Um dos maiores clássicos do thrash metal, “Raining Blood”, do Slayer, evoca várias imagens e sensações, a maioria delas agressivas. Entretanto, quando chegou a hora de Tori Amos reimaginar a faixa, a cantora queria transmitir algo diferente.
O cover saiu no álbum Strange Little Girls (2001), no qual a artista compilou um repertório de 12 canções compostas por homens e as adaptou para uma ótica feminina. A sugestão de uma releitura de metal veio do baixista Justin Meldal-Johnsen, que apresentou o Slayer à artista alternativa.
Em entrevista de 2009 ao The Quietus (via Louder), Amos descreveu o contexto de sua abordagem. A ideia era trazer algo diferente da energia masculina normalmente associada à música pesada.
“Isso foi quando o Talibã [movimento fundamentalista do Afeganistão] estava a pleno vapor. Quando eu ouvi ‘Raining Blood’ pela primeira vez, eu tinha essa imagem na época dessa belíssima vulva [risos]… chovendo sangue sobre essa força masculina abusiva. Foi assim que ‘Raining Blood’ surgiu – essa foi a imagem que me veio quando eu gravei, e o que veio até hoje quando a escuto.”
Ao longo dos anos, Tori explorou a fundo suas inspirações para o cover. Ela até criou para si a personagem de uma integrante da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial.
Reações do Slayer
Entretanto, os integrantes do Slayer tiveram reações inusitadas. Em entrevista à Revolver, Jeff Hanneman caracterizou a versão dela como a mais original de todas, embora não tenha dito que não a entendeu muito bem, presumindo ter algo a ver com menstruação. Kerry King, que vem ao Brasil em maio como atração do festival Bangers Open Air, declarou que a canção ficou irreconhecível.
Ele disse:
“É tão estranho. Se ela nunca tivesse falado pra gente, nunca teríamos descoberto [que era a música]. Você poderia tocar pra gente e nós diríamos: ‘O que é isso?’.”
- Clique aqui para receber notícias da ROADIE CREW no WhatsApp.