Em 1995, o cenário já não era tão favorável para o hard rock como nos anos anteriores, quando o gênero dominava as paradas de sucesso. Poucas bandas ainda conseguiam disputar o topo dos rankings e realizar grandes turnês. Entre elas estavam Aerosmith, Bon Jovi, AC/DC e Van Halen, que colhia os frutos do sucesso do álbum Balance. Lançado em janeiro daquele ano, o disco estreou em primeiro lugar na Billboard 200 e vendeu mais de 3 milhões de cópias nos Estados Unidos, obtendo o certificado de platina tripla pela RIAA. Balance fez sucesso até no Brasil, impulsionado principalmente por dois de seus quatro singles: Don’t Tell Me (What Love Can Do) e Can’t Stop Lovin’ You (os outros foram Amsterdam e Not Enough). Inclusive, Can’t Stop Loving You foi incluída na trilha sonora da novela “Cara & Coroa”, exibida pela TV Globo entre 1995 e 1996.
Também em 1995, o Skid Row lançou Subhuman Race, mas o álbum não alcançou o mesmo sucesso de seus antecessores, Skid Row (1989) e Slave to the Grind (1991). No entanto, a banda teve a oportunidade de continuar tocando para grandes multidões ao sair em turnê com o Van Halen pelos Estados Unidos, abrindo a “The Ambulance Tour”. Em recente entrevista a Trevor Joe Lennon, o guitarrista e cofundador do Skid Row, Dave “Snake” Sabo, relembrou com carinho alguns momentos vividos ao lado de Eddie Van Halen e companhia.
Perguntando sobre como o saudoso Eddie era pessoalmente em relação as bandas de abertura, Snake foi só elogios:
“Ele nos tratou de forma incrível. Todos eles nos trataram muito bem. Eu via o Eddie todos os dias. Eu fazia questão — eu queria assistir à passagem de som todos os dias, porque eu sou simplesmente um ‘fanboy’. E eu queria estar perto dele e de sua maneira de tocar o máximo que pudesse enquanto estávamos na estrada. Eu costumava subir no palco logo antes da passagem de som e ele vinha até mim, nos abraçávamos, ele me dava um beijo nos lábios e perguntava como eu estava. Ele era simplesmente um amor”.
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O guitarrista diz mais:
“Olha, eu não sei que outras histórias outras pessoas têm. Tudo o que posso dizer é que, pela minha experiência, ele era o sal da terra, homem e generoso. Estávamos conversando sobre seus amplificadores, e na época ele estava trabalhando com a Peavey e fazendo os amplificadores 5150 através da Peavey e fazendo as guitarras Wolfgang através da Peavey também. Esses amplificadores são simplesmente incríveis. Ele ficava tipo, ‘Oh, sério? Ok, legal.’ Bem, corta para alguns dias depois, estamos tocando em Camden, Nova Jersey, em um anfiteatro, e todos nós ainda morávamos em Jersey nessa época. E então dirigimos nossos próprios carros até lá. Foi muito legal poder parar com nossos próprios veículos, e um monte de familiares e amigos estavam lá. E aí estamos chegando na área de trás e ele vê Scotti (Hill, guitarrista do Skid Row) e eu. Ele diz: ‘Ei, ei, pessoal, venham aqui. Eu tenho algo para vocês. Ele tinha dois dos combos 5150 esperando por nós como presentes. E eu fiquei tipo, ‘Você deve estar brincando comigo, cara. Eddie Van Halen está nos dando seu amplificador ‘signature’. É uma loucura.’ E então meu coração sempre terá um lugar especial (para Eddie). E Michael Anthony também. Sammy Hagar e Alex (Van Halen) foram ótimos – eu passei algum tempo com eles –, mas Michael Anthony, nós passamos muito tempo. Porque atrás de sua linha de amplificadores, ele teria um bar montado lá atrás chamado Mad Anthony’s Café. E nós voltávamos lá e fazíamos fotos com ele durante o show, Jack Daniels e outras coisas. E foi muito divertido. Eu ia jogar golfe com ele de vez em quando. Até hoje ele é (um cara) pés no chão e humilde, um cara querido. Dito isso, minhas memórias não são nada além de cheias de admiração, respeito e gratidão.”
Confira a entrevista completa com Dave “Snake” Sabo: