Se durante algum tempo o rock deu mais importância à música em si do que ao que era cantado nas letras, não dá pra dizer que o mesmo acontecia em outros estilos musicais. Por exemplo, gêneros como jazz e blues…
Edição #220
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ESPECIAL: ÁLBUNS CONCEITUAIS - INTRO
E O ROCK COMEÇOU A CONTAR HISTÓRIAS…
Se durante algum tempo o rock deu mais importância à música em si do que ao que era cantado nas letras, não dá pra dizer que o mesmo acontecia em outros estilos musicais. Por exemplo, gêneros como jazz e blues (este último com uma “sabedoria das ruas” muito latente) sempre deram bastante importância às letras.
Mesmo a música erudita, quando passou a se valer de corais, cantores solistas e encenação para contar um drama, colocava em lugar de destaque o que era cantado – surgia então a ópera, que, segundo historiadores, teve sua origem com Dafne (1594), escrita por Jacopo Peri (música) e Ottavio Rinuccini (libreto). Baseada na mitologia grega, narrava a história da ninfa que lhe dava nome, mas infelizmente boa parte de sua partitura acabou se perdendo com o tempo.
Assim, é possível dizer que as obras musicais conceituais começaram ali, já que eram peças que tratavam exclusivamente de um mesmo tema.
Porém, o tema “conceitual” acabou ganhando abrangência um pouco maior na música moderna. Em 1940, o cantor e compositor de folk music Woody Guthrie lançou aquilo que seria considerado o primeiro trabalho conceitual da música popular. Foram duas séries, com três discos de 78 rotações em cada uma, intituladas Dust Bowl Ballads…
40 ÁLBUNS CONCEITUAIS 1
01 – Pink Floyd – The Dark Side of the Moon
02 – The Who – Tommy
03 – Jethro Tull – Thick as a Brick
04 – Alice Cooper – Welcome to my Nightmare
05- Pink Floyd- The Wall
06 – Queensryche – Operation: Mindcrime
07 – Marillion – Misplaced Childhood
08 – King Diamond – Abigail
09 – Yes – Tales from Topographic Oceans
10 – Dream Theater – Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory
40 ÁLBUNS CONCEITUAIS 2
11 – The Who – Quadrophenia
12 – WASP – The Crimson Idol
13 – Savatage – Streets: A Rock Opera
14 – Genesis – The Lamb Lies Down on Broadway
15 – Rush – 2112
16 – Metallica – … And Justice for All
17 – Grave Digger – Tunes of
18 – War Nevermore – Dreaming Neon
19 – Rick Wakeman – Journey to the Centre of Earth (1974)
20 – iron maiden – Seventh Son of a Seventh Son
21 – Kamelot – The Black Halo
22 – Kiss – Music from “The Elder”
23 – Avantasia – The Metal Opera, pt. I
24 – David Bowie – Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars
25 – Opeth – Still Life
26 – Pain of Salvation – Remedy Lane
40 ÁLBUNS CONCEITUAIS 3
27 – Blind Guardian – Nightfall in Middle-Earth
28 – Amon Amarth – Jomsviking
29 – Judas Priest – Nostradamus
30 – Dio – Magica
31 – Marduk – Panzer Division Marduk
32 – Frank Zappa – Joe’s Garage
33 – Iced Earth – The Dark Saga
34 – Dimmu Borgir – In Sorte Diaboli
35 – Angra – Temple Of Shadows
36 – Porcupine Tree – Fear of a Blank Planet
37 – Nightwish – Endless Forms Most Beautiful
38 – Vários – Jesus Christ Superstar
39 – Vários – William Shakespeare’s Hamlet
40 – Mastodon – Leviathan
DEEP PURPLE
VADER
ARCH ENEMY
DARK TRANQUILLITY
HAMMERFALL
ZUMBIS DO ESPAÇO
STEPHEN PEARCY
EDITORIAL
Ano 20, com autenticidade
Com a edição da ROADIE CREW #220 iniciamos nosso vigésimo ano de existência de forma oficial, e como uma publicação de circulação em todo o território nacional. Nossa história, porém, teve início antes da edição #009 (de abril/maio de 1998) chegar às bancas. Foi em julho de 1994 que estreamos como fanzine, e tudo começou com uma única motivação: o amor pelo heavy metal. Essa paixão pelo gênero que tem na sua base as mais profundas raízes do rock ´n´roll é o que mantém nossas vidas ligadas ao mundo da música através da revista. Todas as pessoas da nossa equipe que participam das atividades que são desenvolvidas para que a ROADIE CREW chegue às mãos dos leitores sentem o mesmo tipo de satisfação de quem vai às bancas à procura da revista ou a recebe em casa como assinante. Isso porque todos nós somos orgulhosamente autênticos “headbangers”. Ouvimos diariamente nossas músicas preferidas, não temos receio de demonstrar que fazemos parte de uma comunidade que dedica uma atenção muito especial à arte daqueles que fazem música de qualidade. E isso é uma característica de quem curte rock e heavy metal em todas as partes do planeta.
