O Destruction, uma das bandas mais icônicas do thrash metal, lançará um novo álbum, intitulado Birth of Malice, no próximo dia 7 de março. Desde a sua formação nos anos 80, o grupo liderado pelo vocalista e baixista Schmier sempre foi uma voz contundente contra as injustiças sociais e políticas, mas o álbum mais recente se destaca por suas letras especialmente diretas, tratando de temas como o preconceito crescente, a desinformação e a crise política mundial.
Em uma entrevista exclusiva com o Blabbermouth.net, Schmier revelou que o conceito por trás de Birth of Malice surgiu de sua preocupação com o aumento do que ele julga como retórica fascista e da polarização política ao redor do mundo. “Agora parece ser o momento certo para lançar um álbum do Destruction. O clima mundial está tenso, com o fascismo e as ideologias de extrema-direita ganhando força em muitos países”, disse ele.
A faixa Scumbag Human Race é um exemplo claro do tom agressivo e confrontador do álbum. “É uma metáfora do que o mundo nos diria, se ele pudesse falar”, explicou Schmier. “O título vem de um filme ruim com Mark Wahlberg, The Happening (N.R.: No Brasil, “Fim dos Tempos”), onde o mundo se revolta contra a humanidade. Essa ideia de que estamos destruindo o planeta é algo que precisamos ouvir, e esse é o nosso grito de alerta.”
O tema da desinformação também é abordado com força no álbum. Schmier compartilhou sua experiência de ter sido atacado por bots russos durante a guerra na Ucrânia, o que inspirou a criação da faixa Cyber Warfare. “Hoje em dia, a manipulação é muito mais fácil. Na era da internet, qualquer um pode espalhar mentiras com a ajuda de bots”, disse ele. Para Schmier, o aumento da desinformação e a falta de reflexão crítica têm alimentado a divisão e o ódio no mundo. “A maioria das pessoas só quer ouvir algo que se encaixe em sua visão de mundo, sem questionar a veracidade”, desabafou.
Ao longo da conversa, Schmier expressou sua preocupação com o futuro político global, apontando que, embora os problemas atuais não sejam responsabilidade de governos atuais, eles são um reflexo de políticas passadas. Ele mencionou o apoio de figuras como Elon Musk a partidos de extrema-direita na Alemanha, que têm causado divisões e aprofundado as tensões sociais. “A história não nos ensina nada. O que estamos vivendo agora são os mesmos erros do passado”, lamentou ele, ressaltando a falta de aprendizado coletivo diante das atrocidades históricas, como o nazismo.
O impacto das palavras de Schmier vai além da música. Ele vê Birth of Malice como uma oportunidade de não apenas criar um álbum pesado, mas também de levantar discussões importantes sobre o papel da humanidade na preservação do planeta e na luta contra regimes totalitários e o ódio. “O fascismo está crescendo em muitas partes do mundo, e nós, como sociedade, precisamos aprender com o passado e parar de repetir os mesmos erros”, concluiu ele.
Com seu novo álbum, Birth of Malice, o Destruction visa representar um grito urgente contra as ameaças políticas e sociais que o mundo enfrenta hoje. Com suas letras afiadas e temáticas políticas ousadas, a banda afirma permanecer firme em sua missão de ser uma voz para os que se opõem ao autoritarismo e à manipulação.
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