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SAMSUNG BEST OF BLUES

É ótima a ideia do “Samsung Best of Blues” de proporcionar música ao vivo de qualidade, de maneira gratuita, para as pessoas. O evento deu tão certo que já faz parte do calendário paulistano e atrai multidões para o Auditório Oscar Niemeyer, do Parque do Ibirapuera. Em 2016 o festival ganhou mais notabilidade quando trouxe ao Brasil o casal Richie Sambora, ex-guitarrista do Bon Jovi, e Orianthi Panagaris, que ficou famosa por ter integrado a banda do saudoso “Rei do Pop”, Michael Jackson. Dessa vez a atração foi um dos guitarristas mais influentes do mundo, o norte-americano Joe Satriani. Sim, aquele mesmo que você já deve ter ouvido falar que deu aula para nomes como Kirk Hammett (Metallica), Alex Skolnick (Testament), Larry LaLonde (Possessed, Primus), Rick Hunolt (Exodus) e Andy Timmons (Danger Danger), e que é reconhecido também por suas atuações no Deep Purple, G3 e Chickenfoot. Para a abertura do show a organização convidou o guitarrista brasileiro de blues, Artur Menezes, que veio diretamente de Los Angeles, onde reside. Pena que dessa vez a edição tenha sido bastante prejudicada por algumas situações que serão faladas no decorrer desta cobertura.

Antes do início do evento rolou uma coletiva no auditório interno, que começou com a diretora de marketing da Samsung, Andrea Melo, falando sobre a parceria entre a empresa, a Secretaria da Cultura e a Dançar Marketing. Nesses três anos de aliança, várias ações relacionadas à música, mais especificamente voltadas ao blues e ao rock, têm sido realizadas. Além do “Samsung Best of Blues”, essas três frentes vem realizando outros eventos, como, por exemplo, o “Samsung Rock Exhibition”, que abre espaço para exposições como a do Nirvana, que nunca havia saído de Seattle (EUA), onde foi exibida por seis anos. Joe Satriani e Artur Menezes entraram a seguir e responderam perguntas dos jornalistas. O simpático Satriani falou sobre seu álbum mais recente, “Shockwave Supernova” (2015), a amizade com Steve Vai, sua passagem pelo Deep Purple nos anos 80, a afinidade que muitos guitarristas de rock têm com o blues e outros assuntos. Perguntado pela ROADIE CREW o porquê de estar voltando ao Brasil apenas oito meses após sua última passagem, o guitarrista falou: “Esse é o final da turnê e é muito boa a interação que tenho com a banda. Fazia um tempo que não tocávamos juntos e é muito bom nos encontrar para participar de um show assim, ao ar livre, com bastante gente”. Já Menezes contou um pouco sobre sua carreira, falou de influências, sobre a oportunidade de voltar ao Brasil para tocar neste evento e também sobre a experiência de dividir palco nos Estados Unidos com músicos renomados.

Já na parte externa – na pista, propriamente dita -, o local estava abarrotado de gente. O palco do “Samsung Best of Blues” é montado numa espécie de caixa gigante, em que a enorme parede branca superior frontal serviu como telão. E funcionou lindamente com a tecnologia proporcionada pela Samsung. Em compensação, não dá para dizer o mesmo do som que se ouvia durante todo o evento. Pouco antes das 18h30 as honrarias foram feitas pelo mestre de cerimônias, o cantor e ator, Evandro Mesquita, que contou um pouco da história de alguns guitarristas consagrados do blues. Ao final, o líder da banda Blitz anunciou o cearense Artur Menezes, que preparou um show que acabou homenageando alguns blueseiros lendários. Apesar de já ter lançado três álbuns autorais de estúdio – “Early to Merry” (2010), “#2” (2013) e “Drive Me” (2015) –, o guitarrista trouxe em seu repertório apenas covers. Elmore James, Bernard Allison, Stevie Ray Vaughan, Scott Henderson, Hound Dog Taylor, Freddie King e também o rocker Jimi Hendrix tiveram alguns de seus clássicos revisitados pelo brasileiro.

Com muita simpatia e demonstrando simplicidade em sua forma de tocar – apesar de ser um guitarrista técnico -, Menezes assumiu o vocal em algumas músicas, desceu pra tocar no gargalo, próximo a plateia, e agradou, pois em 40 minutos de show, mostrou uma performance bem energética. Já o público foi extremamente prejudicado pelo som que saia dos PAs, que mais parecia vir de um rádio de pilha, de tão baixo e mal equalizado que estava. Em vários momentos, praticamente nem dava pra ouvir a guitarra de Artur.

Se o dia começou ensolarado, a essa altura o clima era de ranger os dentes, tão impiedoso era o frio que caia sobre São Paulo. Cerca de 20 minutos após o show de abertura, foi a vez de a atração principal aquecer o público. Joe Satriani entrou tocando a faixa-título de “Shockwave Supernova”. A expectativa era a de que o som estivesse nos conformes e a altura do guitarrista. Mas, para frustração da maioria, logo na primeira música o que se percebia era, no máximo, um leve ganho no volume da guitarra de Satch, se comparado ao de Menezes. Dando sequência, após troca de guitarra, Satriani mandou a comemorada “Flying in a Blue Dream” e emendou com “Ice 9”, a primeira a ser tocada de seu álbum mais bem sucedido, o seminal “Surfing With the Alien”, que em 2017 está completando 30 anos de seu lançamento.

A banda de Satriani era integrada pelos mesmos músicos que o acompanharam no show de dezembro de 2016, ou seja, Bryan Beller (guitarra e teclado – Dethklok / Aristocrats), Mike Keneally (baixo – ex-Steve Vai) e Marco Minnemann (bateria). O repertório montado pelo quarteto foi bem parecido com o daquela apresentação. E como naquela ocasião, as imagens que apareciam no telão atrás da bateria proporcionavam um espetáculo à parte, assim como a transmissão projetada na enorme parede acima do palco, que era de impressionar. Foi legal quando apareceu a imagem de Evandro Mesquita curtindo o show de Satch no fundo do palco.

Apesar de ser um festival direcionado ao blues, Satriani tem uma veia totalmente hard rock e os fãs vibraram com clássicos atemporais como “Crystal Planet”, “Summer Song”, a emocionante “Always With Me, Always With You”, “Satch Boogie” e “Surfing With the Alien”, além de também terem curtido as mais recentes, “Crazy Joe”, “Cataclysmic” e a grooveada “On Peregrine Wings”, que tem uma levada em ritmo de baião, que parece ter referências da música brasileira. Longe de aparentar um senhor de 61 anos de idade, Satch mostrava a mesma vitalidade de sempre e tocava com a maestria de poucos. Em alguns momentos Satriani fez alguns duelos impressionantes de guitarra com o simpático Beller. Por sua vez, Minnemann, que ao vivo já quebrou galho pro Kreator e que ficou em segundo lugar na seletiva que deu a Mike Mangini o posto de baterista do Dream Theater quando da saída de Mike Portnoy, debulhava sua batera, e com um sorriso no rosto, que dava até a impressão de que tudo que ele estava tocando era fácil, inclusive o solo. Um dos pontos mais legais do show foi o medley em que a banda tocou vários trechos de hinos como “Back In Black” (AC/DC), “Iron Man” (Black Sabbath) e “Smoke on the Water” (Deep Purple), por exemplo, em que Satriani mandava o riff na guitarra e Beller devolvia no teclado. Para o final, Joe Satriani convidou Artur Menezes a retornar ao palco, para se despedirem do público com uma jam session a qual tocaram um cover do The Alabama State Troupers para “Going Down”.

Teria tudo para ter sido um evento perfeito, não fosse a qualidade de som que permaneceu extremamente aquém do esperado, particularmente, uma das piores que já presenciei em toda minha vida. Mas, pior do que isso, e bem grave por sinal, foi o fato de que muita gente saiu reclamando de ter sido assaltada no evento, mulheres alegando que sentiram suas bolsas sendo mexidas em meio à multidão. Havia, inclusive, um paspalho que passou o show todo mirando um laser em direção ao rosto de Joe Satriani no telão. É lamentável esse tipo de comportamento dentro da sociedade brasileira, em que elementos escancaram a sua falta de educação, de índole e de respeito, tirando proveito de eventos abertos como este para cometer delitos e outras coisas inadequadas. 7 a 1 não foi nada perto dos constantes gols contras que tomamos todo santo dia.

JOE SATRIANI – Set list:
Shockwave Supernova
Flying in a Blue Dream
Ice 9
Crystal Planet
On Peregrine Wings
Friends
If I Could Fly
Cataclysmic
Summer Song
Crazy Joey
Always With Me, Always With You
God is Crying
Crownd Chant
Satch Boogie
Surfing With the Alien
Going Down (The Alabama State Troupers)

ARTUR MENEZES – Set list:
Dust My Broom (Elmore James)
Chills and Thrills (Bernard Allison)
Tightrope (Steve Ray Vaugham)
Dolemite (Scott Henderson)
Hawaiian Boogie (Hound Dog Taylor)
Lenny (Steve Ray Vaughan)
Driving South (Jimi Hendrix)
Say What! (Steve Ray Vaughan)
Hideaway (Freddie King)
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