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SOEN ao vivo em São Paulo

Fotos: Rafael Andrade

A primeira coisa que precisa ser dita sobre esse show é um desabafo: como é bom estar de volta! Foram três anos sem pisar numa casa de shows, sem saber o que sentir aquele grave dos PAs e o calor do público. Por mais que ainda não se sinta uma segurança plena para aglomerar em um espaço fechado, confiar na ciência e lutar pela volta de uma normalidade é um caminho que muitos ansiam. Dito isso, o último domingo do mês de março prometia ter uma noite especial para fãs de prog metal na capital paulista.

Porém, para chegar nesse dia, o evento que tinha como banda principal a britânica Tesseract, passou por vários reagendamentos até chegar numa tour latino-americana apenas da banda que era convidada dentro disso: a sueca Soen.

Muito se falava se o Soen teria público para abraçar a turnê sozinho, mas por dias as redes sociais mostravam nas datas anteriores como não se deveria duvidar do potencial do som da banda com o público sul-americano. E foi mesmo uma grata surpresa ver a porta da casa formando fila para ver os suecos, isso debaixo de uma garoa chata típica paulistana e ainda com atraso da abertura das portas. Com isso, o show que deveria ter início às 19h começou apenas às 19h50, mas sem firulas. Uma breve sirene de ataque antiaéreo soa em palco e a banda entra tocando Monarch, um dos destaques do mais recente álbum, Imperial, lançado do início de 2021.

Visualmente, duas coisas se destacam de cara: o visual à la Rob Halford do vocalista Joel Ekelöf e o bigode gigante do guitarrista e tecladista Lars Åhlund, completam o palco o guitarrista Cody Lee Ford, Oleksii “Zlaatoyar” no baixo e o, conhecido ex-Opeth, baterista Martin Lopez. Musicalmente, impossível não notar a qualidade dos backings de Cody e Joel e o som da bateria de Lopez. As guitarras ainda faltavam em volume, o que foi logo reparado na sequência com Rival, uma das queridinhas dos fãs e que integra o repertório do penúltimo trabalho lançado pela banda, Lotus, de 2019.

Deceiver veio em seguida em um dos momentos mais marcantes do show com seu refrão grudento e depois dela, Lunacy, na qual Lars, ainda empunhando a guitarra, foi pela primeira vez ao teclado no fundo do palco mostrar suas qualidades de “polimúsico”. Até aqui, fez pouco contato com o público, mas, ainda  assim, mostrou muita simpatia e carisma.

Em Martyrs, Joel se desfaz do visu “metal god” e volta ao que conhecemos dele, com sua carequinha bem exposta e o rosto sorridente.

Impossível não ouvir as passagens mais intimistas das músicas e não lembrar da banda Tool, que alguns mostravam claramente em suas camisetas que eram fãs, mas é fato que as semelhanças ficam nessas passagens ou nas mais tribais e nem tanto em todo o restante da banda, que até traz alguma coisa do velho (bom) Opeth.

E por falar em toques tribais, era chegada a hora daquela que lançou a banda pro mundo, lá do debut Cognitive  (2012): Savia. Com direito ao “bigodon” se dividindo em teclado e percussão, a música foi uma das mais ovacionadas com seu refrão emotivo.

Mas o set tinha foco mesmo nos dois últimos discos, Lotus e Imperial e isso ficou claro na trinca com Lumerian (que peso ao vivo!), Covenant e a emotiva Modesty. E já com o público ganho a essa altura, cantando o clássico “Olê, Olê, Olê…!”, fomos agraciados com a viagem de Lucidity.

Troca rápida de instrumentos para representar de forma fiel o peso de Antagonist. Uma das coisas mais interessantes no som da banda, é que mesmo nas músicas de peso, o som soa acessível a qualquer fã não são de metal, mas de rock em geral.

Joel pega um momento para apresentar todos em palco, deixando por último a figura conhecida de nós brasileiros, chamando-o de ‘lenda’: Martin Lopez. Fato é que, por suas raízes uruguais, Lopez é mesmo um baterista diferenciado em meio a essa cena, tendo muita propriedade em ritmos mais tribais, uma forte conexão com todos nós latinos.

Illusion encerrou a primeira parte do show lindamente, uma balada com muita cara de Opeth da fase Damnation, daquelas de tocar na alma dos fãs suas guitarras “floydianas”.

Sem muita enrolação, temos todos de volta para o bis, de cara com o peso de Lascivous, Sectarian, finalmente representando o álbum Lykaia e então Lotus, mais uma viagem prog melancólica e com cara de fim de show.

Infelizmente, o fantástico álbum Tellurian (2014) foi completamente ignorado em todo o set. Coincidência ou não, esse é o único da banda que tem músicas com mais de uma palavra em seus títulos, exceto por uma bônus de Lykaia.

Carisma e técnica são as palavras mais evidentes no que se refere ao Soen em palco, mesmo com umas escorregadas discretas de Joel, que tinha um TP quase oculto em palco pra lhe auxiliar, algo normal nos shows atuais, mas ainda impossível de ignorar. Mas nem de perto ache que isso comprometeu qualquer música do show, que não lotou, mas encheu o Carioca Club e mostrou que a banda tem potencial para ser headliner onde bem entender.

Que a promessa de voltar, colocada em palavras por Joel ainda palco, aconteça e logo, assim como o desejo de cada um de nós de se reencontrar com a total normalidade que ainda precisamos citar em textos como esse, de forma saudosista.

Setlist:

1 Monarch

2 Rival

3 Deceiver

4 Lunacy

5 Martyrs

6 Savia

7 Lumerian

8 Covenant

9 Modesty

10 Lucidity

11 Antagonist

12 Illusion

Bis:

13 Lascivious

14 Sectarian

15 Lotus

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