What can a poor boy do / except to sing for a rock’n’roll band?” cantava Mick Jagger em 1968 em Street Fighting Man, música inspirada nos protestos contra a Guerra do Vietnã acontecidos em Londres. Natural seu envolvimento com a causa, já que, nascido…
Edição #222
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ESPECIAL BLACK SABBATH - INTRO
What can a poor boy do / except to sing for a rock’n’roll band?” cantava Mick Jagger em 1968 em Street Fighting Man, música inspirada nos protestos contra a Guerra do Vietnã acontecidos em Londres. Natural seu envolvimento com a causa, já que, nascido em Londres em 1943 (ou seja, em meio à II Guerra Mundial), o vocalista sentiu na pele os efeitos do conflito.
John Michael Osbourne, William Thomas Ward, Anthony Frank Iommi nasceram em 1948; Terence Michael Joseph Butler, um ano depois – ou seja, logo após o final da guerra. Todos eles são de Birmingham, cidade que fica no centro da Inglaterra, e um dos maiores polos industriais do país à época. Por conta disso, sofreu com os bombardeios da Luftwaffe (a força aérea nazista) durante quase três anos, num episódio que ficou conhecido como “Birmingham Blitz”. Ou seja, nascidos e criados numa cidade devastada, só restava a John “Ozzy”, “Bill” Ward, “Tony” Iommi e “Geezer” Butler formarem uma banda de rock…
Só que muita água correu debaixo da ponte até os quatro chegarem ao status de criadores do heavy metal que ostentam hoje. Olhando a coisa friamente, dá pra imaginar que eles tinham tudo pra dar errado. Afinal, imagine uma banda com um vocalista disléxico, um guitarrista que sofrera um acidente e perdera parte de dois dedos, um baixista fanático por ocultismo e um batera que se vestia como um mendigo…
ESPECIAL BLACK SABBATH - 1
01 – Black Sabbath
02 – Paranoid
03 – Master of Reality
04 – Vol 4
05 – Sabbath Bloody Sabbath
06 – Sabotage
07 – Technical Ecstasy
ESPECIAL BLACK SABBATH - 2
08 – Never Say Die!
09 – Heaven and Hell
10 – Mob Rules
11 – Born Again
12 – Seventh Star
13 – he Eternal Idol
14 – Headless Cross
ESPECIAL BLACK SABBATH - 3
15 – Tyr
16 – Dehumanizer
17 – Cross Purposes
18 – Forbidden
19 – 13
ESPECIAL BLACK SABBATH - 4
Ao Vivo:
01 – Live Evil
02 – Reunion
03 – Past Lives
04 Live at Hammersmith Odeon
Heaven & Hell (a banda):
01 – The Devil You Know
TONY IOMMI
SUFFOCATION
TANKARD
THE DOOMSDAY KINGDOM
NERVOCHAOS
EDENBRIDGE
HAVOK
EDITORIAL
Nossa homenagem ao Black Sabbath
Se existe um grupo cujo prestígio chega a beirar a unanimidade, só pode ser o Black Sabbath. Jamais ouvi alguém que convive no nosso meio musical afirmar que não gosta dessa banda. E olha que eu já escutei até heresias do tipo “não gosto muito de Led Zeppelin…”, e não entrego quem me disse isso porque o considero meu amigo. Existem aqueles fãs que têm preferência pelo material produzido com Ozzy, outros pelas fases com Ronnie James Dio, e muitos não dão bola para os discos com Tony Martin, mas a banda Black Sabbath em si é uma espécie de instituição intocável. E em meio século de atividade construiu um legado que permanecerá sendo admirado por várias gerações de amantes do que há de melhor no mundo da música. Nos textos desta edição encontramos depoimentos que comprovam a importância do grupo para a arte e, mais do que isso, dá uma ideia de quanto contribuíram para uma melhor qualidade de vida daqueles que tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho desses músicos. A ligação entre um headbanger e a música é algo tão forte que determinados momentos vivenciados por causa desse tipo de som não se apagam da memória, nunca. Quando li o comentário do Ricardo Batalha sobre sua descoberta do Sabbath com o disco Vol.4, passaram pela minha cabeça vários momentos semelhantes, inclusive da minha viagem de núpcias com o porta-luvas do meu Opala cheio de fitas cassete, entre elas gravações do Vol.4, do Sabotage, e vários outros álbuns também de outras bandas. O trajeto de São Paulo a Gramado-RS, e a volta passando por Porto Alegre, teve uma trilha sonora magnífica. Hoje, nas viagens mais longas, meu iPod tem um papel fundamental, pois comporta tudo que havia naquele porta-luvas e muito mais.
