De história já são mais de trinta anos e os californianos do Testament continuam honrando o Thrash Metal sem afrouxar ou parar no tempo…
Edição #213
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TESTAMENT
De história já são mais de trinta anos e os californianos do Testament continuam honrando o Thrash Metal sem afrouxar ou parar no tempo. Desde a reunião da formação original, em 2005, a banda segue firme, apesar da troca de integrantes, e soltando trabalhos que ora são cadenciados, ora mais diretos, como é o caso do recém-lançado Brotherhood Of The Snake, o décimo primeiro da banda atualmente formada por Chuck Billy (vocal), Eric Peterson e Alex Skolnick (guitarras), Steve DiGiorgio (baixo) e Gene Hoglan (bateria). Para um grupo que se tornou uma das referências no estilo, lançar um novo disco é sempre um desafio, mas conforme Chuck e Eric nos contam nesta entrevista, o Testament, de uma forma ou de outra, está sempre buscando trazer novidades, seja na forma de compor, arranjar, gravar, no conceito das letras ou em tudo isso ao mesmo tempo. Além de promover o novo álbum, em 2017 o grupo comemorará os trinta anos do lançamento de seu trabalho de estreia, The Legacy. Apesar de ter suado muito para realizar este lançamento, o Testament agora tem motivos de sobra para cair na estrada promovendo Brotherhood Of The Snake e divulgando sua história. O que vem pela frente eles nos contam a seguir…
SABATON
Desde sua estreia em 2005 com Primo Victoria, os suecos do Sabaton vêm experimentando um ritmo de trabalho e crescimento acelerados. Após Coat Of Arms (2010), as atenções começaram a se voltar ainda mais para a banda, que àquela altura já fazia turnês mundiais e recebia Disco de Ouro. A disciplina de constantes lançamentos e turnês também teve o seu preço, com a constante troca de membros nesses dez anos de estrada, conforme nos contou nesta entrevista o vocalista e fundador do grupo Joakim Brodén. A cada novo álbum o Sabaton surpreende ao abordar de forma própria as batalhas que fazem parte da história da humanidade ou heróis de guerra. Em seu oitavo disco de estúdio, The Last Stand, a banda formada atualmente por Brodén, Chris Rörland (guitarra), Pär Sundström (baixo), Hannes Van Dahl (bateria) e o novo integrante Tommy Johansson (guitarra, ReinXeed e Golden Resurrection) traz um trabalho baseado no último momento de guerras históricas e atuais ao redor do mundo. Pode parecer exagero, mas pelas palavras de Joakim o Sabaton ainda tem muita munição para queimar…
SCORPION CHILD
Quando o Scorpion Child lançou seu disco de estreia, em 2013, ao menos para este redator foi um caso de amor à primeira ouvida. Afinal, o quinteto texano criou um interessante mix de Rock com toques modernos com detalhes que remetem aos pioneiros do gênero: Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple. E após três anos em turnê praticamente constante, o grupo acaba de lançar um novo trabalho, Acid Roulette, através da Nuclear Blast. E ele se mostra mais denso, mais obscuro e talvez não tão direto quanto o debut. Falamos com o ‘frontman’ Aryn Jonathan Black, que contou tudo sobre essa nova fase da banda…
MONSTER TRUCK
O Canadá sempre gerou bandas icônicas para o mundo do Rock. Desde o Heavy Metal furioso do Anvil até o Progressivo pesado do Rush, o país tem papel fundamental na história da música. E fundindo elementos dessas duas vertentes e de mais um punhado delas – Punk, Hard Rock e Classic Rock entre elas – o quarteto Monster Truck surgiu há apenas sete anos e já se impôs com o lançamento de dois EPs e dois álbuns acima de qualquer suspeita. Com um nome baseado em caminhonetes com suspensão reforçada e pneus gigantes que competem em pistas em que carros enfileirados devem ser esmagados por suas rodas monstruosas, Steve Kiely (bateria), Jeremy Widerman (guitarra), Brandon Bliss (teclado) e Jon Harvey (vocal e baixo) – foto – conquistaram grande repercussão com seu primeiro disco, Furiosity (2013). Nele, o quarteto mostrava uma mistura de Hard, Southern e Heavy Metal bastante peculiar e repleta de personalidade. O sucesso levou o grupo a se apresentar nos mais variados palcos (e dividindo-o com os mais diversos nomes, de Deep Purple e Slash a Nickelback) e rapidamente de volta aos estúdios. O resultado dessa nova incursão é Sittin’ Heavy, que mostra uma banda mais amadurecida, mas ainda mais furiosa. Para saber mais sobre tudo isso, a ROADIE CREW bateu um papo com o guitarrista Jeremy Widerman…
RIVAL SONS
E, de repente, parece que todo mundo descobriu que lá nos anos 70 houve uma verdadeira revolução naquilo que acostumamos a chamar de “Rock” e, com nomes como Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin à frente, foi criada uma nova sonoridade que embasaria tudo que seria feito dali em diante. Então, de repente nos anos 2000 começaram a surgir bandas formadas por jovens, mas que se baseiam na sonoridade daqueles clássicos de três décadas atrás. Scorpion Child (veja entrevista nesta edição), Purson, Blues Pills, Orchid, Inglorious, Vintage Caravan e tantas outras representam muito bem – e cada uma à sua maneira – essa nova sonoridade. Mas talvez o principal nome desse “Retro Rock”, como a tendência está sendo chamada, seja o Rival Sons. O quarteto esteve por aqui no ano passado participando do “Monsters Of Rock” e acabou entregando um dos melhores shows do festival. Agora, após ser escolhido pelo próprio Black Sabbath para abrir a turnê de despedida da banda britânica, prepara-se para voltar ao país. Além disso, o quarteto americano formado por Jay Buchanan (vocal), Dave Beste (baixo), Mike Miley (bateria) e Scott Holiday (guitarra) – foto – está em plena divulgação de seu mais recente disco, o aclamado Hollow Bones, que traz uma banda mais amadurecida e no auge da forma. Batemos um papo com o guitarrista e principal compositor da banda, Scott Holiday, que falou sobre o novo disco, sobre o show no Brasil e sobre a honra que está sendo abrir para o Black Sabbath…
INSOMNIUM
Há quinze anos lançando material, os finlandeses do Insomnium se estabeleceram como um grupo de Melodic Death Metal que foi desenvolvendo e incrementando sua sonoridade atmosférica disco após disco. Desta vez, Niilo Sevänen (vocal e baixo), Ville Friman (guitarra), Markus Vanhala (guitarra) e Markus Hirvonen (bateria) resolveram fugir do trivial ao agregar dois mundos diferentes, mas diretamente ligados à realidade do grupo, no seu sétimo e mais novo disco de estúdio – Winter’s Gate. Com apenas uma faixa e letras embasadas em um conto homônimo escrito por Niilo, a banda agora promove de forma simultânea o novo álbum e o premiado trabalho. De acordo com Friman, nosso entrevistado, este é um passo ousado, autêntico e necessário…
KISS
Franco e direto. Arrogante e teimoso. Profano e vulgar. Narcisista e sexista. Dava para ficar horas repetindo as descrições que tanto o público como a mídia já deram para Gene Simmons. Atento à forma como é visto pelas pessoas, o baixista do Kiss, que batizou seu último disco de Asshole (imbecil, babaca), é pessoalmente alguém educado e respeitoso, comprovando uma das definições que ele mesmo se dá, “O Homem das 1.000 Faces”. No momento, ele está em uma turnê com o Kiss chamada “Freedom To Rock” e que mostra que a banda não pretende descansar sobre a fama que conquistou ao longo dos anos e que ainda é um produto que pode ser comercializado em pleno Século XXI. E ele mesmo confessa que o quarteto foi muito mais longe do que imaginavam seus músicos. “Éramos quatro moleques em Nova York sonhando em lançar um disco e quatro décadas depois cá estamos, reconhecidos como a banda que mais conquistou Discos de Ouro nos EUA.” Nada mal para um grupo que chegou a ser ridicularizado pela crítica e que agora prova que ri melhor quem ri por último. E, 46 anos após os quatro músicos originais se juntarem, o Kiss continua quebrando parâmetros: está estrelando um desenho próprio com Scooby Doo (“Scooby Doo & Kiss: Rock & Roll Mystery”), criou parcerias tão díspares como com o estilista americano John Varvatos e com o grupo feminino japonês Momoiro Clover Z e não dá mostras de querer diminuir o ritmo – prova disso é que os shows de sua mais recente tour contam com um enorme contingente de jovens fãs na plateia. Por tudo isso, sentamo-nos frente a frente com o “God Of Thunder” Gene Simmons para falar de passado, presente e futuro do Kiss.
DISTRAUGHT
O tempo passa tão rápido que, mesmo para nós que acompanhamos dedicada e cotidianamente a música pesada brasileira, de vez em quando cai a ficha e a gente percebe que muitos destaques do Heavy Metal nacional estão na ativa há mais tempo do que muitos vários nomes estrangeiros badalados. Boa parte deles, inclusive, merece espaço e reconhecimento bem maior do que a própria cena lhes oferece, tanto em termos de empresários, quanto do público e da mídia, especializada ou não. Um exemplo notório é o Distraught, digno representante da região Sul do país. Quando iniciou suas atividades em Porto Alegre (RS), tocando um Thrash Metal de alta qualidade, o quinteto vivia em um Brasil que era campeão do mundo no futebol, algo bem diferente da atualidade. A única proximidade com os ídolos estrangeiros naquela época era o estilo musical preferido. Hoje, eles compartilham, por exemplo, o mesmo artista que cuida das capas de seus trabalhos com nomes como Slayer e Machine Head. Pode até não parecer, mas já são passados 26 anos desde que a demo To Live Better começou a circular! E agora em 2016, o Distraught curte os resultados de seu sexto álbum, Locked Forever, fruto da maturidade alcançada após superar, diariamente, os mesmos problemas que os demais grupos nacionais: da falta de apoio às sempre complicadas condições econômicas brasileiras, passando pela troca de integrantes. A ROADIE CREW conversou com o vocalista André Meyer e os guitarristas Ricardo Silveira e Everton Acosta para fazer um balanço da honesta e relevante carreira da banda….
BLAZE BAYLEY
“Cara, estou muito cansado. Retornei faz pouco tempo de Seattle, onde filmei um vídeo da música que gravei com Geoff Tate e Ripper Owens. Logo em seguida, fui visitar alguns amigos em Cardiff, no País de Gales. Voltei para casa e amanhã mesmo já começo a trabalhar no novo álbum.” Vamos recuperar o fôlego e explicar direito. Sim, Blaze Bayley mal lançou Infinite Entanglement e já está trabalhando no próximo disco. E tem ainda o projeto com os ex-integrantes de Queensrÿche e Judas Priest. Ele, Tate e Owens sairão em turnê em novembro, nos Estados Unidos – a ideia, que começou como The Three Tremors e foi abortada no início dos anos 2000, contava originalmente com Bruce Dickinson e Rob Halford ao lado de Tate. Sacou a associação? Para saber um pouco mais sobre tudo isso, batemos um papo com Blaze no fim de agosto. Educado como sempre, o vocalista rapidamente esqueceu o cansaço diante da empolgação ao falar dos novos trabalhos…
EDITORIAL
O desafio da administração de uma carreira
A administração de uma carreira na área musical é um dos pontos mais críticos para se estabelecer no mercado e desenvolver sua atividade de forma produtiva por muitos anos. Por maior que seja o talento no domínio de instrumentos, ou da voz, ou a inspiração para compor – ou mesmo tendo tudo isso junto numa só pessoa ou num grupo – não é possível garantir que a obra produzida seja recompensada comercialmente na devida proporção. Um artista iniciante, mas inexperiente, tem que se concentrar completamente na criação e execução da sua arte, enquanto o gerenciamento do que gira em torno disso deve ser responsabilidade de um administrador competente e, principalmente, honesto. Os registros históricos mostram exemplos de parcerias que foram vitais para alavancar carreiras brilhantes, e o caso mais expressivo indubitavelmente foi a união de Brian Epstein com os Beatles. É admirável também o trabalho que foi feito pelo casal Jon e Marsha Zazula em benefício do Metallica e de outras bandas que surgiram nos anos 1980.
Mas, infelizmente, nem todos têm no início da carreira a felicidade de encontrar alguém como Epstein ou Zazula. A escolha errada de um empresário pode provocar verdadeiros desastres, e o mais impressionante drama que já ocorreu no mundo da música atingiu a banda britânica Badfinger, cuja biografia pode ser conferida no livro “Without You: The Tragic Story of Badfinger”, escrito por Dan Matovina, que relata a história da primeira banda contratada pela Apple – a gravadora fundada pelos Beatles. Eles fizeram muito sucesso no mundo todo graças à qualidade da sua arte e ao suporte de seus padrinhos artísticos, e poderiam ter ficado ricos, mas foram vítimas de um contrato de gerenciamento de carreira que acabou em tragédia, inclusive com o suicídio de dois de seus componentes.
A administração realizada por algum membro da família tende a dar certa tranquilidade nos aspectos de confiança e lealdade. Bons exemplos que podem ser citados são os trabalhos desenvolvidos por Sharon Osbourne, cuidando do Ozzy (pelo menos até recentemente, antes dele andar pulando a cerca), e Wendy Dio que continuou profissionalmente ao lado de Dio mesmo após o fim do casamento deles. Contudo essa relação marido-mulher-manager pode gerar conflito quando se trata de gerenciar um grupo, como no caso do rompimento de Max com o Sepultura, que se deu em consequência de decisões tomadas pela Gloria Cavalera como empresária da banda.
O aperfeiçoamento do conceito de profissionalismo nos negócios da música fez com que o próprio cenário produzisse figuras com competência tanto artística como administrativa. Gene Simmons é um grande astro no palco com o Kiss e um eficiente executivo no seu escritório. Chuck Billy já vinha administrando as atividades do Testament e fundou uma empresa de agenciamento tendo como sócios Jon e Marsha – o mesmo casal que 30 anos atrás deu suporte à sua banda então iniciante. Esses estão juntando o “show” e o “bizz” com conhecimento de causa.
Airton Diniz
CENÁRIO
HAGBARD: BARBUDOS, BEBERRÕES E CRIATIVOS!
Com o segundo álbum Vortex To An Iron Age em evidência no cenário metálico nacional, os ‘folkers’ Igor Rhein (vocal), Gabriel Soares (teclado, flauta e vocais), Danilo “Marreta” Souza (guitarra), Rômulo “Sancho” Piovezana (baixo/backing vocais) e Everton Moreira (bateria) vivem uma excelente fase do Hagbard. O álbum, lançado no Brasil pela gravadora Heavy Metal Rock (a mesma que lançou o Tuatha de Danann no mercado fonográfico nos anos 90), representa um grande passo do quinteto de Juiz de Fora/MG para consolidação de seu Folk/Viking Metal no país. Quem fala mais sobre isso é o guitarrista Danilo Marreta…
SHINEDOWN: ENTRE O SUCESSO E O IMPREVISTO
Os norte-americanos do Shinedown gozam de grande popularidade em sua terra natal desde a estreia com Leave A Whisper (2003). Com quinze anos de estrada, a banda coleciona hits que são tocados à exaustão nas rádios Rock espalhadas pelos EUA. Assim, construiu sua base de fãs e viu na internet a popularização internacional. Promovendo Threat To Survival (2015), Brent Smith (vocal), Zach Myers (guitarra), Eric Bass (baixo) e Barry Kerch (bateria) finalmente estrearam no Brasil no palco do “Maximus Music Festival”, mas não da forma como banda e fãs queriam. Nesta exclusiva para a ROADIE CREW Myers explica o que houve…
LOBOTOMIA: RENOVAÇÃO CROSSOVER
Reestruturar uma banda não é tarefa fácil, ainda mais se ela sobrevive nos limites do underground, cujos percalços às vezes instransponíveis fazem muitos de seus apoiadores (mesmo os mais calejados) jogarem tudo para o alto de uma hora para outra sem qualquer hesitação. Mas o quarteto paulistano Lobotomia tirou de letra: não só a sonoridade característica de seu Crossover permaneceu inalterada, como a presença de novos integrantes acrescentou voracidade e fúria a Desastre, seu mais recente álbum, lançado pelo selo Vingança Music. O baterista Grego, remanescente da formação original, nos fala mais sobre o atual momento e a história do grupo…
ABRASION: RESSURGINDO E DEIXANDO SUA MARCA
Após uma década e meia, muitas idas e vindas e diversas mudanças de formação, finalmente o Abrasion está de volta. Se hoje a formação não é a mesma do álbum de estreia, Abrasion (2001), ao menos a sonoridade praticada por Aldo Carmine (vocal e guitarra), Romão Valladares (baixo) e Alex Vespasiano (bateria) permanece intacta – Heavy Metal Tradicional na veia, com discretos elementos vindos do Hard Rock. Conversamos com os primos Carmine e Vespasiano, que nos deram detalhes do novo álbum, Leave Your Mark, e também sobre este retorno à ativa…
ROTTEN PIECES: AGRESSIVIDADE BEM CUIDADA
O trio paulistano de Thrash/Death Metal formado por Leo Morales (baixo e vocal), Lucas Putini (guitarra) e Davi Menezes (bateria) iniciou sua jornada em 2013. Desde então, começou a frequentar os eventos que acontecem em São Paulo, mostrando suas composições ou interpretando músicas de sua principal influência, o Sepultura. Em 2015, saiu o primeiro trabalho, o EP Rot In Pieces, que não para de receber elogios da crítica e vem com uma temática que aborda lendas urbanas, fatos da história mundial e brasileira, demonologia e ‘gore’. Sem deixar passar o entusiasmo, o quarteto soltou em julho último um novo single, Red Doom…
APOPHIZYS: A NOVA GERAÇÃO DO METAL GAÚCHO
Mantendo a tradição de revelar excelentes bandas, o Rio Grande do Sul sempre teve forte queda pelo Metal Extremo, não sendo à toa que de lá surgiram nomes como Krisiun, Rebaelliun, Nephast e Abominattion, dentre inúmeros outros. E do interior gaúcho vem um forte candidato a revelação do Death Metal, o Apophizys. Se para chegar ao lançamento de Into The Chaos a banda teve que batalhar intensamente, agora cabe a Ederson Aguirre (vocal), Juliano dos Santos e Arthur Navarini (guitarras), Daigo Darrel (baixo) e Luana Dametto (bateria) a tarefa de colher os frutos dessa elogiosa estreia. Luana nos deu mais detalhes sobre a trajetória do Apophizys e explicou como é moldada a sonoridade da banda…
OBSCURA: COMPLEXIDADE EM DOSE DUPLA
Com apenas três discos, o grupo alemão Obscura atingiu um patamar respeitável dentro do Death Metal. O frisson causado na cena começou há dez anos, com a bem-sucedida turnê europeia ao lado do Suffocation para promover o ‘debut’ Retribution. Após isso, numa estratégia sagaz, Steffen Kummerer (vocal e guitarra) efetivou algumas estrelas do Technical Death Metal, entre 2007 e 2008: Hannes Grossmann (bateria) e Christian Münzner (guitarra), ambos ex-membros do Necrophagist, e o baixista Jeroen Paul Thesseling (ex-Pestilence). A sonoridade foi enriquecida e atraiu o interesse da gravadora Relapse, resultando no reconhecimento que a banda vem obtendo e que promete seguir em ascensão. Embora tenha se recusado a falar sobre a reformulação no line-up, Kummerer dissecou Akróasis (2016) em toda sua complexidade musical e lírica…
DYINGBREED: AMOR PELO DEATH METAL
Fundada em 2012, a DyingBreed conta hoje com músicos experientes do Metal gaúcho, dispostos a elevar ao máximo a qualidade de seu agressivo Death Metal, seja em estúdio ou nos palcos. A formação atual, composta por Leonardo Schneider (vocal), Ariel Boesing e Felipe Nienow (guitarras), Fabrício Bertolozi (baixo) e Daniel Vilanova (bateria), se destaca pela seriedade e pelo notório amor ao estilo, muito bem demonstrado nas dez faixas do ‘debut’ Worship No One (2015), lançado em conjunto pelas gravadoras Mutilation Records e OnEye Records. A entrada do jovem baterista Daniel Vilanova (ex-South Legion, Mental Horror) no lugar de Diego Pereira, que gravou o álbum, tem causado uma boa impressão ao vivo e o novo integrante estreou em estúdio no single Cold Grave (2016). Conheça um pouco mais sobre a banda neste bate-papo com o vocalista Leonardo Schneider…
ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA
BROTHERS OF METAL
Eu nunca me esqueço das sábias palavras de Schmier do Destruction durante o show da banda no festival “Live’n’Louder” de 2005 quando disse: “Temos aqui hoje fãs de Thrash, Gothic, Melodic, Power Metal, Hard Rock, mas somos todos irmãos!” Infelizmente não é isso que vemos na prática, ainda mais na era das redes sociais em que ninguém consegue expor sua opinião e gosto pessoal sem ser massacrado ou massacrar quem pensa diferente dele! Dá nojo ver os comentários ignorantes e altamente preconceituosos e ofensivos das pessoas! É fã de uma banda xingando a outra e quem ousar gostar dela, é um elogiando o trabalho novo de fulano enquanto o outro não se conforma e xinga até a última geração, pois ele odiou aquele trabalho! É fã de um estilo mais brutal chamando de coisas inconfessáveis o cara que curte um negócio mais melódico e na contramão o outro é chamado disso ou daquilo! É gente das antigas que acha que tudo que veio depois dos anos 80 é lixo e quem curte as décadas seguintes fala que banda antiga é coisa de velho! O dito headbanger de hoje, salvo honrosas exceções, não sabe respeitar nem outros headbangers, imagina então respeitar outros sons e estilos que, apesar de abrangerem um público maior, têm muita qualidade. Porém esse é o primeiro a se fazer de vítima quando as pessoas fora do Rock e do Metal o tratam com o mesmo preconceito e ignorância com o qual ele trata até os seus iguais no Rock! Fora os que tratam como lixo a banda que está no palco antes dessa ou daquela que eles querem ver (o Skid Row que o diga, presenciei o que fizeram com eles no “Monsters of Rock” em 1996). Nasci em 1975 e pra mim só existem dois tipos de música: a boa e a ruim! Pra mim tanto faz o estilo, a nacionalidade, em qual idioma canta, a época, se é homem ou mulher, se vende milhões ou se quase ninguém conhece, contanto que o som seja honesto e bem feito! Escuto de tudo que é bom e mesmo aquilo que não gosto eu sei respeitar quem curte assim como quero que me respeitem! Isso está pior do que briga por causa de religião, política e futebol! Onde vamos parar?!
Gilberto Minholi
Santo André/SP
Salve, Gilberto. Pois é, meu caro, estamos vivendo uma época no mínimo esquisita. Parece que todo mundo tem a obrigação de policiar, julgar e ofender o outro, seja lá por qual motivo for – a música, que você muito bem usa como exemplo, é só um dos assuntos em que as pessoas estão se tratando como se estivessem num ringue de boxe. Taí a política pra confirmar o que estou dizendo. A isso se soma esse politicamente correto ‘fake’ tão na moda atualmente e pronto: nunca o mundo esteve tão chato como hoje em dia. Ainda bem que temos a música pra compensar, não é mesmo? Forte abraço. (Antonio Carlos Monteiro)
BACKSTAGE/BROTHERHOOD/STAY HEAVY/BATALHA
Backstage
Vitão Bonesso
Quase aconteceu, mas alguma coisa deu errado… (Parte 3)
Dando sequência a este especial, que vem sendo abordado desde a edição #211, no caso do Blue Murder, os planos de criar uma grande banda deram certo. Porém, a formação inicial, que iria contar com grandes nomes do cenário Heavy Rock, acabou não acontecendo, já que, como diz o título desta série, “alguma coisa deu errado…”.
A origem do Blue Murder se deu tão logo o guitarrista John Sykes foi demitido do Whitesnake, em 1988. Aproveitando os contatos que tinha na Geffen Records, mesma gravadora do Whitesnake, Sykes foi rápido em conseguir um contrato, mesmo tendo somente algumas demos que foram gravadas num pequeno estúdio ao lado do baterista Cozy Powell, também demitido por David Coverdale, e do baixista Tony Franklin. Nas demos, os vocais foram feitos provisoriamente por Sykes, que já estava testando alguns candidatos a vocalista, como o ex-Black Sabbath Ray Gillen, que, logo após gravar o álbum The Eternal Idol, deixou Tony Iommi na mão a fim de formar com o ex-guitarrista de Ozzy Osbourne, Jake E. Lee, a banda que viria a ser o Badlands. Antes, porém, Gillen fez uma audição com o Blue Murder, gravando algumas demos com o então quarteto, partindo em seguida para o Badlands…
Brotherhood
Luiz Cesar Pimentel (*)
Bem longe da Lei Rouanet
“Os portais do inferno se abrem. Para vocês, se preparem, agora… Vulcaaaano.” Aí entra um riff de guitarra que poderia ser facilmente confundido com uma invasão de vespas, um baixo estupidamente mais alto que o restante dos instrumentos e uma bateria reta de Hardcore que dava o tom do Thrash seminal. São os primeiros segundos do disco ao vivo do Vulcano, banda santista, gravado no interior de São Paulo em 1985.
Talvez só perca em fama estendida além do nicho ‘true Metal’ para a flexão de plural do vocalista Angel antes da faixa Total Destruição, quando numa interpretação teatral lança um: “Ergam suas cabeça para que eu possa decepá-las”.
Já outra frase, mas de uma banda carioca, ecoa nos headbangers há iguais trinta anos: “Minas Gerais, vocês estão prontos para arrebentar suas cabeças fodidas?” Essa foi de Carlos Lopes, o eterno Carlos Vândalo, possivelmente a figura mais importante do Metal brasileiro considerando todo o conjunto da obra…
Stay Heavy Report
Cintia Diniz e Vinicius Neves (*)
A decisão da hora de parar
Muito se tem discutido a respeito do futuro do Rock/Heavy Metal em função de diversas bandas estarem na iminência da aposentadoria, o que já está ficando até cansativo. Também muito se critica as bandas que anunciam “a última turnê”, enchem seus cofres e resolvem não mais parar. Mas a abordagem aqui é outra. O que leva músicos consagrados a deixarem suas bandas em plena atividade, no auge? As motivações são as mais diversas e exemplos não faltam.
O mais recente anúncio de aposentadoria foi do baixista do AC/DC, Cliff Williams (foto), que, aos 66 anos de idade e quatro décadas de banda, confirmou sua saída, a qual havia sinalizado em julho último, dizendo que pararia de fazer turnês e gravar, e citando as questões que aconteceram com a banda nos últimos dois anos. Nesse período, o guitarrista Malcolm Young saiu por ter ficado seriamente doente, o vocalista Brian Johnson por problemas que poderia ter com a audição e o baterista Phil Rudd por questões policiais…
Campo de Batalha
Ricardo Batalha (*)
South American Death Fest
Após sentir a emoção de ver a vida passar pela frente com o documentário “Woodstock: Mais Que Uma Loja” e o filme/documentário “Brasil Heavy Metal”, pude conferir outros dois filmes importantes que ajudam a contar a história do Heavy Metal brasileiro: “Os Portais do Inferno se Abrem: A História do Vulcano”, dirigido por Wladimyr Cruz, e “Guerrilha – A Trajetória da Dorsal Atlântica”, dirigido por Frederico Moschen Neto. Então, logo me veio à mente um evento que registrei com a velha Panasonic VHS e de que ambas participaram.
Como aquele trambolho pesado não era comum, a entrada era facilitada só de mostrar o equipamento. Aconteceu isso em 1987 no Circo Marinho, em Santos (SP), quando eu e o amigo Mauricio “Gavião” Gawendo fomos filmar o “South American Death Fest”. Saímos do Guarujá, pegamos a barquinha na balsa, um ônibus e fomos para o local registrar Vulcano, Dorsal Atlântica, Massacre (CHI) e Krânio Metálico.
O público idolatrava Dorsal Atlântica e muitos se ajoelharam aos pés do vocalista e guitarrista Carlos Lopes. Antes do show, um dos responsáveis pelo Circo Marinho, começou a gritar no microfone sem parar: “Com vocês, Dorsal Atlântica… Dorsal Atlântica…”, com aquela entonação de voz no melhor estilo Clodovil. A banda então entrou em cena detonando hinos da época, como Guerrilha e Morador Das Ruas. No meio do set, o gordinho “apresentador” teve um chilique porque os fãs estavam invadindo o palco para o ‘stage diving’…
BLIND EAR – ROBERTINHO DE RECIFE
Fotos: Luciana Pires
“Essa é do British Steel. (N.R.: Robertinho canta o início da música). Gosto bastante do estilo do Judas Priest, de como a banda monta as composições e do seu formato. O baixista é muito importante para mim, e o Ian Hill toca numa frequência que favorece os guitarristas. É um caminhoneiro. Ele sabe que dirige um veículo grande, pesado e poderoso, então não faz muitas manobras, senão o negócio vira (risos). E o K.K. Downing é um dos meus guitarristas favoritos, às vezes gosto mais dele que do Glenn Tipton, principalmente no período em que usou Fender com captadores ‘single coil’. Fazia uns lances meio Hendrix, com um timbre muito bom.”
Metal Gods
Judas Priest – British Steel
ETERNAL IDOLS – DAVID PARLAND BLACKMOON
Como qualquer outro gênero musical, o Black Metal também tem seus grandes heróis. David Parland, cujo nome não deve ser estranho para quem acompanhou a cena de Death e Black Metal da Suécia durante os anos 90, era um desses grandes ídolos. Nascido em 26 de setembro de 1970 em Estocolmo (SUE), Parland apareceu para o mundo da música em 1989, quando fundou a banda Necrophobic. O objetivo dele e do baterista Joakim Sterner era criar a mais densa e obscura banda de Death Metal. Com nome inspirado em uma música do clássico Reign In Blood (1986) do Slayer e um som fortemente influenciado pela cena Death da época, a primeira demo, Realm Of Terror, saiu ainda em 1989.
No ano seguinte, a demo Slow Asphyxiation elevava a categoria da banda com uma excelente qualidade sonora e uma evolução na concepção das músicas, que envolviam e asfixiavam o ouvinte, justamente como o título da velha cassete indicava…
RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY
Releases
Nesta edição:
Adellaide
After All
Aghast!
Airbourne
Amputory
Aneurose
Arandu_Arakuaa
Attractha
Ayreon
Baptism
Blackfoot
Blue Mammoth
Brutally_Deceased
Charred Walls Of The Damned
Claustrofobia
D.R.I.
Dare
Dark Tranquillity
Evergrey
Freak Company
Hardline
Helstar
Heryn_Dae
It’s All Red
King Of Bones
Kiss
Lavage
Lizhard
Marillion
MGLA
Michael Sweet
Mitch Malloy
Montepittaman
Motorgun
Nails
Operation:_Mindcrime
Opeth
Orphaned Land
Palace
Perc3ption
Putra
Q5
Running Wild
Six Feet Under
Sodom
Sonata Arctica
Steve Grimmett’s Grim Reaper
Tesla
The Agonist
The Quireboys
Zargof
GARAGE DEMOS
Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]
Nesta edição:
Codmorse
Dystopya
Thorn Storm
Insanitah
Broad And Sharp
HIDDEN TRACKS – BANG
O grupo norte-americano Bang, criado em agosto de 1969 na Filadélfia, foi chamado de “a resposta americana ao Black Sabbath”. Seja como for, sua musicalidade tem força suficiente para agradar não só aos fãs de Sabbath, mas de Led Zeppelin, Blue Cheer, Grand Funk Railroad, Captain Beyond, Dust, Pentagram, Witchfinder General e Trouble, sem contar os grupos da onda retrô que vemos aos montes hoje em dia.
Frankie Gilcken (guitarra e vocal) e Frank Ferrara (vocal e baixo) criaram a banda após terminarem o ensino médio. Depois de colocarem um anúncio em um jornal local, tiveram resposta de um músico um pouco mais velho, casado e com um filho para criar. Era Tony Diorio, então com 26 anos de idade. Parecia improvável, mas havia química entre eles e as primeiras composições começaram a surgir…
CLASSICOVER – LADO B+
Radar Love
Leandro Nogueira Coppi
Em meados da década de 70, com algumas exceções, o Rock holandês não oferecia grandes novidades. Então, as atenções do mundo voltavam-se à seleção do técnico Rinus Michels, que ficou imortalizada como “Carrossel Holandês” e “Laranja Mecânica”. O “futebol jogado por música” (não existe expressão mais apropriada) tinha como destaque craques como Neeskens e Johan Cruyff que, infelizmente, não garantiram o título da Copa de 74 contra a dona da casa, a Alemanha. Uma injustiça dos deuses do futebol.
No final da década anterior, a coisa era melhor, pois Shocking Blue, Earth And Fire e, principalmente o Focus, que foi o grupo de maior longevidade e até hoje um dos mais respeitados, agitavam o país. Mas, embora pouco lembrado atualmente, o Golden Earring é um dos representantes mais antigos da Holanda, tendo ficado famoso mundialmente…
Lado B+
Move – You Lose! (Phenomena)
Ricardo Batalha
Quem se lembra do projeto Phenomena, liderado pelo produtor inglês Tom Galley, irmão do guitarrista Mel Galley (ex-Whitesnake e Trapeze), e por Wilfried F. Rimensberger, um dos fundadores da revista Metal Hammer, sempre fala de Did It All For Love. Presente em Phenomena II: Dream Runner (1987), sucessor do ‘debut’ Phenomena (1984), a faixa cantada por John Wetton (Asia, King Crimson, U.K. e outros) obteve sucesso no Brasil.
O álbum, no entanto, não se resume ao (Hollywood) hit Did It All For Love e traz alguns “detalhes” que fizeram a diferença. Primeiro, a produção refinada de…
COLLECTION – APRIL WINE
Myles Goodwyn é o homem por trás de uma das grandes lendas do Rock canadense. Vocalista, guitarrista e compositor, ele aceitou o convite para entrar no April Wine, grupo criado em 1969 por músicos da família Henman. Eram os irmãos David (vocal e guitarra) e Ritchie (bateria) e o primo deles, Jim Henman (vocal e baixo), que já havia tocado com Myles no Woodies Termites entre 1965 e 67. David foi o criador do nome que, segundo a banda, foi escolhido apenas porque as duas palavras soavam bem juntas. Durante essas décadas de estrada, a banda passou por diversas mudanças de formação, sendo a primeira logo após o lançamento do disco de estreia, homônimo (1971), quando Jim Henman cedeu o posto ao seu xará Jim Clench. As trocas constantes, no entanto, não alteraram a sonoridade, que sempre passeou pelo Hard, AOR e pelo lado suave do Pop com as baladas. Não tão falado como deveria, é um nome que atravessou décadas, teve grandes conquistas e lançou dezesseis discos de estúdio, além de vários trabalhos ao vivo, singles, vídeos/DVDs e diversas coletâneas. Por tudo isso, o April Wine precisa ser redescoberto. Comecemos por aqui…
CLASSICREW
1976
THIN LIZZY
Johnny The Fox
Antonio Carlos Monteiro
Era 1976 e o Thin Lizzy começava, enfim, a experimentar o que era o tão almejado sucesso, já que seu último disco até então, Jailbreak (março de 1976), o sexto da carreira, foi o primeiro a ser certificado Disco de Ouro. Melhor ainda, isso aconteceu em três países: Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá. Porém, ao contrário da banda que crescia, a saúde de seu líder ia no caminho oposto. Em meio à tour de divulgação do disco, na qual abria para o Rainbow, o baixista, vocalista e compositor Phil Lynott foi diagnosticado com hepatite.
Internado num hospital em repouso absoluto – e obviamente proibido de subir no palco –, Phil levou consigo um violão e passou os meses de junho e julho…
1986
FASTWAY
Trick Or Treat
Antonio Carlos Monteiro
Lemmy, “Fast” Eddie Clarke e Philthy “Animal” Taylor ficaram juntos de 1976 a 1982 sob o nome Motörhead e, para muitos, foram a formação clássica da banda. Porém, esse time acabou quando Eddie, entre outros problemas, ficou inconformado com a gravação de Stand By Your Man, tema Country que contou com a participação de Wendy O. Williams e sua banda Plasmatics. Segundo ele, essa canção “feria os ideais da banda” e resolveu cair fora – sim, eram tempos em que esse tipo de princípio era levado em conta…
Ao mesmo tempo, também insatisfeito com os rumos que sua banda tomava, Pete Way, baixista do UFO, foi outro que pediu as contas. Resolveram juntar talentos e nomes e aí surgiu o Fastway. Só que Pete, preso por…
1996
DØDHEIMSGARD
Monumental Possession
Valtemir Amler
A primeira palavra que deve ser lembrada quando falamos da carreira dos noruegueses do Dødheimsgard é inovação. Criada em 1994, a banda lançou seu disco de estreia no ano seguinte, o excelente Kronet Til Konge, um dos “cálices perdidos” da era de ouro do Metal norueguês. Agora, ela buscava manter sua relevância diante de um cenário que vinha em uma crescente, diversificando seu som com novos elementos e buscando novas maneiras de se manifestar como artistas. Com os dois pés cravados no mais primitivo e cru Black Metal e os olhos adiante medindo as oportunidades futuras, Apollyon (guitarra, Aura Noir, Immortal, Cadaver etc.), Aldrahn (guitarra, Old Man’s Child, Zyklon-B), Vicotnik (bateria) e Jonas Alver (baixo, Emperor) lançaram em 5 de junho de 1996 seu segundo disco, Monumental Possession.
Gravado entre os dias 15 e 17 de dezembro…
2006
IMPALED NAZARENE
Pro Patria Finlandia
Valtemir Amler
Ferocidade, violência, agressividade e velocidade. Esses elementos são importantes para bandas que apostam no Heavy Metal, principalmente às que desejam vingar no cenário mais extremo do estilo. E, convenhamos, uma polêmica aqui e outra acolá ajudam a divulgar o nome da banda, certo? Mas o que acontece com a finlandesa Impaled Nazarene está um pouco além dos limites do imaginável. Praticamente não existe nada no mundo de que este grupo já não tenha sido acusado. Clipes censurados, discos banidos, shows proibidos e até passeatas de conservadores contra a banda, esses finlandeses já enfrentaram praticamente de tudo. Assim, quando lançaram Pro Patria Finlandia novamente vieram os problemas, já que alguns entenderam que o título era de alguma maneira nazista e se recusaram até mesmo em ouvir a versão da banda. O vocalista Slutti666 (Mika Luttinen) explicou que não passava….
LIVE EVIL - WACKEN 2016
Wacken/ALE
4 a 6 de agosto de 2016
Por Claudio Vicentin
Colaborou: Jens Hulvershorn
O “Wacken Open Air” celebrou seu 27º aniversário com grandes shows, um programa exclusivo para 75 mil headbangers que compareceram a mais uma edição de sucesso.
Existem muitos festivais ao redor do mundo, mas quando falamos em “Wacken” não existe um headbanger no planeta que não tenha pelo menos ouvido falar a respeito. E a grande maioria que ainda não pisou naquele terreno sagrado sonha em ter essa experiência pelo menos uma vez na vida. A vibração, o espírito do Heavy Metal, está em cada canto do evento, seja nos campings com as bandeiras de países de todo o mundo, seja nas áreas dos shows, seja nas atrações à parte como a área viking batizada de Wackinger Village.
Em 2016, não houve a tempestade de 2015 durante o festival, só que choveu antes do evento e por isso existia muita lama nas áreas dos shows. Mas nada que fosse me impedir de estar presente e poder vivenciar mais um ano de “Wacken”, minha décima participação em quinze anos. Nessas edições em que estive presente, em muitas encaramos a chuva dormindo em barracas. “Wacken” não é lugar para quem busca conforto, mas é perfeito para quem busca a vibração de fazer parte de uma confraria especial, a do Heavy Metal.
LIVE EVIL - SCORPIONS
Scorpions
Citibank Hall – São Paulo/SP
1º de setembro de 2016
Por Ricardo Batalha • Fotos: Ricardo Ferreira
O Scorpions não parou e retornou ao Brasil para mais uma turnê, agora promovendo Return To Forever (2015) e celebrando seus cinquenta anos de estrada. Somente em São Paulo, foram três shows no Citibank Hall, anteriormente conhecido como Credicard Hall. O primeiro deles, a 1º de setembro, foi aberto para a cobertura da imprensa e os demais foram realizados nos dias 3 e 4 – curiosamente, as três últimas passagens, em 2008, 2010 e 2012, também ocorreram no mesmo mês e as quatro últimas (incluindo 2007) no mesmo local. Ou seja, Klaus Meine (vocal), Rudolf Schenker e Matthias Jabs (guitarras) e Paweł Mąciwoda (baixo) estavam em casa. Na bateria, substituindo James Kottak, estava Mikkey Dee, que também se sente à vontade quando vem ao Brasil.
O repertório da “50th Anniversary World Tour” não trouxe o velho esquema de três ou quatro recentes e o restante a “mesmice” de sempre. Claro, neste caso a “mesmice” é uma seleção de clássicos. Porém, desta vez, os fãs que lotaram a casa viram algo que contemplou faixas novas, hits dos anos 80 e músicas da fase Uli Jon Roth. Assim, ainda que muitos tivessem os visto anteriormente, a sensação foi outra, pois o set foi montado em 2015. Por sinal, a bela iluminação, o cenário de palco e os telões ajudaram nisso. A performance…
LIVE EVIL - OVERLOAD MUSIC FEST
Overload Music Fest
Carioca Club – São Paulo/SP
04 de setembro de 2016
Por Heverton Souza • Fotos: Fernando Pires
A terceira edição do “Overload Music Festival” veio para São Paulo numa tarde de domingo, numa versão mais enxuta que a anterior. Desta feita, foi somente uma data contando com quatro atrações: o inglês Vincent Cavanagh em um show acústico tocando Anathema; os brasileiros do Labirinto divulgando o novo álbum, Gehenna; os franceses do Alcest e os mestres suecos do Katatonia. Horas antes do festival, já era possível ver uma enorme fila na porta da casa, nitidamente com muitos fãs de Alcest (era possível saber pelas camisetas), que tocaria pela segunda vez no “Overload”.
Com a casa aberta, parte do público ainda se aglomerava em volta de barracas de merchandise e CDs quando, dentro do horário previsto, Vincent Cavanagh, a voz da banda inglesa Anathema, deu início a seu show solo, às 16h30, abrindo surpreendentemente com Fragile Dreams, música que é sempre utilizada como encerramento dos shows de sua banda. Uma brincadeirinha com os acordes de A Hard Day’s Night e o músico deu início a Deep. É bem interessante ver Vincent minimizar e simplificar as versões originais das músicas, mas sem jamais descaracterizá-las. Seu show de voz e violão conta um ‘loop station’, pedal que grava na hora bases e batidas que o músico executava…
LIVE EVIL – PRIMAL FEAR / RHAPSODY OF FI
Primal Fear e Rhapsody Of Fire
Tropical Butantã – São Paulo/SP
02 de setembro de 2016
Por Thiago Rahal Mauro • Fotos: Ricardo Ferreira
Um encontro histórico para os fãs de Power Metal. Foi com essa linha de pensamento que o público seguiu para o Tropical Butantã, em São Paulo, para assistir às apresentações das bandas Primal Fear e Luca Turilli’s Rhapsody. Com produção da Rádio Corsário, o Tropical Butantã estava estreando oficialmente e o clima de festa deixou a energia do local mais amena para os presentes.
Visitando o Brasil pela primeira vez como banda de fato, o Luca Turilli’s Rhapsodyestava divulgando o épico álbum Prometheus, Symphonia Ignis Divinus (2015), que foi bem aceito por boa parcela dos fãs e da crítica especializada. Luca Turilli e Dominique Leurquin (guitarras), Patrice Guers (baixo), Alex Landenburg (bateria) e Alessandro Conti (vocal) abriram a apresentação com Knightrider Of Doom, da época em que Turilli fazia parte do Rhapsody antigo. Começar com uma música mais conhecida trouxe o público às mãos da banda e Alessandro Conti mostrou sua qualidade em poucos minutos. Uma decisão acertada.
Na sequência, apresentaram Rosenkreuz (The Rose And The Cross), do novo trabalho, que foi bem, mas mostrou um problema ao vivo. Na verdade, não chega a ser algo ruim, mas que incomoda um pouco. Por ser uma banda que usa muito de orquestrações e teclados, seria natural ter um tecladista ao vivo para acompanhar. Mas isso não acontece, pois ‘samplers’ de teclado e orquestra são apresentados o tempo todo, obrigando a banda tocar com metrônomo. Assim, apesar de muito bom, o show fica mais burocrático.
LIVE EVIL - MAXIMUS FESTIVAL
Maximus Festival
Autódromo de Interlagos – São Paulo/SP
7 de setembro de 2016
Por Leandro Nogueira Coppi e Alexandre Grunheidt • Fotos: Fernando Pires
A ideia da criação do “Maximus Festival”, que fez sua estreia no dia 7 de setembro no Autódromo José Carlos Pace (Interlagos), em São Paulo (SP), foi bastante interessante, especialmente se considerarmos o fato de que tanto brasileiros quanto argentinos ganharam mais um megaevento. Fora isso, bandas de diversos gêneros, além do Heavy Metal, terão essa ótima opção para tocar ao público sul-americano. Nessa primeira edição, entre as grandes atrações, vários nomes ainda pouco conhecidos por aqui também tiveram a chance de mostrar o seu trabalho, assim como bandas brasileiras que não figuram no ‘mainstream’. Para quem gosta de novidades e não se deixa levar pelo preconceito, o “Maximus Festival” foi um prato cheio.
6 de setembro: reconhecimento de “campo”
A ROADIE CREW, assim como outros veículos de imprensa, foi convidada pela produtora para fazer um tour pelo local do festival. Na véspera do evento, saindo de um conceituado hotel da cidade, uma van nos levou até o Autódromo de Interlagos. Assim que chegamos, fomos recebidos na área VIP para um coquetel. De cara, nos impressionamos com as instalações. A bela decoração incluía, entre outras coisas, cruzes enormes, dois bares patrocinados por uma marca internacional de cerveja, máquina de pipocas e…
LIVE EVIL – THORHMAMMERFEST
ThorHmammerFest
Clube Piratininga – São Paulo/SP
07 de setembro de 2016
Por Heverton Souza • Fotos: Ricardo Ferreira
Já tradicional na capital paulista, o “Thorhammerfest” trouxe em sua edição 2016 duas atrações internacionais, além de três fortes representantes da cena nacional, formando um dos ‘casts’ mais variados do evento. Infelizmente, algumas coisas não mudam no festival, como os atrasos, o que acaba prejudicando tanto público quanto bandas. Neste caso, apesar de ocorrer num feriado nacional, tratava-se de uma quarta-feira, o que significa que o dia seguinte seria dia útil para todos.
Às 16h, os paulistas do Arthanus iniciaram sua apresentação. Adepta do Viking Death Metal, a banda agrada facilmente a fãs de nomes como Amon Amarth e até Thyrfing, mas possui características próprias que chamam a atenção, como o belo trabalho melódico presente no som, somado a trechos bem brutais, como em Ode To My Enemies. O set foi dividido entre músicas de seu primeiro EP, Asgard Palace (2013), e temas que estarão no álbum de estreia, prestes a ser lançado. Dentre elas, Balder se destaca por sua cadência e melodia. Foi um show curto, de apenas 45 minutos, mas que deu para deixar uma boa impressão do potencial da banda, com ênfase no belo trabalho da dupla de guitarristas Saulo Peghin e Fellipe Magri.
Pouco depois das 17h, o Iron Woods já estava com palco pronto e, com um visual carregado, prometia um belo show…
LIVE EVIL - SOILWORK
Soilwork
Clash Club – São Paulo/SP
10 de setembro de 2016
Por Heverton Souza • Fotos: Fernando Pires
Foram vinte anos para esses caras pisarem em território brasileiro. Claro, a carreira dos suecos do Soilwork só começou a crescer por aqui a partir de seu quarto álbum, Natural Born Chaos (2002), mas qualquer banda internacional ouve falar do público brasileiro assim que começa a fazer turnês. Então, parecia que eles queriam muito estar aqui há bem mais tempo. E foi o que deu para sentir no palco na noite de 10 de setembro no Clash Club, casa da zona oeste de São Paulo.
Com a boa organização, tudo ocorreu dentro dos horários previstos e boa parte do público já estava presente às 19h30, quando começou a apresentação dos paulistas do Hatematter. Divulgando seu segundo álbum, Foundation (2015), a banda criada pelo baixista André Martins conseguiu agradar com um som que combina Death Metal Melódico com passagens cheias de groove. Era possível ver parte do público usando camisetas do grupo e cantando alguns sons. O vocalista Luiz Artur, além de cantar muito, agitava o tempo todo convocando os presentes, como fez na ótima The Last General. Mas o destaque do quinteto é mesmo a dupla de guitarristas Gustavo Polidori e André Buck, que estão em perfeita sintonia.
Um breve intervalo e às 20h30 a ansiedade acabava com a entrada do Soilwork…
LIVE EVIL - WHITESNAKE
Whitesnake
Citibank Hall – São Paulo/SP
22 de setembro de 2016
Por Ricardo Batalha • Fotos: Ricardo Ferreira
Três anos após se apresentar no “Monsters Of Rock”, o Whitesnake retornou à capital paulista para duas noites (22 e 23 de setembro), que contaram com ótima presença de público em todos os setores do Citibank Hall. Sem ter um disco novo para promover, o grupo inglês presenteou os fãs com clássicos dos anos 80, baseando o set em Slide It In (1984), Whitesnake (1987) e Slip Of The Tongue (1989).
A expectativa era grande, pois agora muitos comparecem aos shows de bandas clássicas porque sabem que elas estão na reta final de suas carreiras. Alguns, claro, foram pela primeira vez. Assim, após a ‘intro’ com My Generation do The Who rolando nos PAs, todos se empolgaram quando os músicos entraram no palco com Bad Boys. Na frente, um senhor completando 65 anos de idade e atrás outro veterano de 66 anos que não aparentaram sinais de cansaço. O aniversariante David Coverdale demonstra a mesma satisfação de estar em um palco. A voz pode até não ser a mesma de outros tempos, mas a energia e o tradicional malabarismo com o pedestal continuam bem, assim como Tommy Aldridge, que segue com sua pegada forte e a performance vibrante na bateria. No “meio de campo”, uma escalação estrelada com Reb Beach (guitarra, Winger, ex- Dokken), Joel Hoekstra (guitarra, ex-Night Ranger), Michael Devin (baixo) e Michele Luppi (teclado, ex-Secret Sphere e Vision Divine).
Sem muito papo, emendaram com Slide It In e Love Ain’t No Stranger, um dos maiores hits do grupo…
BACKGROUND – DEICIDE - PARTE 1
Reconhecido como um dos mais importantes nomes do Death Metal e cotado como um dos pais da vertente mais tradicional do estilo, o Deicide atravessa décadas na ativa. Vindo da lendária cena de Tampa, na Flórida (EUA), o grupo tem na polêmica e controversa figura de seu vocalista, baixista e líder Glen Benton a força para se manter produtiva, mesmo em um cenário que muitas vezes jogou contra a sonoridade apresentada pela banda. Não foram poucos os desafios que o grupo enfrentou nessas quase três décadas de caminhada. Imbróglios com gravadora, polêmicas e até atentados a bomba apenas parecem ter fortalecido ainda mais a garra e a determinação com que Benton & Cia. gerenciam a carreira, tornando sua história uma das mais interessantes e curiosas no Death Metal.
Amon
Pode-se dizer que o Deicide surgiu de uma daquelas típicas situações dos anos 80, na qual jovens agiam sonhando com algo que desse certo, mas talvez não acreditassem piamente que, de fato, alcançariam. Hoje, quando conversas e negócios giram em torno de aplicativos de comunicação em tempo real, pode parecer até um tanto insólita a forma como o Deicide deu seus primeiros…
PLAY LIST – JONAS RENKSE (KATATONIA)
Gateways Of Bereavement: “Essa é uma composição bem antiga. E foi a primeira música que escrevemos para o nosso primeiro álbum. Incrível! Também acredito que essa foi a primeira que gravamos no estúdio e essa foi uma experiência que jamais esqueceremos, porque foi mesmo algo avassalador! Afinal, estar em estúdio gravando o primeiro álbum é motivo de extrema felicidade. Bem, mas nós não a tocamos ao vivo desde 1996.”
Álbum: Dance Of December Souls (1993)
PROFILE–RONALDO GIOVANELI(E OS IMPEDIDOS)
Primeiro álbum que você comprou:
“Na verdade, o primeiro eu não comprei, ganhei. Foi uma coletânea do AC/DC da Castle Rock.”
POSTER – DOKKEN
Dream Warriors
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |