Com o lançamento de Tokyo Tales (1993), primeiro disco ao vivo do Blind Guardian, a Virgin Records e a própria banda miravam em um crescimento exponencial no mercado mundial. Assim, o lançamento de…
Edição #226
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ARCH ENEMY
ESPECIAL BLACK METAL – INTRO
Por mais que às vezes pareça atraente, não adianta bancar o ‘radical’. Desde o início, todo o heavy metal foi construído sobre três pilares básicos: mistura musical, inventividade e evolução. Seja você fã do Black Sabbath, colocando blues e jazz com uma pegada rocker e riffs macabros; ou do Metallica, acelerando o ritmo da NWOBHM mesclado ao punk rock, acredite: seu gênero favorito foi construído por alguns caras cheios de ideias que não tiveram medo de juntar, em um mesmo caldeirão, todas as suas influências e empurrar adiante os limites da música pesada.
Em 1981 não foi diferente: Conrad Lant (vocal e baixo), Jeffrey Dunn (guitarra) e Anthony Bray (bateria) eram fãs de heavy metal que costumavam tocar covers de Judas Priest e outros heróis, até que decidiram levar tudo aquilo a um nível que ninguém nunca havia chegado. “A música que me deu o despertar maior e com que poderia realmente me identificar foi o punk rock, na década de 70. Os músicos da minha geração entendiam completamente a atitude deles. Para mim, o punk rock reflete os sentimentos que as pessoas da minha faixa etária tinham naquela época”, comentou Conrad, que, por fim, sacramentou: “Ser influenciado pelo punk rock me deu os ingredientes para criar o black, thrash, speed, death e o power metal.”
ESPECIAL BLACK METAL – DISCOS I
Venom
Bathory
Hellhammer
Vulcano
Sarcófago
Root
Blasphemy
Samael
Darkthrone
Burzum
ESPECIAL BLACK METAL – DISCOS II
Master’s Hammer
Sabbat
Mystifier
Immortal
Impaled Nazarene
Rotting Christ
Beherit
Amen Corner
Mayhem
Satyricon
Emperor
Dissection
ESPECIAL BLACK METAL – DISCOS III
Dark Funeral
Arcturus
Gorgoroth
Marduk
Enslaved
Dimmu Borgir
Taake
Watain
Inquisition
Von
Mgla
QUIET RIOT
STEVE VAI
EDGUY
ELUVEITIE
CRADLE OF FILTH
EDITORIAL
UMA SIMPLES FORMA DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA?
Não, não é apenas isso. Com cerca de 60 anos de existência o rock, e sua mais expressiva vertente, o heavy metal, continuam mantendo o poder de cativar pessoas em todas as partes do mundo. Se existe algo que simboliza tudo o que o gênio John Lennon imaginou como o modelo de convivência para uma civilização perfeita, isso é o rock: não tem pátria, não tem religião, não é preciso se preocupar com o paraíso, nem com o inferno… E não tem necessidade de ser uma filosofia de vida limitadora, como alguns querem que seja, porque o gosto pela liberdade plena é uma das principais características de quem tem sensibilidade para amar o rock.
É preciso lembrar também que o espírito contestador atribuído a quem faz ou curte rock não tem nada a ver com tendências políticas. Apesar disso há os que fazem força para que sua preferência partidária se aproprie do conceito natural de democracia que impera no mundo da música pesada, o que é uma espécie de “inocência ideológica”. Mas é muito nítido, fácil de identificar que os que não gostam de rock praticam ferrenhamente o patrulhamento e a discriminação. Os radicais do ativismo político odeiam o rock, tanto os militantes de direita como os de esquerda. Principalmente os de esquerda. Da mesma, forma esse segmento artístico-musical é perseguido por fundamentalistas e fanáticos religiosos de todas as espécies e crenças. E é esse povo, que sofre de embotamento mental, que vai continuar dizendo frases como “o rock morreu…”, enquanto vamos continuar ouvindo a nossa música preferida por séculos e séculos, amém.
É verdade que mesmo quem convive no ambiente do rock/ metal reconhece que as divergências existem também entre nós. As preferências por um ou outro estilo são naturais, uma questão de gosto pessoal. Mas como reflexo de uma sociedade da qual fazemos parte, podemos nos deparar com manifestações intolerantes de defensores de um ou outro subgênero. Nesta área, envolvendo apenas os que têm afinidade com a música, as diferenças no aspecto político são irrelevantes, entretanto encontramos algum confrontamento entre religiosos e antirreligiosos. Há de se reconhecer que o problema de incompatibilidade nesse campo é insolúvel, principalmente porque alguns exageram nas manifestações contra as convicções do outro lado, e o extremismo exacerbado nunca vai levar ao ponto de prevalecer a aceitação mútua. Isso faz parte da história da humanidade desde sempre.
Nós, da ROADIE CREW, tratamos o heavy metal como arte e privilegiamos esse tipo de música em todos os seus subgêneros, pois essa é a razão da existência da revista. Por isso é motivo de orgulho trazer nesta edição a matéria especial sobre o BLACK METAL, segmento no qual temos muitos amigos, conhecemos muitas pessoas absolutamente normais e talentosas como artistas, gente de caráter inquestionável como há em qualquer outra atividade.
E mudando totalmente de assunto, quero dar as boas-vindas a mais um headbanger que chega ao mundo, o Rafael, que vai tocar guitarra e jogar muito futebol.
Airton Diniz
CENÁRIO
MINISTÉRIO DA DISCÓRDIA: USANDO AS ARMAS QUE TEM
Compor em português às vezes não é boa opção para um estilo tão universal como é o heavy metal, mas quem faz isso com qualidade se destaca. O Ministério da Discórdia, que debutou em 2013 com um álbum autointitulado e em 2016 lançou o DVD Por Bares e Becos e o EP Abismo, é um desses. A ROADIE CREW conversou com este trio de São Paulo, formado por Maurício Sabbag (guitarra e vocal), Carlos Botelho (baixo) e Inacio Nehme (bateria), que contou, dentre outras coisas, como surgiu essa ideia e como faz para garantir um bom desempenho no cenário stoner metal.
THE CHARM THE FURY: MACHUCANDO OLHOS
A vontade de causar impacto desde o início fez com que a banda composta atualmente por Caroline Westendorp (vocal), Lucas Arnoldussen (baixo), Rolf Perdok (guitarra), Martijn Slegtenhorst (guitarra base) e Mathijs Tieken (bateria) buscasse se diferenciar na atitude profissional e nas composições. Com o segundo disco em mãos, The Sick, Dumb & Happy, os holandeses abandonam o rótulo de metalcore e dizem ter encontrado sua personalidade musical. Confira a seguir o papo com esta banda ainda iniciante, mas muito decidida.
ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA
PEDIDOS
Olá, amigos! Conheci a revista em 2004, quando eu tinha 13 anos através da edição que tinha o Therion na capa (ed. #67). Depois disso, comprei algumas esporadicamente, pois morava no interior catarinense e a revista não vinha mensalmente para a única banca da cidade. Depois de voltar a morar na minha cidade natal, a partir da edição #105 comecei a comprar todos os meses. E lá se vão dez anos! Pude acompanhar toda a evolução da revista, grandes matérias e momentos da música. Várias edições marcantes como a #109 com o Maiden na capa, banda de que sou fã incondicional. Nesses dez anos muita coisa mudou: casei com a mulher que amo, minha vida seguiu em frente, mas sempre tendo a ROADIE CREW comigo. Agora alguns pedidos: vocês poderiam voltar com aquela seção que falava sobre assuntos ligados a música como bruxos, misticismo etc. E um background com o Angra e atualizar alguns Backgrounds que foram feito há muito tempo. Abraço a todos! Up the Irons.
Marcos Ricardo
Caxias do Sul/RS
Legal estar nestes dez anos junto conosco, Marcos. Falta espaço para tanta coisa poder voltar, meu amigo. Coloca-se misticismo, perdem-se entrevistas, que temos muitas “na fila”. Ainda assim, poderemos abordar isso novamente, não como seção fixa. A última: gostou do especial de músicas do Iron Maiden? Algumas de minhas preferidas – Total Eclipse, Flight of Icarus e Moonchild – foram listadas. Quais as suas? Siga escrevendo! Abraço. (Ricardo Batalha)
BLIND EAR – NITA STRAUSS (ALICE COOPER)
Fotos Edu Lawless
“Eu conheço essa música, me dê mais alguns segundos! Eu conheço o riff, mas estou com medo de errar (risos). Adoro esse riff, gosto dessa levada! O que é isso mesmo? Não vou chutar… (R.C.: Megadeth, o mais recente álbum). Oh, verdade! Dá até para escutar alguma melodia de Angra aí. (R.C.: Você gosta do estilo do Kiko Loureiro?). Sim, eu sou fã de Angra desde o início da carreira deles. (N.R.: Nesse momento Nita se levanta para buscar uma camiseta do Angra que estava em sua mala). Eu ia usar essa camiseta no show de hoje, mas como o Andreas Kisser chegou para participar conosco resolvi usar a do Sepultura (risos). Kiko Loureiro tocando é um gênio, ele junta as notas como ninguém.”
Música: Dystopia
Álbum: DYSTOPIA
Banda: MEGADETH
ETERNAL IDOLS – GREGG ALLMAN
Quantas histórias de estrelas do rock que tiveram carreiras prejudicadas por álcool e drogas você conhece? A de Gregg Allman foi apenas mais uma…
Gregory Lenoir Allman nasceu no dia 8 de dezembro de 1947 em uma das cidades mais musicais do mundo, Nashville (EUA). A tragédia não tardou a atingi-lo, já que em 26 de dezembro de 1949, seu pai, Willis, foi assassinado, deixando sua mãe Geraldine sem trabalho e com Gregg e seu irmão Duane, um ano mais velho, para criar.
A música entrou na vida dos irmãos quando Gregg foi a seu primeiro show, que tinha no cast Otis Redding e B.B. King. Não demorou para os dois montarem seu primeiro grupo, The Y Teens.
Mudando de banda em banda, a escola ficou em segundo plano: “Tinha a música de um lado, as garotas de outro. Não sobrava muito tempo para a escola…”, lembrou Gregg.
A primeira banda séria dos irmãos foi The Escorts, que fazia covers de sucessos da época. O grupo logo passou a se chamar The Allman Joys e começou a tocar constantemente na região sudeste dos EUA em 1965. Já fazendo músicas próprias, em 1967 os irmãos conseguiram um contrato com a Liberty Records para sua banda da época, Hour Glass. Foram dois discos, Hour Glass (1967) e Power of Love (1968), mas Gregg detestou a experiência: “A música não tem vida no estúdio”, declarou o sujeito que amava o palco.
PLAY LIST – ESA HOLOPAINEN (AMORPHIS)
Black Winter Day: “Lembro-me de quando estávamos ensaiando na casa do tecladista Kasper Mårtenson, que apresentou essa música para nós. E ele se saiu muito bem, porque já tinha todas as melodias, inclusive de voz. Ela se tornou provavelmente a mais conhecida do álbum. Fizemos um vídeo na Alemanha para ela, mas não ficou tão legal. Não entenderam direito a letra e ficou com uma cara meio medieval (risos). Mas, enfim, nós a tocamos por muito tempo, demos uma parada porque cansamos, mas hoje ela retornou ao repertório.”
Álbum: Tales from the Thousand Lakes (1994)
COLLECTION – BLACK LABEL SOCIETY
RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY/DEMOS
Nesta edição:
Agathocles-Extreme-Smoke57
Appice
Cellar Darling
Dark Forest
David Gilmour
Dead Lord
Destruction
End of Green
Evil Invaders
Exhumed
Grave Pleasures
H.E.A.T.
Jag Panzer
Motörhead
Nocturnal Rites
Pänzer
Republica
Six Feet Under
Styx
The Art Is Murder
Tyler Bryant & The Shakedown
Wintersun
Garage Demos
Envie o seu link do Facebook ou MySpace acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPEG e 300 dpi – legendada e com crédito do fotógrafo), a capa da Demo (alta resolução) e press release/biografia (em arquivo de texto), para o endereço de e-mail: [email protected]
Nesta edição:
Guilherme Costa
R.I.V.
Front Cover (por Marcelo Vasco)
Nesta edição:
Testament – Brotherhood of the Snake
LIVE EVIL – SÃO PAULO TRIP
São Paulo TRIP
Allianz Parque – São Paulo/SP
21, 23, 24 e 26 de setembro de 2017
Por Leandro Nogueira Coppi e Ricardo Batalha • Fotos: Fernando Pires
Se estava faltando um grande festival de rock no Brasil e se o cast do Rock in Rio (veja a cobertura no site da ROADIE CREW), mais uma vez, levantou vozes iradas por conta de seu cast cada vez menos rockeiro, o festival São Paulo Trip serviu como um bálsamo. Afinal, praticamente todas as bandas de rock que se apresentaram no festival carioca estiveram no estádio Allianz Parque nos dias 21, 23, 24 e 26 de setembro, com a “bonus band” The Cult, que não tocou no Rock in Rio. Confira como foi.
21 DE SETEMBRO: THE WHO, THE CULT, ALTER BRIDGE
O primeiro dia do festival já começou com uma incógnita: qual seria a reação do público à estreia do The Who por esses lados? Afinal, era o único nome clássico do rock ainda em atividade a nunca ter pisado em terras sul-americanas e essa vinda tardia (para dizer o mínimo, já que a banda existe há 53 anos) fez muita gente torcer o nariz: “Eles só vêm agora que estão velhos, carecas e barrigudos.” O fato de os ingressos não terem se esgotado criava mais dúvidas e era chegado o momento de comprovar isso.
Quem teve a honra de iniciar os trabalhos foi o Alter Bridge – que na verdade é o Creed sem seu vocalista original e com Myles Kennedy nos vocais. Ou seja, tanto ele como Mark Tremonti (guitarra e vocais), Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria) são daquele tipo de músico que não precisa provar nada pra ninguém. Foi para um estádio ainda bem vazio (o primeiro show começou pouco depois das 18h num dia útil…
LIVE EVIL – PAUL MCCARTNEY
Paul McCartney
Allianz Parque – São Paulo/SP
15 de outubro de 2017
Por Antonio Carlos Monteiro • Fotos: MRossi/T4F
Pra ir num show de Paul McCartney é preciso ter paciência. Não, o fantástico músico e compositor não se tornou um chato – muito pelo contrário! Acontece que Macca, a exemplo do que aconteceu em sua última passagem aqui em 2014, colocou um insuportável DJ que assassinou várias músicas dos Beatles para abrir o show. Como se não fosse bastante, ainda rola uma introdução em vídeo terrivelmente maçante e que dura intermináveis trinta minutos com mais remixes do Fab Four e da carreira solo de Paul.
Só que vale a pena passar pelo suplício. Porque assim que ele e os sensacionais Rusty Anderson (guitarra), Brian Ray (guitarra e baixo), Paul “Wix” Wickens (teclados) e Abe Laboriel Jr. (bateria), banda que o acompanha há bons anos, assumem o palco tudo muda. Foi o que aconteceu no domingo, 15 de outubro em São Paulo – a tour também passou por Porto Alegre (dia 13), Belo Horizonte (17) e Salvador (20). Na verdade, a One on One Tour começou em 2016 e não tem data pra acabar.
Estamos falando de um integrante da mais aclamada banda da história da música, então temas dos Beatles têm que predominar no repertório. Ou seja, de 38 temas, nada menos que 25 vieram de seu tempo com John, George e Ringo. E o início com A Hard Day’s Night foi sinônimo de “casa abaixo”.
Logo de cara, deu pra notar algo que já se prenunciava na sua última passagem por aqui, em 2014: a voz de Paul já começa a sentir os efeitos do tempo – afinal, o cara tem 75 anos de idade!
BACKGROUND – BLIND GUARDIAN - PARTE 4
HIDDEN TRACKS – CUTTY SARK
CLASSICREW
1967
PINK FLOYD
The Piper At the Gates of Dawn
Antonio Carlos Monteiro
Nos anos 60, a música, o rock em especial, vivia uma realidade que parece de ficção científica se comparado aos dias de hoje. Sim, havia a pressão por vendas de discos e shows lotados, mas também havia não apenas liberdade artística como o direito de ousar. Não fosse assim, jamais teríamos a possibilidade de ouvir The Piper at the Gates of Dawn, disco de estreia do Pink Floyd.
O engenheiro de som Norman Smith (que mais tarde se tornaria o cantor Hurrricane Smith) havia trabalhado em vários discos dos Beatles quando a gravadora EMI resolveu promovê-lo a produtor. E uma de suas funções nesse cargo era descobrir novos talentos. Foi quando ele se deparou com o Pink Floyd, que já fazia sucesso no underground londrino com seus shows repletos de improviso e lisergia. Não era bem a praia dele – “eu era um velho que curtia jazz”, disse ele à revista Guitar World em 2007, um ano antes de seu falecimento –, mas resolveu arriscar. Assistiu à loucura e concluiu: “Eu não entendia nada de psicodelia, mas vi que eram bem populares e que eu poderia fazer com que vendessem alguns discos.” O acordo não era dos melhores: um adiantamento de cinco mil libras por um contrato de cinco anos, uma pequena participação nos lucros e nada de estúdio liberado – a banda teria um tempo pré-determinado para gravar. Por outro lado, era garantida à banda total liberdade artística. Era tudo que Syd Barrett (vocal e guitarra), Roger Waters (baixo e vocal), Richard Wright (teclado) e Nick Mason (bateria) queriam.
1977
NAZARETH
Expect No Mercy
Valtemir Amler
Além das baladas radiofônicas, notadamente a versão de Love Hurts do The Everly Brothers, o grupo escocês Nazareth sempre compôs rock de qualidade. Um clássico exemplo é justamente Expect No Mercy, seu nono disco de estúdio.
Após o sucesso comercial de Hair of the Dog (1975), Dan McCafferty (vocal), Manny Charlton (guitarra), Pete Agnew (baixo) e Darrell Sweet (bateria) haviam se afastado do hard rock que os consagrou, rumando para uma sonoridade mais acessível que não foi bem recebida. Expect no Mercy, gravado no Le Studio, em Quebec (CAN), era a chance de virar o jogo, colocar ordem na casa e obedecer ao pedido de sua própria gravadora para deixar de lado os experimentalismos e focar no rock. Assim, o quarteto não perdeu tempo e a volta tinha logo de cara a suingada faixa-título, com Charlton, que produziu o disco, comandando a festa.
1997
STRATOVARIUS
Visions
Daniel Dutra
Lá se vão duas décadas, mas ainda parece que foi ontem. O metal melódico havia se transformado na menina dos olhos da música pesada na transição da primeira para a segunda metade dos anos 90, e o Stratovarius assumira um dos papéis de protagonista. E muito se deve ao então reformulado lineup dos finlandeses: o baterista Jörg Michael (ex-Rage, Running Wild, Axel Rudi Pell, Grave Digger e mais um monte de gente) e o tecladista Jens Johansson (ex-Yngwie Malmsteen e Dio) haviam se juntado a Timo Kotipelto (vocal), Timo Tolkki (guitarra) e Jari Kainulainen (baixo) no álbum anterior, Episode (1996), o primeiro passo rumo ao panteão principal do estilo.
Visions, por sua vez, fez a mais clássica das formações do Stratovarius – e a favorita dos fãs, por que não? – subir mais alguns degraus. A rigor, o sexto álbum do grupo apresenta três clássicos: Kiss of Judas (uma quebra de paradigma para faixas de abertura), Paradise e, principalmente, Black Diamond.
COLUNISTAS
Backstage
Vitão Bonesso
MÚSICOS: QUANDO A LUZ VERMELHA FICA CADA VEZ MAIS FORTE
Em 1992, fui visitar pela primeira vez a Expomusic, que naquela época era realizada na Bienal do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. O governo Collor havia assinado um decreto que liberava a entrada no Brasil de produtos importados, incluindo-se aí instrumentos musicais, que, mesmo custando uma fábula, pareciam ser um oásis na vida de nosso músico.
Não demorou para que importadoras e distribuidoras surgissem no mercado e, claro, a Expomusic passou a ter um motivo a mais para prosperar. Os anos foram passando, o evento passou a ser feito no Expo Center Norte. Os preços continuaram salgados, mas a facilidade do crédito, com uma guitarra ou uma bateria podendo ser pagas em várias prestações, ainda davam certo fôlego à classe.
Brotherhood
Luiz Cesar Pimentel
EU NÃO GOSTO DE BLACK METAL
Explico o porquê. A verdade é que metal é meu gênero preferido de música desde que escutei Black Sabbath pela primeira vez há mais de 35 anos. Gosto de quase todas as variantes. E entre as que não gosto está o (que veio a se tornar) o black metal.
A história do gênero você deve conhecer bem e está mais que explicada aqui nesta edição. Tanto o disco que batizou o gênero, do Venom, quanto Show no Mercy, do Slayer, que levava temática semelhante, mudaram minha vida. Até hoje fico roendo as unhas esperando lançamentos das bandas dessa primeira geração do black metal que ainda estão em atividade – por acaso, apenas as duas seguem produzindo regularmente nas minhas contas. Mas me refiro a Celtic Frost, Bathory, Mercyful Fate, Possessed, Hellhammer… Até os alemães Sodom, Destruction e Kreator entravam na mesma leva antes da separação de black e thrash.
Stay Heavy Report
Cintia Diniz e Vinicius Neves
A AUDIÊNCIA DAS MEGABANDAS
“(…) Pode tocar o que quiser – pode tocar Master of Puppets, isso e aquilo, mas quando eles tocam as músicas do Black Album, cada pessoa lá vai à loucura. E é como se 60% do público deles fosse de fãs casuais que só têm esse disco e essa é uma coisa que nunca é refletida por seus fãs ‘hardcore’.” Esta foi a declaração do vocalista M. Shadows (Avenged Sevenfold) durante evento no Grammy Museum, em Los Angeles, em 19 de outubro, sobre a experiência de ter sua banda como apoio na turnê do Metallica em estádios neste verão (do hemisfério norte). Certo ou errado, gerou polêmica.
E continua: “Para fazer shows em estádios, você tem que ter um álbum que foi trabalhado no rádio ou atravessou em algum ponto para a consciência do coletivo humano, e eles tiveram isso com o Black Album. (…) Quando eles tocam alguma faixa desse disco, músicas como Sad But True, Enter Sandman, The Unforgiven, acontece uma vibração diferente e você pode dizer que muito de seu público é de fãs casuais, o que é algo que eles fizeram e cultivaram muito bem ao longo de sua carreira.”
It’s Only Rock’n’Roll
Antonio Carlos Monteiro
MENINOS, EU VI
Às vezes a história está sendo feita debaixo do seu nariz e você nem se dá conta – afinal, se os próprios protagonistas dessa história raramente percebem, quem diria um mero espectador… Isso acontece porque é o tempo que diz se algo é digno de virar história ou não.
E todo esse discurso tem um propósito: falar que no dia 17 de agosto de 1985 eu estava na cidade de Americana/SP e testemunhei o show que gerou o disco Live!, do Vulcano.
Apesar de na época ainda ser um menino de calças curtas no jornalismo musical (havia estreado no meio no mês anterior), já mantinha uma boa amizade (que perdura até hoje) com Wilton Cristiano, proprietário da Heavy Metal Rock (que também resiste bravamente até hoje), produtor do show que culminaria no disco e que me convidou para assistir à apresentação.
A Look at Metal
Claudio Vicentin
OS INVRÍVEIS ANOS 90
Estava escutando Images and Words do Dream Theater e resolvi escrever essa coluna. O álbum está completando 25 anos e a banda girando o mundo com a Images, Words & Beyond World Tour para comemorar a data.
O começo dos anos 90 foi muito marcante. Eu era baterista de uma banda chamada Cicatrix e comparecia na Expomusic para ver meus ídolos como Ivan Busic, Ricardo Confessori, Paulo Thomaz e Paulo Zinner. Frequentava o Black Jack Bar para ver as bandas nacionais e comprava a Rock Brigade mensalmente. Assim como hoje, queria saber de tudo que acontecia na cena do heavy metal. Então, quando paramos para ver a quantidade de álbuns que se tornaram clássicos e de bandas que apareceram e se consolidaram, vemos que os anos 90 também foram incríveis.
Campo de Batalha
Ricardo Batalha
O MAYHEM QUE NÃO ERA O THE TRUE MAYHEM
O impactante nome Mayhem é rapidamente identificado ao da banda norueguesa de black metal. Absolutamente normal, certo? Bem, só que tanto antes como depois da demo Pure Fucking Armageddon (1986), primeiro registro dos pioneiros nórdicos, tivemos vários homônimos. Procure e vai achar o Mayhem brasileiro, argentino, italiano, finlandês, alemão, húngaro, assim como cinco (!) dos EUA. Um deles acabei conhecendo antes mesmo do The True Mayhem, na sexta edição da Metal Massacre, coletânea da gravadora Metal Blade, de Brian Slagel, entrevistado na ed. #224.
Lançada em 1985, a compilação trazia Possessed, Nasty Savage, Hirax, Hallow’s Eve, Dark Angel e The Obsessed, entre outras. Porém, a quarta faixa, Tear Down the Walls, me fazia lembrar o som de bandas brasileiras da fase SP Metal.
PROFILE – CLEBER ORSIOLI (BLACKNING)
Primeiro disco que comprou:
“Metallica (Black Album) – Metallica”
POSTER – SCORPIONS
Peso | 0,250 kg |
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Dimensões | 28 × 21 × 1 cm |