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SUMMER BREEZE OPEN AIR BRASIL 2024: MUITO MAIS QUE UM FESTIVAL

Segunda edição do festival em terras brasileiras trouxe muito mais do que os shows musicais e foi coroado de sucesso

Por Antonio Carlos Monteiro

Fotos: Equipe MHermes Art

Pouca gente sabe quem é Max Yasgur. A gente explica. Ele era o proprietário da fazenda onde aconteceu o Festival de Woodstock, em 1969. Convidado a falar algumas palavras à multidão que se acotovelava em sua propriedade, ele deu um depoimento que ficou na história: “Vocês provaram ao mundo que meio milhão de jovens podem reunir-se e ter três dias de diversão e música, e mais nada além de diversão e música.”

A declaração de Yasgur cabe perfeitamente ao que se viu ao longo dos três dias da segunda edição do Summer Breeze Brasil: uma imensa confraternização de fãs de heavy metal em que não se viu qualquer tipo de problema que não fosse o sol forte. Além dos fãs, muitos músicos também circulavam pelo lugar, proporcionando uma interação única e poucas vezes vista na história do heavy metal brasileiro.

Foto: Wellington Penilha/Divulgação

O evento foi novamente realizado no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, o que se mostrou uma decisão acertada, já que se trata de um local de muito fácil acesso, perto de estação de metrô, servida por diversas linhas de ônibus e ao lado de um terminal rodoviário. Esta edição do Summer Breeze ganhou mais um dia, a sexta-feira, e aconteceu nos dias 26, 27 e 28 de abril, reunindo 58 bandas.

Lá dentro

Dentro do complexo do Memorial, mais uma mudança. O palco Waves, que no ano passado ficou dentro do Auditório Simón Bolívar e tinha seu acesso restrito a quem havia comprado ingressos mais caros, foi transferido para a área externa e com acesso liberado a todo o público. Já os demais palcos permaneceram como no ano passado: em uma das alas do complexo, ficavam os dois principais, Ice e Hot, enquanto do outro, o já citado Waves e o Sun. As duas alas do lugar são ligadas por uma passarela que no ano passado se tornou ponto de concentração de fãs que queriam assistir aos shows por outra perspectiva, gerando problemas de circulação e de segurança. Uma proteção lateral bem mais alta foi instalada para resolver o problema.

Na área em que se localizavam os palcos principais também ficava o Summer Lounge, área de alimentação e descanso para os fãs que adquiriram ingressos com direito a frequentá-lo. Também havia quiosques com comida e bebida nos espaços comuns a todo o público. Já na ala em que ficavam os palcos Sun e Waves, concentravam-se as atividades que transformavam o Summer Breeze Brasil numa autêntica experiência, como gastronomia, Feira Geek, Horror Expo, Signing Sessions, Expo Tattoo e Espaço Kids.

Signing Session com Gene Simmons (Foto: Thiago Henrique)

Na mesma área ficava o Artist Lounge, local com DJ (tocando metal, naturalmente!) e espaço para maquiagem e tatuagens. Lá era interessante ver artistas conhecidos batendo papo e tomando uma cerveja despreocupadamente, como Dan Lilker, Andreas Kisser, Luiz Mariutti, Edu Ardanuy e tantos outros. Por falar em Ardanuy, por acidente (óbvio) o guitarrista da Sinistra deu um banho completo de cerveja neste que vos fala… Faz parte.

Enfim, há um ponto que é bom deixar bem claro: o Summer Breeze Brasil, em meio a tantos festivais que se pretendem de rock sem o ser, é mais que um festival de rock, é um festival de heavy metal! E já se tornou o maior do gênero na América Latina.

Experiências

Como já dissemos, o Summer Breeze ofereceu bem mais do que a música – apesar de ela ser a protagonista de tudo. Dentre os vários espaços disponibilizados, a Horror Expo e a Feira Geek estavam entre os mais concorridos. As duas feiras já haviam feito parte da edição de 2023 e Victor Hugo Piiroja, CEO dos espaços e também vocalista da banda Alchemia, que se apresentou na sexta-feira, comentava que “o ideal é estar sempre renovando as experiências” e citou como novidade a parceria com a Escape Time, empresa desenvolvedora dos chamados jogos de fuga. Na Horror Expo havia um bem interessante: o jogador entrava em um caixão e só saía de lá quando conseguisse decifrar um enigma. Também havia vários cosplays circulando pelo local, como Jason (do filme “Sexta-Feira 13”), Alien (“O Oitavo Passageiro”) e Freddie Krueger (“A Hora do Pesadelo”). Na área Geek havia uma vila medieval e exibições de luta de espadas. “A ideia foi trazer atividades diferentes porque isso engrandece o festival como um todo”, concluiu Piiroja.

Por dentro da Horror Expo (Foto: Rapha Garcia/Divulgação)

Nas semanas que antecederam o festival, o canal do Summer Breeze no YouTube apresentou várias entrevistas conduzidas pelo músico, radialista e humorista Bruno Sutter – que se apresentou com sua banda Massacration na sexta-feira. Dentre os muitos entrevistados, estava Felipe Postigo, head da Sportsbet.io, empresa de apostas virtuais que se tornou patrocinadora do festival. Como fã de heavy metal, Postigo esteve na edição 2023 e disse ter ficado “impressionado com a organização. Logo pensei: ‘Minha marca tem que estar junto de um projeto como este, extremamente competente e feito por pessoas de muito talento'”, disse ele. A empresa manteve um estande na área dos palcos principais e lançou uma promoção para levar três pessoas com acompanhante para o Summer Breeze que acontece na Alemanha em agosto próximo.

Quem também estreou na organização nesta edição foi Marcio Sinzato, proprietário da tradicionalíssima loja de camisetas Consulado do Rock.

Hora das compras

Parte da área do Auditório Simón Bolívar foi usado para a instalação de estandes para comercialização de produtos, claro, voltados ao rock. A ROADIE CREW manteve um estande no local com CDs e edições da revista. Eliton Tomasi, que cuidava do espaço, comentou que recebeu “muita gente de fora de São Paulo querendo completar suas coleções da revista.” Os CDs das bandas que se apresentaram também tiveram grande procura, já que havia sessões de autógrafos com vários dos artistas que se apresentaram.

Foto: Thiago Henrique

Rolf Amaro, da Overload, também montou seu estande no local e colocou à venda livros, CDs e camisetas. “Pensei que eu venderia muito mais camisetas, mas as vendas estão bem equilibradas entre os três produtos”, afirmou. Também estavam nesse espaço a Voice Music, de Silvio Golfetti (ex-guitarrista do Korzus), a Classic Metal e vários outros expositores.

Ainda no mesmo local estava instalada a Summer Expo Tattoo, espaço que reuniu 18 estúdios de tatuagem e piercing, com curadoria de Rodrigo Dias, do estúdio Venice Ink Tattoo, que comemorava o bom movimento verificado no lugar.

Lá fora

Ao lado do auditório, havia o espaço para a Signing Sessions, que reuniu nomes como Gene Simmons, Sebastian Bach, Within Temptation, Edu Falaschi, Gamma Ray, Ratos de Porão, Exodus, Nervosa, Lacuna Coil e diversas outras atrações do festival autografando discos, camisetas e vários outros artigos para os fãs.

Na mesma área, havia o Espaço Kids, local em que os pais podiam deixar suas crianças por algum tempo enquanto curtiam algum dos shows. No local estavam instalados vários brinquedos infláveis e piso especial, além de instrumentos musicais cedidos pela escola School of Rock – tudo com total acompanhamento de monitores especializados. Segundo a monitora Leila Trinidad, o local atendeu a cerca de trinta crianças por dia.

Foto: Rapha Garcia/Divulgação

Em frente ao Espaço Kids havia o único lugar que ninguém que compareceu ao Summer Breeze Brasil queria frequentar: o posto médico. Que estava praticamente deserto quando lá estivemos para fazer esta matéria. O enfermeiro Claudio Lopes nos atendeu com toda calma do mundo, já que, segundo ele, a movimentação estava “bem tranquila. Praticamente tivemos apenas casos de cefaleia (dor de cabeça) causados pelo sol e pela cerveja.” É bom lembrar que o Summer Breeze aconteceu numa época em que a região onde se situa a cidade de São Paulo sofreu com uma forte onda de calor.

Caminhando pela grande área em que se dividiam todas essas atrações, um exercício interessante era observar os headbangers ostentando camisas de times de futebol, o que dava para avaliar a abrangência do festival em termos geográficos. Assim, foram vistas camisas de Fluminense, Bahia, Sport, Atlético Mineiro, Fortaleza e vários outros times das mais diversas regiões do Brasil.

Para beber e comer

Em termos de comida e bebida, poucos eventos similares tiveram tanta diversidade. Havia vários tipos de cerveja e estandes da Jack Daniel’s, além de água, refrigerantes e energéticos para quem não fosse do álcool. A alimentação era mais variada ainda. Além dos tradicionalíssimos hambúrgueres, havia à disposição do público tacos, empanadas, baked potato, sanduíches alemães, pizza, opções veganas e muito mais.

Jack Daniels com Coca-Cola para aplacar o calor (Foto: Diego Padilha/Divulgação)

Uma reclamação que surgiu na edição de 2023 foi em relação aos banheiros. Naquele ano, foram disponibilizados banheiros químicos, sendo que alguns deles foram interditados, mas abertos à força, o que gerou grande vazamento perto da área do palco Sun. Em 2024 os terríveis banheiros químicos foram abolidos e substituídos por locais com vasos e pias de louça e sabonete e toalhas de papel sempre disponíveis. Detalhe importantíssimo: sempre havia alguém a postos para limpar esses locais. Aliás, a limpeza foi uma tônica dos três dias. Havia cestos de lixo em profusão por todo o lugar, mas se algum preguiçoso preferisse jogar seu copo plástico no chão logo aparecia um funcionário munido de vassoura e saco de lixo para recolher os dejetos da criatura. Em mais de cinquenta anos frequentando shows de rock, posso confessar que foi algo que jamais havia visto.

A acessibilidade para os PCDs também recebeu críticas no ano passado e, de posse desse feedback, a organização resolveu a questão, inclusive instalando áreas próprias e com boa visibilidade para esse público.

Outro aspecto que felizmente já vem mudando em se tratando de shows por aqui e o Summer Breeze não ficou atrás é o quesito pontualidade. Naturalmente, a coisa fica muito mais complicada em se tratando de um festival, situação em que há várias bandas se revezando por todos os palcos, mas não foi registrado nenhum atraso significativo.

Mais baixo

Uma situação que chegou até a figurar na imprensa no ano passado foi em relação ao volume do som, que teria gerado reclamações da vizinhança do Memorial da América Latina. De acordo com Claudio Vicentin, produtor do festival, nesta edição “não tivemos aqueles decibéis absurdos do ano passado, tanto que não houve reclamação da vizinhança, veja que coisa legal!” De acordo com ele, “nós trabalhamos muito nos PAs, trouxemos a d&b Audiotechnik da Alemanha para dar um suporte e trabalhamos com a Audio Bizz, que é uma das maiores empresas do ramo daqui do Brasil. Por isso tivemos essa super qualidade no som que saía dos PAs.”

Foto: Wellington Penilha/Divulgação

Claudio também fez uma comparação entre as duas edições do Summer Breeze Brasil: “A primeira edição foi o pontapé inicial. Testamos o mercado e sentimos como os fãs de metal reagiram. Depois, pegamos o feedback da primeira edição e melhoramos o que o público pediu, como os banheiros.” De acordo com ele, encerrada a segunda edição “vamos receber vários feedbacks novamente para melhorar ainda mais na terceira edição.” E completa: “O foco é sempre no fã, que vai lá, paga seu ingresso e faz tudo acontecer. Sem fã não tem festival, não tem banda, não tem nada. O foco é sempre no fã de heavy metal para oferecer sempre o melhor pra ele.”

Consolidando

Mesmo com o sucesso da mais recente edição, ele não vê o festival como consolidado: “Ainda está em processo de consolidação”, afirma. “Houve só duas edições e a gente sabe que festival no Brasil não é fácil, exige todo um processo de crescimento do nome e um trabalho que tem que ser feito de edição para edição, sempre melhorando.” E conclui: “Ele está em busca de uma consolidação, mas a segunda edição foi mais um passo para tornar o festival consolidado em breve.”

A próxima edição do Summer Breeze Brasil já foi anunciada e vai ter dois dias, em 3 e 4 de maio de 2025, sendo que na sexta-feira, dia 2, acontecerá um warm-up (aquecimento). Claudio explica: “O warm-up provavelmente vai contar com quatro a cinco bandas, começando mais tarde, às 16h ou 17h, indo até as 22h. E sábado e domingo o festival acontece o dia todo. Vai ser um aquecimento para os outros dois dias e vai usar toda a estrutura do festival.” Ele diz ainda que não haverá mudanças no formato geral do evento e que “já temos de cinco a seis bandas fechadas, mas ainda não podemos divulgar os nomes.”

Foto: Divulgação
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