No aspecto das descobertas levo uma ligeira vantagem em relação ao Batalha: conheci o Sabbath antes dele, afinal sou alguns anos mais velho, então é possível que eu tenha ouvido seus discos algumas vezes mais que nosso chefe da redação. E de tanto ouvir cheguei à conclusão de que Black Sabbath e Tony Iommi são a mesma entidade, uma espécie de clonagem metálica da santíssima trindade. Seja com Ozzy, Dio, Gillan, Hughes, Martin, ou eu cantando, se Iommi estiver na guitarra é Black Sabbath puro. É claro que a primeira formação merece uma consideração especial porque estabeleceram os alicerces do som que criaram, mas os que vieram depois “honraram seu nome”, como costumam dizer alguns fanáticos religiosos. E como eu disse antes, onde estiver Tony Iommi estará a essência do Sabbath. Por isso a “The End Tour” não precisa ser encarada como o fim de tudo, afinal Tony está vivo, e é preciso compreender a situação considerando o estado de saúde dele. Talvez Tony, mais do que todos nós fãs, é quem sente mais profundamente a tristeza de ter que parar com as turnês, como se pode notar na entrevista que publicamos nesta edição. Resta-nos agradecer a todos que participaram de alguma forma da maravilhosa carreira do Black Sabbath, e vamos continuar saboreando até o fim dos nossos dias os riffs, os solos, os versos, enfim a música que ganhamos de presente como resultado do talento daqueles garotos de Birmingham.
Airton Diniz
CENÁRIO
LACERATED AND CARBONIZED:
PROFISSIONAIS DA AGRESSIVIDADE
Speed metal com Sodomizer, thrash com Farscape e Flageladör, black metal com Unearthly e Mysteriis, culto à raiz com Whipstriker, Apokalyptic Raids e Grave Desecrator… Se faltava alguém para representar o death metal neste portentoso cenário musical do Rio de Janeiro, o Lacerated and Carbonized chega com toda a autoridade que seu terceiro disco, Narcohell, lhe concede: som enxuto, bem produzido, moderno porém à prova de “modernices”, veloz e ao mesmo tempo sem receio do groove, de vigor europeu e alma hardcore – e tudo valorizado por um senso profissional mais do que salubre. O baixista Paulo Doc toma a palavra para nos contar outros detalhes sobre esse belo registro…
ACCUSER: A FÓRMULA
DO THRASH ALEMÃO
O Accuser (Accu§er) nunca desfrutou tanto dos holofotes que a tradicional cena alemã de thrash metal tinha a oferecer. Trilhando seu caminho pela sombra, o grupo foi capaz de forjar alguns dos grandes discos do estilo nos anos 80 com The Conviction (1987) e Who Dominates Who? (1989). Como aconteceu com muitas outras, passou por profundas alterações na década de 90, que envolveram até a mudança no nome para Scartribe por certo período. De volta ao thrash, a ROADIE CREW bateu um papo com o vocalista e guitarrista Frank Thoms e com o guitarrista Dennis Rybakowski, que não se fizeram de rogados em responder sobre todos os aspectos da carreira e do mais recente álbum, The Forlorn Divide (2016)…
MARENNA: O BRASIL EM ALTA NO MELODIC ROCK
Pode parecer estranho, mas o Brasil ultimamente vem revelando seguidamente boas bandas de melodic rock, hard rock e AOR, algo que, anos atrás, seria até impensado. O Marenna, criado há pouco menos de três anos pelo vocalista Rodrigo Marenna (Lacross Rock), atualmente colhe os frutos do novo álbum, No Regrets, distribuído pela Alta Voltagem na América do Sul e lançado no exterior pela Lions Pride Music. A seguir, o mentor do projeto fala sobre o sucessor do EP My Unconditional Faith (2015), a montagem de sua banda solo e a alta do estilo que pratica…
AS VÁRIAS FACETAS DO VOCALISTA E MULTI-INSTRUMENTISTA BJ
Iniciar uma carreira é algo almejado por todos os jovens apaixonados por música. Aí você entra na ralação das aulas, junta dinheiro para comprar instrumentos e, enfim, começa a se apresentar. Claro, a estrada não é um conto de fadas e logo muitos desistem do sonho, partindo para empregos “convencionais” e passam a ouvir som apenas em casa. Assim, é louvável quando nos deparamos com pessoas que acreditam no sonho. Luiz Paulo, mais conhecido como BJ, vocalista e multi-instrumentista que integra as bandas SOTO, Danger Angel e Tempestt, ralou muito para hoje poder dizer que conseguiu cravar seu espaço num meio tão concorrido e desleal. Em entrevista à ROADIE CREW, ele fala sobre sua carreira, o show que mudou a sua vida e a motivação de continuar na estrada após tantos anos…
STILL LIVING: DERRUBANDO BARREIRAS
Com o advento das redes sociais e o acesso à divulgação, a questão geográfica já não representa uma barreira intransponível”. A afirmação do vocalista Renato Costa mostra que, através da globalização provocada pela internet, não é primordial estar nos grandes centros para se destacar. Oriundo de Garanhus (PE), o quinteto de melodic rock promove seu segundo álbum, Humanity, lançado em 2015 no Brasil e no Japão e na Europa em 2016. Nesse bate-papo, Costa e o guitarrista Eduardo Holanda falaram sobre o atual trabalho e as resenhas positivas do álbum, principalmente no exterior…
CARNIÇA: MAIS
DE 25 ANOS DE ESTRADA
Caro leitor, convido você para uma reflexão: já se imaginou em algum momento da vida chegar ao jubileu de prata fazendo o que realmente gosta? Dentre as inúmeras dificuldades em se fazer algo em prol da música pesada, os gaúchos do Carniça chegaram a essa marca. No entanto, Mauriano Lustosa (vocal), Parahim Neto (guitarra), Marcelo Zabka (baixo) e Marlo Lustosa (bateria) não querem ficar presos ao passado e trabalham em músicas para um novo álbum de estúdio. Em entrevista para a ROADIE CREW, o vocalista nos falou sobre atingir essa notável marca de 25 anos de estrada, os planos futuros e muito mais…
A MELODIA REQUINTADA DE DANIELE KRAUZ
Antes de iniciar sua trajetória no metal, a paranaense Daniele Krauz já fazia trabalhos ligados ao canto. Em 2014, resolveu criar a banda D. Krauz e, ao lado de músicos competentes, gravou o EP Insight, que foi lançado há três anos e está sendo divulgado pela Black Legion Productions. Em conversa com a ROADIE CREW, ela explicou o que há por trás desse lançamento, mas também contou detalhes de sua carreira, que vai muito além dos palcos.
AVERSIONS CROWN: VIVENDO O AUGE
Formado em 2010 em Brisbane, na Austrália, o Aversions Crown é uma banda que desafia os rótulos em busca de uma sonoridade ousada e extrema. O que antes era um sexteto agora se transformou em um quarteto, mas sem abrir mão de evoluir. Atualmente formada pelo vocalista Mark Poida, pelos guitarristas Chris Coughan e Mick Jeffery e pelo baterista Jayden Mason, o grupo chega ao seu terceiro álbum, Xenocide, lançado pela Nuclear Blast. A ROADIE CREW bateu um papo com Jeffery, que nos contou como está sendo a repercussão de seu novo trabalho e outros detalhes da carreira do grupo…
ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA
PERCEBA O NOVO
Vicentin, o seu texto “Perceba o Novo” é uma das melhores coisas já escritas na ROADIE CREW nesses vinte anos! Tenho 46 anos e sou amante de algumas vertentes do rock’n’roll, como hard rock, heavy, progressivo e post-punk. Desde a década de 80 comprei e/ou assinei quase todas as revistas de rock do mercado editorial brasileiro: SomTrês, Metal, Roll, Bizz, Rock Brigade, Heavy, MetalHead, General, Zero, Frente, 89 – Revista Rock, Poeira Zine, Billboard, Rolling Stone e, é claro, a ROADIE CREW (desde quando era um zine). Nesses anos todos acompanhei bandas que já existiam e outras que foram surgindo nas décadas seguintes. Muitas se mantiveram e outras se perderam pelo caminho, por egos inflados ou incompatibilidade musical. O seu texto expõe verdadeiramente uma tendência de muitos ‘velhos mentais’, que execram tudo que é novo! É muito egoísmo dizer que só o que é antigo ou velho é que é bom! Esses caras se esquecem que um dia, anos atrás, The Who, Purple, Led, Sabbath, Kiss, Whitesnake, Van Halen, Iron, Judas e outros já foram as promessas do momento? Foram a ‘the next band’ a explodir e fazer sucesso! Isso porque algumas delas demoraram alguns discos para serem da grandeza que hoje são. Bons exemplos disso são Deep Purple, Queen e Kiss, que demoraram alguns discos pra terem seu real valor reconhecido! Que possamos sair de nossa rabugenta zona de conforto e abrir nossas mentes e ouvidos pra perceber que o novo sempre vem, com novas e boas bandas! Se permanecerão, o tempo dirá! Quantas foram as bandas das décadas de 60, 70, 80 e 90 que não vingaram!? Muitas! E hoje alguns se lamentam por isso. O Crow é um grande exemplo de um grande nome dos anos 70 que não vingou, mas muitos os veneram até hoje! Enfim, long live rock’n’roll bands (de todas as eras e décadas!). Abraço.
Rodrigo Lee
Poços de Caldas/MG
Oi Rodrigo, obrigado por escrever. Gosto realmente de escutar de tudo dentro do metal. Sou eclético. E escuto muitas bandas novas, todos os dias, nacionais e internacionais. Algumas nem mais tão novas, mas às quais ainda percebo que os fãs no Brasil não deram a devida atenção. Bandas que estão indo muito bem na Europa e nos Estados Unidos, mas que aqui são nada ainda. Não por falta de qualidade, mas por falta de os fãs do estilo darem uma chance. Você pode até não gostar, mas escute e tenha uma opinião. Valeu! (Claudio Vicentin)
BLIND EAR – MARKUS MKULT (COLDBLOOD)
fotos: Luciana Pires
“O som da bateria é familiar, mas vou esperar entrar o vocal. (R.C.: É do novo trabalho de um dos gigantes do thrash metal). Não é o Anthrax… Pelas barbas do profeta, é o Metallica? (risos) (R.C.: Sim). Não reconheci de cara porque não tenho escutado o que a banda tem feito de uns tempos para cá, admito, mas o vocal entregou de vez o que a batera já estava dizendo. É bem legal, principalmente porque os caras estão fazendo um som mais rápido. Sou fã do Metallica antigo e não posso renegar tudo o que eles fizeram até o ‘Black Album’, mas essa música dá uma esperança. Vou escutar o disco todo.”
Música: Hardwired
Banda: METALLICA
Álbum: HARDWIRED… TO SELF-DESTRUCT
ETERNAL IDOLS – GEOFF NICHOLLS
Parece mais ou menos óbvio: quem se mete num negócio como o rock, em que egos estão em constante desentendimento para saber qual brilha mais, não aceita uma posição que seja menor que a de protagonista. E é aí que surge aquele monte de laterais-esquerdos pensando que são centroavantes… Porém, há alguns que não se incomodam com um lugar que não seria menos importante, mas que não aparece tanto sob os holofotes. E é função nossa resgatar esses “coadjuvantes de luxo” que existem na música. Como foi o caso de Geoff Nicholls.
Geoffrey James Nicholls nasceu em Birmingham (ING) em 28 de fevereiro de 1948. Logo no início dos anos 60, já começou a tocar guitarra em bandas locais, influenciado tanto por precursores do rock como Chuck Berry e Buddy Holly como pelo virtuoso violonista Django Reinhardt…
CLASSICREW
1967
ROLLING STONES
Their Satanic Majesties Request
Antonio Carlos Monteiro
Em duas palavras: foi complicado. No final de 1967, os Rolling Stones estavam num dos piores momentos em se tratando de, vamos dizer assim, problemas pessoais e excessos em geral. Em fevereiro a polícia invadiu a casa de Keith Richard, onde rolava uma festinha regada a vários tipos de substâncias ilícitas com a presença, entre outros, de Mick Jagger. Em maio era a vez de Brian Jones ser pego com maconha. Ou seja, as idas e vindas aos tribunais tomaram a maior parte do tempo de três dos cinco Stones durante todo o ano de 1967. Em paralelo a isso, havia a gravadora Decca pressionando a banda para que fizesse algo na mesma linha psicodélica que os Beatles haviam adotado em Sgt. Peppers Lonely Heart’s Club Band.
Os problemas com a justiça fizeram com que raramente todos os músicos se encontrassem em estúdio…
RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY/DEMOS
Nesta edição:
Adrenaline Mob
Anathema
Axel Rudi Pell
Berserkers
Clamus
Cloven Hoof
Cosmosquad
Demolition
Dream Evil
Elephant Casino
Evocation
Fates Warning
Going To Brasil (Era Great White)
Golpe Devastador
Grá
Gus Monsanto
Iced Earth
Jorn
Lock Up
Mark Slaughter
Metal Church
Monticelli
Mortem
Pallbearer
Pop Javali
Rec/All
Rock Freeday
Skinlepsy
Soen
The Dead Daisies
Trance
Vallenfyre
Warrant
Garage Demos
Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]
Nesta edição:
Quintessente
Superstition 13
LIVE EVIL – AMON AMARTH
Amon Amarth / Abbath
Tropical Butantã – São Paulo/SP
27 de maio de 2017
Por Valtemir Amler • Fotos: Fernando Pires
O que transforma uma festa escandinava em algo memorável? Quem esteve no Tropical Butantã (SP) no último dia 27 de maio pode responder rápido: bebida em boa quantidade, música de alta qualidade, público animado e que entende da tradição de seus países de origem. Na verdade, a coisa estava tão boa e bem planejada que tivemos até uma excelente surpresa: a abertura com a banda brasileira Sinaya.
Desde o momento em que pisaram no palco, Mylena Monaco (guitarra e vocal), Renata Petrelli (guitarra), Camila Toledo (baixo) e Cynthia Tsai (bateria) detonaram o mais sujo, abjeto, esporrento e claustrofóbico death metal, tirando o fôlego daqueles tantos que chegaram um pouco mais cedo. Praticantes de um death ‘old school’ bem na linha dos antigos Entombed, Grave, Cancer e Massacre, a banda desfilou fúria em sons como Obscure Raids (faixa título do ótimo EP de 2013), Always Pain, Bath of Memories, Buried by Terror (confira o clipe insano no YouTube) e Legion of Demons, que fechou a apresentação. Com esse show, ganhamos uma nova banda de cabeceira e uma ânsia incrível para conferir o primeiro álbum completo da Sinaya, que deve sair muito em breve…
LIVE EVIL – EUROPE
Europe
Citibank Hall – São Paulo/SP
28 de maio de 2017
Por Leandro Nogueira Coppi • Fotos: Edu Lawless
Foram cinco anos de espera, mas enfim o Europe retornou ao Brasil. Assim como aconteceu em 2010 e 2012, Joey Tempest (vocal), John Norum (guitarra), John Levén (baixo), Mic Michaeli (teclado) e Ian Haugland (bateria) novamente passaram apenas por São Paulo. Ainda que estejam preparando disco novo, os suecos vieram divulgar seu mais recente trabalho, o pesado War of Kings, de 2015.
Fãs de diversas gerações compareceram em bom número ao Citibank Hall e vibraram quando o Europe entrou em cena tocando duas faixas do álbum atual, a própria War of Kings e Hole in My Pocket. Na pausa, o simpático Tempest cumprimentou a todos e arriscou algumas palavras em português.
Para os que são familiarizados com os álbuns que foram gravados a partir do retorno oficial da banda, em 2003, o show já começou explosivo. Porém, aos que só têm os cinco primeiros vivos na memória – ou seja, de Europe (1983) a Prisoners in Paradise (1991) –, o set só começou a pegar fogo mesmo a partir de Rock the Night, clássico presente no terceiro álbum, o aclamado The Final Countdown (1986)…
LIVE EVIL – STEVE VAI
Steve Vai
Imperator – Rio de Janeiro/RJ
03 de junho de 2017
Por Daniel Dutra • Fotos: Luciana Pires
O cheiro de uma grande noite estava no ar, mas nem o fã mais otimista de Steve Vai poderia imaginar que a festa teria contornos tão especiais. E não apenas porque o anfitrião é um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Ou porque era show com casa cheia na parada carioca da turnê para comemorar os 25 anos de um dos trabalhos essenciais de guitarra – e como bem lembrou seu criador, Passion and Warfare já estava soprando a 27ª velinha. De fato, o primeiro sinal de que assistiríamos a um espetáculo único começou com a exibição de uma cena do filme “A Encruzilhada” (1986, “Crossroads” no original), mais precisamente a parte em que o velho bluesman Willie Brown (Joe Seneca) e seu pupilo, Eugene Martone (Ralph Macchio), negociam com o Coisa Ruim, interpretado por Joe Morton, o fim de um contrato firmado muitos anos antes. Pronto, os fãs já sabiam o que viria pela frente: Jack Butler, quer dizer, Vai entrou em cena com o inesquecível riff de Bad Horsie. Na pista, ovação e uma felicidade que deixou o astral lá em cima para não deixá-lo cair em momento algum.
Ainda assim, o guitarrista emendou a maravilhosa The Crying Machine para, com menos de dez minutos, terminar de hipnotizar a plateia. Showman dos melhores, Vai trocou a roupa cheia de luzes e lantejoulas para reger a banda que o acompanha há uma década – Dave Weiner (guitarra e teclados), Philip Bynoe (baixo) e Jeremy Colson (bateria) – em Gravity Storm…
PLAY LIST – MUTILATOR
Memorial Stone Whithout a Name: “Geralmente, a música que abre o disco sempre é muito marcante e com Memorial Stone Whithout a Name não foi diferente. Entrada bem cadenciada, cozinha funcionando de maneira muito eficiente e bases de guitarra muito bem elaboradas pelo Magoo (R.I.P.). Eu me lembro que na última hora, antes de entrar em estúdio, a gente conseguiu alugar um amplificador Marshall de um guitarrista de Belo Horizonte, Marcelo Paganinni (conhecido guitarrista de jazz), e esse amplificador deu outra cara ao som das guitarras, que ficaram muito mais pesadas. Não foi fácil a produção de Immortal Force, afinal naquela época poucos técnicos de som de estúdios conheciam o heavy metal, então para eles também era algo muito novo, mas no final de todo processo tive certeza de que todos os envolvidos fizeram o seu melhor.” (Ricardo Neves Costa, baixo)
Álbum: Immortal Force
HIDDEN TRACKS – SENTINEL BEAST
Certas vocalistas não são tão lembradas quando se fala em mulheres no heavy metal. Debbie Gunn, líder do Sentinel Beast, grupo formado em 1984, em Sacramento/CA (EUA), é uma delas. Ela namorava o baixista Mike Spencer, que acabou se encontrando por acaso com o guitarrista Barry Fischel em uma festa. Spencer havia saído de Phoenix e, recém chegado em Sacramento, estava buscando uma banda, que já contava com seu amigo da época de escola, o baterista Scott Awes. “Scott e eu gostamos do estilo de Mike e o convidamos. Foi então que ele nos contou que Debbie Gunn era vocalista”, recordou Fischel, em entrevista ao site Voices From the Darkside.
Gunn aceitou o convite e assim surgiu o Sentinel Beast, nome proposto pela vocalista, que era ligada à mitologia grega. “Muitas letras dela tratam desse tema. Sentinel Beast era, na milotologia, Cérbero, um cão de três cabeças que guardava a entrada do inferno”, explicou Fischel. “Uma das primeiras músicas que criamos foi Mourir, que acabou entrando no álbum Depths of Death”, contou Fischel que, meses depois, deixou o grupo para se concentrar nos estudos no Guitar Institute of Technology (GIT)…
BACKGROUND – BLIND GUARDIAN – PARTE 1
Alemanha, década de 80. Depois de mais de trinta anos do fim da II Guerra Mundial, o país ainda vivia as consequências dos atos de seus antigos líderes, mas os olhos já conseguiam ver tempos melhores surgindo no horizonte. A nação permanecia dividida. De um lado, a Alemanha Oriental vivia dias sombrios, marcados pela austeridade da tutela da União Soviética; do outro, a Alemanha Ocidental, aberta para o mundo, começava a viver novos dias de ouro.
Se na porção oriental o país permaneceu forçosamente retrógrado, os ocidentais viam com bons olhos a evolução política de sua nação, representada pelo nascimento e fortalecimento do Partido Verde. Mas, muito mais do que isso, os ocidentais, que já haviam visto a explosão do rock progressivo na década anterior, experimentavam nos anos 80 a euforia do heavy metal, mais notadamente, do thrash metal, que tinha lá um dos seus cenários mais propícios. Se nos EUA as principais bandas de thrash metal se notabilizaram por abordar em suas letras o dia a dia do gênero, festas, bebedeiras e temas sociais (exceção feita ao Slayer), na Alemanha a coisa caminhava com outras pernas. Lá o negócio era o misticismo e o satanismo, uma postura gerada pela própria história recente do país, com uma juventude revoltada pela indulgência autodefensiva da igreja perante a crueldade nazista, o que acabou por gerar uma cena musical extrema, ferrenhamente agressiva aos valores cristãos…
COLUNISTAS
Backstage / Brotherhood
Stay Heavy / Rock’n’Roll
A Look at Metal / Campo de Batalha
Backstage
Vitão Bonesso
BILL WARD E AS CAPAS DE DISCOS DO BLACK SABBATH
Em setembro de 1994, tive a oportunidade de passar algumas horas em companhia de Bill Ward, que estava no Brasil com o Black Sabbath para o show no festival Philips Monsters of Rock. Dentre diversos assuntos, conversamos a respeito de algumas capas de discos de que ele mais gosta e aquelas que odeia dos tempos em que fazia parte do grupo.
SABBATH BLOODY SABBATH: “Minha preferida. Não me lembro quem a criou (N.R.: Drew Struzan). Retrata a morte de uma forma horrível e dolorosa e, na parte de trás, a morte de uma forma confortável. Foi a primeira vez que a gravadora nos deixou livres para escolher uma ilustração, que felizmente foi aceita….
Brotherhood
Luiz Cesar Pimentel
A VERDADEIRA DISSONÂNCIA NÃO É O DIABOLUS IN MUSICA
Fui a uma apresentação de lançamento de produto outro dia e, durante o vídeo de exibição, que iria para a TV dali alguns dias, resolvi tirar o olho do telão e mirar para trás. Uns 80% das pessoas filmavam com o próprio celular a tela do comercial de lançamento do novo celular. Tentei fugir do óbvio (e correto) que é idiotizar o povo que faz isso e abrir o questionamento: “Qual é a porra da relevância de registrar um comercial de um aparelho celular que estará na TV em algumas horas e se tornará obsoleto numas outras tantas poucas?” Isso tudo foi raciocínio de segundos e dou um corte na cena para chegar onde interessa aqui, à música….
Stay Heavy Report
Cintia Diniz e Vinicius Neves
NEM SÓ DE WACKEN VIVE A ALEMANHA
O verão no hemisfério norte começou e com ele a onda de festivais de heavy metal, que se concentram principalmente na Europa. E o país europeu que possui mais eventos desse estilo é, sem dúvida, a Alemanha. Entre os festivais alemães que ocorrem em 2017 estão:
Wacken Open Air, desde 1990;
Rockharz Open Air, desde 1993;
With Full Force Summer Open Air, desde 1994;
Bang Your Head!!!, desde 1996;
Party.San Metal Open Air, desde 1996;
Summer Breeze, desde 1997;
Headbangers Open Air, desde 1998;
Barther Metal Open Air, desde 1999;
M’era Luna, desde 2000;
Deathfeast Open Air, desde 2007.
O Wacken Open Air é um velho conhecido dos leitores da ROADIE CREW, que acompanharam ano a ano, desde 2000, o crescimento do festival nas páginas da revista”…
It’s Only Rock’n’Roll
Antonio Carlos Monteiro
NOITE DE BALADA
Já virou chavão falar que crítico musical é músico frustrado. No meu caso, sempre arrisquei umas notas na guitarra sem maiores pretensões – ou frustrações –, mas já passei alguns bons momentos no palco. De quebra, meu trabalho na imprensa me permitiu trocar ideia sobre guitarras e guitarristas com alguns mestres do assunto.
Foi no início dos anos 90. Lá fui eu escalado para entrevistar mais uma vez o Golpe de Estado, banda que eu sempre admirei profundamente e com quem acabei criando uma amizade pessoal – principalmente com o saudoso guitarrista Helcio Aguirra.
Eu conheci a banda numa festa que aconteceu na casa de Rubens Gioia, guitarrista…
A Look at Metal
Claudio Vicentin
DESRESPEITO COM O CONSUMIDOR DE CDS
Quando nós, amantes do heavy metal, viajamos para o exterior, faz parte da programação visitar lojas de discos. Afinal, é sabido que muitos lançamentos infelizmente não chegam até aqui.
Gravadoras maiores, principalmente Universal e Warner, simplesmente ignoram algumas bandas de metal que têm em seus catálogos. As independentes, como Nuclear Blast, Century Media, SPV, Ear Music, Napalm e Frontiers, entre outras, tentam colocar o máximo possível de títulos no mercado brasileiro. Claro, alguns não são lançados por serem desconhecidos dos brasileiros e os representantes nacionais não se arriscam por saber que boa parte desse público, como já disse aqui, não está em busca de novidades.
Voltando ao título da coluna, muitos são os motivos que nos levam às lojas de CDs…
Campo de Batalha
Ricardo Batalha
É… E SEMPRE SERÁ
Eu não concedi nenhuma entrevista para “Sepultura Endurance”. Escrevo esta coluna sem ter visto o filme, que foi a atração de abertura do festival In-Edit Brasil – 9º Festival Internacional do Documentário Musical e estreou nos cinemas no dia 15 de junho. Mesmo assim, quero falar de algo que todo mundo está cansado de saber: Sepultura é, e sempre será, a maior banda de metal do Brasil. Posso garantir que isso jamais vai mudar, porque eles atingiram este conceito de fazer sucesso e de ter relevância como nenhuma outra formação da música pesada vai conseguir. Não é ser pessimista, mas constatar uma realidade.
Claro, você logo pensou em nomes como Krisiun ou Angra. São muito conhecidos e não menos relevantes, mas o nível…
PROFILE – GUSTAVO POLIDORI (HATEMATTER)
POSTER – VAN HALEN
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |