É claro que Seven é o sétimo trabalho do quarteto Sons of Sounds. Também fica fácil imaginar que a primeira palavra no nome da banda está conectado com fato do grupo ter três integrantes da família Beselt: Roman (vocal), Wayne (guitarra) e Hubert (bateria). Quem leu aqui na ROADIE CREW a resenha de Soundphonia, já sabia disso. Lançado em 2021, quando Marc Maurer assumiu o baixo que antes era função de Roman, aquele álbum dava discretos indícios de que um redirecionamento musical estava em andamento em relação a Soundsϕhӕra (2020), Into The Sun (2017), In The Circle Of The Universe (2016), S.O.S. (2011), o EP Bound In Sound (2011) e Brutality Of Life (2008). Com as sete (ou você achou que o total seria diferente?) faixas de Seven o quarteto aparenta ter consolidado sua nova face: menos peso e mais melodia. Mas nem por isso o nível caiu.
Normalmente, não costumo gostar de mudanças de estilo. Mas o Sons Of Sounds acertou em reajustar seu curso. Não que os cinco primeiros álbuns e o EP fossem ruins, mas eles eram apenas “mais uma” banda de heavy metal da Alemanha (ainda que os Beselt tenham nascido na Rússia e migrado para terras germânicas em 2006). Influências de Iron Maiden e Judas Priest estavam sempre presentes mas, desde 2021, as características vinham se tornando muito mais melódicas e menos agressivas.
A alteração valorizou a voz de Roman, que apresenta uma notável evolução, como mostram My Name e Ghost. Nas duas canções, ele investe em vocalizações elaboradas e comprova que tem muito mais recursos vocais do que demonstrou em todo os discos anteriores. Na primeira delas, é perceptível uma grande semelhança com o timbre de Andi Deris (Helloween).
Sound Of Hope, que abre o álbum, é o melhor exemplo da transição que citei nesta resenha. Apesar de todas as características de som pesado estarem presentes, a melodia que permeia toda a canção é o grande destaque.
A acessível Diamond é agradabilíssima e deixa aberta ao Sons Of Sounds uma porta ao mundo “não metal”. O vínculo com o heavy metal, no entanto, está mantido e seguro na pesada Valley Of The Damned. Por fim, cito também a acústica End Of The Road, que certamente vai “funcionar” muito bem ao vivo e conclui o trabalho mais ousado do Sons Of Sounds.