa. Tirando o Nervosa, que é do cacete, não consigo achar motivos para enaltecer a atual presença das mulheres na música pesada. E olha que fuço bastante.

Na minha conta, a culpa é do tal Symphonic Gothic Metal. Desde que começaram a (tentar) encaixar sonoridade sinfônica e vocal operístico feminino ao Rock, o resultado não ficou muito diferente de uma suposta trilha sonora de animação “rebelde” da Disney. Ouço essas bandas tipo Evanescence, Tristania e Lacuna Coil e se fechar os olhos consigo imaginar a trilha perfeita para a princesa má de um “Frozen” da vida. Pior é que quando se abre uma porteira dessas, a coisa vem em enxurrada. Dá-lhe Nightwish, Halestorm, Within Temptation e afins.

A coisa nem sempre foi assim. Houve uma época em que não fazia diferença musicalmente ser uma banda de garotas, de garotos ou misturada. Tinha as Runaways, passando por Girlschool (que todo mundo pirava, principalmente quando fez parceria com Motörhead), indo para o Plasmatics, da Wendy O. Williams, até o Warlock, da Doro Pesch.

Stay Heavy Report

Cintia Diniz e Vinicius Neves (*)

O show deve continuar?

Já dizia o Queen que sim! E em abril o AC/DC divulgou oficialmente que daria continuidade à “Rock Or Bust World Tour” com Axl Rose após o vocalista Brian Johnson ser obrigado a interromper a sequência de shows com a banda por risco de ficar surdo. O resultado? Muitas e muitas críticas, suspeitas sobre o futuro da banda e devoluções de ingressos.

A parceria foi inicialmente estabelecida para doze datas na Europa e dez nos Estados Unidos, sendo que essas últimas acontecerão no segundo semestre deste ano, após Axl completar a turnê de reunião com oGuns N’Roses.

A estreia do recruta, em 7 de maio, foi cercada de muita expectativa – afinal, seria a primeira vez em 36 anos que o vocalista que substituiu Bon Scott em 1980 não estaria no palco. Ingressos devolvidos foram revendidos e tanto o público reunido no Passeio Marítimo de Algés em Lisboa (POR), quanto os fãs ao redor do mundo ouviram atentos à voz de Axl no AC/DC. O pós show? Ainda muitas e muitas críticas, mas também muita diversão. Afinal, estavam no palco Angus Young e Stevie Young (guitarras), Cliff Williams (baixo) e Chris Slade (bateria), mais Axl Rose…

Campo de Batalha

Ricardo Batalha (*)

Fiquei fascinado pela doidona

Antes dos meus 10 anos de idade, quando descobri o Heavy Metal por causa do Black Sabbath, eu basicamente escutava Disco Music. Uma das músicas que mais curtia era What’s Your Name, What’s Your Number, da Andrea True Connection, banda da ex-atriz pornô Andrea Marie Truden – Bruce Kulick (ex-Kiss) tocou como músico de apoio em uma turnê do grupo. Veio depois meu vício pelo Rock e passei a curtir muitas bandas lideradas por mulheres. Fiquei vidrado em Suzi Quatro e na ex-Runaways Joan Jett, que fez bastante sucesso com seu segundo álbum, I Love Rock And Roll (1981).

Descobri a Girlschool por meio de uma indicação de Walcir Chalas, da Woodstock Discos, e comprei o álbum Hit And Run (1981). Até mostrei aos meus pais, todo orgulhoso: “Olhem, é uma banda de Rock só com mulheres tocando!” Para eles, que ouviam cantoras famosas como Maysa e Elis Regina, era algo espantoso. Pouco tempo depois, veio a grande perdição: Plasmatics. Quando entrei na Woodstock Discos e vi a capa de Coup d’Etat, lançado em 1982, comentei: “Esse aqui deve ser bom, hein, Walcir? Olha essa mulher louca em cima de um tanque de guerra na capa. Parece até cena do filme ‘Mad Max’!” Ele deu todas as informações técnicas e disse que se eu tinha gostado da Girlschool, poderia “levar sem medo”. Dito e feito.

Aquilo era diferente mesmo. Um som versátil e agressivo…

BLIND EAR – JOEY BELLADONNA (ANTHRAX)

Por Claudio Vicentin

Fotos: Fernando Pires

“Isso é Exodus, reconheci pela voz de Zetro! Ele é um cara muito legal e manda muito bem no Thrash Metal. Muito amigo, já excursionamos tantas vezes juntos. A música é muito boa e Gary Holt é excelente. É muito bom ver o Zetro de volta ao Exodus, não acha? (R.C.: Sim! E ele gosta muito de tocar aqui no Brasil). Quem não gosta? Nós vamos fazer alguns shows com o Slayer em breve. (R.C.: O que acha de Gary Holt no Slayer?). Tinha que ser ele, apenas isso que tenho a dizer. Kerry fez a escolha cer ta.”

Salt The Wound

Exodus – Blood In, Blood Out

ETERNAL IDOLS – JANIS JOPLIN

Por Antonio Carlos Monteiro

Ela andava descalça quando dava na telha. Ela era gorda. A pele dela não era exatamente sedosa. Ela ganhou apelidos na escola, como “Esquisita” ou “Porca”. Ela usava calças jeans de modelos masculinos porque eram mais confortáveis. Ela era considerada pelos homens como “um dos caras”. Ela se considerava uma desajustada porque lia, pensava e não odiava os negros. E ela se transformava quando subia num palco e cantava. Ela se chamava Janis Joplin.

Janis Lyn Joplin nasceu no dia 19 de janeiro de 1943 e sua infância e, principalmente, sua adolescência, como acabamos de ver, não foram exatamente fáceis. Mas logo cedo se interessou por artes. Começou a pintar e conheceu a música através de cantoras como Bessie Smith, Ma Rainey, Billie Holiday e Big Mama Thornton.

Sua primeira gravação aconteceu no final de 1962 e a música escolhida tinha um título sintomático: What Good Can Drinkin’ Do. No ano seguinte, largou o Texas, lugar em que nascera, e foi para São Francisco, mas acabou sendo mandada de volta para casa em 1965 por seus amigos, tal era seu abuso…

RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY

Por Redação

Nesta edição:

Assassin

Circus Maximus

Criminal

Dark Funeral

Death Angel

Edu Falaschi

Fates Warning

Flotsam & Jetsam

Hagbard

Hatebreed

Hellmotz

Hexvessel

Hornwood Fell

Human Zoo

Inquinamentum

Judas Priest – DVD

Jupiterian

Katatonia

King Bird

Luis Kalil

Mesocranio

Nervosa

October Tide

Pain Of Salvation

Phantom V

Ravensire

Rebaelliun

Revanger

Ricardo Diamante

Roadie Metal Vol.6

Savage Master

Steve Hackett

Terra Prima

Terveet Kadet

Test

The Carburetors

The Defiants

The Goths

The Last Vegas

The New Black

The Treatment

Trem do Futuro

Vektor

Wintter

Woslom

GARAGE DEMOS

Por Redação

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Nesta edição:

Beheader

Deathcult

Descolados Do Mundo

Enarmonika

Several Eyes

CLASSICOVER – LADO B+

Por Valtemir Amler

ClassiCover : Reaper

Valtemir Amler

Pode-se dizer que a primeira semente do Black Metal foi plantada em 1981 com Welcome To Hell, do Venom. Cresceu em 1982, com Black Metal, também do Venom, e floresceu com Melissa, do Mercyful Fate (1983), naqueles tempos em que os dinamarqueses eram considerados Black Metal. Depois, o estilo deu seus primeiros frutos em 1984, com o debut homônimo do sueco Bathory. E não é errado afirmar que foi com o Bathory que o Black Metal começou a ganhar os primeiros traços pelos quais reconhecemos sua fisionomia hoje. A estética suja, tosca e podre do álbum de estreia foi copiada à exaustão por gerações de bandas futuras, que viam no Bathory um ideal a ser seguido…

Lado B+

Boogie With Stu (Led Zeppelin)

Antonio Carlos Monteiro

Quem curte Led Zeppelin tem Physical Graffiti (1975) entre seus discos favoritos. E não é pra menos. Único disco duplo de estúdio da banda, tem em seu repertório clássicos como Trampled Under Foot e a magistral Kashmir. Porém, lá no final do álbum, a antepenúltima faixa chama a atenção. Boogie With Stu, além de ostentar uma gravação bem abaixo do restante do disco, chama a atenção por ser um rockinho básico, daqueles de três acordes e nada mais, e movido a piano, destoando totalmente dos temas elaborados e até mesmo complexos forjados por Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham…

COLLECTION – DORO / WARLOCK

Por Alessandro Bonassoli

O ano era 1974. Enquanto no Brasil grande parte dos leitores da ROADIE CREW sequer havia nascido, na cidade alemã de Düsseldorf Dorothee Pesch, aos 10 anos de idade, começava a aprender a tocar piano e a cantar. Uma década depois, ela iniciava a inclusão de seu nome na história do Heavy Metal mundial como Doro, a ‘frontwoman’ do Warlock, um dos grupos mais bacanas dos anos 80. Em quatro anos, ela se consagraria como a primeira mulher a liderar uma banda no mitológico festival “Monsters Of Rock”, em Donington Park (ING), tocaria com os grandes nomes do estilo e se consolidaria como uma pioneira da vitoriosa presença feminina no machista mundo da música pesada. Em 1988, com a saída de todos os demais integrantes alemães do Warlock após a turnê norte-americana do álbum Triumph And Agony, lançado no ano anterior, ela tomou uma decisão certeira. Para evitar problemas judiciais com o antigo empresário, iniciou sob o nome Doro sua carreira solo, que já chega a 27 anos, e se tornou uma lenda viva, tanto pela qualidade do seu trabalho quanto pela simplicidade.

HIDDEN TRACKS – PHANTOM BLUE

Por Leandro Nogueira Coppi

Quem frequentou o Museu do Disco, a Galeria do Rock e a Woodstock Discos durante as décadas de 80 e 90, normalmente encontrava nessas lojas os discos de bandas underground estrangeiras, que eram lançados por aqui e vendidos a preço de banana. Eram os chamados “discos de baciada”. Pérolas como We Reserve The Right (Madam X), Mind’s Eye (Vinnie Moore), Go Off! (Cacophony), Sinister Funkhouse #17 (Last Crack), Winds Of War e Hellish Crossfire (Iron Angel), Metal Inquisition (Piledriver), Into The Dark Past (Angel Dust), Nightmare Theatre (Exorcist), Ezo (Ezo) e tantos outros. Muitos de nós os comprávamos sem nem conhecer as bandas, mas porque o precinho camarada compensava apostar nos que se destacavam pelas capas ou pelo visual. Um que estava sempre entre eles era o ‘debut’ homônimo do quinteto feminino Phantom Blue. Belas e provocantes, as garotas americanas ilustravam a capa.

CLASSICREW

Por Redação

1976

ROLLING STONES

Black And Blue

Antonio Carlos Monteiro

A sabedoria popular raras vezes falha. Lembra daquela máxima que diz: “Se tudo que você tem é um limão, faça uma limonada”? Pois foi mais ou menos isso que os Stones fizeram. Acontece que ali pelo final de 1974, quando a banda iria iniciar os trabalhos de composição e gravação do sucessor de It’s Only Rock’n’Roll (1974), Mick Taylor, literalmente, encheu. O abuso de drogas por parte de seus parceiros (especialmente Keith), sua ambição de expandir seu horizonte musical e a falta de reconhecimento que acreditava haver em relação ao seu trabalho fizeram-no pedir a conta. Keith não gostou nem um pouco. Depois de resmungar que “você sai de uma banda se é mandado embora ou dentro de um caixão. Conosco, pelo menos, é assim…

1986

PICTURE

Every Story Needs Another Picture

Écio Souza Diniz

O Picture, que passou este ano pelo Brasil, foi formado em 1979 pelo baixista Rinus Vreugdenhill e pelo baterista Laurens “Bakkie” Bakker. Um dos pioneiros do Heavy Metal holandês, lançou álbuns de qualidade, como Picture 1, Heavy Metal Ears (1981), Diamond Dreamer (1982) e Eternal Dark (1983), que se tornaram referência para seguidores. Especialmente nos três primeiros registros, o som dos holandeses tinha muito do que estava pipocando na NWOBHM da Inglaterra.

