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SWEDEN ROCK FESTIVAL 2024

5 a 8 de junho de 2024 - Sölvesborg, Suécia

Por: Jayme Alexandre de Lima

Fotos: Heloisa Vidal

A 31ª edição do Sweden Rock Festival aconteceu entre os dias 5 e 8 de junho em Sölvesborg (SUE) e, como em todos os anos, trouxe algumas melhorias na estrutura visando a uma experiência ainda melhor do público. Além da ampliação da área VIP, também foi criado um novo espaço bem amplo atrás do palco Rock, com mesas, sofás e diversas opções de comidas e bebidas. Apesar desta expansão, foi disponibilizado o mesmo número de ingressos, justamente para garantir maior conforto a todos.

Também foi colocado à venda um pacote VIP Exclusive que oferecia algumas regalias para assistir aos shows, como hospedagem, transfer, brindes e acesso à área restrita aos artistas. Por fim, como medida preventiva a atos de terrorismo, a polícia sueca determinou a proibição de mochilas em qualquer evento de grande porte, como no caso do SRF. Porém, a organização disponibilizou armários dentro e fora da área do festival.

Infelizmente, não consegui chegar para o primeiro dia (quarta-feira, 5 de junho), que para muitos foi o melhor dos quatro – e o único sold out. Esse dia contou com nomes como Vicious Rumours (que nunca havia tocado no festival), Riot V, as brasileiras do Crypta, que estão conquistando o mundo com seu talento e carisma, Michael Schenker Group, com ninguém menos que o espetacular Robin McAuley nos vocais, Tyketto, Megadeth e uma das atrações mais especiais do ano, o Talisman em show-tributo ao saudoso baixista Marcel Jacob, que completaria 60 anos em 2024. Pelos relatos de muitos que assistiram ao show, a banda composta por Jeff Scott Soto, Fredrik Äkesson (Opeth), Jamie Borger (Treat), Johan Niemann (Evergrey) e ninguém menos do que o talentosíssimo BJ (JSS, Spectra) nos teclados e vocais, fez um show irretocável e carregado de emoção.

 

Quinta-feira, 6 de junho

O Graveyard fez um bom show no Festival Stage, com um som recheado de peso, groove e referências ao heavy rock dos anos 70.

Já os veteranos do Iron Savior se apresentaram no palco menor (Bläkläder Stage) promovendo seu último lançamento, Firestar, e fizeram a alegria dos fãs com um set que cobriu toda sua trajetória, desde Atlantis Falling, do disco de estreia autointitulado de 1997, até Together as One, de 2023, além do que talvez seja seu maior hit, Heavy Metal Never Dies.

Como já comentado em reviews anteriores do festival, o Sweden Rock é único no sentido de trazer bandas que os fãs considerariam impossíveis de ver ao vivo um dia, como Artch, Axe, Great King Rat etc. E neste ano não foi diferente com o Swedish Erotica, que se reuniu apenas para esta apresentação, contando com não apenas o excepcional Mats Levén (Prins Svart, ex-Candlemass, Treat) no vocal, mas também com os dois guitarristas originais, Morgan Le Fay e Magnus Axx. E que show empolgante eles fizeram no Sweden Stage, desfilando pérolas do hard como Rock and Roll City, Rip it Off (com Henrik Danhage do Evergrey) e a clássica We’re Wild Young and Free encerrando o set.

Em seguida conferimos o power trio (Hammond, guitarra e bateria) holandês Dewollf de visual e sonoridade retrô com a típica psicodelia dos anos 70, calças boca de sino e tudo o mais que retrata a cena musical daquela época. Porém, as composições da banda trazem muita originalidade e energia. Se ainda não conhece, confira o groove e o bom gosto de Live Like You e a super soul It Ain’t Easy.

Saímos no meio para ver uma parte do Extreme, que lotou o Festival Stage e não decepcionou os fãs com seus megahits Hole Hearted, Rest in Peace, More than Words e encerrou com a nova Rise, que conta com um aclamado solo de guitarra de Nuno Bettencourt. Foi um bom show, mas na minha opinião exageraram nos solos de guitarra.

Uma das grandes atrações dos festivais europeus deste ano é a banda solo de Kerry King, icônico guitarrista do Slayer que declarou recentemente que não está nem perto de aposentar as palhetas (para nossa alegria!). Contando com um supergrupo formado pelos veteranos do thrash metal Mark Osegueda, Phil Demmel, Paul Bostaph e Kyle Sanderds, King trouxe um set focado no seu disco de estreia, From Hell I Rise, mas, como não poderia deixar de ser, complementado por três pedradas do Slayer, Disciple, Raining Blood e Black Magic, que levaram alguns fãs a formarem um pequeno mas intenso mosh pit.

E eis que chegou o momento de ver o que para mim foi um dos melhores shows do festival: The Black Crowes! A banda de Atlanta (EUA), que fez um enorme sucesso na década de 90 com seu rhythm & blues retrô, emplacando hits como Remedy e Jealous Again, acabou se separando em 2015 por conta de uma desavença entre os irmãos Chris e Rich Robinson (vocal e guitarra, respectivamente). Porém, para alegria dos fãs, retornaram em 2019 para uma longa e bem-sucedida sequência de shows, tendo passado recentemente pelo Brasil. Este ano lançaram seu primeiro álbum de inéditas em quinze anos, o excelente Happiness Bastards que teve três faixas no set.

Durante a execução de White Light/White Heat, cover do Velvet Underground, mostraram que aquilo sim era um show com música de verdade, rock’n’roll puro sem gelo, sem firulas e sem samplers. Apenas músicos fazendo música, o que em tempos de tanta parafernália tecnológica que acaba pasteurizando o som é um bálsamo! A maioria das coisas parecem menos orgânicas, menos verdadeiras hoje em dia.

É impressionante como Chris Robinson está cantando bem. Canções como She Talks to Angels, Thorn in My Pride e Jealous Again fizeram o público pular euforicamente e também encher os olhos de emoção. Foi um lindo espetáculo.

Por sua vez, o lendário W.A.S.P. começou a apresentação ao som de sirenes, The End do The Doors e trechos de seus principais clássicos, como I Wanna Be Somebody, rolando no som mecânico. Nesse clima de expectativa, a banda liderada pelo icônico Blackie Lawless e que conta com Aquiles Priester na bateria foi entrando em cena e já atacou Blind in Texas. Este foi o primeiro show do W.A.S.P. em treze meses e cerca de onze meses após o vocalista ter sido submetido a uma cirurgia na coluna, o que explica o fato de Lawless ter passado o todo o show sentado em um banco. E ele aproveitou a situação para fazer uma piada na introdução da ótima Crazy, do álbum Babylon (2009). Disse que a médica que cuida de suas costas falou que ele não poderia viajar para tocar no Sweden Rock Festival, ao que ele respondeu: “Lady, I’m doing it! You gotta be crazy!”, emendando com o riff empolgante que inicia a faixa. No final, foi um show que agradou os fãs e que mostrou que o W.A.S.P. ainda tem lenha para queimar.

E chegou a hora do Journey, headliner da noite e que está comemorando nada menos que cinquenta  anos de uma carreira de muito sucesso. A espetacular Baba O’Riley do The Who ecoou dos PAs anunciando o início do show, e a banda entrou no palco com Only the Young, o que já levou alguns fãs às lágrimas enquanto cantavam seu refrão a plenos pulmões. Apesar de algumas partes do vocal parecerem estar pré-gravadas, ficou claro que Arnel Pineda continua sendo um fenômeno, o único que conseguiu pelo menos se aproximar do timbre e da potência vocal do inigualável Steve Perry.

No baixo estava o experiente Todd Jensen (Hardline, Alice Cooper, Paul Rodgers e outros) no lugar do cofundador Ross Valory, e o espetáculo continuou com Stone in Love, a linda Lights – homenagem a São Francisco, cidade natal do Journey – e seguida de Send Her My Love e Who’s Crying Now. Essa sequência foi um teste cardíaco para os fãs, tamanha a emoção que tomou conta da plateia. E claro que não ficaram de fora Separate Ways (Worlds Apart) e Don’t Stop Believing, que fechou o set.

 

Sexta-feira, 7 de junho

Chegamos ao local do SRF com uma chuva fina que, por sorte, logo passou. O primeiro show do dia era um dos mais aguardados por muitos. Os suecos do Treat trouxeram seu hard rock melódico para o Rock Stage e começaram com Skies of Mongolia, que contou com a capa de Coup de Grace no telão, álbum de 2010 que marcou o retorno da banda após quase vinte anos. A sequência veio com a swingada Ready for the Taking – faixa que abre o maravilhoso Organized Crime (1989) – e Papertiger, mais uma de Coup de Grace, com uma dose extra de peso na guitarra de Anders Wikström.

Intercalaram duas faixas de seu último disco, The Endgame (2022) – Home of the Brave e Freudian Slip –, com duas que estão entre as preferidas dos fãs, Sole Survivor e We Own the Night, que provaram como Robert Ernlund continua cantando bem! O álbum The Pleasure Principle (1986) foi representado com sua faixa de abertura, Rev it Up, que antecedeu Roar, mais uma de Coup de Grace. A trinca final foi um deleite para todo fã de hard rock ali presente: a clássica Get You on the Run do álbum de estreia Scratch And Bite (1985), Conspiracy, em que o baterista Jamie Borger (Talisman) desceu a lenha, e World of Promises, que fez todo mundo pular e cantar junto. Viva o hard rock dos anos 80!

