Uma noite dedicada ao metal tradicional oitentista! Assim podemos definir essa tarde quente do mês de setembro, que contou com a segunda visita dos canadenses do SkullFist na capital paulista, num evento que contou além dos anfitriões os grupos Breakout, Rider, Rexor e Catástrofe, que às 17h, deu início a festa.
Donos de um heavy metal direto, inspirado na escola brasileira dos anos 80, Wagner Vieira (vocal), Leonardo Toledo (guitarra), Gustavo Leite (guitarra), Leon Augusto (baixo) e Matheus Mendes agradaram os presentes (que estavam em bom número) com canções de sua demo “Cavaleiro Assassino”. Os destaques no set do Catástrofe foram “Mulher Headbanger” e as guitarras inspiradíssimas de “Rainha do Inferno”, o que animou em saber o que viria pela frente.
Às 18h começou a grande surpresa do evento: o Rexor. Apesar das características oitentistas, o som do quarteto formado por Wash (voz), Wander Cunha (guitarra), Adrian Fernandes (baixo) e Gleison Torres (bateria) foca no que chamamos de heavy rock, com um instrumental simples, porém encorpado e com vocalizações inspiradas, como, além das cordas gordas, como em “Sinners” e “Blood Words”. Outros momentos que comoveram os presentes foram às versões para “Balls to the Wall” (Accept) e “Hell Bent For Leather” (Judas Priest). Mas é no material autoral que mora o grande trunfo do grupo, como em no arrasa-quarteirão “Vegas Locomotive”. Se for fã de grupos como AC/DC, Krokus, Dio e Widowmaker (o do Dee Snider), vá atrás dessa banda e de seu álbum “Powered Heart”.
Voltando o metal tradicional mais true, os jovens do Rider mostraram uma música que tem como ponto forte passagens trabalhadas e vocais agudos, César Caçador (voz), Fernando Steelbone (guitarra), Lucas Couto (guitarra), Klébio (baixo) e Victor Oliveira (bateria) eram conhecidos dos presentes, que retribuíam com gritos a cada música executada pelo grupo. Destaques para a instrumental “The Iron Mask”, os solos dobrados de “Child in the Night”, a bela versão para “Purgatory” (Iron Maiden) e a nova “Inquisition”, que destacam os vocais do talentoso César, que lembra muito André Matos em seus tempos de Viper. Uma ótima apresentação, que nem os problemas com o som tiraram o brilho.
Com mais influências do rock androll, o Breakout mostrou mais uma vertente do estilo que amamos ao público. Contando com a linda Maíra Oliveira (voz), Fabs Nocte (guitarra), Carlos Butler (baixo) e Lucas Borges (bateria) mostraram músicas cativantes como a abertura com “Eyes of Evil”, “Schizophrenia”, dona de guitarras ‘speed’, uma boa versão para “Breaker” (Accept) e “Don’t Call it Luck”. Mas o ponto alto da apresentação do quarteto foi a nova “Come On”, que chama a atenção pelas melodias bem sacadas e que tem tudo para ser um dos futuros destaques no set do grupo.
Já eram 21h quando o Skull Fist deu início ao seu set. Zach Slaughter (voz e guitarra), Jonny Nesta (guitarra), Casey Guest (baixo) e JJ Tartaglia (bateria) mostraram além de seu metal tradicional com nuances hard, uma energia contagiante, que de forma imediata comoveu todos que estavam na casa, que como retribuição, respondiam com rodas e muitos gritos, em especial para Zach, que sabe comandar a galera como poucos. No set de pouco mais de uma hora, algumas músicas de destaque foram “Ride On”, “Get Fisted”, a empolgante “Sign of the Warrior”. Mas o melhor ficou para o bis, com “Your Gonna Pay”, com aquele pique hard e rock and roll que tira todos da tristeza em instantes. O que chamou atenção após o show era a unânime expressão de “já acabou?” que se via no rosto de todos os presentes, de uma apresentação que já fica entre as melhores do ano que esse que rabisca essas linhas pode presenciar. Sem mais, além de citar que o Skull Fist é daqueles grupos que por sua competência musical merece o estrelato, pois como disse anteriormente, toca com paixão e entusiasmo.