Nas últimas duas décadas o mundo mudou demais, e a evolução dos meios de comunicação digital afetou significativamente o papel do jornalismo na sociedade. Não é mais necessário esperar pelo dia seguinte para se ler nos jornais os detalhes sobre algum fato de importância ocorrido em qualquer lugar da Terra. Nem sequer esperar pelo programa jornalístico da TV da hora do jantar. As notícias estão disponíveis na internet a partir do momento em que acontecem e estão ao alcance das pessoas através do celular, tablets ou computador. Contudo, a enorme facilidade para se postar qualquer coisa via internet e redes sociais trouxe um perigoso efeito colateral que foi a proliferação das “fake news” que ferem princípios básicos do jornalismo. Muitas das notícias falsas geradas por indivíduos mal-intencionados, são replicadas por ingênuos crédulos e chegam a milhões de pessoas, o que pode culminar em consequências desastrosas para muita gente.
A agilidade para se divulgar informação no jornalismo digital é insuperável, mas isso não significa que publicações produzidas em papel tenham sido condenadas à morte. A sobrevivência de revistas e jornais depende do perfil editorial e da opção dos editores por direcionar para o meio físico a informação sem preocupação com o imediatismo, o “furo”. Na verdade, o ideal é que cada órgão de imprensa faça uso dos dois meios de veiculação de matérias para obter o melhor resultado dos recursos disponíveis, de acordo com a característica de cada um. Isso é o que procuramos fazer na ROADIE CREW, mas nossa longevidade pode ser explicada por alguns outros fatores que nos favorecem O principal deles é que somos parte do público para o qual escrevemos. Pensamos e agimos exatamente como a grande maioria dos nossos leitores, sendo que as divergências de opiniões em determinados assuntos fazem parte do respeito à democracia. Por isso consideramos que nossa principal virtude é a autenticidade, somos o que parecemos ser, e gostamos de ser assim.
Airton Diniz
CENÁRIO
ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA
DESEJANDO SUCESSO
Saudações metálicas aos irmãos da ROADIE CREW… Que a “Santíssima” Trindade – Dio, Lemmy e Peter Steele – ilumine vocês por todo ano de 2017! Irmãos, meus sinceros parabéns pela nova ROADIE CREW, pois esse novo projeto gráfico está excelente! Gostei muito das matérias com o Helloween, Pain of Salvation e me surpreendi (positivamente) com a entrevista com a Amy Lee do Evanescense… Apesar de não ser fã dessa banda, gostei da entrevista, pois percebo que a revista está evoluindo permitindo que outras bandas, sem necessariamente serem de heavy metal ou rock clássico, participem da publicação, pois o bom rock é sempre bom, independente do estilo que segue! Outro exemplo disso é a seção “Collection” com o Ministry (minha banda mais querida), muito bem escrita por Valtemir Amler… Parabéns! Só vocês, aqui no Brasil, realmente escrevem sobre bandas como essa do Papa Al Jourgensen, e isso tem um significado muito grande para os headbangers em geral! E Marcelo Vasco… Dio te abençoe, meu amigo, pois a nova seção “Front Cover”, sobre a arte gráfica dos álbuns, é tudo o que eu queria, pois para mim a arte gráfica sempre andará junto com a música, afinal, isso é arte pura! A ROADIE CREW se renova a cada ano que passa, e isso renova as esperanças por mais união de todos os headbangers brasileiros! Obrigado e sucesso!
Ricardo Alex Martins
Sorocaba/SP
Salve, Ricardo! Muito obrigado mesmo pelos comentários. Como você bem observou, nossa intenção é sempre abranger o maior espectro possível de subgêneros dentro do heavy, do hard e do classic rock. Além disso, as mudanças gráficas foram implantadas com o objetivo de modernizar a revista e tornar a leitura ainda mais prazerosa – mérito do Diretor de Arte Fernando Pires. E você tem razão, nosso chapa Valtemir Amler tem feito belos textos, sobretudo de bandas mais extremas, assunto em que ele é autoridade. Escreva sempre! Abração. (Antonio Carlos Monteiro)
BLIND EAR – ELOY CASAGRANDE (SEPULTURA)
fotos Luciana Pires
“Lamb of God! Não lembro o nome da música, nem sei de qual disco é, mas conheci de cara pelos riffs de guitarra e pelo Chris Adler, que preferiu ficar apenas com a banda dele a continuar no Megadeth (R.C.: Até porque hoje o Lamb of God deve render muito mais grana). Com certeza! (risos). Ele é um baterista inovador, principalmente com aquelas acentuações acompanhando as guitarras. Os ‘breakdowns’, como o pessoal chama lá fora. E o grupo é excelente, um dos que revolucionaram naquela onda que surgiu no fim da década de 90 e início dos anos 2000, dando uma nova cara ao metal. Gosto para caramba.
Música: Desolation
Banda: Lamb of God
Álbum: RESOLUTION
COLLECTION – GOREFEST
PLAY LIST – ANDRE MATOS
Signs of the Night: “Uma das primeiras músicas do Viper… A segunda, se não me engano, porque a primeiríssima foi Law of the Sword. Bom, é uma canção relativamente simples, que fazia parte da primeira demo e continuou no repertório até o último show que fizemos nessa volta. Ela lembra muito o meu amigo Yves Passarell, que não pôde estar conosco na maior parte da turnê. Era o seu xodó, porque ele começava a música, o solo era dele, então eu tenho um carinho especial por Signs of the Night por causa da nossa amizade. É uma memória agradável daquela época, de quando começamos a banda juntos com 13, 14 anos de idade.”
Álbum: Viper – Soldiers of Sunrise (1987)
ETERNAL IDOLS – CHUCK BERRY
Ele não foi o criador do rock de fato. Mas o foi de direito. Se não fosse por ele, os Rolling Stones, os Beatles e uma série de outras bandas que cultuamos até hoje simplesmente não existiriam. Keith Richards e Mick Jagger nunca esconderam a admiração por seu trabalho, já John Lennon disse que “se você quiser dar outro nome ao rock’n’roll, ele teria que ser Chuck Berry.”
Charles Edward Anderson “Chuck” Berry nasceu em St. Louis, no Missouri, nasceu e cresceu numa família de classe média, filho de um diácono da igreja batista e de uma diretora de escola.
Logo cedo se interessou pela música e aos 15 anos fez sua primeira apresentação. E logo cedo, também, começou a se mostrar uma espécie de “garoto problema”. Aos 18 anos, foi preso pela primeira vez,
LIVE EVIL – METALLICA
Metallica
Lollapalooza
Autódromo de Interlagos – São Paulo/SP
25 de março de 2017
Por Claudio Vicentin • Fotos: Fernando Pires
Assistir ao Metallica com um set list que finalmente trouxe músicas novas foi bem mais legal. Afinal, nas outras passagens mais recentes pelo Brasil não existia um álbum novo. Muito se fala que o grupo americano prefere fazer dinheiro na estrada do que ficar em estúdio criando música nova, mas os fãs querem o CD, o vinil… Tanto que Hardwired… to Self-Destruct ficou em primeiro lugar nas vendas de diversos países.
O show também foi mais legal do que o anterior, em 2015, no Rock in Rio. Aquele foi morno, previsível e teve falhas. Agora foi diferente, pois para o fã é legal ver a banda executar músicas novas ao vivo. E ela também se sente melhor, pois existe no ar algo mais desafiante e traz mais adrenalina. Só neste show foram cinco do novo álbum!
Lá estavam cem mil pessoas – pelo menos metade pelo Metallica – e se não fosse em Interlagos poucos veriam algo. Por causa dos diferentes níveis do terreno, o autódromo se torna um anfiteatro natural e você pode ver o palco de várias localizações. No entanto, o palco era enorme e causou estranheza…
LIVE EVIL – OPETH
Opeth
Carioca Club – São Paulo/SP
09 de abril de 2017
Por Valtemir Amler • Fotos: Fernando Pires
Desde que foi anunciado o único show no Brasil da turnê latino-americana do Opeth, convivíamos com a certeza de que seria um sucesso. Não é preciso ser expert no assunto para saber o quanto a banda sueca cresceu desde a sua primeira apresentação por aqui, e nem o quanto se tornou influente, abrangendo de fãs de sonoridades experimentais e progressivas até os de música extrema. Sendo assim, a fila gigantesca de fãs que aguardavam para adentrar ao Carioca Club só ajudou na confirmação de que todos os ingressos esgotaram e o Opeth alcançou aquele almejado selo ‘sold out’.
Restava esperar para ver como o líder Mikael Åkerfeldt (vocal e guitarra), Fredrik Åkesson (guitarra), Martín Méndez (baixo), Martin Axenrot (bateria) e Joakim Svalberg (teclados) compensariam tamanha dedicação de seus numerosos fãs, que abarrotaram a casa. A pergunta começou a ser respondida quando a introdução Through Pain to Heaven começou a rolar nos PAs, enquanto os músicos adentravam ao palco.
A explosiva apresentação começou com Sorceress, faixa título do mais recente disco, um petardo que vai do sludge ao classic rock com uma naturalidade tão desconcertante que seria uma surpresa se não tivesse sido cantada do início ao fim pelo público
LIVE EVIL – KORN
Korn
Espaço das Américas – São Paulo/SP
19 de abril de 2017
Por Valtemir Amler • Fotos: Fernando Pires
Que o Korn é um dos pioneiros do chamado “nu metal”, não é novidade para ninguém. Também não é novidade que eles influenciaram centenas de bandas com seu som forte e recheado de groove. Tampouco é novidade ver o grupo americano tocando em solo paulistano, já que eles colecionam muitas passagens por aqui em diversas turnês ao longo de sua já longeva carreira, que beira trinta anos ininterruptos. Mas, sim, existia uma novidade para este show de 19 de abril no Espaço das Américas, e não estamos nos referindo às músicas de seu mais novo disco de estúdio, o forte The Serenity of Suffering (2016).
Mas antes do Korn subir ao palco e mostrar aquela novidade que todos já esperavam, teve o show de um dos baluartes do heavy metal nacional, o lendário Robertinho de Recife & Metalmania. Para muitos dos que estavam presentes, essa foi a primeira oportunidade de ver a lenda da guitarra brasileira esmerilhando e dando aquela polida caprichada em seu instrumento em Fantasia Preto e Prata, a Eruption brasileira. Não existe maneira melhor de descrever essa faixa…
RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY/DEMOS
Nesta edição:
Antaeus
Art Of Anarchy
Benighted
Beyond The Black
Chickenfoot
Corazones Muertos
Darchitect
Def Leppard (DVD)
Dog’n’style
Fábrica de Animais
God Dethroned
Horror Chamber
Inglorious
Ion Britton
Kim Kehl e Os Kurandeiros
Mammoth Mammoth
Marillion
Mastodon
Steel Panther
Sumerlands
The Unity
Twisted Sister
Varg
Garage Demos
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Nesta edição:
Concept of Hate
Crime
Stonex
HIDDEN TRACKS – VIOLENT FORCE
BACKGROUND – MARDUK - PARTE FINAL
Sempre com a morte como inspiração
Bastou o lançamento de Plague Angel para que as dúvidas e as críticas sobre a mudança de formação do Marduk caíssem por terra. Mortuus (vocal), Emil (bateria), Devo (baixo) e Morgan (guitarras) tinham atingido seu objetivo e, para celebrar o bom momento, alguns lançamentos especiais foram planejados para os anos seguintes. Ainda em 2004, a banda soltou o EP Deathmarch durante a turnê de mesmo nome que varria o mundo.
No ano seguinte, comemorando quinze anos de atividades, trouxeram mais material para os ávidos fãs: primeiro, veio o novo disco ao vivo, Warshau (nome alemão para Varsóvia, cidade da Polônia onde o disco foi gravado). Contando com dezessete canções e mais de uma hora de música, o disco ainda contaria com uma versão em ‘slipcase’, que trazia um DVD extra com uma apresentação do grupo em Antuérpia (BEL). O vídeo (VHS) Blackcrowned também voltou às lojas naquele ano, agora em DVD, e, no ano seguinte, mais um foi lançado, Blood Puke Salvation. Trazendo aquele show na Antuérpia, que antes apenas alguns poucos fãs tiveram a oportunidade de adquirir com o EP Deathmarch, além do show em Tilburg (Países Baixos) no ano anterior, Blood Puke Salvation é, até o momento, o último material em vídeo do Marduk.
COLUNISTAS
Backstage / Brotherhood / Stay Heavy /A Look at Metal / Campo de Batalha
Backstage
Vitão Bonesso
CALA A BOCA, MAGDA! (final)
Nessa última parte da série, mais algumas frases, declarações e contradições infelizes de grandes nomes do heavy rock que poderiam ter sido evitadas. Lembro-me que quando comprei os álbuns A Night at the Opera (1975) e A Day at the Races (1976), do Queen, uma frase me chamou bastante a atenção: “O Queen não utiliza qualquer tipo de instrumentos eletrônicos e sintetizador”.
É claro que a banda estava mandando um recado, não muito simpático, aos usuários de tais recursos de que somente a sobreposição de notas da guitarra magistral de Brian May poderia suprir o uso de qualquer efeito eletrônico e, é claro, do sintetizador…
Brotherhood
Luiz Cesar Pimentel
O QUE O ROCK TEM A ENSINAR À OPERAÇÃO LAVA-JATO E AO BRASIL
Quando percebi que minha régua de importância dos políticos envolvidos em corrupção no país estava sendo medida por quanto receberam de propina, notei que estava fazendo a leitura errada da situação. Essa visão numérica dos fatos é um truque midiático para encobrir certas verdades, pois os comunicadores sabem que nosso cérebro se apega mais à vitória do que à verdade.
Perdão se o texto está um pouco filosófico demais, mas prometo que fará sentido. Escrevo a minha percepção acima em analogia ao que jornalistas, como eu, tentam vender como qualidade musical, baseada em números. E percebo que o rock e o metal estão caindo nesse truque… Números, Discos de Ouro e de Platina importavam quando a grande mídia conseguia pesar a mão no sucesso (ou insucesso) de um artista. Quando você via a Selma do Coco ganhar capa da “Ilustrada” e a intelligentsia arrotar sabedoria…
Stay Heavy Report
Cintia Diniz e Vinicius Neves
ESTABELECIMENTOS TEMÁTICOS: ROCK PELO MUNDO
Com certeza a rede Hard Rock, criada em 1971 e que contempla restaurantes e bares, casa de shows, hotéis e resorts cassinos, é a mais famosa no quesito estabelecimento temático, com 261 unidades do Hard Rock Cafe ao redor do mundo, por exemplo.
Na América do Sul existem treze unidades; Argentina (3), Bolívia, Chile, Colômbia (3), Paraguai, Peru, Venezuela (2) e uma no Brasil, em Curitiba. A franquia do Rio de Janeiro, primeira no país, fechou na Barra da Tijuca para reabrir na zona sul. Promete-se também uma unidade do restaurante e hotel para Brasília/DF e do hotel em Caldas Novas/GO.
Um dos pontos altos da visitação a qualquer Hard Rock Cafe é o acervo de objetos de músicos (instrumentos, roupas, prêmios, contratos etc.), em sua grande maioria relacionados ao rock, mas que também contempla o universo pop…
It’s Only Rock’n’Roll
Antonio Carlos Monteiro
TURN THE PAGE
De um tempo para cá, o profissionalismo impera no mundo do rock. Por um lado isso é bom, já que quem paga (caro!) para assistir a um show quer ver qualidade em cima do palco. Por outro, muitas vezes vemos apresentações tão marcadas que a espontaneidade acaba indo pro saco. Ou seja, tem horas em que nem parece que estamos falando de arte.
E é aí que dois mundos colidem. O maior exemplo disso é o Metallica. A banda nunca pensou duas vezes em ousar, em arriscar, em mudar quando julgasse necessário. Basta ver a mudança em termos de estilo dos quatro primeiros discos para o multiplatinado ‘Black Album’. Foi ali, com um som, digamos, mais abrandado que a banda se lançou ao estrelato. Podiam ter deitado na fama. Mas não. Fizeram Load, Reload e depois St. Anger, trabalhos que quase todo mundo detesta (especialmente o último), mas que mostra que eles são tudo, menos acomodados…
A Look at Metal
Claudio Vicentin
PERCEBA O NOVO
Alguns dos momentos mais legais na vida é quando percebemos e experimentamos algo novo. Quando nos deixamos abrir para novas experiências e conseguimos através disso conhecer algo que até então passava desapercebido ou era simplesmente ignorado.
Falando em termos de música, hoje dá para notar que existem muitos fãs que estão travados no passado. Muitos se fecham, outros se acomodam e, o pior, outros criticam o que desconhecem. Só de ser algo novo, uma banda nova, já eliminam a possibilidade de audição. Estão perdendo a oportunidade de apreciar uma enorme quantidade de boas bandas que aparecem a todo o momento, seja do Brasil ou do exterior.
Você se recorda de quando escutou o Black Sabbath pela primeira vez? E Judas Priest, Iron Maiden, Queen, Pink Floyd, Accept, Slayer ou Deep Purple? Não foram experiências emocionantes? Mas até aí ficar estacionado naqueles tempos não parece ser algo de quem tem apenas uma vida. Uma espécie de saudosismo compulsivo. Vivem dizendo: “Ah, na minha época…” Ou: “Ah, as bandas do passado eram melhores…”
Campo de Batalha
Ricardo Batalha
O “JAZZ” DO SAMPLER
Há exatos vinte anos, eu estava vivendo dentro de um tour bus. Trabalhava como roadie do Angra, que excursionava pela Europa, tendo a italiana Eldritch na abertura dos shows, que tiveram início em 11 de maio de 1997, em Atenas (GRE). Eu trabalhava para ambas, mas com o Angra era mais complicado. Além da bateria enorme de Ricardo Confessori, eu e os outros roadies – Boris Kayser e Mauricio “Gargamel” Mattos – cuidávamos dos instrumentos de percussão e dos teclados de Andre Matos e de Leck Filho. Eu me ferrava mais ainda, porque tinha que carregar e cuidar do sampler da marca Akai. Era incrivelmente pesado. Quem me ensinou a usá-lo e disparar nos shows foi Andre Matos, mas Kiko Loureiro era quem dava sempre o sinal para que eu soltasse a introdução para rolar nos PAs: “Pode soltar lá, Batalha”, dizia. Aprendi com certa facilidade, mas o Akai nos deixou na mão em algumas ocasiões. Na Alemanha foi pior, pois rolou um “jazz”…
PROFILE – HUMBERTO ZAMBRIN (ATTRACTHA)
Primeiro álbum que comprou:
“De rock foi o Creatures of the Night, do Kiss.”
POSTER – AMON AMARTH (JOMSVIKING)
Amon Amarth
álbum: Jomsviking
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |