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STRYPER – 15 de setembro de 2019, Rio de Janeiro/RJ

Faltou pouco para o Stryper assoprar a vela de cinco anos sem tocar no Brasil. No caso do Rio do Janeiro, tempo suficiente para os fãs cariocas matarem a saudade comparecendo em peso ao mesmo Circo Voador onde a banda fez, em dezembro de 2014, sua estreia na cidade outrora maravilhosa. Não foi o que aconteceu, infelizmente, e talvez por receio de sair de casa para um evento que, uma fofoca aqui, um burburinho ali, poderia não acontecer em razão de problemas envolvendo a produtora do show – e o problema mais recente havia sido exatamente o cancelamento do Tourniquet, que tocaria na mesma noite.

No entanto, bastava uma apurada de leve na internet para saber que estava tudo de pé, então, resumindo, quem não foi perdeu mais uma ótima apresentação de Michael Sweet (guitarra e vocal), Oz Fox (guitarra) e Robert Sweet (bateria), agora com a companhia do ex-Firehouse Perry Richardson, que em 2017 substituiu o baixista Tim Gaines. E o início do show mostrou que a banda não estava brincando ao batizar o giro de History Tour, uma vez que as cinco primeiras músicas saíram diretamente dos três primeiros álbuns, os clássicos The Yellow and Black Attack (1984), Soldiers Under Command (1985) e To Hell With the Devil (1986).

Stryper

O primeiro gesto de Michael Sweet ao entrar no palco foi jogar uma Bíblia – estilizada, diga-se – para a plateia, mas foram os primeiros acordes de Soldiers Under Command que esquentaram o clima. E se o Circo Voador não estava tomado como quase cinco anos atrás, quem estava lá era realmente fã, daquele de fazer barulho de verdade, assim o tema de guitarra e o refrão foram cantados com vontade. Os solos dobrados de Loving You foram, mais uma vez, de encher os olhos, merecendo aquele “Olê, olê, olê! Insira aqui o nome da banda” clichê, mas que todo músico gringo adora. Depois de pegar o caderno de um fã para autografar, Michael anunciou uma canção de “1986, quando a MTV ainda passava vídeos de música.”

Stryper

Foi a deixa para Calling on You, sensacional com seus backing vocals de cair o queixo, e que ficou ainda melhor na dobradinha com Free, sem sair de cima e com o público cantando um refrão de primeira linha. Em seguida o quarteto ganhou a companhia do tour manager, o brasileiro Mike Kerr, que meteu uma terceira guitarra numa pesada versão de More Than a Man – e que refrão! “Já temos 36 anos! Dá para acreditar?”, lembrou e perguntou Michael antes de All for One, uma pesadíssima surpresa extraída de Against the Law (1990). Aliás, é comum (e não à toa) associar o Stryper à cena hard rock/hair metal/glam metal, mas a pressão que o grupo impõe ao vivo é, religiosidade à parte, louvável. Surrender e seu excelente riff são prova inconteste, e os backings de Fox contribuíram bastante – diga-se: que bom ver esse cara, que convive com dois tumores inoperáveis, detonando em cima do palco.

Stryper

Sim, Fox veio com a banda e foi devidamente aplaudido, assim como Robert, que, curiosamente, tocou de frente para a plateia em vez de posicionar seu kit de lado. Mas havia, como lembrou Michael ao apresentar a banda, o “new kid on the block, também conhecido como David Coverdale”. Exagero, sem dúvida, mas a presença de Richardson fez o grupo mandar um cover diferente, All She Wrote, canção da ex-banda do baixista. O resultado? Na boca de um vocalista que realmente canta, a música do Firehouse até que desceu redonda, e Michael, que antes havia anunciado o novo álbum do Stryper para 2020, ainda assumiu o papel de frontman ao largar a guitarra e ficar apenas com o microfone em mãos.

Stryper

Baladinha, peso e farofa – termo usado carinhosamente aqui, não pejorativamente – convivendo em perfeita harmonia. Foi o que se viu e ouviu a seguir. A belíssima Honestly manteve o nível do show lá em cima, mesmo que puxando o freio de mão. O que não aconteceu em In God We Trust, tocada na versão de Reborn (2005), ou seja, mais moderna, contrastando com Always There for You, uma amostra de como o Stryper sabe fazer hard rock grudento, de arena mesmo, e com refrão para maltratar o pulmão. Mas o presente da banda parece mesmo ser o peso que as duas músicas extraídas do álbum mais recente, God Damn Evil (2018), mostraram. Começando com Sorry, terminando com The Valley, esta a primeira do bis.

Stryper

Só que teve mais história depois de cada uma delas. O set regular começou a terminar primeiro com Yahweh, uma amostra também recente, de Fallen (2015), com o clima de congregação do início trocado por nova dosagem de peso e um instrumental marcante que desemboca num solo caprichado. Depois, com a sensacional Sing-Along Song, que, pudera, tem backings de dar gosto e contou com as vozes do público. Vozes que soaram ainda mais altas e animadas com o derradeiro desfecho, porque To Hell With the Devil é muito mais do que a sua mensagem cristã. É um hino do heavy rock para fazer você pular, erguer o punho e colocar a garganta para jogo, inclusive com mais um “Olé, olê, olê! Stryper! Stryper!”. O Diabo? O Diabo pode ser quem você quiser.

E antes do Stryper abençoar a todos com um grande show, o Narnia teve a missão de aquecer o público. E este repórter chegou quando o grupo sueco – Christian Liljegren (vocal), Carl Johan Grimmark (guitarra), Martin Härenstam (teclados), Jonatan Samuelsson (baixo) e Andreas Johansson (bateria) – já estava na nona música, Into This Game – graças a um atraso de 45 minutos no início da apresentação, caso contrário, nem isso. Ainda assim, deu tempo para sentir qual é do quinteto, cujo trabalho eu não escutava fazia um bom tempo. Uma das razões, aliás, se mostrou presente logo a seguir, em Dangerous Game, canção que serve para mostrar que o mundo não precisa de mais um Stratovarius.

Narnia

Com a camisa da seleção brasileira, o carismático Liljegren – que, vale ressaltar, levantou suspeita de usar vocais pré-gravados em alguns momentos – comandou bem o público em Long Live the King, canção mais heavy metal que se mostrou uma das favoritas dos fãs. Empolgado, o vocalista contou que resolveu virar cristão em 1985, depois de ouvir Soldiers Under Command, e foi o Stryper o responsável pela criação do Narnia 11 anos depois. Assim, Inner Sanctum soou mesmo como uma homenagem à banda dos irmãos Sweet, tanto quanto Living Water, a última do repertório, é uma ode ao Yngwie Malmsteen dos discos Trilogy (1986) e Odyssey (1988), muito em parte pelos teclados. Na verdade, ponto para o Narnia ao fincar os pés naquelas fases do conterrâneo guitarrista, em vez de apostar num power metal genérico. É tão mais legal que Liljegren, completamente alucinado, arriscou umas dancinhas hilárias no palco. Valeu até mesmo o, veja só você, “Olê, olê, olê! Narnia! Narnia!” no fim.

Narnia

Setlist Stryper
1. Soldiers Under Command
2. Loving You
3. Calling on You
4. Free
5. More Than a Man
6. All for One
7. Surrender
8. All She Wrote
9. Honestly
10. In God We Trust
11. Always There for You
12. Sorry
13. Yahweh
14. Sing-Along Song
Bis
15. The Valley
16. To Hell With the Devil

Setlist Narnia
1. A Crack in the Sky
2. Sail Around the World
3. The Mission
4. I Still Believe
5. You Are the Air That I Breathe
6. Shelter Through the Pain
7. Reaching for the Top
8. The War That Tore the Land
9. Into This Game
10. Dangerous Game
11. Long Live the King
12. Inner Sanctum
13. Living Water

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