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Edição #214

R$29,00

Dizem que a gente só dá valor para algo que temos quando perdemos isso. Pode ser um ente querido, uma situação que vivenciamos, etc. E essa lógica também pode se aplicar ao país em que vivemos…

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SEPULTURA – ROOTS 20 ANOS (INTRO)

Por Antonio Carlos Monteiro

Dizem que a gente só dá valor para algo que temos quando perdemos isso. Pode ser um ente querido, uma situação que vivenciamos, etc. E essa lógica também pode se aplicar ao país em que vivemos. Muitos dizem que só começaram a dar o merecido crédito ao Brasil depois que tiveram que se afastar dele. E quem engrossa esse coro é o pessoal do Sepultura. Mais que isso: graças a esse sentimento o mundo acabou recebendo de presente um dos mais criativos e ousados discos da história do Heavy Metal, Roots, lançado há vinte anos.

Naquela época, Max Cavalera, Andreas Kisser, Paulo Jr. e Iggor Cavalera já tinham conquistado tudo aquilo que uma banda brasileira de Heavy Metal poderia almejar: vários discos lançados, contrato com uma gravadora multinacional, incontáveis e sempre saudadas turnês que passavam por várias partes do planeta. O desfecho disso foi que a banda acabou se radicando em Phoenix, nos Estados Unidos. Foi aí que bateu aquela saudade do Brasil e assim Roots começou a ser criado…

ROOTS 20 ANOS – MAX CAVALERA

Por Guilherme Spiazzi

Da morte do Sepultura que conhecíamos em 16 de dezembro de 1996 na Inglaterra, para um show especial do Cavalera Conspiracy em São Paulo, tocando o álbum Roots na íntegra, exatos vinte anos depois. É difícil conter a emoção ao pensar em tocar o disco no Brasil depois de tudo que aconteceu entre você e a banda?

Max Cavalera: É, será especial. Acho que tocar no Brasil sempre foi um lance especial para a gente, pois sempre tivemos uma conexão um pouco mais profunda com os fãs. Esse show em São Paulo será super legal. O que estamos fazendo com o Roots é mostrar o poder de um disco que foi feito há vinte anos, mas que continua atual. Acho que hoje ele é até mais legal do que quando foi lançado. Hoje as pessoas estão acostumadas com as músicas e “tocam” junto. Algumas como Roots Bloody Roots, Attitude e Ratamahatta já são clássicas. Tem coisas que a gente nunca tocou antes, como Lookaway, Ambush e Itsári – é o disco completo mesmo. A emoção será muito legal, mas esse lance de data para mim é legal, tem a ver, mas não me controla. Para mim, o mais importante é estar lá e fazer um bom show para a galera …

ROOTS 20 ANOS – ANDREAS KISSER

Por Antonio Carlos Monteiro

Roots é um disco que sobreviveu muito bem ao teste do tempo, não?

Andreas Kisser: Ah, sem dúvida! É uma gravação bem viva, bem orgânica, parece que foi feita ontem. Isso é culpa do Ross Robinson (produtor) e do Andy Wallace (responsável pela mixagem). Foi uma combinação muito boa, que deu muito certo. O Ross era um cara completamente fora da caixinha (risos), completamente louco, tendo ideias absurdas, e o Andy deu uma unidade pra toda aquela doideira que a gente estava fazendo de tribo, acústico, percussão, convidados, um monte de coisas rolando. No final, Andy deu uma equilibrada em tudo.

ROOTS 20 ANOS – IGGOR CAVALERA

Por Daniel Dutra

Qual a sensação de voltar ao Roots vinte anos depois, principalmente para comemorar o aniversário do disco tocando-o na íntegra numa turnê mundial?

Iggor Cavalera: Está sendo bem legal, mas inicialmente soou um pouco estranho para mim. Não gosto de ficar revisitando o passado, de ficar fazendo essas coisas nostálgicas, porque prefiro estar no presente pensando no futuro, fazendo música nova, mas depois conversei com o Max e cheguei à conclusão de que seria legal. Primeiro porque tem muita gente que não viu a turnê do Roots, mas também pelo fato de não termos tocado muitas das músicas do disco quando saímos em turnê com o Sepultura à época. Essas duas coisas me deixaram pilhado, uma vez que, de certa forma, é quase como fazer algo novo. Basicamente, tivemos de pegar algumas músicas novamente, ouvi-las para lembrar como eram. Poderia dizer que estamos envolvidos num projeto que, depois de eu pensar bem a respeito, está sendo legal pra caramba. É divertido tocar o álbum inteiro. Não sei se o pessoal está assistindo aos vídeos no YouTube, mas estamos tocando o Roots da mesma maneira que está no vinil ou no CD. Ao vivo é a mesma ordem das faixas, o que é bem mais gostoso de fazer, uma vez que não temos de ficar mexendo em nada.

ROOTS 20 ANOS –PAULO JR.

Por Ricardo Batalha

oots é um álbum denso, propenso para explorar as linhas de baixo. Como você se sentiu trabalhando para criar em uma sonoridade diferente do que o Sepultura estava acostumado?

Paulo Jr.: Desde o começo do processo de composição a gente foi se adaptando ao som, mas naquela fase quando a gente entra em estúdio, às vezes faz alguma coisa diferente daquilo que achava que estava legal nos ensaios e quando estava preparando as músicas. Aí, você escuta e fala: ‘Não era isso que eu estava querendo.’ Aí, tendo a ajuda do produtor e com os caras da banda junto com você para dar as opiniões, a gente chega num ponto em comum. Pelo que me lembro, na época tentei fazer o máximo que pude para ficar junto com a bateria, principalmente no Roots, que é um disco bem rítmico, bem percussivo e ajuda a dar uma sonoridade mais pesada, dando também mais liberdade para as guitarras. Até hoje faço o máximo que puder para ficar preso com a bateria.

CORONER

Por Guilherme Spiazzi

Considerados à frente do seu tempo, Ron Royce (baixo e vocal), Tommy T. Baron (guitarra) e Marquis Marky (bateria) deixaram a sua marca na música fazendo um Thrash Metal avançado para os para os padrões da sua época. Da estreia, com R.I.P (1987), até o experimental Grin (1993), o grupo suíço rodou o mundo com as impressionantes dobras de baixo e guitarra, a influência do neoclássico nos solos, velocidade, a bateria nervosa e uma pegada monstruosa. Assim como o conterrâneo vanguardista Celtic Frost, o Coroner também inovava a cada novo lançamento e trazia algo de diferente em sua música chegando, inclusive, a influenciar e ter o mesmo caráter de referência para muita gente que hoje é grande dentro do Metal. Para infelicidade dos fãs, o trio se separou após Grin e passou longos 17 anos longe dos palcos, até a reunião da formação original em 2010. Graças à boa recepção do público durante a sequência de shows, a banda enxergou a possibilidade de mais do que fazer apenas apresentações ao vivo. Hoje, sem Marky e com Diego Rapacchietti, o Coroner promove o Box Autopsy e se prepara para o tão aguardado sexto disco de estúdio. Num papo aberto com Tommy T. Baron (Thomas Vetterli), descobrimos o que o Coroner está preparando para o próximo ano. Uma dica: prepare-se, pois parece que vem coisa grande pela frente….

BRUJERIA

Por Guilherme Spiazzi

O Brujeria surgiu de maneira inusitada ao lançar Matando Güeros (1993). Aquele era um grupo formado por músicos de diferentes bandas de renome no Metal que escondiam suas verdadeiras identidades e faziam Metal Extremo cantado em espanhol. Nas letras, as mazelas vividas pelos imigrantes ilegais na travessia da fronteira entre México e Estados Unidos, além de outros temas controversos como política, drogas e satanismo foram abordados. A receita de mistério e agressividade não poderia ter dado mais certo e mesmo sem fazer shows o grupo experimentou um ótimo aumento de popularidade. Dezesseis anos após o último disco de estúdio, Brujerismo (2000), a banda finalmente reaparece com um trabalho inédito. Pocho Aztlan, quarto disco de estúdio, chega no fervor das eleições norte-americanas, em que um dos candidatos à presidência não poupa declarações inflamadas contra a imigração ilegal. Quem nos fala mais sobre o momento e a história do Brujeria nesta matéria inédita é o próprio vocalista e fundador do grupo, Juan Brujo….

TARJA

Por Daniel Dutra

É natural que todo artista sinta-se plenamente satisfeito com seu mais recente trabalho, consequentemente mostrando-se empolgado ao falar dele. E sabe aquela história de que “definitivamente o último é o melhor da nossa carreira”? Algumas vezes é possível acreditar. É o caso de The Shadow Self, quarto álbum de inéditas de Tarja Turunen, que vem recebendo críticas favoráveis muitas vezes acompanhadas da observação de que realmente trata-se de sua melhor obra. Fica a gosto do freguês, claro, mas a verdade é que a vocalista finlandesa novamente se cercou de grandes músicos – Doug Wimbish (Living Colour), Kevin Chown (ex-Artension), Mike Terrana (ex-Rage, Masterplan, Axel Rudi Pell e mais um monte de gente), Chad Smith (Red Hot Chili Peppers) e Alissa White-Gluz (Arch Enemy), entre outros – para gravar seu disco mais pesado. Para sabermos mais de The Shadow Self e também do ‘prequel’ The Brightest Void – os dois foram lançados num espaço de dois meses –, batemos um agradável papo com a falante Tarja, que se mostrou animada e, principalmente, genuína…

SODOM

Por Guilherme Spiazzi

Disposto a largar a vida puxada e o trabalho pesado nas minas de carvão, Thomas “Tom Angelripper” Such (vocal e baixo) se uniu a Frank “Aggressor” Testegen (guitarra, vocal) e Rainer “Bloody Monster” Focke (bateria) para formar o Sodom na Alemanha Ocidental em 1982. Naquela época, Tom, o nosso entrevistado, mal sabia que o primeiro EP, In The Sign Of Evil (1984), viria para influenciar a futura cena Black Metal. Mais que isso, Angelripper não tinha noção de que o Sodom acabaria se tornando uma das quatro grandes pioneiras do Thrash Metal alemão, ao lado de Kreator, Destruction e Tankard. Com o debut, Obsessed By Cruelty (1986), o grupo se lançou para o mundo e, logo no terceiro disco, Agent Orange (1989), veio o primeiro sucesso comercial. A promessa de uma vida dedicada à música parecia se tornar realidade e agora, trinta anos após o disco de estreia, o grupo segue firme sua jornada, hoje contando com Tom, Bernd “Bernemann” Kost (guitarra) e Markus “Makka” Freiwald (bateria). O trio atualmente promove o lançamento de Decision Day, o décimo quinto de estúdio da carreira. A seguir, Angelripper fala da jornada do Sodom e o novo álbum.

ENTOMBED AD

Por Guilherme Spiazzi

Parece que o Entombed A.D. está numa corrida contra o tempo para recuperar o que foi perdido durante os anos sem lançamentos sob a antiga formação. Em 2014, após a reformulação e a adição de sufixo A.D. no nome, Lars-Göran “L-G” Petrov (vocal), Nico Elgstrand (guitarra), Victor Brandt (baixo) e Olle Dahlstedt (bateria) lançaram Back To The Front (2014), trabalho que foi capaz de levá-los para festivais e turnês ao redor do mundo. Sem perder tempo, o grupo acaba de soltar Dead Dawn, no qual dá continuidade ao Death Metal que ajudou a criar no início dos anos 90, quando lançou Left Hand Path (1990). Além do novo álbum, outra novidade é o fato de os suecos estarem sendo acompanhados ao vivo pelo brasileiro Guilherme Miranda (Krow) na segunda guitarra. L-G Petrov esclarece, a seguir, se Dead Dawn seria o segundo ou o décimo primeiro disco de estúdio do Entombed, algo que os fãs vêm questionando; e fala ainda sobre a permanência de Guilherme Miranda, além de revelar detalhes sobre um próximo disco de estúdio….

BLUES PILLS

Por Guilherme Spiazzi e Antonio C. Monteiro

Dentro da tendência que muitos chamam de Retro Rock, com várias bandas se baseando na sonoridade dos anos 60 e 70, um dos expoentes sem dúvida é o quarteto sueco Blues Pills. Tendo à frente a bela voz de Elin Larsson e a guitarra repleta da personalidade do jovem Dorian Sorriaux, o grupo tomou o mercado de assalto em 2014 com o álbum autointitulado que trazia influências que iam do Rock Psicodélico ao Hard Rock, passando pelo Blues e mostrando pitadas de ritmos negros como a Soul Music. A repercussão surpreendeu até a banda – completada por Zach Anderson (baixo) e Cory Berry (bateria) – e colocou os quatro numa intensa turnê. O resultado disso não podia ser outro: mal acabaram a turnê, já com André Kvarnström no lugar de Cory, o Blues Pills correu para o estúdio, de onde saiu com seu mais novo trabalho, Lady In Gold. Além de mostrar uma banda muito mais madura do que aquela que registrou o trabalho de estreia, o novo álbum traz também mais evidentes as influências de música negra, além de composições mais elaboradas e de uma performance ainda mais marcante do quarteto. O resultado foi imediato: lançado no início de agosto, Lady In Gold não apenas voltou a ser sucesso de público e crítica como colocou o Blues Pills novamente na estrada. Enquanto se preparavam para mais uma tour de mais de dois meses pela Europa, Elin e Dorian bateram um papo com a ROADIE CREW e falaram sobre a repercussão do primeiro disco, a elaboração do novo trabalho, a vida na estrada e, principalmente, daquilo que move os dois: a música.

EVERGREY

Por Guilherme Spiazzi

Por mais despretensioso que seja o início de uma banda, pelo menos um dos integrantes sempre carrega consigo um sonho, por mais utópico que naquele momento aquilo pareça ser. Com Tom S. Englund (vocal e guitarra) e o Evergrey não é diferente. Depois de vinte anos de estrada, o grupo completado por Henrik Danhage (guitarra), Johan Niemann (baixo), Jonas Ekdahl (bateria) e Rikard Zander (teclado) comemora o lançamento de The Storm Within, o décimo disco de estúdio dos suecos. O álbum chega para superar o sucesso de Hymns For The Broken (2014), que marcou o retorno de Danhage e Ekdahl depois de uma separação que quase acabou com a banda em 2010. Na entrevista a seguir, Englund fala do comum, porém complexo, tema por trás do conceito do novo trabalho, além de tecer comentários sobre essas duas décadas dedicadas ao Metal…

OITÃO

Por João Messias Jr.

Sete anos de estrada, dois álbuns na praça e shows pelo país com grandes nomes da música pesada nacional e internacional. Se a carreira do Oitão fosse apenas isso, seria um belo cartão de visitas. Mas o quarteto, formado hoje por Henrique Fogaça (vocal), Ciero (guitarra), Ed Chavez (baixo) e Marcelo BA (bateria), possui outro chamativo: Fogaça, um renomado chef de cozinha, é empresário e jurado do ‘reality show’ da TV Bandeirantes “Masterchef”. Isso abre a possibilidade de mostrar o som do grupo a um público diferente. Em entrevista com a “cozinha” do grupo, Ed e Marcelo falam mais sobre essa questão, além de discorrerem sobre o passado, o presente e o futuro do grupo

TEXAS HIPPIE COALITION

Por Guilherme Spiazzi

Agregar influências musicais ou culturais ao Heavy Metal é prática comum, mas nem todos que fazem isso conseguem criar um subgênero dentro do estilo. O Texas Hippie Coalition surgiu há pouco mais de uma década em Denison, no estado do Texas (EUA), e logo em seu álbum de estreia, Pride Of Texas (2008), cunhou o termo Red Dirt Metal. A personalidade ímpar do grupo permitiu a formação de uma base de fãs que se enxerga como uma grande família espalhada pelo mundo. Com o lançamento do seu quinto disco de estúdio, Dark Side Of Black, a ROADIE CREW conversou com o franco vocalista James Richard “Big Dad Ritch” Anderson sobre a mágica do THC.

EDITORIAL

Por Airton Diniz

Bianca, por que descansar tão cedo?
Na quinta-feira, 21 de outubro, logo pela manhã uma notícia nos chocou profundamente: recebemos mensagem enviada pelo nosso amigo e parceiro Patrick Korb (vídeo designer) informando sobre o falecimento da Bianca Freitas na quarta-feira, dia 20. Foi muito difícil assimilar aquilo. Como aceitar o fato de alguém tão jovem ter a vida interrompida tendo ainda tanta coisa para realizar? Um pouco mais tarde Alex Coelho, da banda Andralls, nos trouxe mais detalhes sobre o doloroso acontecimento: Bianca estava doente, já havia sido hospitalizada quatro meses atrás depois de contrair a síndrome de Guillain-Barré. Mas, para nós da Roadie Crew e do Programa Stay Heavy, a comunicação da morte de Bianca não tinha a conotação de notícia para ser veiculada em nossos canais para publicação do que ocorre na cena do Rock/Heavy Metal. Mais significativo que isso, Patrick e Alex estavam nos notificando da perda de alguém que fazia parte do nosso círculo de amizade. Ela começou a trabalhar na área de promoção de eventos e agenciamento de bandas ainda muito jovem, quase uma criança, me lembro perfeitamente de quando viajou conosco para a Alemanha em 2001 para participar do “Wacken Open Air”. Enquanto nossa equipe trabalhava na cobertura do festival a Bianca batalhava na divulgação de bandas brasileiras junto à imprensa internacional, às agências de organização de turnês e aos selos especializados em Heavy Metal presentes no “Wacken”. Vera Diniz e eu observávamos o comportamento extremamente profissional daquela garotinha que circulava pelo “backstage” conversando com os jornalistas e com o pessoal da área de “A&R” das gravadoras, apresentando material da cena do Metal nacional.

Acompanhamos a evolução que ela teve na carreira que abraçou, mas só sucesso profissional significa pouco perto da estima e consideração que ela conquistou por onde passou. Bianca mereceu as muitas manifestações sinceras, emocionadas e emocionantes, de pessoas com as quais conviveu. Fundou a agência Enjoy Experience, produziu grandes shows, participou de projetos com eventos de grande porte pela atual Move Concerts, e representou no Brasil a marca britânica NME-New Music Express, além de ser membro da ILMC-International Live Music Conference, entidade britânica que congrega profissionais da indústria de shows do mundo todo. Acrescente-se a isso tudo a empresa On Stage Lab, constituída em parceria com Fabiana Lian, onde são ministrados cursos especificamente direcionados à indústria da música e ao mercado de entretenimento ao vivo.

Dedicamos esta edição à memória de Bianca Freitas, que neste momento deve estar recebendo as boas vindas de muita gente boa, artistas que fizeram aqui na Terra muito som do melhor que existe, e ela conhece todos muito bem. Com seu feeling empreendedor, é muito provável que já esteja pensando em um projeto de um grande festival, com um cast celestial (em todos os sentidos).

Airton Diniz

CENÁRIO

Por Redação

Cenário / Redação

DISCHARGE: D-BEAT NA VEIA

Se há trinta ano o Discharge passava de um dos maiores orgulhos do Punk/HxCx inglês para traidor do movimento ao gravar um disco de Sleaze/Glam Metal, agora está em grande fase com End Of Days. Ainda que o trabalho não tenha a presença de Kelvin “Cal” Morris, que registrou o clássico Hear Nothing See Nothing Say Nothing (1982), o vocalista Jeff “J.J.” Janiak dá conta do recado. E é justamente Janiak quem nos fala sobre a atual fase dos criadores do D-Beat…

MR. EGO: RENOVANDO A SONORIDADE

Chega uma hora em que é preciso sair da zona de conforto e buscar algo novo. É isso que ouvimos em Se7en, novo trabalho da banda Mr. Ego. Com duas décadas de estrada, o grupo hoje formado por André Anheiser Ferrari (vocal), Iuri Nogueira (guitarra), Paulo André (baixo), Ricardo Longhi (bateria) e Igor Nogueira (teclados) não teve receio em ousar e inseriu em sua sonoridade elementos mais pesados e modernos. Iuri Nogueira e Paulo André falaram sobre a nova sonoridade e de como se deu a participação do baixista do Symphony X, Mike LePond, no novo trabalho…

TENGGER CAVALRY: UNINDO OCIDENTE E ORIENTE PELO FOLK METAL

Reestruturar uma banda não é tarefa fácil, ainda mais se ela sobrevive nos limites do underground, cujos percalços às vezes instransponíveis fazem muitos de seus apoiadores (mesmo os mais calejados) jogarem tudo para o alto de uma hora para outra sem qualquer hesitação. Mas o quarteto paulistano Lobotomia tirou de letra: não só a sonoridade característica de seu Crossover permaneceu inalterada, como a presença de novos integrantes acrescentou voracidade e fúria a Desastre, seu mais recente álbum, lançado pelo selo Vingança Music. O baterista Grego, remanescente da formação original, nos fala mais sobre o atual momento e a história do grupo…

BURNKILL: BUSCANDO AS RAÍZES DO THRASH METAL

De Pouso Alegre, Minas Gerais, surge mais uma boa banda de Thrash Metal que tem tudo para se destacar no cenário nacional: Burnkill. Formada por Antony Damien (vocal), Pablo Henrique e Lucas Maia (guitarras), Jorge Luiz (baixo) e Anderson Lima (bateria), o grupo tem como um de seus principais objetivos resgatar a essência do Thrash oitentista, com influências que vão de Sodom a Slayer, passando por Sepultura e MX, mas também com um pé no Death Metal. Recentemente, o grupo lançou seu debut, Guerra E Destruição, que conta com oito faixas, todas cantadas em português e com temática revelada logo no título. Aproveitamos a oportunidade para bater um papo com os caras…

THE RAVEN AGE: POR CONTA PRÓPRIA

A essa altura do campeonato você já deve saber que o The Raven Age é a banda do filho de Steve Harris, afinal, ela esteve a cargo da abertura dos shows da Donzela também na turnê sul-americana. Uma ajuda que não dá para dispensar, mas há mais no trabalho de Michael Burrough (vocal), Dan Wright e George Harris (guitarras), Matt Cox (baixo) e Jai Patel (bateria) para chamar a atenção de quem curte Heavy Metal contemporâneo, não apenas dos fãs do sexteto inglês. Por isso batemos um rápido papo com o filho do homem, que se prepara junto com o restante do time para o lançamento do primeiro álbum, Darkness Will Rise, em dezembro…

WALSUNG: BLACK METAL E PAGANISMO

O Walsung, mais novo nome brasileiro a integrar o panteão glorioso dos guerreiros do Pagan Black Metal, aposta todas as suas fichas na sonoridade e na temática pagã. OldWolf (guitarra, vocal e teclados) e Nidhogg (bateria) demonstram toda a sua garra e dedicação já no primeiro álbum, Perpetual Blood. Conversamos com OldWolf, que falou sobre sua trajetória e nos revelou ainda a sua visão sobre o recente ‘boom’ do estilo no mundo…

ANGUERE: A FORÇA DO HARDCORE BRASILEIRO

Formado em 2008 na cidade de Rio Claro (SP), o Anguere já lançou os EPs Anguere (2009), H.C.R.C. (2014) e liberou o single Choque (2015), trabalhos que antecederam o álbum homônimo, lançado no ano passado. Thiago Soares (vocal), Cleber Roccon (guitarra) e Adriano R. Prado (bateria) não contavam com a proliferação acelerada de seu material no exterior, ocorrida depois de uma simples postagem da banda em um site das Filipinas. Hoje o trio se dedica no cumprimento da agenda e se prepara para compor um novo álbum. Confira, a seguir, um pouco dessa história…

ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA

Por Redação

MIKE PORTNOY

E aí pessoal da ROADIE CREW, beleza? Falar da qualidade da revista é desnecessário, pois a cada edição vocês só melhoram! Aliás, adorei a adição da seção “Campo do Batalha”, pois sou muito fã dos textos do cara. Vamos direto ao ponto: Por ter um início na música mais voltado ao Punk e a outras vertentes mais rápidas, bandas como o Dream Theater nunca me agradaram muito, mas agora eu vejo que esse preconceito bobo que eu tinha, acabou me privando de conhecer um puta baterista: Mike Portnoy. Como esse cara toca! Quando eu fiquei sabendo que ele ia formar o The Winery Dogs com o Billy Sheehan, pensei: ‘Vamos ver se esse cara realmente é tudo o que dizem!’ E realmente o cara é tudo isso é muito mais, assim como eu percebi quando ele gravou com o Metal Allegiance: o cara é um verdadeiro polivalente das baquetas. Pois é amigos, perdi o preconceito, mas acabei ganhando um novo ídolo naquela que é a verdadeira alma de uma banda: a bateria.

André Luiz

Capão Bonito/SP

Fez bem, amigo. Trata-se de um dos bateristas mais habilidosos do Rock! Além de continuar se mostrando fã de Hard, Metal, Progressivo e Rock em geral, ele realmente vibra, sente e passa esse sentimento enquanto faz coisas mirabolantes na batera com sua técnica apurada. Quem diria que aquele moleque que, em 1984 gravou Power For The People com a banda Rising Power, se tornaria um ícone, não é mesmo? Agradeço também a menção que fez ao “Campo de Batalha”. Siga escrevendo. Abraço. (Ricardo Batalha)

BACKSTAGE/BROTHERHOOD/STAY HEAVY/BATALHA

Por Redação

Backstage

Vitão Bonesso

Quase aconteceu, mas alguma coisa deu errado… (Parte 4)

Baby Face, uma mistura de rumor com realidade. Ainda nos dias de hoje, a junção do guitarrista Ritchie Blackmore, do baterista Ian Paice e do saudoso baixista e vocalista Phil Lynott (Thin Lizzy) permanece envolta em uma nuvem espessa. Tal reunião para um quarteto, que contaria também o vocalista Paul Rodgers (Free, Bad Company), teria ocorrido no final de 1972, logo após Ian Gillan ter comunicado aos empresários do Deep Purple que deixaria a banda num prazo de seis meses. Esse comunicado foi mantido em segredo até junho de 1973, quando o vocalista tornou pública sua decisão após algumas apresentações no Japão.

É sabido que a relação entre Blackmore e Gillan era problemática desde as sessões de gravação do álbum Fireball e que nem mesmo o sucesso de Machine Head conseguiu amenizar tais diferenças, que só vieram a piorar durante a produção do álbum Who Do We Think We Are, lançado em fevereiro de 1973. Com isso, Blackmore, Paice e Lynott teriam se reunido pela primeira vez no The Music Centre Studios, no bairro de Wembley em Londres, em novembro de 1971. Lá teriam registrado uma versão de Dying To Live, de Johnny Winter. Paul Rodgers deixou o projeto antes mesmo do primeiro encontro dos músicos, pois vivia momentos difíceis com os últimos dias do Free e a possível formação de um novo grupo, que viria a ser o Bad Company…

Brotherhood

Luiz Cesar Pimentel (*)

Where we shall find our Roots

Na mineira Varginha, três garotas relatam ter visto um alienígena em um terreno baldio. O ser ficou conhecido como ET de Varginha, tornando famosa a cidade que fica a mesmos 300 e poucos quilômetros de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A Cantareira, na zona Norte de São Paulo, foi cenário trágico da queda do avião que levava os cinco Mamonas Assassinas, o maior fenômeno musical brasileiro então.

Um dos grandes vilões da era Collor, PC Farias, era assassinado em circunstâncias estranhas em Maceió. O desfecho das investigações, de que foi assassinado pela namorada que cometeu suicídio na sequência, não convenceu ninguém.

No Pará, dezenove trabalhadores do MST foram mortos em confronto com a polícia, no chamado Massacre de Eldorado dos Carajás.

Bill Clinton era reeleito presidente dos Estados Unidos, enquanto a TAM ficava conhecida pelo acidente com seu Fokker 100, que partiu do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e caiu logo em seguida, matando todos a bordo.

As mortes de Tupac e Renato Russo comoviam multidões, assim como o lançamento de Pies Descalzos, de Shakira, Samba Poconé, do Skank, por motivos contrários. Já Load, do Metallica, causava estranheza. Muito pelos cabelos curtos e unhas pintadas…

Stay Heavy Report

Cintia Diniz e Vinicius Neves (*)

Mix de bandas e de emoções

O “Lollapalooza Brasil 2017” acontecerá nos dias 25 e 26 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. No final de setembro, foram anunciadas as atrações desta sexta edição do festival, entre elas o Metallica. Vinte dias depois foi divulgada a programação de cada dia (vide imagem). E dá-lhe comentários e críticas na internet, tanto por parte dos headbangers quanto do público Pop e alternativo, já cativo do evento em função da presença da banda de Heavy Metal. E, no fundo, todos queriam a mesma coisa: que o Metallica não estivesse lá.

A crítica maior por parte dos headbangers é pagar o valor de um ingresso equivalente a uma pista premium para ver apenas uma banda, porque encaram as demais como, digamos, desinteressantes… Talvez o Rancid, uma das bandas mais cultuadas do Punk norte-americano e que faz sua estreia no país, seja a exceção.

