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STEVE ROTHERY

Depois de bater ponto no Brasil em três oportunidades com o Marillion nesta mesma década – em 2012, 2014 e 2016 –, Steve Rothery resolveu se aventurar por aqui com a sua própria banda, formada por Dave Foster (guitarra), Yatim Halimi (baixo), Riccardo Romano (teclados) e Leon Parr (bateria). E se a presença de público foi decepcionante nos dois shows da turnê Ghost & Garden Parties, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, vale o clichê: azar de quem perdeu. Mais do que a oportunidade de assistir novamente a um guitarrista de raro talento, e isso nunca é demais, era a chance de os fãs do Marillion ouvirem músicas da era Fish que a banda normalmente não toca. Já bateu o arrependimento por ter perdido? Então…

A noite começou com algumas amostras do mais recente trabalho da Steve Rothery Band, “The Ghosts of Pripyat” (2014), e coube à belíssima “Morpheus” abrir os serviços com altas doses de rock progressivo e um desfecho crescente levado por um duelo entre Rothery e Foster. O bom humor do guitarrista, aliás, se mostrou presente em seguida, ao dizer que “Grendel” não estava entre os antigos clássicos do Marillion – e os pedidos dos fãs que encheram pela metade o Teatro Rival viraram fanfarronice. Um pouco mais rápida, “Kendris” serviu de cama para novos momentos de introspecção com “Old Man of the Sea” e “Summer’s End”.

“Foi a vingança das guitarras, já que na minha banda principal há dois tecladistas”, brincou Rothery depois de “Old Man of the Sea”, sua preferida, referindo-se a Mark Kelly e Steve Hogarth no Marillion – e vale o adendo: a versão de estúdio de “Old Man of the Sea” tem a participação do ex-Genesis Steve Hackett. E se a maioria dos presentes não conhecia o material solo do guitarrista, os aplausos ao fim de cada canção foram unânimes. E se todos os presentes estavam ali por causa do Marillion, a recompensa foi com louvor.

Depois de um breve intervalo, o quinteto voltou para o palco na companhia do vocalista Gabriel Agudo (ex-Bad Dreams), e chega a ser difícil descrever o que aconteceu a seguir.  “Slàinte Mhath” deu início a uma festa que deixou os fãs em estado de êxtase durante (quase) todo o restante do show. Dava para sentir a emoção no ar, principalmente na quadra que veio a seguir. Nas vozes que fizeram coro no refrão de “Cinderella Search”, que cantaram o início de “Fugazi” e que se calaram em reverência durante o solo de “Incubus”, apesar do queixo caído.

A classe, a elegância e o bom gosto de Rothery podem ser resumidos naquele pouco mais de um minuto. Um solo de arrepiar a alma, sem uma nota jogada fora, sem exibicionismo, apenas as notas certas nos momentos certos – e que timbre maravilhoso de guitarra! Como se isso não bastasse, Rothery repetiu a dose em “Chelsea Monday” antes de uma quebra para “Afraid of Sunlight”. Quebra? Permita-me explicar: “Afraid of Sunlight” é, de fato, uma das músicas mais bonitas do Marillion, mas ratificou o que já se desconfiava: era uma noite para as viúvas do Fish, independentemente da estúpida ideia de que o grupo inglês acabou em 1988.

Não era mesmo questão de ignorância musical, mas de oportunidade. Não à toa o ótimo Gabriel Agudo se saiu muito melhor no material do Fish, dando a ele uma personificação que não conseguiu na única canção da era Hogarth. A presença de palco não era teatral como a do grandalhão escocês, e nem deveria, mas o vocalista fez bonito ao interpretar Derek William Dick, o que ficou definitivamente comprovado em “White Russian”, que fechou o set regular.

Pouco importa se foi possível resistir à tentação das redes sociais, porque a mistura de obviedade com surpresa do bis emocionou de qualquer maneira. Sim, todo mundo cantou “Kayleigh” e “Lavender”, até porque Agudo facilitou dando a deixa ao apontar o microfone para a plateia, mas o sorriso no rosto de Rothery – que não consegue fugir dessa dupla com o Marillion – era de uma felicidade absolutamente genuína. Com razão, afinal, o pequeno público era barulhento o suficiente para brilhar no ‘wide boy’ da letra de “Heart of Lothian”.

A apresentação poderia ter acabado ali, mas Rothery e banda proporcionaram uma saideira e tanto. “Sugar Mice”, o casamento perfeito entre letra e música (e uma das músicas mais bonitas que você pode ter o prazer de escutar), foi de arrancar lágrimas, mais uma vez. E “Wish You Were Here”, de você-sabe-quem, foi a prova de uma das fontes de inspiração de Steve Rothery, simplesmente um dos melhores guitarristas de todos os tempos. Assim como David Gilmour.

Set list
1. Morpheus
2. Kendris
3. Old Man of the Sea
4. Summer’s End
5. Slàinte Mhath
6. Cinderella Search
7. Fugazi
8. Incubus
9. Chelsea Monday
10. Afraid of Sunlight
11. White Russian
Bis
12. Kayleigh
13. Lavender
14. Heart of Lothian
15. Sugar Mice
16. Wish You Were Here
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