Por Ricardo Batalha
Fotos: Roberto Sant’Anna
De 1998, quando veio pela primeira vez ao Brasil, até a última, ocorrida em 2015, o Blind Guardian realizou shows memoráveis, mas esta ficará marcada como a primeira da banda alemã em um festival por aqui. Fechando o Hot Stage, por volta das 20h, Hansi Kürsch (vocal), André Olbrich e Marcus Siepen (guitarras), Johan van Stratum (baixo), Frederik Ehmke (bateria) e Michael Schüren (teclado) entraram em cena como gente grande e no lugar merecido com o hino “Imaginations From the Other Side”, tendo a belíssima arte de capa de Andreas Marschall ao fundo.
Voltando mais um pouco no tempo veio “Welcome to Dying”, de “Tales from the Twilight World” (1990). O som estava muito bem equalizado e os fãs de power metal em sintonia receberam bem “Nightfall” e “Time Stands Still (At the Iron Hill)”, ambas de “Nightfall in Middle-Earth” (1998), especialmente porque estas remetem à primeira vinda da banda ao Brasil.
A acelerada faixa-título do álbum de 1992, “Somewhere Far Beyond”, mostrou que, embora sempre criticado pela performance mais estática, os vocais de Hansi Kürsch continuam com a mesma força e potência dos velhos tempos. E ele canta todas as partes mais rasgadas e agressivas de forma natural até hoje. Kürsch, por sinal, disse ao público que eles tinham preparado uma surpresa, mas que todos já sabiam.
De fato, tempos antes do evento, algumas pessoas foram selecionadas para listar músicas que não poderiam ficar de fora do set. Porém, não ficamos sabendo o resultado final. Seja como for, a banda fez exatamente o que vinha fazendo no ano passado quando fizeram shows celebrando os 30 anos de “Somewhere Far Beyond”.
Com a mudança do cenário de palco com a arte de capa todos os fãs sabiam até mesmo a sequência do que viriam: “Time What Is Time”, “Journey Through the Dark”, “Black Chamber”, “Theatre of Pain”, “The Quest for Tanelorn”, “Ashes to Ashes”, “The Bard’s Song – In the Forest”, “The Bard’s Song – The Hobbit”, “The Piper’s Calling” / “Somewhere Far Beyond”. Haja fôlego… E aqui valeu um adendo, pois os fãs cantaram a plenos pulmões “The Bard’s Song”. Era um prenúncio do que ocorreria depois com a clássica “Lord of the Rings”, de “Tales from the Twilight World”, foi a primeira após a parte especial do show e levou muitos fãs às lágrimas. A magia desta música pairou no ambiente e só foi encerrada com a chegada da porradaria “Violent Shadows”, a única do mais recente álbum, “The God Machine” (2022). Em contraste de épocas mandaram “Majesty”, música que abre o debut da banda, “Battalions of Fear” (1988).
Nada a reclamar com a execução primorosa dos músicos, que deixaram o palco sob aplausos, como também era esperado. No retorno, a mais que esperada “Valhalla”, que é tipo “Princess of the Dawn” do Accept, pois você sabe que eles vão fazer a interação para o público cantar junto e depois ela gruda na mente. Para novamente remeter à primeira vinda, o set foi encerrado com “Mirror Mirror”, faixa clássica de “Nightfall in Middle-Earth”. Nada a reclamar.
Set list:
Imaginations from the Other Side
Welcome to Dying
Nightfall
Time Stands Still (At the Iron Hill)
Somewhere Far Beyond
Time What Is Time
Journey through the Dark
Black Chamber
Theatre of Pain
The Quest for Tanelorn
Ashes to Ashes
The Bard’s Song – In the Forest
The Bard’s Song – The Hobbit
The Piper’s Calling
Somewhere Far Beyond
Lord of the Rings
Violent Shadows
Majesty
Valhalla
Mirror Mirror