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SEPULTURA

Nem mesmo a chuva que teimou em cair durante toda a sexta-feira foi capaz de colocar água no chope da festa para comemorar os 30 anos do Sepultura. O mau tempo pode ter afugentado algumas almas, mas quem resolveu sair de casa para ainda assim encher o Circo Voador esteve à altura da maior banda brasileira de Heavy Metal em todos os tempos. Porque independentemente da eterna – e cada vez mais cansativa – discussão em torno da formação clássica (leia-se a ausência dos irmãos Cavalera), foi este o tratamento dispensado ao quarteto por fãs enlouquecidos e, principalmente, comprometidos. Fato comprovado, aliás, com poucos minutos de som rolando.

Se há uma justificativa para não gostar de “Kairos” (2011) e “The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart” (2013), ela se chama implicância. A abertura do show mostrou um público familiarizado com “The Vatican” e, principalmente, “Kairos”, cujo refrão foi acompanhado por muitas vozes e punhos ao ar. Ou seja, estavam ali fãs de um Sepultura estabilizado com Derrick Green, Andreas Kisser, Paulo Xisto e, mais recentemente, Eloy Casagrande. Estabilizado e forte o suficiente para fazer bonito nos clássicos moldados no passado. “Propaganda” e “Inner Self”, por exemplo, mostraram que a pista merecia mesmo um espaço reservado ao ‘mosh pit’, porque as rodas estiveram sempre presentes, apenas variando de tamanho e intensidade de acordo com a trilha sonora.

“Breed Apart” e seu refrão contagiante ao lado de “Dead Embryonic Cells”. “Choke” – “nossa primeira música com Derrick na banda”, ressaltou Andreas – junto a “Convicted In Life”, de “Dante XII” (2006), outroótimo álbum ignorado pelas viúvas… Quero dizer, pelos implicantes. Dobradinhas pararepresentar dois dos diferentes períodos do Sepultura em três décadas, mas não bastava o setlist desempenhar o seu papel. A legitimidade tinha de vir do palco, e “Attitude” e “Troops Of Doom” mostraram uma empatia sem igual, dos coros na primeira à zona de guerra sem feridos na qual se transformou a lona durante a segunda. Energia que seguiu em alta em “Sepulnation”, uma demonstração de afinidade que surgiu na fase Derrick Green. Irônico, não?

Certamente não em “From The Past Comes The Storms”, que trouxe uma alegria particular para quem, ainda bem garoto, ficou impressionado com a qualidade do “Schizophrenia” (1987) em vinil de capa dupla. Para quem, tambémnaquela reta final dos anos 80, viu o Sepultura pela primeira vez no mesmo Circo Voador. E fosse para quem acompanha o Sepultura desde (quase) o início ou para quem estava assistindo ao quarteto pela primeira (ou segunda) vez, o fim do set regular foi um verdadeiro massacre. “Territory”foi ensurdecedor, e os ânimos continuaram exaltados para o bem em “Polícia” (com Andreas assumindo os vocais e Derrick reforçando no refrão) e “Orgasmatron”, covers de Titãs e Motörhead, respectivamente, que fazem parte destes 30 anos de história.

“Arise” e “Refuse/Resist” reforçaram o coro de “Sepultura! Sepultura!” que ecoava desde o início da noite, como se os fãs precisassem pedir por um bis. Claro, todo mundo sabe que a festa acabaria com “Roots Bloody Roots”, mas havia a expectativa pelas três músicas escolhidos pelo público em eleição na internet. Bem, teve isso e muito mais. A introdução “The Curse” adiantou a primeira surpresa: e “Bestial Devastation”, com a saudação a Paulo Destructor por Derrick (muito à vontade, comandando coros, punhos para o ar e até mesmo as rodas da plateia).A tiracolo veio a segunda: “Apes Of God”, de “Roorback” (2003), foi a primeira das mais bem votadas – comprovando que, não à toa, havia muita gente com as letras das músicas pós-Max Cavalera na ponta da língua. O vai e vem no tempo seguiu com a pérola “Necromancer”, mais uma de “Bestial Devastation” (1985), e a excelente “Cut-Throat”, de “Roots” (1996).

Sim, há momentos em que vale se curvarà sabedoria popular, até porque parece ter sido ela a responsável pela inclusão de “Biotech Is Godzilla”. Tenham sensibilizado ou não a banda, os gritos de “Biotech! Biotech” foram muito bem correspondidos. E vice-versa. Antes, houve tempo para a nova “Sepultura Under My Skin”, uma ode do Sepultura aos fãs; depois, um encerramento de gala: “Ratamanhatta”, tão bem recebida que apagou da memória a participação daquela mala chamada Carlinhos Brown, e, claro, “Roots Bloody Roots”, que terminou de botar a lona do Circo Voador abaixo, com direito até a um ‘wall of death’ no início. Uma noite memorável proporcionada por Derrick, Andreas, Paulo e Eloy – um garoto que não apenas é um monstro com as baquetas, mas injeta ainda mais energia no show. Uma noite memorável proporcionada pelos fãs cariocas que encararam a chuva e encheram a casa. Uma noite com a melhor banda brasileira de Heavy Metal em todos os tempos. E isso diz muita coisa.

Setlist:
1. The Vatican
2. Kairos
3. Propaganda
4. Inner Self
5. Breed Apart
6. Dead Embryonic Cells
7. Choke
8. Convicted In Life
9. Attitude
10. Troops Of Doom
11. Sepulnation
12. From The Past Comes The Storms
13. Territory
14. Polícia
15. Orgasmatron
16. Arise
17. Refuse/Resist
Bis
18. The Curse/Bestial Devastation
19. Apes Of God
20. Necromancer
21. Cut-Throat
22. Sepultura Under My Skin
23. Biotech Is Godzilla
24. Ratamahatta
25. Roots Bloody Roots

 

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