Dentro da música há várias formas de se construir uma carreira de sucesso e perpetuar o nome. Tudo depende de fatores como material produzido, ética de trabalho, base de fãs, contatos e variáveis nem sempre controláveis…
Edição #212
R$29,00
Em estoque
EPICA
Dentro da música há várias formas de se construir uma carreira de sucesso e perpetuar o nome. Tudo depende de fatores como material produzido, ética de trabalho, base de fãs, contatos e variáveis nem sempre controláveis. Há quatorze anos no mercado, o Epica vem trabalhando incansavelmente para for talecer seu nome no vasto mundo do Metal e uma das alternativas encontradas para isso, além do constante lançamento de discos, foi criar o seu próprio festival – o “Epic Metal Fest”. Além de promover o festival, o grupo holandês comemora o lançamento de seu sétimo álbum de estúdio, Holographic Principle, trabalho que, assim como The Quantum Enigma (2014), tem suas letras baseadas na ciência. Temática lírica complexa, arranjos sinfônicos e guitarras pesadas definem a proposta musical de uma banda que busca sempre mais. Prestes a desembarcar no Brasil para uma festa especial de lançamento, o guitarrista e vocalista Mark Jansen e a vocalista Simone Simons falaram com a ROADIE CREW e deram todos os detalhes do que está por vir…
ZAKK WYLDE
Zakk Wylde está em Seattle. No dia em que falamos, seria a estreia da “Generation Axe Tour: A Night Of Guitars”. Logo mais ele mostraria seu estilo único de tocar no Paramount Theatre ao lado de Steve Vai, Yngwie Malmsteen, Nuno Bettencourt e Tosin Abasi. Zakk tinha acabado de fazer várias datas da “Experience Hendrix 2016 Tour”, na qual apresentou suas versões de Purple Haze, Manic Depression e outros clássicos de Jimi Hendrix ao lado de nomes como Dweezil Zappa, Buddy Guy, Eric Johnson e Kenny Wayne Shepherd. Mais no início do ano, em fevereiro, ele participou do “Axes & Anchors”, primeiro cruzeiro marítimo focado em guitarristas. Ao seu lado estavam Marty Friedman, Alex Skolnick e vários outros virtuosos durante um evento de cinco dias que não compreendeu apenas show, mas também jams que avançaram pela madrugada e concursos entre os fãs. Além disso, Zakk lançou o disco Book Of Shadows II, que traz o guitarrista numa versão mais calma e sossegada em músicas que mostram o Neil Young que existe dentro dele – o repertório tem muito mais a ver com The Band do que com Black Label Society. Então, quando ele atende o telefone e pergunta o que ando fazendo, digo que estou “andando o mais rápido possível pra ver se consigo lhe acompanhar.” “Bem, você vai precisar tomar esteroides pra isso”, ele ri. Verdade… Então, só me resta entrevistá-lo…
PERIPHERY
Uma banda pode ser a extensão da personalidade de apenas um único integrante ou a combinação de seis, como no caso dos norte-americanos do Periphery. Há seis anos o grupo chamou atenção ao estrear com seu disco homônimo e vem construindo seu nome por meio de lançamentos frequentes e ousados. O fato é que Mark Holcomb (guitarra), o nosso entrevistado, e seus companheiros pertencem a uma nova geração que enxerga o Heavy Metal com muita personalidade. Das afinações de guitarra ao uso da tecnologia nas composições e promoção dos discos o Periphery apostou na atitude “faça você mesmo” como caminho para a solidificação de seu nome no cenário. O novo disco, Periphery III: Select Difficulty, vem numa época em que o grupo já conta com uma estrutura sólida, mas nem por isso age como se o jogo estivesse ganho…
EDU FALASCHI
Todo mundo conhece Edu Falaschi, o cantor que, depois de passar por bandas como Mitrium, Venus e Symbols, acabou assumindo a complicada missão de substituir Andre Matos no Angra. Depois de doze anos com a banda, nos quais gravou quatro álbuns, um EP e um DVD/CD ao vivo, Edu teve uma participação que ele mesmo define como desastrosa à frente do Angra no “Rock In Rio” 2011 e em maio do ano seguinte anunciou sua saída da banda. Após um tempo recluso, voltou com o Almah no mesmo festival em 2013 e, a partir de então, foi paulatinamente retomando sua carreira, que agora completa 25 anos. A data está sendo celebrada com o disco Moonlight, em que ele reinterpreta temas consagrados do Angra (e uma faixa do Almah) em formato acústico. Sem medo de falar de tudo que aconteceu com ele durante esse período, Edu contou os altos e baixos de sua carreira (que ele chegou a pensar em abandonar) e a volta por cima, que o coloca segundo suas palavras, no melhor momento de sua trajetória. “Só vão pisar em você se você se deitar”, afirma ele. Com vocês, Edu Falaschi…
STEVEN TYLER
Aos 68 anos, Steven Tyler continua a surpreender. Os fãs do Aerosmith não esconderam o espanto ao saber que o vocalista estava trabalhando num disco solo de Country, We’re All Somebody From Somewhere. Só que uma ouvida mais isenta do trabalho da banda deixa claro que a Country Music está no DNA no quinteto de Boston. Desde temas mais antigos, como Seasons Of Wither e Dream On, até hits incontestáveis dos anos 80, a exemplo de Cryin’, Amazing e What It Takes, possuem inegáveis ligações com o Pop Country americano. E como se isso não bastasse, o novo disco ainda traz uma versão reestilizada de um dos maiores sucessos do Aerosmith, Janie’s Got A Gun. Tyler falou sobre o novo disco e muito mais…
DORO
São três décadas de história – de fato, 2016 marca o 34º aniversário. Mesmo assim, a Rainha do Metal ainda parece uma postulante ao trono. Doro Pesch não é apenas uma das pessoas mais simpáticas que você pode conhecer no mundo da música pesada, é também de uma humildade que deveria contagiar todos os seus pares, sem exceção. E tudo isso transborda quando fala do trabalho que ela e sua banda – Bas Mass e Luca Princiotta (guitarras), Nick Douglas (baixo), Harrison Young (teclados) e Johnny Dee (bateria) – lançaram para comemorar os seus trinta anos de estrada. Strong And Proud – 30 Years Of Rock And Metal é daqueles produtos essenciais para quem curte Heavy Metal. Tem um ótimo e extenso documentário, alguns extras e, claro, shows. Um no ‘Wacken’ e dois em Düsseldorf (ALE), sua cidade natal, onde foram realizadas as apresentações Classic, com uma orquestra de quarenta peças, e Rock – material dividido em três DVDs (ou dois Blu-rays) e um CD. Em uma animada conversa com a ROADIE CREW, a vocalista alemã passeou por tudo isso e um pouco mais, incluindo um momento de pura emoção ao se lembrar de Lemmy Kilmister…
FLOTSAM AND JETSAM
Não é difícil encontrar por aí defensores da renovação do Heavy Metal. Justo. O perigo é quando esses defensores começam a achar que a verdade se encontra apenas nos novos nomes da música pesada. O discurso vira um castelo de areia, e o novo trabalho do Flotsam And Jetsam, homônimo, é uma daquelas ondas que chegam derrubando tudo: é o Thrash Metal de fôlego renovado, mas sem medo de abraçar os anos 80. Resumindo, dá para dizer simplesmente que Eric A.K. (vocal), Michael Gilber t e Steve Conley (guitarras), Michael Spencer (baixo) e Jason Bittner (bateria) gravaram um dos melhores discos de Metal lançados em 2016 – para desespero daquela gente moderna. A ROADIE CREW foi atrás de Spencer para saber mais detalhes sobre Flotsam And Jetsam, o álbum. Vários detalhes, realmente. Muito bom de papo, o baixista ‘old school’ fez um passeio pela história do quinteto. Confira os melhores momentos!
