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SHAMAN – 1° de dezembro de 2018, Belo Horizonte/MG

A noite do dia 1° de dezembro estava chuvosa e fria, mas incapaz de tirar o ânimo ou diminuir a ansiedade do exército da banda Shaman que se formava do lado de fora do City Hall, sede belo-horizontina de mais um show do grupo paulista nesta tão emblemática reunião da formação original. Nas filas que se formavam, uma mescla de fãs que acompanharam o surgimento do conjunto na década passada e adeptos mais jovens, não só da capital mineira como também oriundos de várias partes do interior e até de fora do Estado. Todos sedentos para conferir in loco o material dos dois primeiros álbuns do conjunto paulista, Ritual (2002) e Reason (2005).

Mas antes do prato principal, o aperitivo ficou a cargo do Taverna. Só que este veio com prato cheio. Apesar da proposta de propagar músicas folclóricas, com o uso de instrumentos como violino, flauta e outros que remetam à cultura celta/irlandesa e sem a inserção de guitarras, a banda não enfrenta barreiras no público do metal. Muito pelo contrário. E, neste livre acesso, até faz questão de prestar algumas homenagens.

Taverna (Foto: Thiago Prata)

Para o número dessa noite tão singular, o Taverna impressionou ao efetuar com destreza uma versão magistral – e reduzida – de Hallowed be thy Name, do Iron Maiden, e até arrancou lágrimas de alguns em um tributo ao mestre Dio com a imortal Heaven and Hell, do Black Sabbath, ambas cantadas em uníssono pelos espectadores, que ainda ouviam, no fim, um trechinho de Perfect Strangers, do Deep Purple.

Após meia hora de um louvável “aquecimento”, era a hora de o Shaman entrar em cena. Passava das 22h30 quando Andre Matos (vocais), Luis Mariutti (baixo), Hugo Mariutti (guitarra), Ricardo Confessori (bateria) e Fábio Ribeiro (teclados) emergiram com “sangue nos olhos” e Turn Away. A partir dali, cumpririam o protocolo de executar, primeiramente, o disco Reason na íntegra, e, depois, partirem para todo o repertório de Ritual.

Logo de cara, percebia-se a qualidade sonora do City Hall, assim como a técnica de cada integrante da banda. O público compareceu em peso e cantou alto cada palavra da faixa de abertura do segundo disco. É aquela velha história: quando você junta uma boa casa de shows, fãs bastante entusiasmados e uma banda de alto nível, a vitória é garantida. Só que fica uma pequena ressalva – ínfima, talvez, e não o suficiente para tirar o brilho daquela noite, mas, ainda assim, capaz de levantar uma velha questão.

Shaman (Foto: Thiago Prata)

Depois de um começo devastador, com direito a Reason (a música), More (boa cover do The Sisters of Mercy) e um catarse espiritual em Innocence (que baita composição, diga-se de passagem), o clima deu uma “esfriada” na execução do “miolo” de Reason (o álbum). Não que canções como Scarred Forever, In The Night e Rough Stone não tenham qualidade – até porque tem, certo? –, mas ficou notório que uma parcela dos fãs não acompanhou o mesmo entusiasmo de antes, aproveitando a deixa para sacar umas fotos de seus ídolos. Sejamos sinceros: isso não iria acontecer com o material de Ritual, um dos grandes clássicos do metal nacional – como realmente não veio a acontecer.

Iron Soul, Trail Of Tears e Born To Be levaram um pouco mais de impacto e, consequentemente, resultaram em mais empolgação da galera. Fim da primeira parte e alguns pontos importantes a destacar: ali, em cima do palco, estava uma seleção do metal, em que cada integrante é um craque. Mas Andre Matos vale um capítulo – e, pelo menos, um parágrafo à parte.

Antes do show em BH, conferi vídeos das apresentações anteriores do Shaman para saber como a banda estava ao vivo desde a reunião e acabei me deparando com comentários ríspidos feitos por alguns fãs no YouTube – estão lá, é só procurar que encontra – à performance de Matos. Bem, cada um tem sua opinião e deve ser respeitada, desde que os argumentos sejam justos. E aqui vai meu modo de ver as coisas: esse cara é um monstro como frontman.

Além de cantar muito bem e usar a experiência adquirida com o tempo a seu favor, Matos conseguiu, sim, alcançar notas muito altas nesse show, agregar sua musicalidade ao lado teatral e desfilar seu talento como tecladista/pianista. Em suma, teve o público em suas mãos.

Depois de uma pausa para um vídeo com imagens antigas do Shaman, veio o segundo tempo, e com ele os melhores momentos da noite. Sons da introdução Ancient Winds já eram capazes de deleitar os espectadores, que erguiam os braços nos primeiros riffs de Here I Am. O refrão, obviamente, foi cantado a plenos pulmões pelos fãs. Era bom que guardassem fôlego, porque ainda tinha muito pela frente.

Foto: Iana Domingos/Divulgação

Distant Thunder também surgiu de forma avassaladora, antes do ápice com For Tomorrow. Em tom de nostalgia, o próprio Andre Matos fazia questão de frisar o quanto essa música teve impacto no passado. Na verdade, até hoje, Andre! Todo mundo parecia tinha a letra na ponta da língua, em mais um espetáculo protagonizado pela simbiótica relação entre banda e público.

Time Will Come e Over Your Head também contaram com execuções impecáveis, seguidas por mais um momento épico que, provavelmente, vai perpetuar na memória de muita gente: a balada Fairy Tale.

O concerto seguiu com o poder de fogo de Blind Spell e Ritual em versões matadoras – ao vivo essas duas ganham ainda mais vida. A despedida se deu com Pride, com um show à parte de Luis, o Jesus do 666 no baixo e a certeza de que a chama do Shaman continua acesa. Andre Matos prometeu voltar no ano que vem com a banda. Serão muito bem-vindos!

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