Sextou! O tradicional bordão coube nessa sexta-feira, 26 de julho, cuja noite estava na dúvida entre o frio e a temperatura agradável, mas que tinha uma certeza. Seria noite de metal, com bandas nacionais de qualidade: as cariocas Tamuya e Pavio, além das meninas paulistas da Santa Muerte. O local escolhido foi o Espaço Som, que, uma semana antes, havia recebido o Andralls. O estúdio com espaço para shows está com uma cara um pouco diferente após a reforma de algumas de suas instalações, como os banheiros, a área externa, a criação de um camarim para as bandas e até do bebedouro, o que mostra uma preocupação com o todo.
Previsto para 20h, os shows tiveram início vinte e cinco minutos depois com as meninas da Santa Muerte. Adeptas de um thrash bem cru, com muitos flertes com o punk rock, Marilia Massaro (vocal e guitarra), Rebecca Prado e Jhully Silva (bateria) nem se importaram com o pouco público que entrava e meteram os pés no peito dos presentes. Num set curto, de pouco mais de vinte minutos, Circulo de Sangre e Trap or Track foram os destaques. Vale citar o profissionalismo da vocalista, que, mesmo numa gripe daquelas, mandou ver.
A pausa para aquela “resenha” durou até 21h20, quando o Pavio deu início ao seu show. Com um som que carrega referências do hardcore nova-iorquino (Agnostic Front, Madball), Marcelo Prol (vocal) e Cezar Rocha (guitarra) contaram nessa apresentação com João Paulo Mugrab (Tamuya, baixo) e com Daniel Barbosa (bateria). Durante o set de meia hora, fomos brindados com uma banda engajada politicamente contra o atual governo e que produz sons de qualidade. Cuviteiro, O Jogo Vai Virar e principalmente Mulheres Fortes (dedicada a todo público feminino presente) foram os ápices da apresentação do quarteto.
Após uma pausa mais longa que o normal, às 22h40 foi a vez do Tamuya mostrar seu thrash repleto de elementos da música brasileira aos paulistanos. Seguros no palco, Luciano Vassan (vocal e guitarra), Leonardo Emanoel (guitarra), João Paulo Mugrab (baixo), JP Rodrigues (bateria) e Paula Perez (percussão) basearam o set no álbum The Last of Guaranis (2016), como na poderosa Voice of Nhaderu (que contou com um ‘VTNC’ ao presidente do Brasil), além de Violence and Blood e Immortal King. Só essas teriam feito valer a noite, mas os caras fugiram do óbvio e mandaram uma excelente versão para Embolada do Tempo (Alceu Valença), um chute no saco dos radicais. Trechos de A Cidade (Chico Science e Nação Zumbi) e uma versão em português para Senzala/Favela foram outros ápices do show dos caras, que já possuem um público fiel em São Paulo.
Acabado o show e a “fome de metal” saciada, foi uma verdadeira luta contra o tempo para pegar as conduções para casa. Mas, no fim, tudo valeu a pena. E que venham mais!