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Edição #228

R$29,00

Quando surgiu, há uma década, o Cavalera Conspira­cy trouxe consigo a expectativa de resgate da emble­mática química dos irmãos Max e Iggor dos tempos de Sepultura. Fã incondicional de metal, Max bebe em várias fontes, novas e antigas, além de…

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CAVALERA CONSPIRACY

Por Guilherme Spiazzi Quando surgiu, há uma década, o Cavalera Conspira­cy trouxe consigo a expectativa de resgate da emble­mática química dos irmãos Max e Iggor dos tempos de Sepultura. Fã incondicional de metal, Max bebe em várias fontes, novas e antigas, além de trazer consigo um estilo de vida um tanto isolado para os padrões atuais. Tais características permitem que ele se concentre e faça o que sabe fazer melhor – riffs certeiros e músicas atemporais. Ele comprova isso em Inflikted (2008), Blunt Force Trauma (2011) e Pandemonium (2014) – a cada lançamento, um passo a mais em direção àquela voracidade despida de pudores e modos que os irmãos apresen­tavam nos idos do final da década de 80. Com o quarto disco em mãos, o recém­-lançado Psychosis, o Cavalera Conspiracy traz um som direto, visceral, complexo e na cara, assim como as respostas de Max nesta exclusiva para a ROADIE CREW.

MISS MAY I

Por Guilherme Spiazzi Formado ainda no ensino médio, o Miss May I definitivamente deu certo no cenário musical. Afinal, já são dez anos ininterruptos de estrada, e com a mesma formação. Apesar de ter amadurecido ao longo dos anos, o metalcore praticado por Levi Benton (vocal), Ryan Neff (baixo), Justin Aufdemkampe (guitarra base), B.J. Stead (guitarra solo) e Jerod Boyd (bateria) continua sendo o mesmo em sua essência, porém muito mais trabalhado. Com a banda chegando ao seu sexto disco de estúdio, Sha­dows Inside, Benton falou com a ROADIE CREW sobre o novo trabalho, os caminhos percorridos até aqui e o segredo da ascensão da banda no mercado musical.

ELVENKING

Por Guilherme Spiazzi Lá no começo dos anos 2000, quando a Itália se firmava com exportadora de bandas de me­tal melódico, o Elvenking, que já ensaiava desde 1997, resolveu mostrar as caras lançando Heathenreel (2001), porém com um diferencial – tra­zendo influência do folk, algo que para a época era novidade no metal melódico. De lá para cá, o grupo seguiu lançando discos, sem necessariamente fincar os pés numa sonoridade única, fato que fez com que fãs e mídia torcessem o nariz. Apesar das derrapadas, a banda atualmente formada por Damna (vocal), Jakob (baixo), Aydan e Rafahel (guitar­ras), Lethien (violino) e Lancs (bateria) acordou para vida e resolveu definir sua identidade musical. Com o lançamento de seu nono disco de estúdio, Secrets of the Magick Grimoire, a ROADIE CREW conversou com Aydan sobre esse cami­nho de descoberta e o fato de finalmente começarem a tocar pelo mundo.

FIREWIND

Por Daniel Dutra As Guerras Médicas, mais especificamente as Ba­talhas das Termópilas e de Salamina em 480 a.C., durante a segunda invasão da Pérsia na Grécia. Imagine esse pedaço da História com uma trilha sonora power metal, porque foi exatamente o que fez o Firewind em seu álbum mais recente, Immortals, primeiro mergulho da banda liderada pelo guitarrista grego Gus G. no mundo dos discos conceituais. E o oitavo trabalho do quinteto é também o primeiro com o vocalista Henning Basse, ex-Metalium – Petros Christodoulidis (baixo), Bob Katsionis (teclados) e Johan Nunez (batera) completam a formação. Não faltavam motivos para conversar com Gus G., que no início de março traz o grupo ao Brasil, e foi o que fizemos. Mas antes de você começar a degustar o papo, um aviso importante: a saída da banda de Ozzy Osbourne foi amigável, e o guitar­rista soltou um comunicado a respeito do assunto e dos quase oito anos ao lado do Madman. Vida que segue.

MORBID ANGEL

Por Guilherme Spiazzi Sustentar um nome no metal pode ser tão difícil, senão mais, do que construir um. Ícone no death metal, o Morbid Angel parou de soltar trabalhos de estúdio depois de Heretic (2003), sentiu a saída do baterista Pete Sandoval em 2010 e finalmente voltou com Illud Divinum Insanus (2011), álbum que flertou com o industrial e marcou o retorno do vocalista e baixista original David Vincent. Considerando o resultado negativo do disco e a incompatibilidade entre Vincent e o guitarrista e fundador do grupo, Trey Azagthoth, o vocalista cedeu o posto em 2015. Para o seu lugar, a banda recebeu pela terceira vez Steve Tucker, que falou à ROADIE CREW sobre este retorno e o fato de o Morbid Angel voltar a fazer o que sabe melhor no seu nono disco de estúdio, Kingdoms Disdai­ned: puro death metal.

MARTY FRIEDMAN

Por Daniel Dutra Marty Friedman lança seu 12º trabalho solo, Wall of Sound. A manchete já seria motivo para conversarmos com ele, mas como encaixar o novo traba­lho e alguns outros assuntos em apenas 20 minutos? Por exemplo: os 30 anos de Speed Metal Symphony, primeiro álbum do Cacophony; o relançamento dos discos que gravou com Hawaii, Vixen e Deuce; e, claro, Megadeth. Pauta feita apertando um pouco aqui e espremen­do um tanto ali, mas foi tudo por água abaixo. Empolgado com o novo álbum – gravado com Kiyoshi (baixo), os bateris­tas Anup Sastry e Gregg Bissonette e um sem-número de convidados –, o educadís­simo guitarrista falou bastante, estourou o tempo e agradeceu pelo bate-papo que você tem em mãos. Saiba o porquê com os melhores momentos a seguir.

BETWEEN THE BURIED AND ME

Por Guilherme Spiazzi Apesar de alguns ainda insis­tirem, a visão míope de que o progressivo se resume a técnica e exibicionismo nunca coube na música. Basta ob­servar a variedade de bandas que se encaixam direta ou indiretamente no gênero, como os ame­ricanos do Between the Buried and Me (BTBAM). Desde o lançamento do quinto disco de estúdio, Colors (2007), a banda vem mergulhado cada vez mais no metal progressivo, a ponto de lançar trabalhos conceituais profundos e complexos, caso de Coma Ecliptic (2015). Para comemorar o sucesso de seu último álbum de estúdio, Tommy Giles Rogers, Jr. (vocal), Dan Briggs (baixo), Paul Waggoner (guitarra e vocal), Dustie Waring (guitarra) e Blake Richardson (bateria) decidiram registrar em DVD uma performance intimista e especial do grupo, lançando assim Coma Ecliptic: Live (2017). E é sobre isso que a ROADIE CREW conversou com Briggs nesta entrevista.

MELHORES DE 2017 - REDAÇÃO

Por Redação

Melhores de 2017

Segundo a equipe da Roadie Crew

 

AIRTON DINIZ (EDITOR)

Cartoon – V

Sons of Apollo -Psychotic Symphony

Beyond the Black – Lost in Forever

Sepultura – Machine Messiah

Destruction – Thrash Anthems II

Arch Enemy – Will to Power

Avatarium – Hurricanes and Halos

Alice Cooper – Paranormal

The Dead Daisies – Live & Louder

Inglorious – II

Capa: Mastodon – Emperor of Sand

DVD: David Gilmour – Live at Pompeii

Videoclipe: Trivium – The Sin and the Sentence

Decepção: Quiet Riot – Road Rage

Show: Paul McCartney – São Paulo/SP

Banda que quer ver em 2018: Cartoon

Veja também as escolhas de:

Alessandro Bonassoli

Antonio Carlos Monteiro

Claudio Vicentin

Daniel Dutra

Ecio Souza Diniz

Fernando Pires

Guilherme Spiazzi

Heverton Souza

Ivanei Salgado

Leandro Nogueira Coppi

Leonardo M. Bauna

Luiz Cesar Pimentel

Maicon Leite

Ricardo Batalha

Sergiomar Menezes

Valtemir Amler

Vinicius Neves

Vitão Bonesso

FATES WARNING

Por Daniel Dutra A linha do tempo do Fates Warning pode ser dividida entre antes e depois de Perfect Symmetry (1989), disco que colocou a banda defini­tivamente no progressive metal. Mas os primeiros passos para se tornar uma referência do estilo foram dados al­guns anos antes, quando John Arch (vocal), Jim Matheos e Frank Aresti (guitarras), Joe DiBiase (baixo) e Steve Zimmerman (bate­ria) adicionaram novos elementos ao heavy metal tradicional praticado pelo quinteto. E Awaken the Guardian (1986) virou um marco não apenas dessa transição, mas do rock pesado. Para comemorar o 30º aniver­sário do álbum, Matheos, líder e hoje único integrante da formação original, chamou os antigos companheiros para dois shows especiais com a íntegra do material – nos festivais Keep It True (ALE) e ProgPower (EUA) em abril e setembro de 2016, respec­tivamente. O resultado foi registrado no emocionante Awaken the Guardian Live, lançado ano passado, e batemos um ótimo papo com Arch para saber mais detalhes.

JAG PANZER

Por Daniel Dutra O mercado fonográfico impôs rótulos para poder vender o seu produto, mas a situação saiu do controle. O heavy metal, por exemplo, tem subgêneros que provavelmente comportam apenas uma banda, e provavelmente foi ela mesma quem criou o próprio nicho. Mas se você está com esta ROADIE CREW nas mãos, suponho que o seu denominador comum seja o heavy metal, claro. E é exatamente isso que você encontra em The Deviant Chord, décimo disco de estúdio do Jag Panzer, o primeiro em seis anos e o primeiro depois que o veterano grupo americano retornou, em 2013, de um hiato de dois anos. Harry Conklin (vocal), Mark Briody e Joey Taffola (guitarras), John Tetley (baixo) e Rikard Stjernquist (bateria) fizeram um álbum de metal sem frescuras ou grandes malabarismos, por isso mesmo muito agradável de ouvir. E com uma bem-vinda produção orgânica direta do túnel do tempo dos anos 80. Então, fica a dica: coloque The Deviant Chord em alto e bom som para curtir esta e a próxima página.

MARILYN MANSON

Por Merlin Alderslade e Marcel Anders Tem absinto por toda parte. Um pó branco também. E uma figura (nua?) na cama à nossa frente. Marilyn Manson se espreguiça com um grunhido, braço em volta do pescoço e dedo no gatilho de uma arma – uma arma falsa, claro; pelo menos, é o que se imagina… Melhor perguntar a ele? Nossa, tomara que seja de mentira! Sento então num enorme sofá de couro numa suíte escura e fria do hotel Soho House, em Berlim, e espero o homem se aprontar. Enquanto isso, algu­mas perguntas vão passando pela minha cabeça. Com qual Marilyn Manson iríamos conversar em seguida? Seria seu mais novo disco, Heaven Upside Down, mais um trabalho dele feito para chocar? E que dia­bos é aquele pó branco dentro da enorme bandeja de café colocada na mesa à minha frente? “Não é cocaína, eu garanto”, diz uma voz roufenha vinda da escuridão à minha frente. E lá está ele: imponente, rosto bran­co e sombra nos olhos, olhando com um sorriso malicioso, como se tivesse contado uma piada que eu não conseguira enten­der. Trajando um terno de riscas vermelhas e pretas, Manson parece aquele anfitrião de uma festa em que você não sabe o que vai acontecer. E é essa a figura que se acomoda no sofá ao meu lado. E mesmo com Marilyn Manson em seu melhor humor é sempre complicado saber por onde começar. Não se trata apenas de um artista polêmico, mas de alguém que nos últimos tempos manteve uma carreira repleta de altos e baixos que poderia causar vertigem. Além disso, no âm­bito pessoal enfrentou dois dramas, com as mortes de seu pai e sua mãe, que certamen­te o abalaram. Aliás, talvez esse seja um bom ponto de partida para nossa conversa.

NORDJEVEL

Por Valtemir Amler Dona de uma história extremamente rica nesse gênero musical, a Noruega ainda é intrin­secamente ligada ao black metal. Com o passar dos anos, o gênero foi se tor­nando cada vez mais popular, fazendo desse um dos estilos mais difundidos no mundo. Engana-se, porém, quem pensa que os noruegueses suavizaram sua proposta musical. O Nordjevel, for­mado por Nord (guitarras, Tvangeste), Dezepticunt (baixo, ex-Ragnarok), Doedsadmiral (vocais, Svartelder) e F. Widings (bateria, Marduk), é a prova cabal de que o país continua vivo e produtivo no black metal. Confira nos­sa conversa com o guitarrista e com­positor Nord, que nos contou todos os detalhes do debut.

MADAM X

Por Leandro Nogueira Coppi Com We Reserve the Right, de 1984, o Madam X chamou atenção, inclusive no Brasil, devido ao visual exagerado dos membros e ao metal simples e contagiante com letras divertidas e pegajosas. Porém, poucos anos depois, sem nenhum outro álbum lançado, as atividades do grupo foram enterradas. Felizmente, em 2014 o sarcófago foi reaberto e o Madam X ressuscitou das catacumbas. Agora, 33 anos após o debut, o quarteto original solta seu novo disco, Monstrocity. Con­versamos com os sempre simpáticos Bret Kaiser (vocal), Chris “Godzilla” Doliber (baixo) e as irmãs Maxine (guitarra) e Roxy Petrucci (bateria), que nos falaram deste surpreendente trabalho.

STEVEN WILSON

Por Guilherme Spiazzi Com uma ex­tensa carrei­ra musical, parte dela construída com o Porcu­pine Tree, e consequen­temente den­tro do rock progressivo, o multi-ins­trumentista inglês Steven Wilson chega ao quinto disco solo, To the Bone (2017), desde que optou por esse caminho há quase dez anos. Compositor e produtor prolífico, Wilson não se resume ao rock ou ao metal, mas navega por várias vertentes da música e das ideias. Não por acaso, é possível encontrar melodias simples acompanhadas de estruturas complexas e mensagens provocantes em seus discos. Nesta entrevista, o artista aborda aquilo que o instiga a compor e as provocações existentes em suas letras.

ADRENALINE MOB

Por Guilherme Spiazzi A entrevista que você vai ler a seguir aconteceu em dois momen­tos distintos. A ROADIE CREW havia conversado com o guitarrista e fun­dador do Adrenaline Mob, Mike Orlando, semanas antes do acidente rodoviário com a banda, ocorrido em julho último. A fatalidade custou a vida do recém-in­tegrado baixista David Zablidowsky e da gerente de turnê Jane Train, além de deixar os demais integrantes e membros da equipe feridos. Por razões óbvias, foi prudente segurar a matéria até que Orlan­do pudesse falar novamente conosco, fato que ocorreu durante sua última passagem pelo Brasil. O que você lê agora traz um misto de impressões sobre We the People (2017), terceiro e mais promissor disco do grupo, e o caminho para a retomada da vida pessoal e musical do guitarrista.

EDITORIAL

Por Airton Diniz

UMA DISTORÇÃO NO USO DA PALAVRA ‘ROCK’

Em dezembro último o respeitadíssimo portal Best Classic Bands (bestclassicbands.com) publicou uma matéria com o título “Rock & Roll Hall of Fame: 100 Omissões Cruciais”, e eu tive vontade de conferir alguns nomes de injustiçados dessa lista. Nunca dei atenção a essa entidade, por já saber que sua credibilidade é extremamente frágil no mundo do rock, exatamente o gênero musical pelo qual ela deveria ter como obrigação trabalhar, zelando pela preservação da memória e pela valorização do cenário. No entanto, o R&R Hall of Fame não é levado a sério por causa de deslizes escabrosos nas nominações infelizes (Madonna, por exemplo) e, principalmente, na omissão de artistas cuja ausência entre os homenageados torna ridícula a própria existência da Fundação e Museu que carrega a palavra ‘rock’ no nome. Só para citar alguns dos esquecidos, cujos milhões de fãs provavelmente se sentem tão ofendidos quanto eu, aqui vão Iron Maiden, Judas Priest, Motörhead, Def Leppard, Grand Funk Railroad, The Guess Who, o meu sagrado Badfinger… E tem muitos outros. Não existem argumentos que possam justificar a ausência dessas bandas entre os mais importantes e influentes artistas deste segmento musical.

Esse é mais um caso clássico do uso inadequado de uma palavra que deveria ser mais respeitada. É evidente que ‘rock’ agrega valor quando compõe a identificação de alguma marca, seja o nome de um evento, uma publicação, um estabelecimento comercial, uma casa de espetáculo, ou um museu. Não se pode alegar desconhecimento sobre a indústria da música por parte dos responsáveis pela entidade estabelecida em Cleveland/Ohio (EUA), que foi fundada em 1983 por Ahmet Ertegun, um executivo da Atlantic Records. A opção por fazer uma ‘salada mista’ generalizada, embutindo homenageados de outros segmentos musicais, pode ter sido por pura ‘esperteza’ na tentativa de maximizar lucros com as atividades da instituição.  Mas parece que a estratégia não foi assim tão bem-sucedida, porque esvaziou o interesse do pessoal do rock nesse negócio do Hall da Fama. Até parece com algo que acontece no futebol com os famigerados rankings estabelecidos pela FIFA, nos quais ninguém acredita, até porque essa é outra entidade cuja confiabilidade é praticamente nula.

Está aí um tema que bem poderia resultar em canções de protesto, já que o rock é uma ferramenta perfeita para ser usada no confronto contra as injustiças e opressões de todo tipo. A história do rock está repleta de bons exemplos na área de contestações, como fizeram na década de 60 Bob Dylan e Joan Baez, dois ícones na defesa dos direitos civis, da igualdade racial e causas sociais, e que foram incansáveis na luta contra o envolvimento americano na guerra do Vietnã.

Por falar nesse assunto que trata da defesa da dignidade de um povo, toda vez que publicamos alguma matéria com a banda Miasthenia me sinto orgulhoso de podermos mostrar na ROADIE CREW algo desse trabalho sério e muito consciente. Trata-se de música extrema diferenciada, cuja mensagem é de uma profundidade admirável. Ah, como seria bom se Susane Hécate pudesse mostrar essa arte em programa de rede nacional, como numa aula, substituindo aquelas atrações musicais deprimentes que são mostradas na TV.

Airton Diniz

CENÁRIO

Por Redação

Cenário / Redação

 

 

 MIASTHENIA: RESISTÊNCIA METAL

DOS POVOS DA AMÉRICA LATINA

Desde as demos Para o Encanto do Sabbat (1995) e Faun – Trágica Música Noturna (1996) que o Miasthenia se mostra peculiar na cena extrema nacional. E não apenas pela música ou pelo conceito lírico, mas também pela postura ímpar referente à cultura underground brasileira. A discografia do trio, atualmente formado por Hécate (vocal e teclado), Thormianak (guitarras e baixo) e Nygrom (bateria), conta com os álbuns XVI (2000), Batalha Ritual (2004), Supremacia Ancestral (2008), Legados do Inframundo (2014) e Antípodas (2017), o DVD O Ritual da Rebelião (2011) e o emblemático Visions of Nocturnal Tragedies (1998), split CD com a banda carioca Songe D’Enfer. O trabalho mais recente ganhou uma edição em vinil pela Mutilation Records e agora o grupo se prepara para uma turnê europeia. Quem nos fala sobre a banda desde sua formação, em 1994, até os dias de hoje é a vocalista e mentora Susane Hécate.

 

 

 

VERSOVER: VELHAS HISTÓRIAS

E UM NOVO MOMENTO

O tempo de espera foi longo, muito longo. Se contarmos desde o último disco completo de estúdio, foram catorze anos sem um álbum do VersOver. Felizmente, a pausa pareceu produtiva e, além de realizar o sonho de contar com o trabalho do lendário Hugh Syme (Rush) na arte de seu novo álbum, Hell’s Inc., o quarteto que tirou seu nome de um disco do Rush com arte de Syme parece estar com seu disco mais bem trabalhado, uma grande ode ao metal com requintes técnicos soberbos e aquela emoção sempre presente em seus discos. Conversamos com Mauricio Magaudi (bateria), Gustavo Carmo (guitarra), Leandro Moreira (baixo) e Rodrigo Carmo (vocal), que nos contaram as novidades e um pouco da história desta grande banda brasileira.

 

 

WAEL DAOU: CRIATIVIDADE A SERVIÇO DO METAL EXTREMO

Wael Daou já tinha dado mostras de sua criatividade em 2013, quando lançou o EP Ancient Conquerors. Desde então, a vontade de compor não amenizou. Novamente unindo com precisão o metal extremo à música árabe, o guitarrista paraense lança o ‘full­-length’ Sand Crusader, que já se mostra superior pela existência de vocais, o que possibilitou letras inteligentes que narram uma história no mínimo interessante. Confira a seguir o que Daou nos contou sobre o trabalho.

 

 WEAKLESS MACHINE: SOM PESADO E MELODIA INSPIRADA

Criatividade é palavra de ordem para quem pretende se destacar em um espaço cada vez mais repleto de grandes talentos, como é o cenário da música pesada. O que foi feito nas décadas de 70, 80 e 90 agora é constantemente visitado por novas bandas que mantêm aqueles estilos ou criam os seus próprios. O Weakless Machine é um grupo gaúcho de Porto Alegre que se esforça em suas ideias e foi capaz de mostrar para as pessoas que o peso não apenas nunca morrerá, mas caminhará sempre junto à melodia. Conversamos com o baixista Gustavo Razia e descobrimos como ele e seus companheiros Jonathan Carletti (vo­cal), Fernando Cezar (guitarra) e Renato Siqueira (bateria) fazem para sobreviver artisticamente em um mundo que vem ficando mais complexo para a música.

 

 

HEAVENLESS: PROPAGAÇÃO INCELESTIAL

Não é sempre que uma banda surge e em pouco tempo chama a aten­ção do público, mas o Heavenless conseguiu. O fato de Kalyl Lamarck (baixo e vocal, ex-Monster Coyote), Vinicius Martins (guitarra, ex-Bones in Traction) e Vicente Andrade (bateria, ex-Bones in Traction) terem pertencido a bandas respeitadas do Nordeste ajudou no reco­nhecimento, que aumentou com a chegada do álbum Whocantbenamed (2017). A ROADIE CREW foi saber mais sobre o trio de Mossoró/RN, que iniciou sua jornada em 2015, e traz os detalhes para você.

 

 

 

VELHO: HONRA E SABEDORIA DO PRIMITIVO

O black metal é o fio condutor para a propagação do Velho, que externa suas ideias nas letras do guitarrista e vocalista Thiago Caronte. Mas a sonoridade da horda completada por Thiago “Splatter” (bateria) e Rafael Lopes (baixo) – este último, por motivos particulares, temporariamente substituído por Michael Kramper (Lápide) – também é responsável pela legião de seguidores que conquistou nos últimos anos. Com lançamentos como Vida Longa ao Primitivo (EP, 2009), Senhor de Tudo (EP, 2013) e Decrepitude & Sabedoria (2015), a banda carioca conquistou muito respeito no cenário negro do metal brasileiro. Com sua habitual sinceridade e lucidez, Caronte nos recebeu e discorreu sobre a literatura do Velho e alguns de seus pontos de vista.

 

 

 METALTEX: HEAVY METAL FORJADO A AÇO   

Apesar de não conseguirem atingir o patamar de bandas como Iron Maiden e Judas Priest, formações como Manowar, Grave Digger e Running Wild contribuíram de forma ampla na formação e crescimento do heavy metal. Seja pela temática ou pelo caráter épico de suas canções, a verdade é que essa explosão musical gerou – e gera – novos discípulos ao redor do mundo. Este é o caso da banda paulistana Metaltex. Lucio de Castro (vocal), Walber Tavares (guitarra), Rafael Kempp (baixo) e Lucas Lima (bateria) lançaram em 2016 o EP Spikes and Leather, que vem conquistando adeptos aqui e no exterior. Em exclusiva para a ROADIE CREW, o guitarrista Walber falou sobre os primeiros dias da banda, a repercussão do EP e os lançamentos das bandas clássicas de heavy metal.

 

 

 

WILD WITCH: TRADIÇÃO METÁLICA REVISITADA

Se a Noruega sempre é vista como a pátria do black metal, embora não faltem boas bandas de outros gêneros por lá, o mesmo parece acontecer com o Brasil, sempre visto como parte da elite do thrash/death metal. Com o passar dos anos, a cena metálica nacional começou a ter um reconhecimento mais amplo no exterior e parte disso se deveu a bandas como a paranaense Wild Witch, que vem conseguindo se destacar com o seu heavy metal calcado nas bases mais tradicionais do estilo. Na entrevista a seguir, Felipe “Rippervert” (vocal e baixo) nos conta um pouco da trajetória e dá detalhes do debut, The Offering (2017), primeiro grande passo de mais um bom grupo do metal paranaense.

ROADIE MAIL / TOP 3 / MEMÓRIA

Por Redação

SOBRE A CARTA DO EDITOR (ED. 226)

Sou leitor desde o início da revista e quero parabenizar mais uma vez pela absurda qualidade editorial dessa que é a melhor publicação de música do país e que nada deve às gringas. Sou o leitor que lê a revista inteira, mas na ordem das páginas, portanto a Carta do Editor é naturalmente o meu primeiro contato com a revista. Não sou de escrever, pois os elogios de outros leitores me contem­plam, mas na ed. #226 vi com certo estra­nhamento a Carta do Editor. Louvável defender a tolerância e a cabeça aberta em relação à arte em tempos sombrios, salutar esclarecer as perseguições que o rock sofreu por diferentes espectros ideológicos ao longo da História. Aliás, sou professor de História o que também me aproxima da temática de muitas letras e aumenta a paixão pela música. Mas indo direto ao ponto: por que o Sr. Airton Diniz escreve que “os de esquerda e direita odeiam o rock, principalmente os de esquerda”. Após essa frase não há um esclarecimento que fundamente a afirmação. Cordialmente gostaria de saber no que se baseia essa afirmativa? Fatos históricos? Estatísticas? Ou é apenas uma opinião pessoal ou da publi­cação? Lembrando da perseguição que os rockeiros brasileiros sofreram na di­tadura militar, lembrando de como entre os trinta mil desaparecidos na ditadura militar argentina a maioria era jovem, alguns sendo capturados inclusive em shows de rock, idem no Chile de Pino­chet. Gostaria de saber da fundamen­tação da afirmação até para contribuir nessa relação música/repressão com a qual meus interesses acadêmicos e mu­sicais se cruzam. Caso seja uma opinião não baseada em fatos ou mensurável, Airton, eu respeito-a, embora desde já espero que a carta seja publicada pois gostaria de ter uma opinião diferente da sua exposta. Obrigado e parabéns a todos da ROADIE CREW.

Sandro Ribeiro

São Paulo/SP

Olá, Sandro. Muito obrigado por nos acompanhar e apoiar o trabalho da nossa equipe na ROADIE CREW. Quan­to à minha afirmação, que você cita em sua carta, confesso que me dá muita satisfação ter a oportunidade de falar sobre esse assunto novamente, pois essa também não foi a primeira vez que citei algo exatamente neste sentido. Aliás, na edição #207, quando publica­mos entrevista com a banda Aria, de Moscou, o tema do meu editorial foi justamente esse, e eu acreditava que tinha deixado claro as razões da minha indignação com os extremistas de direita e também com os de esquerda naquele texto. Os de direita, com suas mentes doentes e com profunda de­pendência de alguma seita ou religião, e os de esquerda com a obsessão pelo poder totalitário que veem na liber­dade inspirada pelo rock uma ameaça ao projeto de submissão das pessoas onde a formação educacional é frágil (América Latina, por exemplo). Eles abusam do povo que se torna refém e dependente de líderes/ídolos populis­tas vendidos como intocáveis deuses materialistas. Minhas afirmações são fundamentadas em fatos históricos sim, mas na realidade da vida. Tenho 67 anos de idade e tudo o que falo em relação a esse assunto é baseado no que vivenciei, não falo do que ouvi dizer, nem do que eventualmente tenha lido em algum livro escrito por alguém que não tem muita noção de que “os dias não eram bem assim” ou quer fazer outros acreditarem que tivessem sido, porque assim é mais romântico. Daria para eu escrever um livro sobre esse tema. Quando escrevo sobre a discrimi­nação praticada por esses radicais (de direita e de esquerda) contra o rock, não tenho a menor intenção de politi­zar o assunto porque esses extremistas não fazem política, fazem terrorismo. Me preocupa a perseguição ao rock/ metal que existe em países como o Irã (conversei sobre isso com uma banda iraniana que conseguiu comparecer a um festival na Noruega em 2012). Sei que é normal não ter conhecimento de nenhuma banda de rock cubana ou norte-coreana (já falei sobre a Rússia e a Romênia em edições anteriores). Se­ria ótimo conversarmos um dia desses sobre tudo isso, com uma trilha sonora baseada no conteúdo editorial da ROADIE CREW. Sinta-se à vontade para entrar em contato sempre que quiser. Abração. (Airton Diniz)

BLIND EAR – BRUNO SÁ (TARJA, ANGRA, TSO)

Por Daniel Dutra

Começou me fisgando pelo coração (risos). O Savatage sem­pre foi uma das minhas bandas favoritas. Ensinou-me a fazer música pesada com elegância, a acompanhar os riffs com as linhas graves do piano. Jon Oliva é uma grande influência. Não é um virtuoso, mas é genial no que faz. Tive a sorte de ser chamado pela Trans-Siberian Orchestra em 2009, e o empresário perguntou se eu conhecia o projeto. Sério? (risos) Minutos antes eu estava tocando algo do Savatage no piano. Passei três dias com eles no lendário Morrisound, em Tampa, e conhecer Paul O’Neill foi um dos pontos altos da minha carreira até hoje.”

Música: Christmas Eve (Sarajevo 12/24)

Álbum: DEAD WINTER DEAD

Banda: SAVATAGE

ETERNAL IDOLS – ALLAN HOLDSWORTH

Por Antonio Carlos Monteiro O prezado leitor pode até se espan­tar por estarmos falando nestas páginas de um músico que, em tese, tem sua carreira totalmente associada ao fusion. Então, vamos deixar que o próprio Allan Holdsworth explique: “Minha música fica entre o rock e o jazz. A sonoridade vem do rock, as harmonias têm mais a ver com o jazz. Mas minhas composições têm muitos solos, o que é típico do rock. Não sou um cara do heavy metal, mas também não sou um típico representante do jazz”, disse ele à revista Guitar World em uma de suas últimas entrevistas. Já Eddie Van Halen sempre citou Holdsworth como sua principal influência: “Ele era o cara, o melhor de todos. Ele era tão bom que eu nem me atrevia a copiar o que ele fazia.” E Mike Portnoy resumiu tudo: “Se não existisse Allan Holdsworth, não teria existido Eddie Van Halen.” Isso posto, fica claro porque esse britânico de Bradford, nascido a 6 de agosto de 1946, deve estar aqui nas páginas da sua revista favorita.

CLASSICREW

Por Redação

1968

STEPPENWOLF

Steppenwolf

Antonio Carlos Monteiro

Depois de fazer relativo sucesso no Canadá com a banda Jack London & The Sparrows entre 1964 e 1966, John Kay (vocal), Goldy McJohn (teclado) e Jerry Edmonton (bateria) resol­veram tentar a sorte em Los Angeles, que parecia um mercado bem mais favorável ao rock. Lá espalharam cartazes procurando músicos para completar a banda e assim Michael Monarch (guitarra) e Rushton Moreve (baixo) se juntaram ao time.

Por sugestão do produtor Gabriel Mekler, mudaram o nome para Steppen­wolf, baseado no livro de mesmo nome (“O Lobo da Estepe” em português) do escritor alemão Hermann Hesse, publica­do em 1927.

 

 

1998

BRUCE DICKINSON

The Chemical Wedding

Daniel Dutra

Depois de largar o Iron Maiden em 1993, Bruce Dickinson escorregou na retomada da carreira solo. Tudo bem, Balls to Picasso (1994) tem Tears of the Dragon, mas Skunkworks (1996)… Sejamos sinceros, foi com Accident of Birth (1997) que o negócio começou a ficar bonito. Ao lado de Adrian Smith, o voca­lista correspondeu às expectativas e deu um xeque-mate na sua então ex-banda. E The Chemical Wedding saiu melhor do que qualquer coisa que a Donzela havia lançado desde Seventh Son of a Seventh Son, dez anos antes.

É fácil ser tomado pela sinceridade quando a comparação é feita com uma pérola, mas The Chemical Wedding é uma obra-prima do heavy metal. Das músicas e seus arranjos, melodias e execução às letras.

 

2008

TESTAMENT

The Formation Of Damnation

Valtemir

Nós superamos e esmagamos os problemas que tivemos. Este álbum é uma grande recompensa ao grupo que tanto lutamos para manter em atividade, e o sucesso que ele vem fazendo nos alegra muito”, declarou o empolgado vocalista Chuck Billy sobre o décimo disco do grupo americano de thrash metal Testament. E caso você esteja se perguntando sobre os problemas que ele citou, saiba que não foram poucos, como o guitarrista Eric Peterson recor­dou: “Vivemos o pior momento de nossas carreiras quando Chuck foi diagnosticado com câncer. Depois quebrei minha perna e Nick Barker teve que sair pouco antes das gravações.” Ainda poderíamos acrescentar a tudo isso uma gravadora desinteressada, que pouco fazia pela banda e cujo contra­to estava enfim encerrado.

RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY/DEMOS

Por Redação

RELEASES CDS/DVDS/BLU-RAY/DEMOS

Nesta edição:

Annihilator

Arthanus

Babylon A.D.

Black Sabbath (DVD)

Black Witch

Bruno Sutter

Carniça

Cartoon

Cavalera Conspiracy

Céu em Camas

Charlie Bonnet III

Converge

Coven

Cranial Engorgement

Desolation Angels

Dorsal Atlântica

Electric Wizard

Final Desaster

Ghost

Heretïc

Impiedoso

Iron Maiden

Jibe

Krokus

Lynch Mob

Madam X

Magnum

Manilla Road

Marius Danielsen

Midnite City

Mile

Morbid Angel

Morcrof

Mugo

Oz

Phantom V

Pink Cream 69

Premiata Forneria Marcon

Project46

Rik Emmet & Resolution 9

Rival Bones

Sarke

Serious Black

Slagmaur

Sweet & Lynch

The Quireboys

The Whinery Dogs

Thunder

Toxic Revolution

Front Cover (por Marcelo Vasco)

Nesta edição:

Metallica – Master of Puppets

Garage Demos

 

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HIDDEN TRACKS – DEFLESHED

Por Valtemir Amler

Considerada por muitos como uma das pátrias supremas do death metal, a Suécia realmente fez muito para merecer o título, tanto em quantidade quanto na qualidade das bandas do es­tilo que nasceram naquelas terras desde meados da década de 80. Em meio a este grande furor, claro que nem todos tive­ram seu lugar ao sol, enquanto outros, malgrado sua qualidade e sucesso ini­cial, terminaram no limbo dos eternos “injustiçados”. O Defleshed é uma dessas formações que surgiu, chamou atenção e conquistou respeito, mas que um dia simplesmente cessou sua existência em meio à nuvem de torpor causada pelo seu som de intensidade maníaca.

Em 1991, o guitarrista Lars “Hell Y. Hansen” Löfven se viu desiludido com sua antiga banda, o Convulsion, e re­solveu tomar as rédeas em um novo pro­jeto sob o seu comando. “No Convulsion, tocávamos um thrash metal fodão”, explicou ele em entrevista. “Certo dia, os outros caras decidiram que queriam tocar um tipo de metal progressivo sinfônico.

LIVE EVIL – SOLID ROCK

Por Ricardo Batalha

SOLID ROCK FESTIVAL

 Allianz Parque / SP

13 de dezembro de 2017

Por: Ricardo Batalha – Fotos: Fernando Pires

A realização do Solid Rock, que passou por Argentina, Chile e, no Brasil, por Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), foi cheia de percalços. Primeiro, cogita­va-se a presença do ZZ Top, depois houve o cancelamen­to do Lynyrd Skynyrd por problemas com a filha de Johnny Van Zant, diagnosticada com Linfoma Linfoblástico Agudo. Assim, o Allianz Parque, que já havia abrigado grandes eventos em 2017, recebeu, em 13 de dezembro, o cast do evento. Antes, porém, houve quem devolvesse o ingresso pelo cancelamento do Lynyrd Skynyrd, mas os que estiveram presentes puderam conhecer duas atrações até então inéditas em terras brasileiras, Tesla e Cheap Trick, além do anfitrião Deep Purple.

Com tantos problemas, o público foi reduzido, mas começou a vibrar, mesmo que timidamente, com o curto set do grupo americano de hard rock Tesla. Às 18h30, muito cedo para uma quarta-feira em São Paulo, Jeff Keith (vocal), Frank Hannon e Dave Rude (guitarras), Brian Wheat (baixo) e Troy Luccketta (bateria) foram devidamente apresentados com a chamada “Vocês estão prontos, São Paulo? Deem as boas-vindas ao palco… Tesla!” e, após a introdução, iniciaram o set com o hit single Edison’s Medicine, de Psychotic Supper (1991).

PLAY LIST – MICHAEL SWEET (STRYPER)

Por Leandro Nogueira Coppi

You Know What To Do: “Esta foi uma das primeiras músicas que compus para o Stryper. Voltando no tempo, a gravamos em 1983 e a lançamos em 1984, mas compus em 1980. Percorremos um longo caminho, mas, definitivamente, quando eu penso em You Know What to Do, imediatamente lembro lá do comecinho do Stryper. É a nossa raiz, nosso início. É uma canção clássica.”

Álbum: Stryper – The Yellow and Black Attack (1984)

COLLECTION – EPICA

Por Daniel Dutra Não faz muito tempo que o heavy metal foi tomado por uma enxurrada de bandas que enveredavam pelo caminho sinfônico e tinham à frente vocais femininos, sopranos ou meios-sopranos, trazendo a reboque uma voz masculina (gutural ou não) como coadjuvante. Nem todas sobrevi­veram, um número ainda menor conseguiu posição de destaque. Hoje, o Epica é uma dessas exceções. Desde 2012 estabilizado com Simone Simons (vocal), Mark Jansen (guitarra e vocal), Isaac Delahaye (guitarra), Rob van der Loo (baixo), Coen Janssen (teclados) e Ariën van Weesenbeek (bateria e vocal), o sexteto holandês foi aos poucos tomando um caminho mais extremo e técnico, deixando de lado a veia gótica com a qual despontara no início, em 2002 – quando começou sob o nome Sahara Dust, que durou apenas uma demo, Cry for the Moon, e foi trocado no mesmo ano pelo título do sexto álbum do Kamelot. Mas sem perder pompa e circunstância: as cinema­tográficas orquestrações, que cresceram exponencialmente com a banda, são a cere­ja do bolo de uma evolução que fez do Epica um grupo de incrível regularidade. São sete discos de estúdio, três ao vivo, um EP, uma trilha sonora e uma coletânea em 16 anos de estrada. E também um festival próprio, o Epica Metal Fest, que passou pelo Brasil em 2016. E isso é só o começo.

BACKGROUND – KREATOR – PARTE 2

Por Valtemir Amler Se nas décadas anteriores a Guerra do Vietnã tinha servido como pesadelo inspirador para músicos de todo o planeta, era até natural que o terror nuclear fosse impulsionar a música dali por diante. Na verdade, nem era necessário observar com muita atenção para perceber que muita coisa vinha mudando. Nascido na fúria do thrash metal e com a aura negra do black metal sobre seus ombros, o Kreator aproveitou a imagem dos pesa­delos da ficção à perfeição em seus dois primeiros trabalhos, mas em seu terceiro disco, Terrible Certainty (1987), deixou de lado o terror do cinema e da literatura em favor do terror da vida real, do medo e da desesperança daqueles que habitavam um mundo muito perto do caos nuclear. Era um tema corriqueiro para as bandas daquela geração, como se pode facilmente observar na discografia de nomes como Nuclear Assault, Onslaught e Voivod. Essa abordagem lírica mais madura vi­nha acompanhada de um notável aprimo­ramento instrumental. Se o som já não era o mesmo dos dois primeiros álbuns, a fúria ainda era inegável em cada linha das oito faixas de Terrible Certainty. Além disso, ha­via um amadurecimento que levava a com­posições arranjadas mais cuidadosamente, aliado à entrada do seguro guitarrista Jörg “Tritze” Trzebiatowski, que foi fundamental para alçar o Kreator a um novo estágio. A Alemanha começava a ficar pequena e eles precisavam seguir adiante.

COLUNISTAS

Por Redação

Backstage/Brotherhood/Stay Heavy/A Look at Metal/Campo de Batalha

Backstage

Vitão Bonesso

FILHOS QUE SÃO O ORGULHO DOS PAIS (PARTE 1)

Parece que foi ontem que os fãs do Led Zeppelin se deliciaram ao ver no filme The Song Remains the Same aquele garotinho rechon­chudo fazendo algumas viradas com estilo, com direito a uma gira­da das baquetas numa das mãos num kit diminuto. Ao lado, John Bonham, o pai todo orgulhoso, acompanhava com um par de ata­baques. O garotinho, Jason John Bonham, na época com 7 anos de idade, teria pela frente pouco mais de outros 7 anos para desfrutar os ensinamentos do pai, falecido em setembro de 1980. John Bonham certamente iria se orgulhar de ver seu filho seguindo, com muito talento, a carreira do pai frente a bandas e músicos veteranos, como UFO, cujos integrantes eram amigos de ‘Bonzo’.

Depois da morte do pai, Jason passou algum tempo pro­curando o caminho certo e aos 17 anos formou o Airrace.

Brotherhood

Luiz Cesar Pimentel

2017 FOI UMA PORCARIA;  2017 FOI EXCELENTE

Chuck Berry, Gregg Almann, Chris Cornell, Chester Bennington, Martin Eric Ain (Celtic Frost), Chuck Mosley (Faith no More), Tom Petty, Cherry, Malcolm Young. Quanta gente boa 2017 levou da face da Terra. Fora o acidente com o ônibus do Adrenaline Mob e o último show do Black Sabbath, em fevereiro.

Ah, não dá para esquecer também que vivemos 2017 em um país onde noventa das cem músicas mais tocadas em rádios e serviços de streaming são do (deturpado) gênero sertanejo. Só uma moça dessas rainhas da sofrência, Marilia Mendonça, soma mais de quatro bilhões de plays (nem sei se é o termo correto, mas é quantas vezes al­guma música dela foi disparada num desses serviços). Henrique & Juliano vêm na cola, com 3,8 bilhões. Não sei se tenho orgulho ou vergonha de falar que não faço a menor ideia de quem sejam os três e que nunca os es­cutei nem por curiosidade. Quer dizer, decidi: tenho orgulho.

Stay Heavy Report

Cintia Diniz e Vinicius Neves

NOVO SITE DO STAY HEAVY NO AR!

O Programa Stay Heavy teve início em outubro de 2003 com o intuito de divulgar o melhor do rock e do heavy metal na TV. Começou primeiro numa webTV e depois foi espalhando seu conteúdo para diversas emissoras de TV, em canais abertos e a cabo, Brasil afora.

Nesses catorze anos muita coisa aconteceu. Inicialmente, a produção do programa contava com apresentações de bandas ao vivo e entrevistas no estúdio. Já passaram tocando pelo palco do Stay Heavy bandas interna­cionais como Epica, Van Canto, Jeff Scott Soto, Gotthard, Ag­nostic Front, Hatebreed e Rage, sendo que este último inseriu em seu DVD uma faixa bônus com a apresentação, levando o nome do programa para seus fãs do mundo inteiro. Dezenas de bandas nacionais também parti­ciparam tocando no Stay Heavy, como Krisiun, Torture Squad, Korzus, Tuatha de Danann, Kiko Loureiro, Bittencourt Project e mais dezenas de bandas e de personalidades do meio foram entrevistadas. Foram nove anos consecutivos cobrindo o festival alemão Wacken Open Air, uma cobertura do Hellfest na França e uma do Tuska na Finlândia, além dos cruzeiros Barge to Hell e 70,000 Tons Of Metal.

It’s Only Rock’n’Roll

Antonio Carlos Monteiro

QUE ELA NÃO VOLTE!

Estamos entrando em um ano que promete ser crucial em termos políti­cos e sociais no Brasil. As eleições que se aproximam têm tudo para polarizarem ainda mais as opiniões, já que, de uns tempos para cá, tudo virou Fla x Flu – ou Grenal, ou Atletiba, ou Corinthians x Palmeiras… pode escolher seu clássico favorito.

E nesse contexto um aspecto bastante sério que observamos recentemente é a possibilidade de retrocesso no que se refere à liberdade de ex­pressão – usando um português bem claro, é do risco da volta da censura que estou falando. Para quem ainda não ouviu essa história, cursei Jornalismo na segunda metade dos anos 70, no auge da ditadura militar. Era tenso. Só pra dar uma ideia, lá pelas tantas acabamos descobrindo que uma colega de classe, figura envolvente, parti­cipativa e que ficava puxando assuntos “proibidos” durante as conversas nos intervalos, era ninguém menos que uma agen­te da Polícia Federal infiltrada. E pobre daquele que falasse algo que não deveria e fosse flagrado por essa criatura…

A Look at Metal

Claudio Vicentin

2017/2018

Os grandes acontecimen­tos de 2017 no heavy me­tal trazem muitas coisas boas e outras nem tanto. Para nós, amantes do estilo, o pior foi o fim definitivo do Black Sabbath, o fato mais marcante. O mais engraçado é que minha história com o Black Sabbath não começa com Ozzy na formação, mas com uma música da sua era, Iron Man. Lembro­-me de um amigo na escola que colocou a versão ao vivo de Iron Man, de Live Evil. Após War Pigs, Vinny Appice começa um solo memorável até entrar em Iron Man de maneira triunfal. Então, após escutar aquele riff e a voz de Dio, comecei a ir atrás da obra completa do Sabbath e tudo que saiu depois. O Black Sabbath se foi. O que Tony Iommi e Geezer vão fazer não se sabe, mas Ozzy vem aí com sua turnê solo e com Zakk Wylde de volta na guitarra.

Campo de Batalha

Ricardo Batalha

1978-2018: MUITO A CELEBRAR

Mais um ano que se inicia cheio de ex­pectativas. Não só de novos lançamentos que irão fazer a festa dos fãs da música pesada e dos shows já agendados no Brasil, mas também pela comemoração de algumas datas marcantes.

Há quarenta anos, quando o Van Halen estava prestes a soltar seu mágico debut e o Judas Priest, o clássico Stained Class, os rockeiros brasileiros ficavam vidrados na Rede Globo (sim, na Globo!) vendo o programa Rock Concert. Durou de março de 1977 a setembro de 1978, quando foi substituído pelo Disco Show, que estreou em novembro daquele ano e causou a ira dos fãs de rock.

Já a loja Baratos Afins, aberta por Luiz Carlos Calanca, fará também quarenta anos no próximo dia 24 de maio.

PROFILE – MARCELO BARBOSA (ANGRA/ALMAH)

Por Claudio Vicentin Primeiro disco que você comprou: “Mr. Big – Lean into It. Tive muitos antes, mas esse foi o primeiro comprado com meu próprio dinheiro.”

POSTER - SLAYER

Por Marcelo Vasco Slayer
Arte da capa do livro Repentless (por Marcelo Vasco)

POSTER - CALENDÁRIO 2018

Por Redação Calendário de 2018 – Tema: Slayer
Peso 0,250 kg
Dimensões 28 × 21 × 1 cm
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