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ROÇA ‘N’ ROLL – 18ª Expedição

O “Roça ‘N’ Roll” conquistou finalmente sua maioridade, celebrando 18 anos de atividade ininterruptas, ofertando um cast de qualidade, dentro dos mais variados estilos do Rock e Heavy metal, a cada edição. Deve ser também mencionado o exemplo de resistência do evento mesmo diante das instabilidades econômicas que nosso país vem atravessando, especialmente este ano, com preços inflacionados em quase todos os setores de consumo, até mesmo o básico. Outra prova de resistência no duro cenário metálico nacional foi o fato de a produção não ter obtido auxílio da lei de incentivo a cultura nesta edição e contou com o apoio de patrocinadores que sabem do potencial e importância do evento.

A abertura dos trabalhos desta edição ocorreu no palco alternativo da Tenda Combate com o Rock ‘N’ Roll do músico e agitador cultural Michel Bacana E Os Homo Sapiens. Ainda nesse espaço, se apresentaram as bandas Repúdio (foto acima) com um Black Metal devastador, os thrashers do Meat, e o Silence retornando aos palcos. Apresentações nos palcos iniciou com a banda carioca Lyria, originalmente escalada para se apresentar na Tenda Combate, com seu Symphonic Metal em composições autorais e o cover de Nemo do Nightwish, realçando uma das influências do grupo. Um dos destaques do show, foi a atuação da vocalista Aline Happ segurou muito bem o público ainda escasso no local.

Os Thrashers sul-mineiros do Deadliness, um excelente exemplo de banda em família, formada por Roberto Antunes (Guitarra e vocal) junto com seus filhos Ícaro (baixo) e Igor (guitarra), além de Braúlio Assunção (bateria), mandavam ver mais uma vez no evento, desta vez no palco Sete Orelhas (um dos principais), divulgando o álbum Guerreiros do Metal (2014) e em seu show se destacaram músicas como a já clássica, Sanguinários do poder e Hate.

Na sequência vieram os paulistas do Barbaria no palco Tira Couro, com seu estilo voltado a temática pirata, consagrada principalmente pelos germânicos do Running Wild. O show desses caras despertou a curiosidade e interesse de boa parte dos presentes. Eles executaram sons do seu até então primeiro álbum, Watery grave (2013), como as ótimas Under the black flag, que gerou um videoclipe, e Cut throat island, além de Canção do marinheiro e o novo single Cova rasa. Metal tradicional, direto e de qualidade resume este show.

Após tomar um fôlego e apreciar uma cerveja, era vez de assistir ao Hard Rock pesado e de qualidade dos belo horizontinos do Concreto, já na ativa desde 1998 e consagrados nesse cenário através de álbuns como Volume III (2004) e agora divulgando seu mais recente trabalho, o EP Bruto(2014). Além da presença contagiante de Marcelo Loss (vocal e baixo), as faixas que mostraram serviço foram O Chá e O anjo Da Morte.

Um dos momentos mais esperados finalmente chegou com a entrada do Holocausto, uma lenda do Metal nacional e precursora do War Metal. Não apenas o profissionalismo da banda foi excelente, tocando praticamente de forma irretocável, como também a reunião da formação clássica que lançou Campo De Extermínio (1987), composta de Rodrigo “Führer”, Valério “Exterminator” (guitarra), Anderson “Guerrilheiro” (baixo) e Armando “Nuclear soldier” (bateria) tocou os clássicos deste debut clássico e ainda rolou a excelente Resista de De volta ao front (2005). Além de ter sido um excelente e histórico show, também foi uma oportunidade para as mais novas gerações que não presenciaram a época áurea da banda.

Já para quem gosta de um Thrash Metal com pitadas de Groove à la Pantera, a bola da vez ficou por conta do Maverick, que divulgando seu álbum de estreia, The Motor Becomes My Voice (2015), que tem recebido boa receptividade de público e mídia especializada. As faixas como Disordere Karma Extiction acelerou a energia do público. Mais uma lenda do cenário nacional adentrou o palco Sete Orelhas. Os paulistas do Mythological Cold Towers nos brindaram com seu ótimo e bem lapidado Doom Metal. Eles já estão a mais de 20 anos na ativa e foram um dos principais precursores do estilo no Brasil, tendo lançado trabalhos absolutos como Sphere Of Nebaddon: The Dawn Of A Dying Tyffereth (1996) e Immemorial (2011) e agora divulgam o novo álbum, Monvmenta Antiqva (2015). A densidade de sua música construiu uma atmosfera envolvente e profunda em faixas como Akator, Vestiges e The lost path to Ma-Noa. Em suma, este foi outro ponto alto desta edição.

Os fãs do bom e velho Punk Rock fizeram a festa com O Satânico Dr. Mao E Os Espiões Secretos, que na verdade consiste na lendária Garotos Podres sob outra alcunha por questões judiciais. As faixas rápidas e diretas permeadas pelos discursos sócio-políticos de Mao levantaram rodas nervosas de mosh, um figura excêntrica e caricata. No final das contas, quantas pessoas ali cresceram ouvindo petardos como Vomitaram no Trem e Papai Noel Velho Batuta?

O Thrash/Death do Torture Squad comprova o poder feminino no Heavy Metal, pois nessa atual formação, contando com o guitarrista Renê Simionatoe a vocalista Mayara Puertas tem feito estrago por onde passam, mostrando uma banda sólida e eficiente, transbordando energia. Além das pancadarias sonoras proporcionadas por músicas do novo EP, Return Of Evil (2016), eles não pouparam fôlego em petardos como Living For The Kill e Pandemonium. Sem dúvida, um dos melhores momentos do evento.

Os finlandeses do Amorphis, a atração internacional desta edição, saciaram a sede dos fãs de seu estilo único, criativo e bem elaborado, que mescla diferentes vertentes do Metal com eficiência e elegância. Foi um espetáculo completo, performático e belo. A interação da banda, especialmente, do vocalista TomiJoutsen com o público. O set list foi baseado nos destaques do recente trabalho, Under The Red Clouds (2015), como Dark Path,Death Of A King e Sacrifice, mas também incluiu sons do quilate de como House Of Sleep de Eclipse (2006), Silver bride de Skyforger (2009) e as clássicas Black Winter Daye Drowned Maid doTales From The Thousand Lakes (1994) e My Kantele do Elegy (1996). Tal potente apresentação enaltece o Amorphis como uma das melhores atrações internacionais não só no festival, como no sul de Minas nos últimos anos.

Especialmente direcionado aos fãs de um Power/Prog Metal altamente técnico e pesado, o Noturnall, que tem se destacado Brasil afora desde sua formação, cerca de dois anos atrás. A banda está divulgando Back To Fuck You Up (2015) e conta agora com o eficiente Mike Orlando (Adrenaline Mob) nas seis cordas, assumindo a vaga deixada por Léo Mancini. Certamente, que a técnica apurada do baterista Aquiles Priester (Hangar, ex-Angra, Primal Fear e outros) foi um show a parte, especialmente durante seu solo. O mesmo se deu com Mike, literalmente fritando sua guitarra. O destaque ficou a cargo, especialmente, de Nocturnal Human Side e Zombies. Um ótimo show, com exceção da execução desnecessária de Nova Era (Angra).

Depois de tanta virtuosidade metálica era hora de viajar no universo Folk do Tuatha de Danann que está vivendo uma nova e revigorada fase, divulgando o novo álbum, Dawn Of A New Sun, e agora contando com Alex Navar (uilianpipes) na banda e essa adesão tem contribuído ainda mais para acentuar as características folclóricas da banda. Além, do tradicional bom humor e alto-astral, o Tuatha o estava cheio de entusiasmo e energia e empolgaram a multidão tanto como novos sons como We’re Back, The Craic e Sack Of Stories, como também com hinos sul-mineiros como The Dance Of The Little Ones, Us e Believe It’s True. A participação do público dançando e cantando as músicas mostra o quão fiel são os fãs da banda e do estilo.

No embalo dessa onda viajante, o Cracker Blues veio mais uma vez trazer seu Rock/Blues cheio de feeling e bom gosto para aliviar o cansaço da galera e dar aquela refrescada na garganta. Logo de cara eles acordaram os exaustos ao entoar o hino do evento, É Lá no Roça ‘N’ Roll. Impossível ficar parado durante o som rasgado de Bolero maldito e Que o Diabo Lhe carregue, com suas gaitas nervosas rasgando os falantes, embaladas por solos lisérgicos da guitarra.

Quem pensa que isto foi tudo, se engana. Para o fechamento veio chumbo grosso com os cariocas do Hatefulmurder, que foi a segunda amostra do poderio feminino, encabeçado na figura da vocalista Angélica “Burn” Bastos, que recentemente assumiu tal posto. O Thrash/Death avassalador da banda fez o público permanecer fixo no local para assistir e ainda conseguiu arrancar energia das pessoas para fazerem mosh pits ao embalo de pedradas como Black Chapter e No Peace For The Wicked. Sem dúvida, eles merecem voltar novamente e tocar num horário de mais público para que mais pessoas veja a potencia desta formação.

Sob caminhos tortuosos e gloriosos, o “Roça ‘N’ Roll” manteve fincada a bandeira do som pesado nacional e que ainda muitas edições prosperem, mantendo este ritual anual da vida de tantas pessoas. Por mais cansados que estivéssemos, a energia permanecia e a vontade era ainda agitar mais algumas horas. Mas isso está guardado para a próxima edição!

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