FATES WARNING
Chega a ser paradoxal. O nível de exigência e o controle total da situação podem ser vistos como arrogância, mas essa ideia se perde com a excessiva humildade diante do que representa o Fates Warning. E estamos falando de Jim Matheos, o guitarrista, principal compositor e mentor do quarteto americano completado por Ray Alder (vocal), Joey Vera (baixo) e Bobby Jarzombek (bateria). Em papo com a ROADIE CREW para falar de Theories Of Flight, o novo trabalho de um dos pilares do Progressive Metal, Matheos mostrou o quão sério é em relação à música que cria. E se o grupo deveria estar entre os grandes do Heavy Metal, apenas os fãs se importam. Para Matheos, o que vale é o legado. Leia e entenda…
HUMAN FORTRESS
Quando a banda alemã Human Fortress surgiu lançando Lord Of Earth And Heavens Heir (2001), o Power Metal estava em alta e o que mais se via eram bandas buscando seu espaço no mercado. Passados todos esses anos, o grupo atualmente formado por Gus Monsanto (vocal, Symbolica, ex-Adagio e outros), Torsten Wolf (guitarra e vocais de apoio), Volker Trost (guitarra), Andre Hort (baixo), Apostolos “Laki” Zaios (bateria) e Dirk Liehm (teclados) lança seu quinto álbum de estúdio. Thieves Of The Night chega num momento de reafirmação, pois, após encarar uma derrapada em Eternal Empire (2008) e ter seu futuro como incerto, o grupo incorporou o brasileiro Monsanto e lançou Raided Land (2013), dando o seu primeiro passo no reencontro do seu caminho. Monsanto, Wolf e Liehm nos contam mais sobre aquele que promete ser o trabalho de destaque do grupo…
SUIDAKRA
Inovar no Metal, mesmo que de forma complementar, é assunto sério e delicado, pois pode expandir os limites ou manchar o histórico de uma banda. Depois de onze álbuns de estúdio, os alemães do Suidakra decidiram ousar ao agregar o personagem guerreiro Odoric, do ilustrador Kris Verwimp, em seu novo álbum, Realms Of Odoric. Este novo disco surge três anos depois da parceria entre o líder Arkadius Antonik e Verwimp no desenvolvimento do projeto orquestrado, também batizado de Realms Of Odoric (2014). Apesar do envolvimento profissional entre Kris e o Suidakra ser de longa data na arte das capas e letras dos discos, desta vez, como declara Arkadius em entrevista para a ROADIE CREW, houve a adição do elemento pessoal e a preocupação em ir além de simplesmente contar uma história…
DIAMOND HEAD
Foi graças ao Metallica que muitos fãs de Heavy Metal, este que ‘vos escreve’ incluído, acabaram conhecendo bandas que influenciaram James Hetfield & Cia., como Blitzkrieg, Misfits e Diamond Head. Criado na Grã-Bretanha há quarenta anos pelo guitarrista Brian Tatler, o Diamond Head acaba de lançar mais um disco, simplesmente chamado Diamond Head, o primeiro em quase uma década e apenas o sétimo de sua história. E há sangue novo nesse mais recente capítulo de sua trajetória, já que é o primeiro trabalho com o novo vocalista, Rasmus Bom Andersen. Tão importante quanto isso é o fato de a banda ter conseguido um equilíbrio perfeito entre o moderno e o tradicional, já que a sonoridade remete diretamente à New Wave Of British Heavy Metal. Nesta entrevista, Brian Tatler fala sobre o novo álbum, o novo ‘frontman’ e chega a comentar sobre aquela banda da Bay Area que o Diamond Head influenciou….
SEMBLANT
Os curitibanos do Semblant apresentam-se como mais uma prova incontestável da qualidade e, principalmente, do potencial criativo da música pesada produzida no Brasil. O grupo estreou com o EP Behold The Real Semblant (2006), que abriu caminho para o álbum de estreia, Last Night Of Mortality (2010). Veio o EP Behind The Mask (2011), que apresentou uma musicalidade que foi consolidada com Lunar Manifesto (2014). Com o mais recente álbum, a banda “ganhou” o mundo, obtendo excelente aceitação em diversos países. Agora, com relançamento marcado nos Estados Unidos e Europa pela EMP Label Group (gravadora de David Ellefson, do Megadeth), Mizuho Lin e Sergio Mazul (vocais), Sol Perez e Juliano Ribeiro (guitarras), Thor Sikora (bateria) e J. Augusto (teclados) aproveitam a boa fase e pretendem partir para turnês internacionais. Os vocalistas Sergio e Mizuho contam mais detalhes a seguir…
HANGAR
Os fãs esperaram quase sete anos por um novo disco, e o Hangar não os decepcionou. Depois de Infallible (2009), Stronger Than Ever resgata e reforça o peso de The Reason Of Your Conviction (2007), adicionando também elementos de outros estilos, principalmente Prog Metal. Pedro Campos (vocal), Cristiano Wortmann (guitarra), Nando Mello (baixo), Fábio Laguna (teclados) e Aquiles Priester (bateria) moldaram um trabalho que vai ao encontro do gosto dos admiradores, mas com a possibilidade de despertar o interesse de novos seguidores. Por e-mail, Priester esmiuçou detalhes do trabalho e, bem ao seu estilo, conseguiu criar mais uma polêmica. Agora com este repórter, uma vez que não gostou da nota 8,5 atribuída ao álbum na ed. #211 da ROADIE CREW. O baterista achou pouco. Uma nova pergunta foi enviada, e num primeiro momento Aquiles não quis responder, dizendo que a sua reclamação poderia ser excluída. Um músico querendo pautar o jornalista – pena que o próprio tenha adiado algumas vezes uma entrevista que seria realizada por Skype ou telefone. Mas ele resolveu responder. Disse que esperava uma nota 10, porque assim o leitor não perderia o interesse na banda.
Sim, você não leu errado. O leitor perde o interesse com uma nota 8,5… OK, vamos falar de fundamento e coerência, caro Aquiles. Sim, existem discos perfeitos, por isso eles são chamados de obras-primas, o que definitivamente, para mim, não é o caso de Stronger Than Ever. Dou nota máxima para Heaven And Hell, Machine Head, Master Of Puppets, Highway To Hell, Operation: Mindcrime, Powerslave, The Black Halo, Dead Heart In A Dead World, Pale Communion, VII: Sturm Und Drang e vários outros, de diversas épocas. Se você acha que os álbuns do Hangar estão no mesmo patamar, parabéns. Mas da mesma maneira que não me sinto capaz de dizer como você tem de tocar bateria, tenho certeza de que você não é capaz de dizer como eu devo fazer o meu trabalho. Portanto, deixemos o julgamento ao leitor, uma vez que uma pauta profissional e bem pensada acabou sendo deixada de lado…
JAILOR
Dez anos depois o Jailor volta ao cenário com Stats Of Tragedy, seu segundo ‘full length’. A ROADIE CREW conversou com o vocalista Flavio Wyrwa para saber por qual motivo a banda de Curitiba (PR) precisou desse tempo todo para retomar a carreira iniciada com Evil Corrupts (2005). A nova formação, que inclui os guitarristas Guima e Daniel Hartkopf, além do baixista Emerson Niederaurer e do baterista Jefferson Verdani, produziu um dos melhores álbuns de 2016, com quase 45 minutos em que o Thrash Metal impecável se renova e amplia a sempre eficiente safra de gr upos do Sul do Brasil….
EDITORIAL
Aprendendo a lidar com a tolerância
Os anos passam e a tendência natural é que cada vez mais prevaleça a serenidade nas atitudes e na interpretação dos fatos que de alguma forma afetam o dia-a-dia das pessoas. Isso significa a chegada da maturidade. Existem vários exemplos de figuras que foram símbolos de rebeldia e extravagância na juventude e que ao atingirem a idade da razão se tornaram modelos de comportamento equilibrado e defensores de causas consideradas nobres. Quem não se impressionava com as estripulias promovidas pelos membros do Led Zeppelin durante suas turnês na década de 1970? Atualmente Jimmy Page e Robert Plant são merecidamente reconhecidos como verdadeiros ‘lordes’, e são, de fato, senhores de respeito. Mas existem casos em que essa mudança é puro exercício de marketing pessoal e alguns ‘velhinhos’ que continuam sendo imaturos apelam para a hipocrisia do ‘politicamente correto’ para tentar passar uma imagem que consideram positiva.
Quem chega à condição de idoso pode ter duas formas de reagir às situações a que são expostos nesta fase da vida. Uma delas é a aplicação da sabedoria ao administrar os percalços, utilizando da maneira correta a experiência e o bom senso como instrumentos para resolver seus problemas – o Sr. Leonardo Belmiro, pai do Ito, guitarrista da minha segunda banda, foi um ícone neste sentido para mim. Por outro lado, o peso dos anos pode fazer o idoso se tornar amargo e revoltado, como o personagem ‘Seu Saraiva’, símbolo do ‘pavio curto’ e da ‘tolerância zero’, criado pelo comediante Ary Leite e vivido também pelo ator Francisco Milani em programas humorísticos.
O que me fez refletir sobre esse assunto foi a leitura durante a revisão final da ROADIE CREW deste mês, pois nesta edição aparece em duas matérias o nome de um gênero musical que eu sempre abominei: Bossa Nova. Algumas opiniões são carregadas pela vida toda e o amadurecimento não interfere em certos sentimentos, por isso continuo abominando esse tipo de música. Meu lado “Leonardo Belmiro” sugere que eu tenha paciência e que me lembre que existem coisas ainda piores que isso (o funk ostentação, o sertanojo universiotário, são exemplos perfeitos). E meu lado “Seu Saraiva” fica provocando ao trazer à memória as atitudes arrogantes de cantores sem voz e compositores de uma nota só. Não adianta, continuo não engolindo esse estilo que até no nome é defasado no tempo (“bossa” é uma gíria dos anos 60, portanto não é mais “nova”), e como gíria sempre tem prazo de validade muito curto usar esse termo é o mesmo que os fãs de Pop nacional saírem hoje dizendo por aí que o novo disco do Roberto Carlos “é uma brasa, mora!” e que vai ser o sucesso dos bailinhos no final do ano.
Acreditando que a teoria que citei acima ainda pode surtir efeito sobre mim, digo ao pessoal do Seu Juvenal e ao meu amigo Edu Falaschi que confio no taco de vocês e sei que vou curtir o material novo, afinal o conteúdo dos lançamentos é preponderantemente Rock.
Airton Diniz
CENÁRIO
SILENT CRY: EM BUSCA DA TRANSCENDÊNCIA
Formado na “década de ouro” do Doom Metal, o Silent Cry é fiel ao estilo desde 1993, a partir da obscura demo Tanatófilo, Opulente Plenilúnio. E, ao contrário de muitos grupos underground daquele período, criou uma carreira marcante com álbuns importantes como Remembrance (1999), Goddess Of Tears (2000), Dance Of Shadows (2002), Darklife (2005) e o DVD Dark ‘N’ Live (2007). Agora, contando com Dilpho Castro (guitarra e vocal), Joyce Vasconcelos (vocal), Roberto Freitas (baixo) e Douglas Nilson (guitarra), os ‘doomers’ de Governador Valadares/MG lançam Hypnosis. O mentor e membro original, Dilpho Castro, fala sobre o novo trabalho e as perspectivas atuais da banda…
OCULTAN: ÉPICO, SOTURNO E MALÉFICO
Oriundo do ABC paulista, o hoje quarteto Ocultan é dono de uma carreira produtiva. Lá se vão mais de duas décadas de estrada, demos, álbuns ao vivo, um DVD e oito discos de estúdio. Sem apontar sinais de estagnação, C. Imperium (vocais), Lady Of Blood (guitarra), Kazoth Bey (baixo) e Malus (bateria) mostram uma banda com sede de conquistas, que atingiu seu ápice em Nexion Chaos, mais recente trabalho de estúdio. Unindo a brutalidade e a rispidez de seus primeiros tempos com elementos épicos, o grupo mostra que é possível evoluir sem abrir mão de suas raízes. Neste bate papo com o vocalista C. Imperium, ele nos fala sobre a citada evolução musical, as mudanças de formação e o lado nórdico do Black Metal…
TIMOR TRAIL: PRIMANDO PELO PESO
Originada de um encontro peculiar entre músicos das cenas Thrash e Gothic Metal brasileiras, o Timor Trail buscou inspiração em introspectivas harmonias “sabbathicas” para criar uma sonoridade que funde Doom Metal e Stoner Rock. Do Thrash, veio o ex-By War Adriano Perfetto (vocal e guitarra) e do Gothic, o guitarrista Ricardo Baptista (ex-Laudany) que, juntamente com Cesar Lopes (baixo) e Edill Alexandrino (bateria), lançaram o EP homônimo no ano passado e preparam o ‘debut’ para 2017. Perfetto e Baptista falam mais sobre essa nova banda no cenário musical nacional…
JÄILBÄIT: DESISTIR JAMAIS
Jäilbäit, banda de Paripueira (AL), quase não saiu do papel quando Zenitilde “Zeno” Neto (vocal), Adailton Jr. (guitarra), Wilson Santos (baixo) e Cleyton Alves (bateria) resolveram montá-la, pois os músicos já haviam tentado diversos projetos sem êxito. Felizmente, agora a história é diferente e o quarteto além de apresentar o seu primeiro álbum, Who Da Fuck Are You?, já atraiu atenção no cenário local também com suas produções em vídeo, destacando o trabalho de Cleyton, que também é ator e diretor de teatro e cinema. Confira a interessante história da banda…
MARCIO SANCHES: MÚSICA FEITA COM O CORAÇÃO
O tempo de estrada pode levá-lo a vários caminhos. Porém, a trilha mais indicada a seguir é aquela em que o músico faz as coisas com o coração, sem dar bola para o que anda rolando no mercado. Assim se pode definir a carreira do guitarrista Marcio Sanches. Com passagem pela banda Krusader e participações em trabalhos de músicos conceituados como Ricardo Parronchi (Destra) e Edinho Santa Cruz, o músico lançou em 2014 seu primeiro álbum solo. Apesar de instrumental e de ter momentos dedicados às seis cordas, o trabalho foge do esquemão autoindulgente, privilegiando o feeling e proporcionando ao ouvinte uma audição tranquila. A seguir, o músico nos fala um pouco da sua carreira, planos futuros e a amizade com o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser….
THE CROSS: A FÊNIX BRASILEIRA DO DOOM METAL
Nascido em uma época de efervescência Doom Metal mundial, o The Cross foi uma das primeiras bandas desse estilo no Brasil. O ano era 1990, o mesmo da criação de alguns “monstros” como My Dying Bride e Anathema. A estreia oficial ocorreu em 1993, com a demo The Fall, hoje considerada um dos mais importantes registros de Doom Metal nacional. Porém, diante de diversas instabilidades, a banda paralisou suas atividades em meados da década de 90. Em 2006, houve uma tentativa de retomar os caminhos funéreos do Doom, no entanto, o êxito do renascimento só foi atingido em 2014. Agora, com o EP Flames Through Priests (2015), Eduardo Slayer (vocal), Felipe Sá (guitarra), Mario Baqueiro (baixo), Louis (bateria) e Paulo Monteiro (guitarra, substituindo Elly Brandão, falecido em abril último) estão novamente prontos para uma verdadeira jornada ao âmago do Doom Metal. O mentor e vocalista Eduardo Slayer fala sobre passado, presente e futuro do The Cross…
SEU JUVENAL: TRANSGRESSOR
Quem espera por uma banda bonitinha, de som redondo e fácil entendimento, não encontrará na fórmula proposta pelos mineiros do Seu Juvenal em seu terceiro disco. Rock Errado é uma mistura de estilos, circulando por áreas que vão desde o Metal até a Bossa Nova, dando a impressão de que o disco foi feito em animadas ‘jam sessions’ entre Edson Zacca (guitarra, violão e voz), Bruno Bastos (vocal), Alexandre Tito (baixo) e Renato Zaca (bateria). Essa é uma prova de que a banda não tem medo de errar na hora de fazer música e, por definição, cria e toca somente aquilo que seus componentes gostam. Zacca fala de Rock Errado, que tem ingredientes que muitos têm esquecido de colocar em prática: espontaneidade, tesão e fúria…
THE SISTERS OF MERCY: INCANSÁVEL
Apesar de contar com apenas três discos de estúdio, os ingleses do The Sisters Of Mercy construíram uma carreira e uma base de fãs que perpetua há três décadas. Graças à forte personalidade de sua música, o grupo influenciou o movimento chamado Gothic Rock, além de bandas de Gothic Metal e outros estilos. Prestes a desembarcar no Brasil para uma série de shows, o fundador e vocalista Andrew Eldritch conversou coma ROADIE CREW…
ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA
20 ANOS DE HOLY LAND
Olá a todos da ROADIE CREW! Bem, estou enviando esse e-mail para dar os parabéns a todos pela edição sobre os vinte anos de Holy Land. Lendo a matéria (que por sinal ficou maravilhosa), me despertou uma vontade de ouvir o álbum novamente. Sabe como é, a gente vai comprando outros álbuns, descobrindo novas bandas e fica um tempo sem ouvir os discos mais antigos que a gente tem. E eu me emocionei ouvindo esse maravilhoso álbum. Lembro como se fosse hoje o dia em que eu o comprei, foi no ano de 2008. Curto Metal há doze anos, desde meus 12 anos de idade, e só fui descobrir o Angra em 2007! Moro no interior e as coisas há uns anos atrás eram difíceis. A gente não tinha contato com internet direito, ainda mais eu que moro na zona rural. Lembro que todo mês eu ia com meu pai na cidade vizinha e comprava um CD do Angra, na loja tinha toda a coleção e eu ficava rezando pra ninguém ir lá e comprar na minha frente até chegar o próximo mês… Lembrou-me meus tempos de escola, os planos que eu tinha para o futuro, até os amigos que curtiam Metal e hoje odeiam, de pensar se teria oportunidade de ver algum integrante com suas respectivas bandas ao vivo (sonho que realizei graças ao “Roça’n’Roll”, inclusive meu Holy Land é autografado pelo Andre). Imagino o que ele causou quando lançado em 1996 e as emoções que causa hoje em dia para quem o escutou naquela época. Então, quero agradecer a vocês pela matéria e por me despertar a vontade de ouvir esse clássico novamente! Pra mim é, sem dúvida, o melhor álbum do Angra – gostaria muito que eles se reunissem pelo menos para um show e tocassem Holy Land inteiro! Seria demais! Continuem com esse belo trabalho e vida longa ao Angra, Andre Matos e a todos que fizeram parte desse álbum. Beijos pra todos vocês.
Bianca Nascimento
Barroso/MG
Oi, Bianca. Muito legal ler seu depoimento. E você tem razão, o impacto que Holy Land causou na época foi muito forte, principalmente no exterior – sendo que aqui no Brasil, o disco fez dois mundos colidirem: muitos amaram, alguns detestaram… Uma reunião com a banda toda parece ser impossível, mas tanto o Angra (contando com Ricardo Confessori e Luiz Mariutti como convidados) como Andre Matos estão levando o repertório do disco aos palcos. Se tiver oportunidade, confira! Escreva sempre. (Antonio Carlos Monteiro)
BACKSTAGE/BROTHERHOOD/STAY HEAVY/BATALHA
Backstage/Brotherhood/Stay Heavy/ Campo de Batalha
Backstage
Vitão Bonesso
Quase aconteceu, mas alguma coisa deu errado… (Parte 2)
No mês anterior, comentamos sobre o que viria a ser o supergrupo HELP, formado por Jimi Hendrix, Keith Emerson, Greg Lake e Carl Palmer. Nesta edição, vamos dar sequência à série “Quase aconteceu…” falando sobre o que viria a ser outro supergrupo, o XYZ, que não durou mais que algumas jams.
O nome XYZ significava ex-Yes And Zeppelin. Isso mesmo, a banda seria formada por ex-integrantes do Yes e do Led, que havia encerrado suas atividades em decorrência da morte do baterista John Bonham, ocorrida em 25 de setembro de 1980. Já o Yes, depois de lançar o álbum Drama em agosto de 1980 e de uma turnê mal recebida pela crítica e pelos fãs, resolveu também sair de cena. Pouco antes do Natal daquele ano, o saudoso baixista do Yes, Chris Squire, conheceu o ex-guitarrista do Led Zeppelin, Jimmy Page. Ambos estavam à procura do que fazer, em especial Squire, que já tinha ideia de formar uma nova banda tendo como baterista o também ex-Yes Alan White e o ex-tecladista do Greenslade, Dave Lawson. Page, por sua vez, considerou contar com os vocais do ex-companheiro de banda, Robert Plant.,.
Brotherhood
Luiz Cesar Pimentel (*)
Brasil Heavy Metal, que pena
Não sou cineasta ou documentarista e escrevo da mais que confortável posição de engenheiro de obra pronta, da perspectiva do que faria caso fosse eu a dirigir o filme “Brasil Heavy Metal”, que retrata a história da cena nos anos entre 1980 e 89. E juro que escrevo com o maior carinho do mundo, pois torço para todas iniciativas no cenário e no gênero, já que sei bem que 100% nascem com a (boa) intenção artística e zero de pretensão comercial.
A verdade é que o filme fica devendo. E muito.
Como Ricardo “Micka” Michaelis, vivi intensamente os anos 80 no Metal brasileiro. Ele, do palco na época, com seu bom grupo Santuário. Eu, mais do público, já que meu talento e dos grupos que tentei formar não poderiam ser classificados realmente de talento.
Há dez anos, quando soube que o documentário estava sendo rodado, até entrei em contato com ele, pois queria desde então escrever um livro sobre a história do Metal nacional, coisa que iniciei embrionariamente com meus camaradas Daniel Dystyler, Rafael Masini e Nando Machado, do Wikimetal, e que dou prosseguimento só agora.
À ocasião o Micka não se animou em compartilhar alguns contatos, pois segundo ele o filme seria lançado junto a um livro no ano seguinte, algo assim. Respeito a decisão e em momento algum torci menos para que fosse um baita produto…
Stay Heavy Report
Cintia Diniz e Vinicius Neves (*)
Heavy Metal nas Olimpíadas
Não, não estamos falando dos preciosos metais pesados utilizados na confecção de medalhas. Os Jogos Olímpicos Rio 2016 mal se encerram e já deixam saudades… Apesar de todas as mazelas de nosso país, podemos afirmar que o saldo final do evento foi positivo! E não é que até Heavy Metal foi trilha sonora das Olimpíadas?!
A dupla japonesa de nado sincronizado, Yukiko Inui e Risako Mitsui, apresentou no dueto feminino com um medley de músicas do Kamelot, em suas versões originais. As músicas utilizadas foram Karma (do álbum homônimo, 2001), The Spell (também de Karma) e Ghost Opera (do álbum homônimo, 2007). As japonesas já haviam feito essa mesma apresentação durante sua participação no ano passado no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos organizado pela FINA, em Kazan (RUS). Inui e Mitsui esperavam pela primeira medalha olímpica desde Emiko Suzuki e Saho Harada, que ganharam bronze em 2008 em Pequim. Levaram o bronze também! O Heavy Metal deu sorte.
E parece que o Metal faz mesmo sucesso nas piscinas. A equipe australiana de nado sincronizado anunciou que se apresentaria ao som de uma versão orquestrada da música Last Ride Of The Day (do álbum Imaginaerum, 2012) do Nightwish…
Campo de Batalha
Ricardo Batalha (*)
A “jaqueta do Kiss”
Há dez anos, o guitarrista Leo Leoni e o saudoso vocalista Steve Lee, integrantes da banda suíça de Hard Rock Gotthard, estiveram no Brasil pela primeira vez. Fizeram a viagem para promover o lançamento do CD e DVD ao vivo Made In Switzerland – Live In Zürich. Além de atender à imprensa, realizaram um show acústico no Manifesto Bar (SP), que também tinha o objetivo de promover o festival “Live N’ Louder”, que seria realizado em outubro daquele ano. Com a ajuda do amigo Gerard Werron, da gravadora Nuclear Blast, eu e Claudio Vicentin tínhamos feito matérias exclusivas com os músicos no hotel onde estavam. Mas uma coisa jamais sairá da minha mente: a simpatia desses suíços.
No dia do show acústico, fiquei como DJ, como costumava fazer no Manifesto Bar antes de Edu Rox, que hoje comanda essa parte na casa. Estava no palco colocando muito Hard Rock. Naquele dia, estava usando uma jaqueta jeans que tinha uma imagem do Kiss nas costas…
BLIND EAR – TOMI JOUTSEN (AMORPHIS)
“Isso deve ser Danzig. Reconheci pelo som da bateria e da guitarra, mas quando Glenn começou a cantar ficou óbvio. Eu não tenho acompanhado tanto atualmente, mas ouvi muito o álbum Danzig 4 (1994), em que eles trabalharam com o produtor Rick Rubin. Esse e o primeiro, Danzig (1988), são provavelmente os meus preferidos. Acho que Glenn Danzig tem uma voz única e é carismático, apesar de alguns o detestarem. Além disso, eu curto o estilo primitivo do baterista (N.R.: Joey Castillo). Ele parece um neandertal e bate como um animal. Não é dos mais técnicos, mas sabe tirar um som bem orgânico da bateria!”
Her Black Wings
Danzig – Danzig II: Lucifuge
ETERNAL IDOLS – TOMMY RAMONE
Que nossos ídolos estão morrendo não é mais novidade para ninguém. Mas chega um ponto em que bandas inteiras acabam passando para “o outro lado”. Depois do Jimi Hendrix Experience, a primeira formação de renome a já estar inteira fazendo um som em outra dimensão é o Ramones em sua formação original – depois de, pela ordem, Joey, Dee Dee e Johnny, o batera Tommy Ramone se encarregou de completar o time.
Nascido em 29 de janeiro de 1949 em Budapeste, na Hungria, Tamás Erdélyi era filho de dois fotógrafos profissionais judeus que haviam sobrevivido ao Holocausto. Como desgraça pouca é bobagem, em 1956 eclodiu a Revolução Húngara, movimento popular revolucionário que protestava contra a ingerência da União Soviética no país, o que acabou gerando em verdadeiros banhos de sangue, vitimando tanto revoltosos como integrantes de tropas do governo…
RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY
Nesta edição:
Absolem
Alkerdeel
Almah
Arctic
As_Do_They_Fall
Basttardos
Blood Red Throne
Blues Pills
Burnkill
Cult Of Luna With Julie Christmas
Devil To Pay
Devildriver
Dfront
Dicephalus
Discharge
Doro (DVD)
Epica
Equilibrium
Erudite Stoner
Galween
Grey Wolf
Heart
Heavenwood
Hobbs’ Angel Of Death
Illdisposed
Iron Savior
Jackyl
Kvelertak
Lobotomia
Meliah Rage
Motorowl
Mr.Ego
Myrkur
Orpheum
Periphery
Roadie Metal Vol.7
Sahg
Skeletonwitch
Skyforest
Soilwork
Steve Vai
Steven Tyler
Suidakra
Tarja
The Black Rook
The Dead Daisies
The Redneck Brotherhood
Toyshop
Tributo Harppia
Vicious Rumors
Whipstriker
Winterfylleth
Yekun
Zlatanera
GARAGE DEMOS
Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]
Nesta edição:
Atlantis
Hot Foxxy
Metal Infect
Moymondo
Sephion
HIDDEN TRACKS – NATTVINDENS GRÅT
Em fins da década de 80 e sobretudo no início da década seguinte, eram dados os primeiros passos naquilo que tornaria a Finlândia em um dos principais centros produtores e consumidores de Heavy Metal no mundo. Se antes o Hanoi Rocks ou os grupos de Hardcore como Kaaos, Rattus, Tampere SS, Terveet Kädet e Lama eram os mais comentados, bandas como Impaled Nazarene, Beherit e tantas outras davam os seus primeiros passos naquele período. Algumas delas acabariam se tornando clássicas, ao passo que outras permaneceram como eternas bandas ‘cult’ no repertório de seletos grupos de headbangers ao redor do mundo. Uma delas atendia pelo nome de Darkwoods My Betrothed, responsável por um Black Metal com forte característica épica e que conta com três potentes álbuns em sua discografia…
CLASSICOVER – LADO B+
ClassiCover – Lado B+
Walkin’ The Dog
Ricardo Batalha
Décadas antes de se tornar um prato cheio para fofocas e brigas judiciais que cairiam bem para programas como TV Fama da Rede TV!, a “Kombi do Ratt” andava bem. O tanque estava cheio e o veículo em perfeito estado para rodar os Estados Unidos propagando o melhor do Hard Rock naquele início de década de 80. Tendo sempre o Aerosmith como uma de suas referências, não foi surpresa que Stephen Pearcy (vocal), Robbin Crosby e Warren DeMartini (guitarras), Juan Croucier (baixo) e Bobby Blotzer (bateria) escolhessem Walkin’ The Dog para fazer uma versão em seu EP de estreia, Ratt (1983). Porém, seria o cover do cover… “Nós incluímos Walkin’ The Dog, um clássico antigo do Blues, principalmente…
Lado B+
Beyond My Dead Dreams (Overdose)
Valtemir
Um dos principais e mais reverenciados nomes do Metal brasileiro, o Overdose sempre gozou de uma situação peculiar dentro do nosso cenário metálico. Formado por músicos altamente gabaritados tanto técnica quanto criativamente, a banda nunca se furtou ao seu papel de pioneirismo. Assim, soube como poucas reinventar seu som sem cair na mesmice e sem se tornar uma paródia de si mesma. Após o histórico split Século XX, lançado junto com o Sepultura em 1985, e três discos de qualidade inquestionável, o grupo apresentou em 1992 o abissal Circus Of Death.
Dotado de fortes elementos Thrash que variavam desde a clássica sonoridade…
COLLECTION – MACHINE HEAD
A história do Machine Head se confunde com a carreira do guitarrista e vocalista norte-americano Lawrence Matthew Cardine, mais conhecido como Robb Flynn. Após uma passagem de dois anos pelo Forbidden Evil, que na época ainda dava seus primeiros passos, Flynn juntou-se ao Vio-lence, com o qual gravou alguns dos discos clássicos da geração de ouro do Thrash Metal da Bay Area. Decidido a dar um passo ainda maior em sua carreira, ele abandonou o Vio-lence e então surgiu o Machine Head. Contando com Robb Flynn no vocal e guitarra, Logan Mader na guitarra, Adam Duce no baixo e Chris Kontos na bateria, a banda lançou seu disco de estreia, o clássico Burn My Eyes. O material causou um verdadeiro reboliço nos anos 90 e foi responsável por colocar o nome do grupo na boca de 100% dos fãs de Metal da época. De fato, não havia quem ao menos não tivesse ouvido falar do Machine Head. Assim, a banda rapidamente se tornou uma das principais promessas para a renovação da cena mundial. Desde então, uma série de alterações, tanto na formação quanto na sonoridade, vêm mantendo o nome do quarteto em alta, em meio a um…
CLASSICREW
1976
SAMMY HAGAR
Nine On A Ten Scale
Ricardo Batalha
Se Ronnie Montrose não aproveitou o talento de Sammy Hagar, o vocalista norte-americano agora estava livre para usar algumas das composições que havia criado para o Montrose, mas que não tinham sido aproveitadas. Era sua estreia solo! “Eu as fiz para o Montrose, mas Ronnie não quis nem escutá-las. Ele queria que o produtor (Ted) Templeman encontrasse material vindo de fora”, recordou o vocalista em sua autobiografia “Red – My Uncensored Life in Rock”.
Para a sua primeira empreitada solo, Hagar chamou Ted Templeman para ajudá-lo a gravar uma demo no estúdio do engenheiro de som Wally Heider. Dessas sessões saiu Silver Lights e outras que Hagar não conseguiu emplacar no Montrose. O passo seguinte dele e do empresário Jerry Berg foi levar o material…
1986
ENGLISH DOGS
Where Legend Began
Ricardo Batalha
Cinco anos antes de lançar Where Legend Began, o English Dogs era um típico grupo Punk buscando seu lugar ao sol no Reino Unido, berço de alguns dos maiores nomes daquela cena. Pete “Wakey” Wakefield, então vocalista, queria mantê-la assim, mas saiu após Mad Punx And English Dogs (EP, 1983) e Invasion Of The Porky Men (1984). Os motivos de sua saída foram “razões pessoais”, mas, na realidade, Wakey não estava confortável ao ver os caminhos de sua banda rumarem para o Heavy Metal. “O problema era que os outros três estavam deixando o cabelo crescer, e ouvir Ozzy Osbourne e Iron Maiden em viagens na van eram coisas intoleráveis…
1996
THEATRE OF TRAGEDY
Velvet Darkness They Fear
Valtemir Amler
Se você fizer uma pesquisa entre os fãs da banda norueguesa Theatre Of Tragedy perceberá que Velvet Darkness They Fear não é unanimidade como disco favorito. Isso se deve, principalmente, à excelência musical que o grupo apresentou depois em seu terceiro disco, Aégis (1998). Apesar disso, nem o mais cético dos críticos nega o status de clássico que Velvet Darkness They Fear conquistou. O segundo disco do Theatre Of Tragedy é considerado um dos mais influentes da cena e um dos melhores exemplos do momento que vivia o Gothic Metal vinte anos atrás.
Contando com produção de Pete Coleman, que já havia produzido discos de bandas como Napalm Death e Gorefest, além de ser altamente credenciado por seu trabalho junto ao Paradise Lost em obras como Icon (1993) e Draconian Times (1995), o disco apresenta uma sonoridade brilhante. Não que seja excessivamente limpa…
2006
DECAPITATED
Organic Hallucinosis
Valtemir Amler
A partir da década de 90, algo na água que era bebida na Polônia deve ter ativado um obscuro gene que transformou aquele povo em um dos mais notórios representantes da cena extrema mundial. Afinal, é de lá que vêm Behemoth, Vader, Dies Irae, Hate e, claro, o aqui abordado Decapitated. Contando então com três discos de estúdio no currículo, o quarteto formado por Adrian “Covan” Kowanek (vocal), Wacław “Vogg” Kiełtyka (guitarra), Marcin “Martin” Rygiel (baixo) e Witold “Vitek” Kiełtyka (bateria) vinha com uma sonoridade diferenciada. As reminiscências de seu passado no Technical Death Metal se mesclavam com uma pungente e aniquiladora carga de groove, tornando o som da banda ainda mais denso e mortal. Era um irresistível apelo para os novos fãs. “É como na vida”, explicava Covan. “Você nasce. Você cresce. Você aprende muitas coisas. Sua experiência de vida evolui. É o mesmo na música….
LIVE EVIL - MEGADETH
Megadeth
Espaço das Américas – São Paulo/SP
07 de agosto de 2016
Por Leandro Nogueira Coppi • Fotos: Fernando Pires
Há quem não aguente mais ouvir falar em Megadeth tocando no Brasil. Porém, esse gigante do Thrash Metal tem uma base sólida de fãs por aqui e isso faz com que nosso território seja sempre tratado pela banda norte-americana como rota obrigatória de suas turnês. Das quatorze visitas ao país, esta era a mais esperada. Não somente pela divulgação de seu décimo quinto álbum, o recém lançado Dystopia, que está muito bem em vendas e sendo considerado por fãs e imprensa como um dos melhores de sua história, mas, principalmente, por ser a primeira passagem com “nosso” Kiko Loureiro desde que o guitarrista foi anunciado na banda. Aproximadamente oito mil pessoas encheram o Espaço das Américas, mesmo local onde a banda tocou dois anos antes.
Após quarenta minutos de atraso, Long Live Rock And Roll do Rainbow, música que antecede os shows do Megadeth, deu lugar à introdução Prince Of Darkness, que rolou com imagens no enorme telão do belíssimo palco da banda. E foi assim até que o líder Dave Mustaine, seu velho companheiro David Ellefson (que tocou com o pé quebrado), Kiko e o novo baterista, Dirk Verbeuren (ex-Soilwork), surgissem tocando Hangar 18, do clássico Rust In Peace (1990)…
LIVE EVIL - ANGRA
Angra
Tom Brasil – São Paulo/SP
13 de agosto de 2016
Por Leandro Nogueira Coppi e Thiago Rahal Mauro • Fotos Ricardo Ferreira
O mês de agosto foi especial para os fãs do Angra. Primeiro, porque eles puderam matar a saudade de Kiko Loureiro que, pela primeira vez, se apresentava no país com o Megadeth e, segundo, porque a banda brasileira deu início à turnê de celebração dos vinte anos de Holy Land, um dos álbuns mais respeitados do Heavy Metal brasileiro – os fãs brasilienses foram duplamente agraciados, já que no dia 11 assistiram às duas bandas.
Em São Paulo, o Angra tocou no Tom Brasil, local em que havia se apresentado da última vez na cidade, em novembro de 2015, pela turnê do mais recente álbum de estúdio, Secret Garden (2014). Devido a problemas relacionados com o equipamento do local, o Torture Squad optou por não participar da abertura, conforme divulgou em nota.
Sendo assim, coube a Bruno Sutter realizar o ‘opening act’ com sua banda, para um número de pessoas ainda apenas razoável. Ao lado dos guitarristas Attilio Negri e Guilherme Matheus e também do jovem baterista Christian…
PLAY LIST – PAULÃO CARVALHO (VELHAS VIRGENS)
Só Pra Te Comer: “Só Pra Te Comer é dar uma revelada nas coisas que todo mundo faz pra se dar bem com alguém do sexo oposto. E a melhor história da Só Pra Te Comer é que a gente tocou ela ao vivo no programa da Marília Gabriela no GNT. Eu fiquei preocupado pra caralho por cantar essa música no programa da Marília, que é uma mulher inteligente, independente. Pensei que ela ia me esculhambar. Então, fui falar com ela antes do programa, explicar qual era a da música. E ela falou: ‘Ah, eu faço a mesma coisa com os garotinhos que eu pego.’ (risos)”
Álbum: Foi Bom Pra Você? (1995)
BACKGROUND – ENSLAVED - PARTE FINAL
Claustra Transeundum
No início da década de 90 uma profunda transformação ocorreu no cenário metálico norueguês. Muitas bandas que antes se dedicavam a outros estilos, principalmente o Death Metal, migraram de forma definitiva para o Black Metal. Quase dez anos depois, ocorreu um novo momento de transformação, desta vez sem uma ruptura, assemelhando-se mais a uma evolução natural. Toda cena musical que cresce gera “filhos bastardos” e, muitas vezes, esses apresentam novas alternativas e possibilidades em caminhos antes impensados para um estilo. “Essa distinção foi resultado principalmente das diferentes influências que temos. Não ouvimos apenas Black e Death Metal. No caso dos sintetizadores, inspiramo-nos especialmente em bandas progressivas, já que elas sabem como utilizá-los corretamente e levá-los a outro patamar na música”, destacou Grutle Kjellson.
Por mais que alguns não curtam essa metamorfose musical, ela é fundamental, pois traz consigo uma bem-vinda renovação no cenário. Sem negar o talento dos precursores, agrega novos valores e novas sonoridades, que terminam por enriquecer o estilo com novas possibilidades e novos fãs. Assim, em meados da década de 90, muitas bandas não só norueguesas, mas também dos mais variados países, começaram a ver com bons olhos as possibilidades que o uso de recursos melódicos e da música Folk poderiam somar à sonoridade fortemente climática do Black Metal…
PROFILE – TONY DOLAN (VENOM INC.)
Primeiro álbum que comprou:
“News Of The World (Queen) e Alive! (Kiss). Comprei-os no mesmo dia em 1977.”
POSTER – HELLOWEEN
Keeper Of The Seven Keys – Part II
Peso | 0,250 kg |
---|---|
Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |