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SLASH Ft. MYLES KENNEDY AND THE CONSPIRATORS – 25 de maio de 2019, São Paulo/SP

Após realizar o sonho dos fãs, com duas visitas do Guns N’ Roses ao Brasil (2016 e 2017), junto de seus velhos companheiros Axl Rose e Duff McKagan, pela “Not in This Lifetime Latin American Tour”, Slash retornou ao país. Desta vez, com sua banda Slash ft. Myles Kennedy & The Conspirators, que além dele e do mencionado vocalista, conta com Todd “Dammit” Kerns (baixo, Faster Pussycat, Sin City Sinners, Michael Sweet), Brent Fitz (bateria, Union, Bruce Kulick, Vince Neil, Bulletboys, Alice Cooper, Gene Simmons, Brad Whitford and Derek St. Holmes, The Guess Who, Ronnie Montrose e outros) e o guitarrista base Frank Sidoris no line up. Slash veio divulgar seu quarto álbum solo (terceiro com o S.M.K.C. – como o grupo também é chamado), o bem sucedido Living the Dream. Lançado em setembro de 2018 por seu próprio selo, Snakepit Records (por aqui, via Warner Music Brasil), o álbum alcançou posições de destaque nos charts mundiais. Foi primeiro lugar na parada americana US Top Hard Rock Albums, da Billboard, assim como na Suíça e na Escócia; segundo na Áustria e na Hungria; e terceiro no US Top Rock Albums, da Billboard, e na Itália. Living the Dream também atingiu o 27° posto no Billboard 200. No itinerário da atual turnê brasileira, constaram as cidades de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Uberlândia (MG), Brasília (DF), Recife (PE) e Fortaleza (CE), respectivamente.

Em São Paulo, a apresentação do S.M.K.C. aconteceu no Espaço das Américas, mesmo local onde a banda já havia tocado em 2015 pela “World On Fire Tour”, e em 2012 na “Apocalyptic Love World Tour”. E era previsível que o local estivesse abarrotado de gente, afinal, o impacto causado há algumas décadas pelo fenômeno Guns N’ Roses foi tão profundo na história da música, que mesmo que as gerações venham se renovando, a febre e a lealdade dos velhos e novos fãs, tanto pela banda quanto por seus integrantes mais representativos, continua incurável. Outro fator que gera interesse no público de Slash é o fato de o guitarrista inglês ter ao seu lado Myles Kennedy. Talentoso, o frontman ostenta fama também por sua outra banda, o Alter Bridge, que atualmente encontra-se em vias de lançar o já finalizado sexto álbum da carreira. Ainda sobre o grande número de pessoas que compareceu ao Espaço das Américas, isso foi algo positivo também para a banda Republica, que foi muito bem recebida pelo público. O grupo paulistano ficou incumbido de abrir todos os shows do S.M.K.C. nas cidades brasileiras que estavam agendadas, exceto em Porto Alegre. Ainda divulgando o mais recente álbum Brutal & Beautiful (2017), bem como o recém lançado Brutal & Beautiful – Live at Rock in Rio, Leo Beling (vocal), LF Vieira e Jorge Marinhas (guitarras), Marco Vieira (baixo) e Mike Maeda (bateria) foram ovacionados quando entraram em cena, ao final da introdução mecânica. Chegaram tocando Black Wings, música que aparece na trilha sonora do filme “Não Se Aceitam Devoluções” (2018). Nessa e em Death for Life, que veio a seguir, o microfone de Beling esteve baixo e o instrumental um pouco embolado. No entanto, tudo melhorou a partir do tradicional cover feito para Head Like a Hole, do Nine Inch Nails.

Enquanto o show rolava, era curioso notar, já posicionada no palco, a parede de Marshalls de Slash. Eles estavam ornamentados por uma variedade de bonecos e action figures. O Republica teve apenas meia hora de set, e acertou em cheio na escolha do repertório – embora eu tenha sentido falta de Stand Your Ground, música que foi tema da novela Rock Story (2016/2017). O grupo conquistou o público com seu som alternativo/grunge, que dispõe de pitadas de hard rock. Dando sequência, o quinteto apresentou um de seus novos singles, Take It, que tem refrão grudento e contagiante. Depois dessa, foi a vez da ótima Beautiful Lie, música de pegada que remete à uma mistura entre U2 e The Cult, da fase do homônimo álbum lançado em 1994 (aquele da ovelha negra, da raça Manx Loaghtan, na capa). Vale lembrar que essa música ficou conhecida por seu videoclipe, que contou com a atuação da atriz Isis Valverde. Aproximando-se do fim do show, o Republica tocou a pesada Endless Pain, em que o destaque foi o solo de LF, que disparou efeitos ao melhor estilo Tom Morello (Rage Against the Machine/Audioslave/Prophets of Rage). O encerramento se deu com a agitada El Diablo, que foi a única do penúltimo álbum Point of No Return (2014) a ser tocada. Tive a oportunidade de assistir a outras duas apresentações do Republica, nas aberturas para os americanos do Sons Of Apollo e também para o Angra, e devo dizer que essa de agora foi a que a banda obteve a resposta mais calorosa do público, que além de ovacioná-la e aplaudi-la a cada música tocada, mostrava, realmente, estar curtindo o show.

Cerca de meia hora após a apresentação do Republica, chegou o tão aguardado momento. Ao final da introdução Ray’s Goodbye, do filme Halloween, um clássico do Terror, Slash ft. Myles Kennedy & The Conspirators invadiu o palco. A reação da eufórica plateia, que era formada por pessoas de todas as idades, foi da mais ensurdecedora, principalmente após a aparição de Slash, que, além de seus inseparáveis óculos Ray Ban e cartola, entrou trajando uma camiseta com o logotipo clássico do Aerosmith. Movimentando-se bastante pelo palco, a banda começou o set com a eletrizante The Call of the Wild, música de Living the Dream. A recepção por parte dos fãs foi um espetáculo à parte: um mar de celulares iluminando e embelezando a pista – o Metal God Rob Halford teria tido um surto, pensando no trabalho que teria pela frente sair chutando tanto smart phone! Na sequência, Slash, Kennedy, Kerns, Sidoris e Fitz (que usava a camiseta da Seleção Brasileira de Futebol) mandaram uma trinca do segundo álbum, Apocalyptic Love (2012), formada pelas empolgantes Halo, Standing in the Sun e a própria Apocalyptic Love. Depois dessa sequência de tirar o fôlego, foi a vez de Slash e sua turma tocarem uma de seu homônimo álbum solo de estreia, lançado em 2010. Os fãs acompanharam a banda, e cantaram Back From Cali em alto e bom som.

Outra trinca aconteceu, só que agora com músicas de Living the Dream. Vieram My Antidote, Serve You Right e Boulevard of Broken Hearts (não confundir com Boulevard of Broken Dreams, de Michael Monroe, vocalista do Hanoi Rocks e amigo do pessoal do Guns N’ Roses). Ainda hoje, é hipnotizante assistir a uma performance de Slash, tamanho é o seu carisma e imponência em cima do palco, além de seu talento e capacidade para executar riffs cheios de ‘punch’ e solos tão instigantes, como o que mandou em Boulevard… Isso sem contar que o britânico continua correndo feito um adolescente pelo palco, mesmo estando prestes a completar 54 anos de idade – boa parte deles vividos sob excessos, principalmente durante os primeiros anos do Guns N’ Roses. Voltando a falar de riffs, Slash fez todo mundo agitar quando deu início ao de Shadow Life, que foi a primeira do terceiro álbum do S.M.K.C., World on Fire, de 2014. Nas duas músicas seguintes, foi a vez de Kerns brilhar. O baixista, que lembra um pouco o falecido Peter Steele (Type O’Negative/Carnivore), assumiu os vocais na viciante We’re All Gonna Die e em Doctor Alibi, ambas do álbum Slash, gravadas, originalmente, por Iggy Pop e pelo saudoso Lemmy Kilmister (Motörhead), respectivamente. A propósito, Kerns se destacou durante o show não só por sua competência e qualidade nos vocais, na maior parte do tempo comandando os backing vocals, como também por sua presença de palco, agitando o tempo todo. E foi legal vê-lo tocando com a camiseta do Republica.

Com as luzes destacando Slash, que agora empunhava uma Gibson estilo Double Neck (guitarra de dois braços), e o tímido e pouco comunicativo Kennedy, foi a vez da balada The One You Loved is Gone, do novo álbum. Nessa, Slash despejou um solo de arrepiar, que fez os fãs vibrarem. E por falar em solo, Wicked Stone, outra de World on Fire, foi especial. O solo dela levou nada menos do que quinze minutos! Nessa hora, Myles pegou uma terceira guitarra e ficou acompanhando o discreto Sidoris na base, enquanto que Slash, que ignorava o suor que caia pelo rosto e embaçava seus óculos, mostrava quem é que manda na porra toda. Cabe aqui elogiar a qualidade de som e a timbragem impecável da guitarra de Slash. Depois dessa paulada atordoante proferida pelas mãos desse que nasceu Saul Hudson, a banda tocou mais duas de Living the Dream: Mind Your Manners e o hit Driving Rain, que atingiu o Top 10 nas rádios rock. Em seguida, veio outra do primeiro álbum solo de Slash, a ‘zeppeliana’ By the Sword. Embora ninguém estivesse pedindo por músicas do Guns N’ Roses, Slash e seus parceiros fizeram a casa vir abaixo com a execução de Nightrain, do imbatível e multipremiado Appetite for Destruction (1987), que sua banda principal lançou em julho de 1987 – nessa, Frank Sidoris foi quem fez o começo do solo. Ao contrário das passagens anteriores do S.M.K.C. por São Paulo, em que foi incluído no repertório um punhado de músicas do Guns, dessa vez apenas Nightrain entrou no set. Até mesmo músicas de outras bandas de Slash, ou seja, Velvet Revolver e Slash’s Snakepit, dessa vez ficaram de fora. Particularmente, a que mais senti falta no setlist foi Ghost, do álbum Slash. Gravada originalmente com o vocalista do The Cult, Ian Astbury, é minha música favorita da carreira solo de Slash.

Prosseguindo, Myles Kennedy e Slash sentaram-se à beira do palco e deram início à outra balada: Starlight. Durante essa, que foi a última a representar o primeiro álbum solo de Slash, os fãs na pista brincaram com algumas bexigas azuis. A adrenalina voltou com as duas músicas que encerraram a primeira parte do show, primeiro You’re A Lie, de Apocalyptic Love, e depois World on Fire, do álbum de mesmo nome. Nessa segunda, teve de tudo: solo de Brent Fitz, apresentação da banda, público delirando com Slash, que foi ao microfone (algo raro) falar de Kennedy, que, por sua vez, estava ao lado de Fitz brincando na batera, antes de comandar novamente a terceira guitarra, e, pasmem… Outro longo solo de Slash! Confesso que achei essa parte do show bastante cansativa e exagerada, afinal, a música levou mais de vinte minutos pra acabar. Ao invés de dois solos tão extensos de guitarra, Slash poderia ter sido econômico em um deles e encaixado, por exemplo, a Ghost no set! Bem, outras pessoas também sentiram o cansaço bater e, prevendo que faltava pouco para o show acabar, começaram a ir embora. Na volta do bis, Slash e seus asseclas tocaram Anastasia, de Apocalyptic LoveAvalon era outra que estava programada, mas, assim como em outras cidades do Brasil, também foi cortada. Depois de duas horas e dez minutos de show, Slash, Kennedy, Sidoris, Kerns e Fitz se despediram do público paulistano, mas não sem antes passarem um bom tempo no palco, trocando energia com os fãs, antes de partirem pra Uberlândia. E foi assim que, mais uma vez, Slash, músico que já acumulou mais de 100 milhões de álbuns vendidos, venceu um Grammy, foi indicado outras sete vezes e eternizou seu nome no Rock and Roll Hall of Fame, fez jus à lealdade de seus fãs, retribuindo-lhes com mais um ótimo show.

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