A festa de 30 anos da Top Link Music, produtora responsável pela realização de mais de dez mil shows pela América Latina, teve a sua celebração de gala no último dia 3 de maio. Para o fundador Paulo Baron Rojo, o momento era mais do que especial. Radicado no Brasil, o empresário mexicano aproveitou a ocasião e lançou seu livro “Rocking All My Dreams”, feito em parceria com o escritor Emerson Anversa. A obra, lançada pela editora inVerso, conta a experiência de vida de Baron e suas andanças pelo mundo, sempre trabalhando nos bastidores do rock/heavy metal. Trabalhar com o que mais gosta, aliás, foi a realização de seu maior sonho. Conforme confidenciou na festa à este repórter, o emocionado Baron, através de seu livro, tem como intenção “inspirar outras pessoas, principalmente os jovens que se sentem perdidos ou desmotivados a também acreditarem e correrem atrás de seus sonhos, motivando-os a, ao sucumbirem, seguirem em frente e se reerguerem”.
E nada melhor do que celebrar música com música. Massacration, Malta, o grupo britânico Jesus Jones, e uma super jam entre músicos do Angra e de outras bandas, além da discotecagem do DJ Rodrigo Branco, da rádio Kiss FM, agitaram a festa. O público compareceu em número pequeno à Tropical Butantã, porém o Espaço Vip – com direito à coquetel – recebeu vários convidados, entre eles, o guitarrista alemão Kai Hansen (Gamma Ray, Helloween, Unisonic, Hansen & Friends), que no dia seguinte participou da gravação do DVD do show “Temple of Shadows in Concert”, de Edu Falaschi, e no domingo esticou até o Carioca Club para assistir o show do S.O.T.O., banda do vocalista americano Jeff Scott Soto (Sons of Apollo, Talisman, Takara, Yngwie Malmsteen, Trans-Siberian Orchestra, Eyes, etc). Antes dos shows, os telões no palco mostravam imagens de vários músicos felicitando Paulo Baron, entre eles, Andreas Kisser (Sepultura), Charlie Benante (Anthrax), André Matos, Dee Snider (Twisted Sister), Doro Pesch, Max Cavalera (Soulfly, Cavalera Conspiracy, Killer Be Killed) e outros.
A primeira atração a subir no palco, após honrarias do personagem Boça, do humorístico Hermes & Renato, foi o Massacration, que sob o comando de Detonator (personagem do vocalista e comediante Bruno Sutter), apresentou seu heavy metal de letras engraçadas e sarcásticas. Sobrou até para Paulo Baron cair nas tiradas de Detonator. No repertório, o Massacration apresentou alguns de seus “clássicos”, como Metal is the Law, Metal Massacre (Aruê Aruô) e The Mummy, por exemplo, bem como a inédita MotorMetal, que tem como referências clássicos como Born to be Wild, Highway Star e Turbo Lover e faz homenagem ao ex-piloto brasileiro de F1 Nelson Piquet – dias depois, esse novo single do Massacration foi lançado em videoclipe gravado no Autódromo de Interlagos. No final do show, Detonator desceu do palco durante Metal Bucetation, atravessou o Espaço Vip e pulou na pista comum pra cantar e agitar com os fãs.
De volta ao Brasil após 25 anos, quando estreou no país tocando pelo extinto festival “Hollywood Rock”, o Jesus Jones animou a festa com seu rock alternativo de groove dançante. Apesar de no ano passado o grupo inglês ter lançado o álbum Passages, também em comemoração a 30 anos de carreira, os músicos originais Mike Edwards (vocal e guitarra), Jerry De Borg (guitarra), Al Doughty (baixo), Iain Baker (teclado) e Gen (bateria) o representaram no show apenas com o single Where Are All the Dreams?. O quinteto priorizou tocar seus maiores hits, ou seja, International Bright Young Thing, Real, Real, Real e o maior deles: Right Here, Right Now. Reconhecida de imediato, essa música presente no segundo álbum do Jesus Jones, Doubt (1991), pareceu ser a única conhecida da maioria do público. Assim sendo, outras também sempre tocadas nos shows do grupo, como Who? Where? Why?, Two and Two, Move Mountains, Info Freako e Zeroes and Ones, por exemplo, infelizmente passaram despercebidas. Apesar da estrela do time ser Edwards, o destaque foi Baker, que agitou alucinadamente durante todo a apresentação. O Jesus Jones fez um show correto e convincente, com um repertório ao melhor estilo ‘best of’, no entanto, ficou evidente que, ao menos no Brasil, seu status é de banda ‘one-hit wonder’.
Com disco novo na praça desde fevereiro, o Malta entrou em ação mostrando um repertório pesado, apropriado para ocasião. Contando com excelente qualidade de som e tendo uma performance energética, a comunicativa Luana Camarah (vocal), Thor Moraes (guitarra), Diego Lopes (baixo) e Adriano Daga (bateria) priorizaram o recém lançado álbum Malta IV. Eles apresentaram as novas Manipulação, Amor e Ódio, Bater de Frente, Ela Sempre Sabe e Pátria Amada, música que já virou hino do Malta. A banda revisitou seu primeiro álbum executando Diz Pra Mim e homenageou o Legião Urbana com o cover da clássica Que País é Esse? Antes da mencionada Ela Sempre Sabe, o grupo solicitou que Paulo Baron subisse ao palco para cantar junto. Brincando, ele repreendeu os músicos: “a banda é que tem que tocar, o empresário corre atrás de ganhar dinheiro pra vocês. Vocês estão invertendo esse sistema”. O ponto alto da apresentação do Malta se deu com uma tríade imortal do Queen: Tie Your Mother Down, Show Must Go On e Bohemian Rhapsody – essa com intercessões de sampler, principalmente nas partes orquestradas. Finalizando, um dos maiores hinos do rock, criado pelo AC/DC: Highway to Hell.
O encerramento da festa aconteceu com a mencionada jam session. Os músicos Rafael Bittencourt, Felipe Andreolli, Marcelo Barbosa e Bruno Valverde (Angra), Bruno Sutter, os integrantes do Malta e os convidados Jean Patton, Vini Castellari e Baffo Netto (Project 46), os irmãos Andria e Ivan Busic (Dr. Sin), os ex-Angra Ricardo Confessori e Luis Mariutti (Sinistra), Nando Fernandes (Sinistra), Marcello Pompeu (Korzus), Alírio Netto (Queen Extravaganza/ex-Age of Artemis), Amílcar Christófaro (Torture Squad/Kisser Clan) e Bruno Sá (Geoff Tate’s Operation: Mindcrime/Tarja Turunen/Angra/Allegro) se revezaram entre vários covers que foram sendo tocados madrugada afora. Algumas escorregadelas aconteceram entre algumas das músicas da lista, que contava com Jump (Van Halen), Welcome to the Jungle (Guns N’Roses), Every Little Thing She Does Is Magic (The Police), Nothing to Say (Angra), We’re Not Gonna Take It (Twisted Sister), Rock ‘n’ Roll (Led Zeppelin), Enter Sandman (Metallica), Tom Sawyer (Rush), Would? (Alice in Chains), Holy Diver (Dio), Perry Mason (Ozzy Osbourne), Pull Me Under (Dream Theater), Perfect Strangers (Deep Purple), Rebell Yell (Billy Idol), Wasted Years (Iron Maiden), Still of the Night (Whitesnake), Rock You Like A Hurricane (Scorpions) e Ace of Spades (Motörhead).
E foi assim, com um ato regado a hinos atemporais do rock and roll e do heavy metal mundial, que a festa terminou. O livro de Paulo Baron Rojo já está à venda. Saiba mais a respeito do que você encontrará em “Rocking All My Dreams”, nas palavras do próprio Baron, assistindo a esse vídeo promocional, divulgado pela Top Link Music: