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SAXON – 16 de março de 2019, São Paulo/SP

Foram apenas dez meses de espera, até que no último sábado, 16, os fãs paulistanos tiveram a oportunidade de reencontrar o Saxon. E o clima na Tropical Butantã era de ‘vale a pena ver de novo’: mesma turnê de divulgação do mais recente álbum Thunderbolt (2018), mesmos músicos e mesmo local. Pode até ser que não soe tão atrativo rever uma banda em tão pouco tempo, ainda mais dentro de uma mesma turnê, no entanto, muita gente que assistiu o Saxon no ano passado (inclusive este repórter) considerou um dos melhores shows de 2018 e se sentiu motivada a repetir a dose, na esperança de conferir a mais uma ótima apresentação. Outros, que não viram, mas ficaram sabendo o quão bom foi aquele show, agarraram essa nova oportunidade tendo em mente o mesmo objetivo. E foi exatamente isso o que presenciamos nesta última ‘gig’ da turnê latino-americana do grupo britânico.

Quem chegou mais cedo teve a chance de assistir a abertura da Uncle Trucker, banda de Franca (SP), que pratica um hard rock altamente influenciado por expoentes oitentistas do gênero, o que pôde ser observado principalmente nos riffs da dupla David Ferreira e Ric Prazeres. O grupo, que na noite anterior já havia tocado com o Saxon no Vivo Rio, do Rio de Janeiro, assumiu o palco após breve introdução, emendando Shake and Fall e a pesada Walls Come Falling Down, músicas que fazem parte, respectivamente, de seus dois primeiros álbuns, Hard Devotion (2008) e Rockhology (2015). Prejudicada pelo som abafado dos instrumentos, o que fazia com que o vocal do carismático Daniel Aleixo ficasse à frente de tudo, a Uncle Trucker acabou tendo uma recepção morna do público no início de sua apresentação. Porém, a partir da ‘hardona’ Blind Devotion, tudo passou a soar mais equilibrado.

Quem também é fã de hard curtiu quando a banda tocou os hinos Dr. Feelgood (Mötley Crüe) – nessa, a guitarra de Prazeres passou por problemas técnicos – e a que mais agitou o público: Metal Health (Quiet Riot), a qual a voz de Aleixo soou bem similar à do saudoso Kevin DuBrow. Além de músicas dos dois primeiros álbuns e de alguns covers, a Uncle Trucker tocou duas que farão parte de seu próximo disco, Third Rock from the Roll: a instigante Fly Away, onde novamente Prazeres passou por problemas com a guitarra, e Dismissive, que arrancou aplausos da plateia. Apesar de não estar programada, a clássica Poison, do mestre do shock rock Alice Cooper, animou o público e acabou marcando o final da apresentação da Uncle Trucker, que se despediu após 50 minutos de set.

Cerca de meia hora depois, no som mecânico Back in Black (AC/DC) deu lugar à introdução Olympus Rising, que fez com que a histeria tomasse conta da lotada Tropical Butantã. Triunfante como no show de 2018, o Saxon entrou em ação tocando a mesma dobradinha formada pela imponente Thunderbolt e por Sacrifice. Biff Byford (vocal), Paul Quinn e Doug Scarratt (guitarras), Nibbs Carter (baixo) e Nigel Glockler (bateria) inflamaram o público, que cantou alto as clássicas e contagiantes Wheels of Steel e Strong Arm of the Law, músicas homônimas aos dois discos lançados em 1980 por esse ícone da New Wave of British Heavy Metal. Na primeira delas, durante a paradinha o sempre carismático Byford tirou o celular do bolso e captou imagens da plateia, enquanto que na segunda ele vestiu uma jaqueta jeans que recebeu de um fã, assim como aconteceu no show do ano passado. Antes da próxima, o público bradou “Saxon” em coro e o veterano frontman aproveitou a pausa para falar que esse último show da gira latino-americana seria especial. E realmente foi, até porque, felizmente, o repertório apresentou algumas mudanças em relação ao de 2018, evitando com que o set fosse previsível. Byford também elogiou o público e foi retribuído com aplausos. Dando sequência, ele anunciou um dos maiores hinos do heavy metal mundial: Denim and Leather, que foi outra que contou com a participação ensurdecedora dos ‘Saxon maniacs’.

Algo que chamava bastante atenção era a qualidade de som, que, assim como no ano anterior, estava impecável. Isso beneficiou, principalmente, os solos da dupla Quinn/Scarratt que soavam tão brilhantes quanto eles realmente são. Aliás, não há o que falar de negativo sobre a exímia escola britânica, que revelou ao mundo outras duplas fantásticas de bandas como Iron Maiden, Judas Priest e Def Leppard. Já o momento mais emocionante da noite aconteceu quando Biff distribuiu aos seus parceiros de front Quinn, Scarratt e Carter outras jaquetas jeans cheias de patches, que também foram arremessadas da pista. Trajados com elas, tocaram Battering Ram. Esse gesto da banda para com o público foi de arrepiar. Seguindo, o quinteto inglês mandou, para surpresa geral, duas músicas deu seu homônimo debut, lançado no distante ano de 1979: a amena Frozen Rainbow, com direito à introdução Rainbow Theme, e a agitada Backs to the Wall. Em homenagem ao extinto Motörhead, o quinteto tocou a segunda e última de Thunderbolt: They Played Rock and Roll. Curioso que agora que os fãs já estão adaptados ao seu mais recente álbum, o Saxon tirou do set músicas que tocaram aqui quando o álbum só tinha três meses de lançamento, ou seja, Nosferatu (The Vampire’s Waltz), Sons of Odin, Sniper e The Secret.

Power and the Glory foi outra das que foram bastante comemoradas quando anunciada. Depois dela, Byford deixou nas mãos do público escolher entre Hungry Years, Ride Like the Wind, de Cristopher Cross, Motorcycle Man e Solid Ball of Rock, que, literalmente, foi a bola da vez. Entretanto, Ride Like the Wind acabou sendo tocada na sequência. Dali pra frente, 747 (Strangers in the Night), And the Bands Played On, To Tell and Back Again, Dallas 1 PM e o hino Crusader fizeram a alegria dos fãs, finalizando a primeira parte do show. Nessa altura, já dava para sentir o cansaço batendo nos músicos. Também, pudera, esses senhores (alguns cinquentões, outros sessentões) vinham de shows seguidos por México, Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Paraguai, Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ). Apesar da idade, eles mostraram que ainda são capazes de aguentar duas horas de palco e ofereceram ao público mais um punhado de clássicos no bis. Veio uma sequência matadora: Heavy Metal Thunder, Never Surrender, Motorcycle Man e Princess of the Night, que colocaram ponto final nesse primeiro semestre do Saxon. Agora o grupo retorna para a Europa, onde fará alguns shows pontuais em grandes festivais no segundo semestre. Felizes daqueles que aproveitaram que a águia novamente aterrissou no Brasil e viram o Saxon dar outra aula de qualidade sobre o que é o heavy metal britânico.

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