No último domingo do mês de junho aconteceu a terceira edição do “Rock Na Praça” – evento ‘open air’ gratuito, idealizado pelo músico Fabrício Ravelli, com o respaldo de alguns coletivos musicais e também o apoio da Prefeitura de São Paulo -, e mais uma vez o público paulistano que compareceu à tradicional Rua 24 de Maio, em frente à famosa Galeria do Rock (como é popularmente chamada), foi agraciado com horas de música pesada, tendo à sua disposição, boa estrutura e organização. Para essa edição, aconteceram algumas mudanças em relação às anteriores, que tiveram quatro bandas escaladas, cada uma, que representavam gêneros mais pesados do Metal, como Hardcore, Metalcore, Thrash e Death Metal. Dessa vez, foram cinco bandas, todas de outras vertentes: Mattilha, praticante do Rock’n’Roll mais simplista, Ronaldo E Os Impedidos, Busic Gang e Golpe De Estado, do Hard Rock, e o Salário Mínimo, do Metal Tradicional. O público não decepcionou e compareceu novamente em peso para prestigiar todas elas.
Apesar do frio de inverno que se estabeleceu na cidade nos dias anteriores, tanto o público quanto as primeiras bandas que se apresentaram foram surpreendidos pelo calor intenso. Pouco antes das 15h, após as honrarias feitas pelo mestre de cerimônias Rodrigo Branco – locutor da rádio Kiss FM -, o Mattilha deu início com “Sem Hora Marcada”, música que agitou o público com sua pegada básica de Rock And Roll, mostrando a evidente influência que a banda carrega de nomes como Made In Brazil, Stones e Guns N’ Roses. O grupo atualmente é formado por Gabriel Martins (vocal), Victor Guilherme (guitarra), Andrews “Andy” Einech (baixo) e Ian Martini (bateria), e segue divulgando seu álbum de estreia, “Ninguém É Santo”, que foi lançado em 2014. E dele veio a sequência com “Duro De Dizer”, depois disso, a banda tocou “Qual É O Seu Veneno?” – composição que, assim como a também pesada, “Depois Das 3”, não aparece no ‘debut’.
Na pausa, Gabriel fez seus primeiros agradecimentos e aí então a banda tocou duas de suas músicas mais conhecidas, “Filho Da Pompeia” e “Feita Pra Mim” – ambas com videoclipes bem visualizados no You Tube. O Mattilha conta com integrantes que têm boa presença de palco, mas os destaques eram mesmo o próprio vocalista, que se comunicava bem, e Ian, baterista de batida pesada, que sabe fazer bom uso do pedal duplo. O show foi curto e já caminhava para o final, mas ainda deu tempo de Martins fazer os últimos agradecimentos e jogar algumas camisetas para a plateia.
Com cerca de trinta e cinco minutos de set, o quarteto se despediu com “Noites No Bar” – música que contou com Paulão de Carvalho do Velhas Virgens no videoclipe. No momento, o Mattilha está em estúdio, junto ao produtor Marcello Pompeu (Korzus), um dos colaboradores do “Rock Na Praça”, preparando seu segundo álbum. Ao final dessa apresentação, Rodrigo Branco retornou ao palco, agora acompanhado pelo idealizador Fabrício Ravelli, e juntos transmitiram algumas informações e anunciaram a banda seguinte.
As pessoas estavam curiosas para conferir o trabalho do nome que foi anunciado, principalmente aquelas que eram fãs de futebol. E já que era domingo e tal esporte tinha a ver com a próxima atração, por espantosa coincidência (ou seria obra dos deuses do futebol?), o “jogo” começou às 16h00 para o Ronaldo E Os Impedidos. O time veio escalado com os guitarristas Fares Junior e Tico Rizzo nas laterais, o baixista Daniel “Kid” Ribeiro na ponta, a baterista Nina Pará na zaga e como capitão, e agora jogando no ataque, o ex-goleiro do Corinthians e de vários outros clubes e Seleção Brasileira, Ronaldo Giovaneli. A banda ficou um longo tempo fora dos holofotes, mas agora está de volta e com novo material, o EP “Onde Está O Rock’n’Roll?”, que traz também algumas regravações para composições do homônimo ‘debut’, que fora lançado em 1996.
O setlist era composto de músicas de ambos os trampos e também de alguns covers. Com uma performance bem humorada e despojada, o grupo agradou com seu Hard Rock contagiante e pegajoso, onde as linhas vocais de Giovaneli, principalmente nos refrões, grudavam na mente. Os riffs dos veteranos Fares e Tico traziam técnica e melodia na medida certa e eram tão bons quanto os solos. Músicas como “Invisível”, “T.N.T.”, “Jet Love”, “Onde Está O Rock ‘n’ Roll?”, “Eu Quero Mais” e “Ouro No Dente” – com direito a solo de gaita de Fares – pareciam ter influências de Anjos Da Noite, Dr. Sin e Golpe De Estado.
Hoje em dia Ronaldo mostra mais personalidade no modo de cantar do que na época em que gravou o primeiro disco, pois usava uma impostação de voz à la Elvis Presley – assumidamente, uma de suas referências. Bem humorado, ele brincava com o público, mas também falava sério quando o assunto era a importância do “Rock Na Praça” e da união do público. Quanto aos covers, a banda foi do Rock de Raul Seixas em “Como Vovó Já Dizia” e “Aluga-se” e também de “Hound Dog”, que ficou eternizada na voz do próprio Elvis, até passar pelo Classic Rock do Creedence em “Suzie Q”, e chegar ao Metal com “Symphony Of Destruction” do Megadeth.
Um momento hilário foi quando um senhor que estava visivelmente embriagado invadiu o palco e saudou a plateia, sendo imitado por Ronaldo, que se posicionou atrás dele. O homem foi retirado, mas o ex-goleiro pediu que o levassem aos bastidores após o show, para tomar umas junto com ele. Giovaneli marcou um golaço quando disse que independente de sua paixão pelo Corinthians, em cima do palco a sua torcida era para o Rock and Roll, que é algo feito para corintianos, palmeirenses, são paulinos, santistas, lusos, juventinos etc. Particularmente, senti falta de “Fazendo Música, Jogando Bola”, hit single do primeiro álbum no repertório. Mesmo assim, todos curtiram muito o Ronaldo E Os Impedidos. Fim de jogo.
Às 17h20 as luzes do palco foram acesas devido ao entardecer e a introdução mecânica começou a soar, enquanto os integrantes do Salário Mínimo tomavam seus lugares. O grupo não precisa de apresentações, mas é sempre bom ressaltar à nova geração de headbangers a importância desse que é um dos grandes pilares do Heavy Metal no Brasil, desde quando lançou o seu cultuado ‘debut’, “Beijo Fatal”, no ano de 1987. Da formação que o gravou, apenas o vocalista China Lee e o guitarrista Junior Muzzili estão na banda, mas o line up atual se mostra consistente, já que há cinco anos é completado por Daniel Beretta (guitarra), Diego Lessa (baixo) e Marcelo Campos (bateria). O álbum “Beijo Fatal” foi tocado quase que por inteiro, mas a abertura foi feita com “Delírio Estelar”, que faz parte do segundo e até o momento mais recente álbum, “Simplesmente Rock”, de 2009. Desse também foram tocadas “Sofrer” e “Anjo”. O Salário foi bem recebido pelo público e deu sequência com “Anjos Da Escuridão”.
Nesse momento, alguns bangers que estavam próximos a grade de proteção, em frente ao palco, abriram uma pequena roda e agitaram bastante. China é um cara que tem sempre o público nas mãos, por ser um vocalista com atitude e bastante comunicativo. Na primeira pausa, disse que é um absurdo a cidade ter ficado tanto tempo sem um espaço como o “Rock Na Praça” e afirmou: “São Paulo sempre foi Heavy Metal!”.
Os outros integrantes também têm características importantes para o Salário, que fazem com que essa seja, talvez, a melhor formação que a banda já teve. Diego Lessa é o mais descontraído em cena, com influências de Hard Rock, o baixista se movimenta, sorri, gesticula, canta, fala ao microfone e fecha uma cozinha precisa com Marcelo Campos que, por sua vez, é o que insere mais peso ao grupo, devido às suas referências, tocando de maneira “nervosa” e precisa. Mas é nas guitarras que se encontram as raízes da banda, que vêm lá do Metal Tradicional inglês. Em “Beijo Fatal” e em “Noite De Rock”, por exemplo, Muzilli e Beretta fazem um trabalho sensacional que remete à New Wave Of British Heavy Metal, principalmente na hora dos solos, onde as guitarras gêmeas delineiam aquele padrão estabelecido por Iron Maiden, Saxon e Judas Priest. Isso sem contar que os três responsáveis pelas cordas da banda se encarregam dos vocais de apoio, que por sinal são muito bem feitos.
Na citada “Noite De Rock”, foi legal quando Campos emprestou seu kit para Fabrício Ravelli sentar o braço. O organizador do “Rock Na Praça” atualmente é guitarrista e vocalista do Imbyra, mas já sentou atrás dos tambores de bandas como Harppia, Ancesttral, Dreams Of Damnation, Scars, Wasted Co., e das estrangeiras A.N.I.M.A.L. (ARG) e Hirax (EUA). Após uma hora de set, o Salário Mínimo se despediu com “Cabeça Metal”.
Além do Ronaldo E Os Impedidos, essa edição do “Rock Na Praça” também despertou a curiosidade do público para o primeiro show do novo projeto dos irmãos Busic, Andria (vocal e baixo) e Ivan (bateria e vocal). Recentemente eles encerraram o capítulo Dr. Sin, mas já iniciaram outro, agora ao lado do guitarrista Hard Alexandre, com o Busic Gang. O trio não tem intenção de lançar nenhum material, mas sim de tocar ao vivo, fazendo uma retrospectiva na carreira dos irmãos e incluindo alguns covers de músicas de bandas que os influenciaram. Pontualmente, às 19h00, o grupo atacou de “Perfect Strangers”, do Deep Purple. Assim que Andria e Ivan disseram que estavam se sentindo em casa, já que todos ali presentes eram como se fossem de suas famílias, mandaram a primeira de várias que tocariam do Dr. Sin: “Miracles”.
Ao final, Andria apresentou a banda e depois Ivan anunciou o cover de “Closer To The Heart” do Rush, lembrando que desde os tempos em que integravam o Platina eles não a tocavam. Falando em Platina, uma de suas músicas mais legais, “Fascínio”, matou a saudade de muitos e foi apresentada à outros tantos. Só que Ivan errou ao dizer que desde 1986 ela não era tocada. Em maio de 2013, o Dr. Sin a tocou no Manifesto Bar, pelo “Projeto Peso Brasil”, quando fez um show especial ao lado dos ex-integrantes do Platina, Sérgio Sheman (vocal) e Daril Parisi (guitarra), em uma noite em que revisitaram algumas músicas da antiga banda.
Quanto à Hard Alexandre, quem conhece a fundo o cenário paulistano, sabe de suas andanças com a banda de Hard Rock Madgator. Ele também tocou em Portugal, com o veterano grupo Hot Stuff, que conta com o filho do cantor Roberto Leal, Rodrigo Leal, na bateria. E o exímio guitarrista esbanjou todo o seu talento, principalmente quando o Busic Gang mandou nada menos do que “Rising Force”, do ícone sueco da guitarra, Yngwie J. Malmsteen. E já que o objetivo do grupo é traçar um panorama com algumas músicas que envolvem o nome dos Busic, logicamente que não poderia faltar Taffo no repertório. Ivan até brincou ao lembrar-se do visual de seu irmão naquela banda, “quando usava um cabelo loiro a lá David Lee Roth”. Daí então, o momento mais emocionante se deu quando a inesquecível “Me Dê Sua Mão” foi tocada. Depois do primeiro refrão, Andria parou de cantar e pediu que o público assumisse seu lugar. Muitos o atenderam. Essa é daquelas músicas que, felizmente, o tempo não apagou. O grupo ainda prestou homenagem ao Golpe De Estado e também à memória de Hélcio Aguirra, dedicando à eles o cover de um dos maiores hinos da história do Rock, “Highway To Hell”, que eu não preciso mencionar de quem é. A trinca formada por “Time After Time”, “Emotional Catastrophe” e pelo sucesso “Futebol, Mulher e Rock And Roll” – que até quem não é do Rock e, consequentemente, não conhece o Dr. Sin, certamente já cantarolou alguma vez na vida -, encerrou esse primeiro show do Busic Gang. Apesar de Ivan e Andria dizerem que o grupo não tem pretensões de gravar, ambos encontram-se em estúdio finalizado um álbum com o novo projeto que eles ainda mantém em sigilo.
O evento já estava chegando ao fim, mas antes da última e principal atração tocar, Rodrigo Branco e Fabrício Ravelli entregaram uma placa para o lendário Luiz Calanca, proprietário da loja Baratos Afins e dono do selo de mesmo nome, que foi responsável por lançar vários discos importantes para a consolidação do Heavy Metal no Brasil. A premiação foi feita em agradecimento e reconhecimento aos trabalhos que Calanca vem prestando ao cenário musical brasileiro desde 1978. Emocionado, ele agradeceu, comentou sobre a felicidade que estava sentindo por poder prestigiar o evento e os grupos que marcaram presença no “Rock Na Praça”, e então anunciou a banda que ele mesmo ajudou a lançar há três décadas.
O Golpe De Estado entrou em cena sob o comando do baixista e fundador Nelson Brito, que após os dias de luto e a pausa que deu nas atividades da banda devido a morte de seu velho companheiro, o guitarrista Hélcio Aguirra, repensou e resolveu reunir os integrantes Roby Pontes (bateria) e Rogério Fernandes (vocal), mais o guitarrista Marcelo Schevano, – que atua ao lado de Rogério no Carro Bomba -, para celebrar os trinta anos de carreira do Golpe De Estado. Os quatro, acompanhados pelo tecladista convidado Mateus Schanoski, do Tomada, entraram ovacionados pela plateia, que no intervalo dos shows anteriores já gritava o nome da banda. Em retribuição, o grupo chegou pondo todo mundo a cantar as clássicas “Nem Polícia, Nem Bandido” e “Quantas Vão”. Antes da próxima, Fernandes disse que ele já tocou em várias bandas underground, mas quando entrou no Golpe, viu o tamanho da responsabilidade que estava assumindo. Aí então, o vocalista anunciou “Todo Mundo Tem Um Lado Bicho”, que é uma das duas únicas músicas que teve a oportunidade de gravar com a banda – essa e “Cada Dia Bate De Um Jeito” foram lançadas como bônus do disco “Dez Anos Ao Vivo” (1996). Ao final dessa, Rogério lembrou que o Golpe está comemorando 30 anos e disse que torce pela continuidade das novas bandas. Em dado momento, ele fez reverências aos ex-integrantes originais, Catalau (vocal), Paulo Zinner (bateria) e o saudoso Hélcio. Nelson também esboçou algumas palavras antes de a banda tocar a famosa balada romântica “Caso Sério”. Foi emocionante a execução dessa música, pois ela foi cantada em uníssono pela plateia.
Atendendo ao pedido do guitarrista blueseiro André Cristovam, que atualmente mora em Glasgow, na Escócia, a banda tocou “Moondog”, só que para cantá-la chamou o vocalista Wilson Caramello, que faz parte do tributo ao Golpe De Estado, chamado Underground. Já em “Forçando A Barra”, foi o garotinho Diego Brandão quem assumiu o microfone em algumas partes. Brito brincou dizendo: “Até que enfim um cantor” – se você não entendeu essa, basta lembrar que além de Rogério e de Catalau, o Golpe ainda teve como ‘frontman’, Dino Linardi e Kiko Müller. Antes de “Há Fumaça, Há Fogo”, o versátil Roby Pontes fez um breve solo de bateria, onde mostrou um pouco mais de suas habilidades, que comumente aparecem nos arranjos incríveis que ele coloca nas músicas. Aliás, vale dizer que Roby conta com um belo kit “Octoplus”, da clássica Ludwig.
Pouco antes do final, Rogério Fernandes lamentou o fato de Aguirra não estar ali para comemorar as três décadas da banda, mas acreditava que de alguma forma ele estava por perto. O ‘frontman’ também antecipou que esse segundo semestre do ano traria algumas surpresas aos fãs da banda. Exatamente às 22h00, o Golpe se despediu, encerrando a terceira edição do “Rock Na Praça”, tocando “Libertação Feminina”. Sobre Marcelo Schevano, apesar de ter assumido uma missão que por si só já vem carregada de pressão, o músico tem cumprido muito bem a tarefa de substituir o insubstituível, honrando a memória de Hélcio com a guitarra.
Durante a tarde, até houve uma briga isolada na plateia, mas logo foi resolvida. No mais, o clima outra vez entre o público foi de paz e respeito. Em um dos intervalos entre uma banda e outra, Fabrício voltou a perguntar às pessoas, assim como fez nas edições anteriores, se elas gostariam que o “Rock Na Praça” fosse realizado em todo o último domingo de cada mês. Obviamente que a resposta foi positiva e isso nos deixa curioso para sabermos qual será o cast escalado para a edição número quatro. Além de proporcionar esse grande e importante espaço para as bandas mostrarem seu trabalho, independente de qual vertente do Metal sejam, outra grande causa que o “Rock Na Praça” promove são as doações que são feitas para instituições ou grupos de apoio. Dessa vez, a beneficiada foi a Cruz Vermelha e também alguns moradores de rua que têm sofrido com o frio. É o Rock mostrando que além de entreter e divertir, ele também é solidário.
Nem Polícia, Nem Bandido
Quantas Vão?
Todo Mundo Tem Um Lado Bicho
Paixão
Caso Sério
Zumbi
Moondog
Não É Hora
Forçando A Barra
Onde Há Fumaça, Há Fogo
Noite De Balada
Libertação FemininaBUSIC GANG – Setlist:
Perfect Strangers (Deep Purple)
Miracles (Dr. Sin)
Closer To The Heart (Rush)
Fascínio (Platina)
Rising Force (Yngwie Malmsteen)
Me Dê Sua Mão (Taffo)
Scream And Shout (Dr. Sin)
Highway To Hell (AC/DC)
Time After Time (Dr. Sin)
Emotional Catastrophe (Dr. Sin)
Futebol, Mulher e Rock And Roll (Dr. Sin)SALÁRIO MÍNIMO – Setlist:
Delírio Estelar
Anjos Da Escuridão
Dama Da Noite
Beijo Fatal
Sofrer
Anjo
Fatos Reais
Noite De Rock
Doce Vingança
Jogos De Guerra
Cabeça MetalRONALDO E OS IMPEDIDOS:
Telefone Errado
Eu Quero Mais
Como Vovó Já Dizia (Raul Seixas) / Suzie Q. (Creedence Clearwater Revival)
O Nome Dela
Invisível
Jet Love
T.N.T.
Hound Dog (Jerry Leiber & Mike Stoller)
Aluga-se (Raul Seixas)
Ouro No Dente
Symphony Of Destruction (Megadeth)
Onde Está O Rock’n’Roll?
MATTILHA – Setlist:
Sem Hora Marcada
Duro De Dizer
Qual É O Seu Veneno?
Depois Das 3
Filho Da Pompeia
Feita Pra Mim
Noites No Bar