Nem só de Dream Theater, Queensrÿche e Fates Warning vive o prog metal. Uma nova onda de bandas tomou o estilo de assalto dos anos 2000 para cá, rejuvenescendo a música que a chamada “santíssima trindade” ajudou a popularizar entre os fãs de metal. Uma delas é o TesseracT, hoje formado por Daniel Tompkins (vocal), Acle Kahney e James Monteith (guitarras), Amos Williams (baixo e vocais) e Jay Postones (bateria).
Ao adicionar mais peso, com uma veia até mais moderna, e até vocais guturais, o quinteto inglês fez da sua discografia – com cinco álbuns de estúdio, dois ao vivo e três EPs – um item obrigatório para os fãs do gênero, principalmente aqueles que abraçaram o djent metal, derivação do prog metal na qual o TesseracT encontra-se no rol dos pioneiros.
E são esses fãs que, pouco mais de um ano depois da estreia do TesseracT no Brasil, vão receber a banda em dois shows especiais em São Paulo, nos dias 14 e 15 de setembro. Na primeira apresentação, no Carioca Club, o quinteto apresentará seu novo álbum, “War of Being”, que ainda não havia sido lançado quando os cinco vieram ao país em 2023.
A segunda apresentação, no Fabrique Club, intimista e com um setlist único, terá a execução do primeiro trabalho, “Concealing the Fate”, na íntegra. Para saber mais detalhes, conversamos com Tompkins sobre essa segunda vinda ao Brasil e detalhes sobre a história do TesseracT, e aqui ele conta para você por que os dois shows são imperdíveis.
O TesseracT esteve no Brasil pela primeira vez em 2023, ou seja, bem recentemente. Quais são suas lembranças?
Daniel Tompkins: Foi tudo bastante rápido, porém foi muito excitante estar num novo território pela primeira vez, e minha memórias são da reação dos fãs nos shows, porque isso foi incrível! Saí dessa parte da turnê sentindo que os shows na América Latina foram sensacionais, todos com energia altíssima e muita paixão. Os fãs cantavam tudo junto conosco, e é exatamente esse o tipo de público que toda banda deseja. Foi fantástico!
E o que você viveu bateu com as expectativas que você tinha?
Daniel: Na verdade, eu não tinha nenhuma expectativa. Procuro manter minhas expectativas baixas de maneira geral, e em tudo na minha vida, porque dessa forma eu nunca me decepciono. No entanto, lhe digo que foi uma agradável surpresa ver a cultura, as pessoas, os lugares, o clima… E nós fomos muito bem cuidados. Os produtores e agentes foram muito gentis conosco, se certificaram de que estávamos bem alimentados e bem hospedados. Então, no geral, foi uma experiência muito boa.
Bom, agora é bom vocês se certificarem de que estão sempre bem hidratados, porque o calor que está fazendo no Brasil é desumano… (risos)
Daniel: Ah, eu acho bom mesmo assim. Faz bastante frio na Cidade do México, de onde falo com você neste momento, então estou ansioso por um pouco de calor e sol (risos).
Desta vez, o TesseracT vem ao Brasil com um novo álbum para promover, o que já torna esse retorno mais revigorante. Além disso, vocês farão dois shows diferentes em São Paulo. Ou seja, serão novas experiências também para os fãs.
Daniel: É verdade. Quando estivemos aí em 2023, tocamos uma música do disco novo antes de ele ser lançado, “Natural Disaster”, e ela foi muito bem recebida. Foi um bom indicativo de que as pessoas gostaram da nova direção que a banda tomou, e do ano passado para cá nós estivemos pelo mundo todo tocando o “War of Being” na íntegra, dentro de um setlist eletrizante que montamos, com muitas músicas pesadas que eu sei que os fãs vão adorar. As reações realmente têm sido ótimas! Basicamente, temos tocado todo o novo álbum e mais algumas músicas dos outros discos, mas o segundo show em São Paulo será especial, porque tocaremos o “Concealing Fate” (N.R.: EP lançado em 2010) na íntegra, algo que não fizemos no Brasil, claro. Será uma noite realmente especial e excelente para nós, porque faremos algo que há muito tempo não fazemos, que é revisitar o nosso primeiro trabalho, e para os fãs, que serão testemunhas disso e também ouvirão músicas do novo álbum. Será como mostrar a nossa história do início ao fim, por assim dizer.
E agora que você já viveu a experiência de tocar para o público brasileiro, há alguma expectativa por voltar com algo tão especial para a banda e para os fãs?
Daniel: Boa pergunta, e sei como respondê-la (risos). Nossa primeira visita foi tão incrível que seria ruim para nós voltar tão cedo para tocar exatamente as mesmas músicas, então acredito que é bom trazermos algo novo desta vez. Nós passamos três anos tentando tocar na América do Sul, mas tudo ficou muito difícil com a pandemia da Covid-19, e ficamos um pouco preocupados com o depois, porque todo mundo ia querer tocar na América do Sul ao mesmo tempo. Isso nos deixou apreensivos, afinal, limitaria a quantidade de público nos shows, mas espero que tenhamos ainda mais público desta vez. A bem da verdade, creio que apresentar um setlist novo pode ajudar a levar mais pessoas aos dois shows.