Após terem angariado grande público, especialmente na Alemanha, Holanda e Itália, tanto por seu som como por suas ótimas performances ao vivo, a banda percorreu terrenos pantanosos por conta de mudanças bruscas em formação e na…

1996

SEPULTURA

Roots

Leandro Nogueira Coppi

Se alguém perguntasse qual adjetivo deveria ser usado para explicar Roots a uma pessoa que não tivesse acompanhado a época desse divisor de águas na carreira do Sepultura, não faltariam respostas: controverso, genial, influente, inovador, experimental e por aí vai. Só que quem vivenciou aqueles dias jamais poderia imaginar que o elo entre Max Cavalera e seus companheiros Andreas Kisser, Paulo Jr. e seu irmão Igor Cavalera estava prestes a se romper durante a turnê desse álbum.

Seu antecessor, o bem sucedido Chaos A.D. (1993), havia levado o Sepultura a um patamar inimaginável para uma banda brasileira, colocando-a entre as maiores do Metal mundial e evoluindo da posição de influenciada para influenciadora. Isso porque os quatro decidiram sair do lugar comum do Thrash Metal e delinear uma inversão na sonoridade do grupo, buscando incorporar elementos tribais, industriais e da música brasileira…

2006

MASTODON

Blood Mountain

Valtemir AmlerSe existe um quarteto que merece ser chamado de doidão dentro do cenário Heavy Metal atual é o formado por Brent Hinds (guitarra e vocal), Bill Kelliher (guitarra), Troy Sanders (baixo e vocal) e Brann Dailor (bateria). Quando você põe um disco do Mastodon para tocar, nunca sabe ao certo o que vai ouvir e nem o que virá em seguida. Estranhos, criativos e muito loucos, os quatro doidaços de Atlanta, Geórgia (EUA), são responsáveis por alguns dos melhores álbuns dos últimos anos. Blood Mountain, o terceiro, é um dos maiores exemplos do quanto a música pode ser puxada adiante quando talento e criatividade se unem em prol da composição musical. “A música do Mastodon é imprevisível pois não colocamos limites no que devemos escrever e no que deve entrar ou não entrar em nossos álbuns”, comentou Brann Dailor…

PLAY LIST – BRUCE KULICK

Por Daniel Dutra

The Night Has Me Calling For You: “Uau! Escolha interessante. Foi uma das últimas músicas que eu e Michael Bolton terminamos para o disco de estreia do Blackjack. Tínhamos um produtor famoso, Tom Dowd, e algumas vezes ficávamos impressionados com ele, em outras tínhamos dúvidas se era o cara certo. Mas foi dele a ótima ideia dos arranjos, no fim. Nunca vou me esquecer de quando estávamos no Criteria Studios, em Miami Beach, e Tom nos ajudou. Aconteceu há quase quarenta anos, mas é o tipo de coisa que fica para sempre na memória. Assim que você mencionou, lembrei-me vivamente dos dias que passamos lá.”

Álbum: Blackjack – Blackjack (1979)

LIVE EVIL - SYMPHONY X

Por Thiago Rahal Mauro

Symphony X

Tom Brasil – São Paulo/SP

7 de maio de 2016

Por Thiago Rahal Mauro • Fotos: Fernando Pires

Competência, técnica, qualidade musical acima da média e muita coragem. Esses termos, entre outros, são os que vêm à cabeça após a apresentação que os norte-americanos do Symphony X fizeram no último dia 7 de maio (uma sexta-feira), em São Paulo, no Tom Brasil (antigo HSBC Brasil). Você deve estar se perguntando o que coragem tem a ver com um show do Symphony X. A resposta para isso está no repertório do show, no qual a banda tocou praticamente o novo álbum, Underworld, inteiro, ao contrário de muitas bandas que focam no passado em um show com clássicos.

A Armored Dawn, encarregada de aquecer a noite, se chamava anteriormente de Mad Old Lady e mudou de nome graças a um aconselhamento da gravadora Century Media e de amigos mais próximos. Eduardo Parras (vocal), Tiago de Moura e Timo Kaarkoski (guitarras), Fernando Giovannetti (baixo), Guga Bento (bateria) e Rafael Agostino (teclados) fizeram bonito. Tocaram músicas do até então inédito Power Of Warrior, como Viking Soul, Too Blind To See, Prison, Mad Train, King, William Fly e Someone, além de um belo cover de Enter Sandman, do Metallica, que animou o público. O som do grupo agora flerta mais com o Power Metal europeu e, musicalmente, deu para entender perfeitamente a mudança no nome. Agora é esperar o lançamento do aguardado trabalho de estreia…

LIVE EVIL - THE WINERY DOGS / S.O.T.O.

Por Daniel Dutra

Imperator – Rio de Janeiro/RJ

17 de maio de 2016

Por Daniel Dutra • Fotos: Alessandra Tolc

Foi bonito ver o Imperator, a repaginada casa de shows que começa a se tornar uma excelente alternativa no Rio de Janeiro, lotada para receber o que de melhor é feito hoje em dia no mundo da música. Sim, porque foi exatamente isso que os cariocas ganharam naquela noite de terça-feira, mesmo que com reações distintas. Sim, porque ainda há quem espera que da boca de Jeff Scott Soto saia aquele AOR ao qual todos ficaram anos acostumados. Não foi o que aconteceu, não é o que está rolando com o SOTO. O vocalista e os amigos Jorge Salan (guitarra), BJ (teclados e guitarra), David Z (baixo) e Edu Cominato (bateria) apresentaram no palco aquilo que fizeram nos dois ótimos discos lançados até agora.

E mais um pouco. Sim, é pesado e moderno, como Freakshow deixou claro logo de cara. Mas também é melódico, como Weight Of The World provou a seguir. ‘Frontman’ de primeira linha, Soto não deixou a peteca cair nem mesmo com as duas falhas no microfone no ‘medley’ com 21st Century, do álbum solo Beautiful Mess, e Colour My XTC, clássico do Talisman. Afinal, o brasileiro BJ estava ao lado para segurar as pontas. E é isso que torna o grupo ainda mais interessante, porque o evidente entrosamento vai além da música, que voltou ao presente com os grooves de The Fall e Cyber Masquerade e o lado mais comercial com When I’m Older…

BACKGROUND – MR. BIG - PARTE 2

Por Daniel Dutra

Novamente convidados pelo Rush para abrirem a perna americana de sua turnê, com o trio canadense desta vez promovendo Roll The Bones (1991), Eric Martin, Paul Gilbert, Billy Sheehan e Pat Torpey já vislumbravam desde então que o Mr. Big iria decolar. O primeiro single e videoclipe, Green-Tinted Sixties Mind, havia ido bem nas paradas da Billboard: 33ª colocação no Mainstream Rock Tracks. O resultado foi a iniciativa da Atlantic em soltar o primeiro ‘home video’ do grupo. Lançado em 1991, o VHS com uma hora de duração levou também o nome Lean Into It e deu aos fãs os três clipes gravados até então, músicas gravadas ao vivo no Japão e cenas de bastidores, entre outras coisas.

Mas foi mesmo To Be With You que colocou o grupo no mapa. O 19º posto no Mainstream Rock Tracks e, claro, o lugar mais alto do pódio no The Billboard Hot 100 levaram o Mr. Big de nome emergente ao status de grande banda. Apesar disso, a canção acabou gerando um estigma. Havia muito Hard Rock e até mesmo músicas arrasa-quarteirão – vide Addicted To That Rush e Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song) – no repertório, mas para muita gente a banda fazia apenas baladas.

PROFILE – FERNANDA LIRA (NERVOSA)

Por Ricardo Batalha

Primeiro disco que comprou:

“No mesmo dia, Blizzard Of Ozz do Ozzy e Branded And Exiled do Running Wild.”

POSTER – ARCH ENEMY

Por Redação

Arch Enemy

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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