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SLAVES – Rio de Janeiro/RJ, 19 de julho de 2018

Por: Esther Souza

Com três álbuns de estúdio para dar suporte à carreira, o Slaves aportou pela primeira em terras brasileiras, causando certa e justa comoção nos fãs. Também, pudera, o vocalista-galã Johnny Craig já é bem conhecido de outros carnavais e de bandas da cena post-hardcore – ele é ex-integrante dos incensados Emarosa e Dance Gavin Dance, bandas que tiveram seu momento de proeminência no mercado durante 2005 e 2006, biênio que também revelou outros expoentes do gênero como My Chemical Romance, Saosin e The Used.

Óbvio que 12 ou 13 anos depois do levante do emocore/post-HC, muita coisa mudou. O mercado fonográfico, inclusive. Ele nunca foi mais o mesmo, e a melhor maneira de descrevê-lo seria “esfacelou-se”, ao menos nos moldes tradicionais do esquema gravadora-produtora-estúdio-disco-videoclipes na MTV. Isso já era. Sinal de outros tempos.

Se o Slaves, que tem lá suas pitadinhas de metalcore e post-rock, viesse e fizesse um pocket show acústico, tenho certeza de que ainda atrairia um bocado de fãs mais fiéis. Mas não foi a proposta desde o inicio. Esperávamos um show completo, ainda que saibamos que, para bandas nesses moldes, as coisas mal passam de 80 minutos, sendo uma hora e meia um verdadeiro luxo.

E foi em aproximadamente 50 minutos de show que a banda destilou e entregou um repertório até digno, porém demasiadamente curto. Pessoas que pegaram o set list ao fim do show viram claramente duas músicas cortadas – de caneta preta, os nomes apareciam riscados nas impressões de papel A4. Ou seja, poderia ter batido a meta de pelo menos uma hora de apresentação. O que ainda seria pouco, num meio ambiente onde é a atração principal. Aceitável em festivais, onde tudo é cronometrado e corrido, mas não quando se é headliner num evento menor.

Enfim, tivemos a presença de canções mais recentes, tais como “I’d Rather to See Your Star Explode”, “The Pact”, “Patience is a Virtue”, “True Colors” – todas do novo álbum, o ótimo “Beautiful Death” (2018) –, ao lado de “Burning Our Morals Away”, “Fire Down Below”, “Death Never Let Us Say Goodbye” e “White Girls”, de trabalhos anteriores. Foi bom? Foi emocionante? Sim, mas restou aquele amargo gostinho de quero mais na boca, e o pensamento de que em outras cidades o set list provavelmente foi tocado na íntegra.

O vocalista Johnny Craig realmente parecia cansado. Na sua língua nativa, explicou que, mesmo com todo o estresse de viagem e o jet lag (o nosso fuso horário, no caso), se sentia feliz pelo (pouco) público que marcou presença. Mas, meu amigo Johnny, este é o seu emprego, e muitos adorariam estar no seu lugar. E há uma lição a ser confirmada: o Rio de Janeiro continua sendo uma caixinha de surpresas, pois bandas deste estilo tendem sempre a lotar as casas onde tocam. Ou seja, não é culpa da banda, nem da produção local, mas do humor dos cariocas, que são… estranhos.

Deixo aqui meu ponto superpositivo para o guitarrista Weston Richmond, exuberante na sua técnica e na criação de texturas empunhando uma Ernie Ball Music Man John Petrucci de sete cordas. E também deixo aqui a confissão de que resolvi não checar para ver se São Paulo e Porto Alegre, as outras duas cidades onde a banda se fez presente, foram agraciadas pelo repertório completo. Vai que eu me decepciono de vez com eles.

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