O passe de um dia custa R$ 540, e passa para R$ 590 no segundo lote. O passe de dois dias ao valor de R$ 800 está esgotado e o segundo lote está à venda por R$ 920. Se chegar ao terceiro lote este valor sobe para R$ 1040. Sem contar as taxas de conveniência. As meia entradas estão disponíveis por 50% destes valores. Crianças abaixo de 10 anos não pagam. Vale ressaltar que os ingressos estão em torno de 40% mais caros que em 2016.

A notícia inicial foi de que o Metallica não fechou exclusividade com o festival, então poderia fazer outros shows pela América Latina. Mas, até o momento, nenhuma data está confirmada no site da banda.…

Campo de Batalha

Ricardo Batalha (*)

Broken Heroes

Quando estava cursando o colegial (ensino médio) no Colégio Objetivo da unidade Luis Góis, um dos professores, de apelido Galo, me viu com um dos discos do Saxon na mão e se aproximou. “Eu também gosto dessa banda”, disse. “Sério, professor?”, perguntei incrédulo. Ele começou a falar certinho os títulos de alguns discos, como Denim And Leather, Power & The Glory e Crusader. “Mas estou vidrado mesmo na música do clipe, a Broken Heroes. É diferente de tudo que o Saxon fez antes”, analisou o professor. “Sim, essa é ótima!”, completei. “O dia em que o Saxon vier ao Brasil eu irei”, disse ele antes de sair da sala na hora do intervalo.

Composta pelo vocalista Biff Byford e pelo baixista Steve Dawson para Innocence Is No Excuse (1985), Broken Heroes era a prova irrefutável de que os ingleses sabiam trabalhar com camadas mais melódicas e leves, criando inclusive uma letra melancólica sobre soldados na guerra. O clipe era exibido com frequência no Brasil, ainda na era pré-MTV.

Se o professor Galo foi a algum show do Saxon eu não sei, mas pude ver a banda inglesa ao vivo diversas vezes. Em uma destas ocasiões, já na turnê de promoção de Call To Arms (2011), o grupo aterrissou em São Paulo, descansou e logo foi se divertir no finado Blackmore Rock Bar. Como havíamos agendado previamente as entrevistas, preferi não importuná-los com questões de imprensa…

BLIND EAR – JAMES LABRIE (DREAM THEATER)

Por Daniel Dutra

Daniel Dutra • Fotos: Luciana Pires

“These Are The Days Of Our Lives, do Queen. (N.R.: OK, essa foi fácil, já que é uma de suas influências). Sim! Freddie Mercury é provavelmente o meu vocalista favorito em todos os tempos. Cresci ouvindo Queen. A primeira vez foi com Queen II ou Sheer Heart Attack, pois minha irmã tinha os discos, e fiquei me perguntando: ‘Quem é esse cara cantando?’ Sem falar na música, pois era uma banda jovem e muito talentosa. Influenciou-me extremamente, principalmente na hora de escrever melodias. É natural que isso aconteça, porque Freddie era um cara muito melódico. (N.R.: E você gravou Sheer Heart Attack para um tributo ao Queen). Isso! Acho que foi em 1998… (N.R.: Em 1997, no disco Dragon Attack. Tenho o CD) (risos) Isso é legal!”

These Are The Days Of Our Lives

Queen – Innuendo

RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY

Por Redação

Releases

Nesta edição:

Acacia Avenue

Anderson/Stolt

Asphyx

Atoll

Avatar

Blasphemer

Business Weekend

Dangerangel

Darkthrone

Datavenia

Death_Chaos

Dee Snider

Despised Icon

Disharmonic Fields

Eternal Champion

Fair Warning

Forahneo

Four By Fate

Freedom Call

Hård On

Helmet

Imperative Music

In Flames

King Company

Lightning Strikes

Neurosis

Nightmare

Nox Spiritus

Obituary

Penitence Onirique

Phil Campbell Bastard Sons

Psykosis

Red Fang

Rex_Shachath

Sacred Steel

Screams Of Hate

Serpentine Dominion

Seven Days War

Sioux 66

Tamuya Thrash Tribe

Testament

The Answer

The Order Of Israfel

The Pineapple Thief

The Sword

Thor

Tyketto

Ulcerate

Ur Draugr

Whiskey Ritual

Witching Altar

Wo Fat

GARAGE DEMOS

Por Redação

Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]

Nesta edição:

As Dramatic Homage

Carnal Desire

Degrador

Greyskull Chapel

Vox Mortem

ETERNAL IDOLS – LEONARD HAZE

Por Daniel Dutra

“O pior show que já fiz ainda é melhor que o melhor dia de alguém que trabalha quarenta horas por semana. Ser pago para fazer música é o emprego dos sonhos, como ser um atleta profissional, um astronauta ou uma estrela do cinema. Ganhar dinheiro fazendo o que ama por 35 anos… Quem fala que não conseguimos de verdade?”, disse uma vez Leonard Haze. E a declaração do eterno baterista do Yesterday & Today – batizado posteriormente de Y&T – acabou virando seu testamento. Haze fez o que amava por mais de quatro décadas e deixou um legado que ainda pode e deve ser descoberto e apreciado por muitos.

Filho de Billy Ray e Antoinette Haze, Leonard nasceu no dia 7 de setembro de 1955, em San Leandro, Califórnia, e o envolvimento com a música começou cedo….

HIDDEN TRACKS – WIDOWMAKER

Por Daniel Dutra

E no começo havia o Desperado. Para entender melhor a história do Widowmaker, é preciso voltar à primeira banda formada por Dee Snider depois que o Twisted Sister entrou num longo período de hibernação. Ao lado do guitarrista Bernie Tormé (ex- Gillan, Atomic Rooster e Ozzy Osbourne), do jovem baixista Marc Russell e do saudoso baterista Clive Burr (ex-Iron Maiden, Trust e outros), o vocalista formou em 1989 o Desperado, que logo entrou em estúdio para gravar o álbum de estreia. Marcado para maio de 1990, o lançamento foi abortado pela Elektra Records, levando o quarteto a pedir as contas no mesmo ano. Não havia perspectiva alguma.

“Isso custou alguns anos de nossas vidas, mas para mim 99,9% do tempo foram puro prazer. Era um ótimo disco de uma grande banda com um ótimo vocalista, mas infelizmente com uma gravadora de merda…

CLASSICOVER – LADO B+

Por Valtemir Amler

Classicover:

Cemetery Gates

Valtemir Amler

A história é conhecida de todos: no início da década de 80, os irmãos Dimebag Darrell (guitarra) e Vinnie Paul (bateria) se juntaram ao baixista Rex Brown e ao vocalista Terry Glaze. A nova banda pretendia integrar o crescente cenário americano do Hard Rock, mas não alcançou o resultado almejado. Porém, tudo mudou em 1990, com o lançamento de Cowboys From Hell, já com o polêmico Phil Anselmo, vocalista que tinha entrado em Power Metal (1988). Depois dele, o Pantera alcançou o ponto mais alto do Heavy Metal mundial, permanecendo por lá mesmo depois de sua dissolução.

Com Cowboys From Hell, o novo e furioso som tornou a banda irreconhecível…

Lado B+

Necrophagia (ВИЙ)

Valtemir Amler

O vocalista Frank Pucci, ou simplesmente Killjoy, sempre foi um músico inventivo, daqueles que carregam a alcunha de “à frente do seu tempo”. Talvez por conta de sua criatividade, sua principal banda, Necrophagia, estava lá quando o Death Metal nasceu e vem desde então engrandecendo o gênero com grandes lançamentos que abusam de inovações e experimentalismos. “Chamo nossa música de ‘áudio horror’. É como escutar um filme de horror ao invés de assisti-lo. Temos sons e uma estrutura que não estão presentes em outras formas de música extrema no Metal”, disse certa vez à ROADIE CREW….

COLLECTION – TESLA

Por Daniel Dutra

Era possível ser enquadrado no Hair Metal mesmo que os cabelos não estivessem armados e cheios de laquê. Era possível fazer parte da cena californiana nos anos 80 sem exagerar na maquiagem e sem usar calças de lycra e roupas multicoloridas. Jeff Keith (vocal), Frank Hannon e Tommy Skeoch (guitarras), Brian Wheat (baixo) e Troy Luccketta (bateria) subiam ao palco como se estivessem indo ao cinema num shopping durante uma tarde de sábado, e a música da banda acompanhava a postura mais despojada, adaptando os anos 70 àquela década de excessos. Juntos desde 1984 – quando ainda atendiam por City Kidd, grupo que Hannon e Wheat haviam começado três anos antes –, os cinco começaram a escrever um dos capítulos mais legais do Hard Rock em 1986, quando adotaram o nome Tesla e lançaram um dos discos fundamentais do estilo: Mechanical Resonance. Surfaram na onda de sucesso da época, ditaram uma tendência, foram deixados de lado nos anos 90 e voltaram de um hiato para fazer o que sempre fizeram de melhor: música de qualidade. Desde 2006 com Dave Rude no lugar de Skeoch, para o qual as drogas se tornaram um sério problema, o Tesla continua ‘kicking ass!’…

CLASSICREW

Por Redação

1976

UFO

No Heavy Petting

Daniel Dutra

A vida começou em 1973, quando o jovem guitarrista Michael Schenker deixou o Scorpions para ocupar o posto de Mick Bolton. Da mesma maneira que muitos consideram o Deep Purple apenas a partir de In Rock (1970), seu quarto disco, o UFO passou a ser reverenciado quando lançou Phenomenon (1974), terceiro álbum da banda londrina cuja mais clássica das formações inclui Phil Mogg (vocal), Pete Way (baixo) e Andy Parker (bateria). E foram cinco discos de estúdio numa sequência ano sim, ano também para consolidar o UFO como um dos melhores grupos de Rock – Hard ou Heavy – de todos os tempos. Incluindo o terceiro desta fase. E o menos badalado.

Novamente produzido por Leo Lyons, baixista do Ten Years After, No Heavy Petting…

1986

MESSIAH

Hymn To Abramelin

Valtemir Amler

Se existe algo que é quase unanimidade entre fãs de Metal em geral, é que 1986 foi um dos anos fundamentais na história do gênero. Mais importante ainda é a onipresença deste ano diante dos olhos e ouvidos dos fãs de Metal extremo. Além dos clássicos que foram lançados em profusão naquele ano, ainda temos uma série quase infindável de “tesouros escondidos” que valem ser mencionados e ouvidos não apenas pelos fãs mais saudosos do estilo. É justamente nessa categoria que se incluem os suíços do Messiah. Mesmo que não gozem da mesma reputação que seus conterrâneos do Hellhammer/Celtic Frost, a banda soube como poucas aproveitar a ebulição do Thrash e do Death Metal e mesclar ambos os estilos em uma sonoridade única, podre e violenta….

1996

TOOL

Ænima

Valtemir Amler

Se criatividade é uma das coisas mais valorizadas no universo da música e se talento e originalidade são outros itens da lista, o Tool é perfeito para você. A banda californiana foi formada em 1990 e, desde então, veio trilhando um caminho de loucura e brilhantismo musical raramente visto em uma cena tão concorrida.

Tendo começado sua carreira com o não menos primoroso Undertow (1993), que contava com canções perfeitas como Prison Sex e Sober, a banda chegava ao seu segundo disco com o mundo todo sabendo a que eles tinham vindo. Sim, eles já estavam com o jogo ganho, mas se a velha pergunta “o que fazer após lançar um clássico?” que assombra os músicos desde os primórdios do Rock se aplicava ao Tool, o grupo já tinha a resposta na ponta da língua: “lançar um disco melhor ainda”.

Em Ænima, os vocais de Maynard James…

2006

MINDFLOW

Mind Over Body

Guilherme Spiazzi

Nos dois anos que separam o disco de estreia, Just The Two Of Us… And Them, de Mind Over Body, o MindFlow passou de banda estreante para um grupo que amadureceu muito ao trabalhar duro na divulgação do seu nome pelo Brasil, Europa e Ásia. Para o segundo disco, o quinteto paulistano literalmente se internou no Estúdios Mega, em São Paulo, para as gravações ao lado do experiente produtor Guilherme Canaes (Shaman, Angra) e contratou George Marino do Sterling Sound Studios (Metallica, AC/DC) para masterização. Àquela altura, o rótulo Prog Metal e as comparações com Dream Theater por parte do público eram latentes. Mesmo assim, a palavra de ordem era trabalhar sem concessões num disco que saísse exatamente como o grupo desejava.

Como resultado, Mind Over Body se apresentou mais progressivo, longo e denso. Apesar de ser de….

LIVE EVIL - EPIC METAL FEST

Por Heverton Souza e Valtemir Amler

Epic Metal Fest

Audio Club – São Paulo/SP

15 de outubro de 2016

Por Heverton Souza e Valtemir Amler

Festivais têm um algo a mais. Além do número de bandas que se apresentam, há todo um clima único que envolve estes grandes encontros de celebração musical. O que dizer então de um festival capitaneado pelos holandeses do Epica? O fato de terem escolhido nosso país para receber a primeira edição internacional ainda torna tudo mais charmoso – duas semanas antes, o “Epic Metal Fest” havia rolado em Tilburg, e a estreia oficial aconteceu em novembro de 2015, na cidade de Eindhoven, também no país natal da banda. E aqui o clima de euforia atingiu limites, com o perdão do trocadilho, “épicos”. Foi assim, com o coração repleto de euforia e de ansiedade, que os fãs compareceram ao Audio Club, em São Paulo, para mais esta festividade em nome do Metal.

A ansiedade começou a ser satisfeita às 14h30, quando pontualmente os alemães do Xandria subiram ao palco para dar início aos trabalhos do dia. O início enérgico com Nightfall, uma das melhores de Sacrificium (2014), botou para cima o público que já se fazia presente em grande número e deu o tom da apresentação…

LIVE EVIL - AEROSMITH

Por Leandro Nogueira Coppi

Aerosmith

Allianz Parque – São Paulo/SP

15 de outubro de 2016

Por Leandro Nogueira Coppi • Fotos: Fernando Pires

Nos pós-shows de grupos medalhões que já estão batendo a casa dos 40 anos de carreira, é comum ouvirmos comentários do tipo: “a idade está pesando” ou, “a voz já não é a mesma”. Mas esse não é o caso do Aerosmith. Isso ficou claro no show realizado a 15 de outubro no estádio Allianz Parque, que recebeu 50 mil pessoas, ou melhor, 50 mil membros do “Blue Army”, o exército de fãs do grupo – pena que, segundo a banda, a turnê “Rock N’Roll Rumble Aerosmith Style 2016” foi a última dos ‘bad boys of Boston’ em São Paulo, já que, ao que tudo indica, o Aerosmith tem show marcado para o “Rock In Rio” no ano que vem, mas está com seus dias contados.

A banda de abertura Sioux 66 entrou em cena com o local bastante cheio, dando início à divulgação do seu recém lançado segundo álbum, Caos. Em um set de meia hora, os paulistanos apresentaram um Rock’n’Roll energético e influenciado por Guns N’Roses. Além das novas, Caos, Tudo Que Restou e Minerva, o Sioux 66 tocou algumas do ‘debut’ Diante Do Inferno (2013), como Porcos e Você Não Pode Me Salvar, que veio após trecho da inusitada Black Or White (Michael Jackson). Além dessas, ainda houve tempo de mandarem sua versão de Calibre (Paralamas do Sucesso) e a derradeira Outro Lado. Foi uma apresentação correta, em que o grupo soube passar bem seu recado, sem se deixar levar pela emoção de uma oportunidade como essa….

PLAY LIST – ROLANDO CASTELO JUNIOR

Por Antonio Carlos Monteiro

Rolando Castelo Junior (Patrulha do Espaço)

Aquarela do Brasil: “Essa música começa e termina com uma levada que está mais para a Bossa Nova. Quando comecei a estudar bateria, aprendi a tocar inúmeros ritmos, então não foi difícil, nem muito estranho fazer essa levadinha. Ademais, tinha tudo a ver com a canção. Nessa época, o Made In Brazil também tinha um percussionista, o Fenilli. Nós ensaiávamos muito as canções do repertório, mas na verdade nunca paramos para arranjar algo, o lance realmente fluia mais no feeling mesmo e como ele também era baterista, me deixava à vontade para fazer meus lances.”

Álbum: Made In Brazil – Made In Brazil (1974)

BACKGROUND – DEICIDE - PARTE 2

Por Valtemir Amler

Serpents Of The Light

A máxima que diz “em time que está ganhando não se mexe” serviu para o Deicide. Mantendo a formação intacta, o contrato ainda firme com a Roadrunner e a excelente produção de Scott Burns, o quarteto de Tampa/ Flórida deixava evidente que Serpents Of The Light seria mais um clássico inquestionável do Death Metal.

Lançado em 20 de outubro de 1997, o quarto álbum da banda chamava atenção logo de cara por conta do belíssimo trabalho gráfico do artista americano Nizin R. Lopez, que no ano seguinte trabalharia em Formulas Fatal To The Flesh, do lendário Morbid Angel. Provocativa, a capa mostrava uma imagem de Jesus com a língua bifurcada de uma serpente, deixando evidente que a banda tinha tomado gosto por chocar o público.

Em termos sonoros, o disco representava mais um excelente momento ao lado do produtor Scott Burns. “Scott é nosso amigo, e todos na banda respeitam a opinião dele”, declarou Glen Benton…

PROFILE – ANDRÉ REICHHARDT (DIRTY GLORY)

Por Leandro Nogueira Coppi

Primeiro disco que comprou:

“Aerosmith – Nine Lives. Assisti ao clipe de Hole In My Soul no Disk MTV, quando tinha 12 anos. A partir disso, eu já sabia o que eu queria fazer da vida.”

POSTER – RATOS DE PORÃO

Por Redação

Ratos de Porão
Brasil

Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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