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SETFIRE FEST

Criar o próprio fest é uma alternativa que muitas bandas criam para poder levar sua música e promover a música na região. Seja estampando o nome da banda ou não, formações como Executer, Screams of Hate e Setfire investem nesse modelo de evento que em muitas vezes atinge o objetivo, outras não. Nessa empreitada, que chega a sua segunda edição, o “Setfire Fest” investiu num cast que envolveu bandas veteranas, como Distraught e Attomica, e a local Chaos Inc., o que já seria uma receita de bolo interessante aos fãs de música pesada. Porém, dias antes do evento, foi inserida a banda Alekto, formada por membros do Krow, o que abrangeu maior diversidade e qualidade ao pacote.

O local escolhido, o Mossoró Rock Bar, localizado em Mauá (SP) provou ser uma boa escolha. Próximo à estação da cidade, o espaço conta com um palco de tamanho adequado, além de suportar uma boa quantidade de camisas pretas. Estes ainda chegavam quando, às 16h20, o Chaos Inc. iniciou a celebração a música pesada. O trio, hoje formado por Eduardo Matos (vocal e baixo), Zozi Silveira (guitarra, Blackning) e Maicon Alves (bateria), pratica um híbrido entre o death e o thrash metal, e agradou os poucos que estavam em frente ao palco. Os pontos altos ficaram por conta de “Phenomena”, “Tormentor” e “Cosmos Echoes”, que encerrou o curto e raçudo set dos caras.

Depois, os gaúchos do Distraught fizeram uma verdadeira hecatombe quando iniciaram seu set de pouco mais de uma hora. Com 27 anos de estrada, e pela primeira vez no ABC, André Meyer (vocal), Ricardo Silveira e Everton Acosta (guitarras), Allan Holz (baixo) e Marcelo Azevedo (bateria) deram uma aula de thrash metal ao público, que ocupou quase todo o espaço para conferir o poder bélico do quinteto, mostrado logo de cara com “Borderline”, do álbum “The Human Neglicence Is Repugnant” (2012). Sob o comando de “Vamo chega todo mundo ae”, feito pelo vocalista, o público foi se acomodando e logo se rendeu ao melhor do thrash metal. E era só o começo… “Lost”, do mais recente e aclamado “Locked Forever” (2015) é daquelas que alternam momentos trabalhados a passagens mais agressivas. O alto nível se manteve com “The Human Negligence Is Repugnant”.

Após alguns agradecimentos a matança continuou. E tome uma trinca do atual CD dos caras, “The Last Trip”, “Blacktrade” e “Between the Walls of Colonia”, mostrando que a banda está em seu melhor momento, sendo intrincada e, ao mesmo tempo, agressiva. Vale dizer que “Locked Forever” é um trabalho conceitual baseado no livro Holocausto Brasileiro (Daniela Arbex), que aborda as condições que os manicômios brasileiros tratavam seus pacientes num passado não tão distante.

Problemas no baixo antecederam a faixa-título do recente trabalho, mas, após a resolução do empecilho, foi outro ponto alto da apresentação, que emocionou muita gente, inclusive este que descorre essas linhas, por ver todo mundo agitando nas músicas. A marcante “Brazilian Holocaust” manteve o nível, até um breve retorno a 2012 ser feito em “Psycho Terror Class”, em outro momento de cabeças balançando. “Shortcut to Escape” e “Justice Done the Betrayers” foram a despedida do show dos gaúchos, o melhor da noite, tanto pela qualidade das músicas como pelo profissionalismo desempenhado no palco.

Já passava das 19h quando os anfitriões do Setfire entraram em cena. Porém, apenas às 19h25 começou o som. Artur Morais (vocal), Fernando Ferre e Klemer Santiago (guitarras), Felipe Jeronymo (baixo) e Daniel Balbinot (bateria) foram mandando as composições que farão parte do seu novo trabalho, com previsão de lançamento para agosto. “Spots of Blood” e “Paranoia Bargain” mostram a banda numa nova fase, em que as referências de bandas como Pantera dão lugar a contornos mais extremos e trabalhados. Assim, sons como “Wandering Psycopath” e “Paralyzed” nos faz vir à mente a banda Death.

A atual fase só saiu de cena quando sons como “Envy Shit”, “Nordeste”, que contou com a participação do baixista do Desalmado, Bruno Teixeira, e “Revolution of Machines” foram executadas.  Um set energético, que não esfriou a galera nem mesmo com um problema no pedal da bateria.

Após mais de duas décadas sem se apresentar na região, às 21h10 o Attomica subiu ao palco. Hoje contando apenas com André Rod (baixo e vocal) da formação clássica, a banda tem o reforço dos talentosos Marcelo Souza (guitarra) e Argos Danckas (bateria). Apesar do vocal de André não ter aqueles agudos que muitas vezes o estilo pede, o set do trio foi muito bem executado e teve momentos de energia e virtuosismo. Mesclando músicas mais recentes, como “Black Death” e “Yakuza” a clássicos como a matadora “Marching Over Blood”, o trio deixou os fãs de thrash metal satisfeitos, em especial pela performance e postura de palco. “Deathraiser” me fez lembrar os tempos do saudoso Fúria Metal, programa da MTV dedicado ao estilo, cujo som era um dos mais tocados. “Forbidden Hate”, outro clássico da época, encerrou a aula de thrash metal.

Depois de ajustes no esquema “The Flash”, às 22h30 o Alekto mostrou aos poucos presentes o seu competente som, que é uma mescla de música extrema com uma boa dose de groove. Will (vocal), Woesley Johann (guitarra), Cauê de Marinis (baixo) e Jhoka Ribeiro (bateria) demonstraram competência. O curto set teve como pontos altos as canções “Who Dares”, “Deliberate” e “Revenge”, todas furiosas e executadas por ótimos instrumentistas.

A segunda edição do “Setfire Fest” teve uma boa organização, cast formado por bandas competentes e um bom público. Só penso que o único pecado foi encerrar o evento às 23h num domingo, sendo que muitos pegam no batente no dia seguinte logo cedo. Fica a dica para as futuras edições.

 

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