De lá, fomos conferir a nova geração representada pelos também suecos do Spiders, que fazem um rock setentista com muita originalidade. Liderados pela carismática vocalista Ann-Sofie Hoyles e seu marido John Hoyles na guitarra, a banda se apresentou com um visual muito legal, totalmente retrô. Foi um show com muita energia e com muita interação de Ann-Sofie – cujos trejeitos muitas vezes lembram Mick Jagger – com o público. Destaque para Shake Electric, a acelerada Control, a belíssima Hard Times, em que a vocalista esbanja todo seu feeling e talento, e Why Don’t You, que encerrou a apresentação. Uma pena que deixaram a ótima Killer Machine de fora.

Ainda deu para pegar parte do show do Nestor no palco principal. É muito legal ver o quanto a banda está crescendo rápido, pois com apenas dois discos lançados já conseguiu encher a área do Festival Stage, com fãs cantando de ponta a ponta até as músicas recém-lançadas, como Teenage Rebel, tocada ali pela primeira vez ao vivo, Victorious, que contou com seis animadas cheerleaders no palco, e Caroline. O fechamento veio com a nostálgica e empolgante 1989.

Os americanos do Black Stone Cherry fizeram um ótimo show no Rock Stage, com um repertório bastante parecido ao que trouxeram ao Brasil em abril. É impressionante o peso e a energia da banda ao vivo, especialmente do baterista John Fred Young, filho de Robert Young e sobrinho de Fred Young, ambos do Kentucky Headhunters. O cara simplesmente destrói o kit e agita como se fosse a primeira vez que estivesse em um palco. É algo contagiante!

Eles abriram com a pesada When the Pain Comes, em que chamou a atenção a potência do vocal rasgado de Chris Robertson. O repertório contou com Blind Man, Cheaper to Drink Alone e White Thrash Millionaire, entre outras de seus trabalhos mais recentes e que serviram de base para o setlist, trazendo apenas Lonely Train do primeiro álbum, de 2005, que na minha opinião é de longe o melhor trabalho da banda. Foi um bom show.

Os veteranos do Judas Priest, considerados um dos pais do heavy metal, fizeram o show principal do terceiro dia. Ao som de War Pigs as luzes se acenderam com o palco coberto por uma cortina com um texto que remete ao hit que dá nome ao novo álbum, Invincible Shield. E a abertura veio justamente com a primeira faixa deste álbum, Panic Attack, seguida pela trinca de clássicos You’ve Got Another Thing Comin’, Rapid Fire e Breaking the Law. Ian Hill com suas linhas de baixo extremamente precisas garantiu aquela encorpada extra no som que costumamos ouvir nos shows do Judas, enquanto que a dupla de guitarristas Richie Faulkuner e Andy Sneap segue ocupando competentemente os lugares dos icônicos K.K. Downing e Glen Tipton, além de trazerem um vigor renovado à banda.

Foi um show que mesclou a história e os novos tempos de forma magistral, em que clássicos como Painkiller combinam perfeitamente com canções recém-lançadas, a exemplo de Invincible Shield. Como sempre, uma aula de heavy metal.

Sábado, 8 de junho

O último dia de festival começou com um céu nublado e um excelente show do gênio Richie Kotzen no Rock Stage. Ele trouxe um repertório que viajou por toda sua prolífica carreira. Abriu com Losing My Mind, do álbum Get Up (2004), seguida de War Paint e Fooled Again, em que sua absurda técnica e estilo inconfundível ficam escancarados. O cara toca riffs e solos supercomplexos, cheios de ritmos e melodia sem usar palheta, enquanto canta melodias cheias de feeling e emoção. Está aí um artista que merecia mais reconhecimento.

Dogs trouxe o lado mais blues do artista, enquanto Bad Situation mostrou sua veia soul. A saideira foi com a swingada Help Me e a quebradeira de Peace Sign.

Os poloneses do Riverside mostraram seu prog metal virtuoso introspectivo com bonitas melodias no Bläkläder Stage, que também foi palco da excelente apresentação do Lucifer, banda capitaneada pela vocalista Johanna Sadonis, que se juntou ao talentoso Nicke Andersson (bateria, Hellacopters, Imperial State Eletric e ex-Entombed) para resgatar a sonoridade do hard rock e occult dos anos 70. A abertura veio com Fallen Angel, primeira faixa de seu mais recente álbum, V, e que traz uma pegada que automaticamente remete aos tempos áureos do Uriah Heep. Ghosts e a pesada Midnight Phantom foram suficientes para conquistar quem estava lá para conhecer a banda. O destaque ficou por conta da linda voz de Sadonis e a espetacular California Son, que fez a galera bangear como se não houvesse amanhã!

O eterno vocalista do Iron Maiden Bruce Dickinson fez uma apresentação incrível no Festival Stage, com a energia e o carisma de sempre. Em turnê de divulgação de seu primeiro álbum solo desde 2005, The Mandrake Project, a banda entrou com Toltec 7 Arrival no som mecânico anunciando a porrada Accident of Birth. E a empolgação seguiu com a ótima Laughing in the Hiding Bush e Abduction, antes da nova Afterglow of Ragnarok, que foi acompanhada por imagens apocalípticas de locais históricos no telão, como a Torre Eiffel e a Estátua da Liberdade.

A banda, que conta com seu parceiro de longa data, o guitarrista, compositor e produtor Roy Z, a estilosa Tanya O’Callaghan (Whitesnake) no baixo, Dave Moreno na bateria e Mistheria nos teclados, mostrou muita energia em cena, enquanto Dickinson parecia estar bastante feliz e à vontade. Destaque ainda para os hits Chemical Wedding, Tears of the Dragon e Road to Hell, que encerrou o set.

Os pratas da casa do Hammerfall se apresentaram no Rock Stage em um belo palco, com a capa do álbum Hammer of Dawn (2022) no telão. Empolgaram a plateia com clássicos como Heeding the Call, Renegade e Hearts on Fire, que marcaram a época de glória do power metal mundial. Destaque para (We Make) Sweden Rock, música composta em homenagem ao festival e que trouxe uma enorme e tremulante bandeira sueca no telão.

Deu tempo de conferir um pedacinho do show do Avatarium no Pistonhead Stage e de mais uma vez me encantar com o contraste que a banda traz entre a densidade dos seus riffs e a suavidade poderosa da belíssima voz de Jennie-Ann Smith.

Corri então para o show principal da noite, do lendário Alice Cooper. Com uma produção de palco como sempre de cair o queixo, o cantor entrou vestido com um elegante sobretudo vermelho e uma grande cartola, parecendo ter saído de um dos filmes da série “Piratas do Caribe”, e já mandou Lock Me Up, seguida da empolgante Welcome to the Show e das superclássicas No More Mr. Nice Guy, I’m Eighteen Under My Wheels.

A maravilhosa fase mais hard rock de sua carreira, marcada principalmente pelos álbuns Trash (1989) e Hey Stoopid (1991), foi muitíssimo bem representada, com destaque para Bed of Nails e a surpreendente Snakebite, em que Cooper entrou com uma cobra enrolada no pescoço. Ouvir essa música foi para mim o momento mais marcante desta edição do SRF.

A banda de craques que o acompanha, composta por Chuck Garric (Beasto Blanco, DIO) no baixo, Ryan Roxie (Slash`s Snakepit), a bela e talentosa Nita Strauss e Tommy Henriksen nas guitarras e o genial Glen Sobel na bateria, deu um show à parte, com execuções perfeitas em Billion Dollar Babies, na ótima Lost in America e na épica Welcome to My Nightmare. O encerramento ficou por conta de I Love the Dead, da sarcástica Elected, com direito a chuva de serpentinas e papéis com as cores da bandeira dos EUA, e do hino School’s Out. Um show simplesmente inesquecível.

Para fechar com chave de ouro, o Avantasia, liderado por seu idealizador Tobias Sammet, fez uma apresentação muitíssimo bem produzida e carregada de emoção. Como foi bonito ver Bob Catley (Magnum) e Ronnie Atkins (Pretty Maids) arrebentando em músicas como The Story Ain’t Over e The Scarecrow. E o que falar de Geoff Tate (ex-Queensrÿche), um dos maiores vocalistas de todos os tempos, e do excepcional Tommy Karevik (Kamelot, ex-Seventh Wonder)? A trupe ainda contou com as talentosas Adrienne Cowan e Chiara Tricarico.

Tobias Sammet, vestido com uma camiseta estampada com uma imagem de Gene Simmons, disse que sua carreira realmente começou ali na Suécia com o Edguy em 1998, e conduziu a celebração à boa música com o carisma de sempre até o final apoteótico com todos cantando Sign of the Cross e Seven Angels com fogos de artifício ao fundo. Nem a fina chuva que caía tirou o brilho deste que foi um final perfeito para mais uma grande edição do Sweden Rock Festival. Que venha 2025!

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