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THE CROSS – “Exemplo de superação e fidelidade ao Doom Metal”

APRESENTO-LHES A PRIMEIRA BANDA DE DOOM METAL DA AMÉRICA DO SUL!!!
Depois de muitas instabilidades na formação, que inclusive culminou com seu fundador desativar a banda prestes a gravar o primeiro álbum no passado, entrevistamos o percussor de um estilo até então desconhecido em nosso continente. Gentilmente Eduardo “Slayer” Mota atende ao nosso convite e nos fala à respeito do The Cross e de sua volta histórica aos palcos. Com exclusividade ele nos revela o nome do próximo EP que será lançado ainda este ano… “Still Falling”…

Eduardo “Slayer” Mota, Foto por: Divulgação

Em 1990 você fundou uma banda de um estilo musical até então inédito em toda América do sul. Como surgiu a ideia de fundar o The Cross?

Eduardo “Slayer” Mota: Em primeiro lugar muito obrigado pela lembrança do The Cross. A ideia surgiu porquê sempre ouvi bandas como Candlemass e Trouble, além de que sempre tive esta atmosfera em mim e tocar este estilo de música pra mim é um diferencial na minha vida.

Você é conhecido mundialmente como Eduardo “Slayer” por ser um grande fã desta banda americana de Thrash Metal. Logo seria muito natural que por ser um fã do Slayer, fundasse uma banda do mesmo estilo. Mas para nossa surpresa na época você fundou o The Cross fazendo, volto a repetir, um estilo inédito na época, belíssimo Doom Metal. De onde veio essa paixão pelo estilo? Quais as bandas que te influenciaram para que o The Cross surgisse?

 Eduardo “Slayer” Mota: …rsrs… Minha escola é o Heavy setentista. O Slayer influenciou gerações desde 1982 e eu não seria exceção, mas sou filho do Black Sabbath e não sou um cara óbvio. Doom Metal é um umbral que quando você passa por ele não tem mais volta.

Em 1992 vocês lançaram um Reheasal que me lembro, foi muito procurada. Tinham exatamente 5 músicas que demonstravam muito bem a proposta da banda. Como foi a receptividade dos headbangers ao ouvir este primeiro registro da banda?

Eduardo “Slayer” Mota: Demo ensaio incrível, feito com muita dedicação. Posso dizer tudo para as pessoas aqui no Brasil em relação a Doom Metal era novo na época, foi muito bom.

Mario Baqueiro, Foto por: R.A. Fotografia

No ano seguinte (1993) a banda lança, o The Fall. Esta demo para você foi o registro que fez o The Cross ecoar o seu nome definitivamente no cenário?

Eduardo “Slayer” Mota:  Sim, a demo “The Fall” foi algo impressionante e é algo surreal até os dias de hoje.

Esta demo na minha opinião foi importantíssima na carreira da banda, tanto que houve uma distribuição intensa internacionalmente. Em quais países houve distribuição? E como foi a recepção deste material lá fora?

Eduardo “Slayer” Mota:  Não sei precisamente os países porque esta demo foi distribuída durante 2 anos pelos selos Holy Rec. da França e Moribund Rec. dos Estados Unidos. Bem vamos lá… Alemanha, Japão, Estados Unidos, França, Inglaterra, Polônia, Rússia, Bélgica, Itália, Argentina e Cuba que eu me lembre, a recepção foi assustadora para mim.

Me lembro que houve rumores nesta mesma época que o extinto selo Bazar Musical, iria lançar um split LP contendo o The Cross e mais uma banda. Qual seria a banda que iria dividir este registro com vocês? Infelizmente esta proposta não se materializou. Quais foram os motivos que impediram este registro?

Eduardo “Slayer” Mota:  A banda era o Obscure de fortaleza e os motivos foram as seguintes, o dono bazar musical faleceu e o irmão dele assumiu o selo e não cumpriu o acordo. E o pior foi que quando Holy Rec. quis lançar ele não autorizou o lançamento, então eu tornei ela a famosa demo “The Fall”. …rsrs…

Paulo Monteiro, Foto por: Divulgação

Em 1994 a banda toca ao lado no renomado Amen Corner no antigo Garage Rock no Rio de Janeiro. Local o qual o Exodus tocou pela primeira vez no Brasil. Como foi estar levando a música do The Cross para fora do estado da Bahia? Foi a primeira vez fora da estado?

Eduardo “Slayer” Mota:  Não, já tínhamos tocado em outros estados. Em Janeiro de 1994 foi uma honra para nós, uma banda de Doom tocar com uma banda de Black Metal onde só tenho amigos foi um show maravilhoso.

Em 1995 se não me engano, a banda se apresentou no maior festival de Rock da Bahia, o Palco do Rock, e a noite contava com vocês e os maiores nomes do metal extremo do estado. Uma noite inesquecível. Nesse dia fiquei impressionado com a legião de fãs que estavam lá por causa do The Cross. Foi uma surpresa pra você ver pouco mais de 2000 pessoas estarem ali para assistir à apresentação da banda?

Eduardo “Slayer” Mota: O The Cross tinha acabado de chegar de Teresina, onde fizemos um show antológico. O público em salvador tem um carinho especial pelo The Cross e isto é único.

Três anos se passam e às vésperas da gravação de “The Plague of the Lost River”, que seria o primeiro álbum, a banda decide encerrar suas atividades. O que aconteceu de fato para causar este triste término?

Eduardo “Slayer” Mota: Cansei da falta de compromisso dos ex-integrantes, tocar Doom Metal é sentimento e envolvimento, não é modismo. Por isso resolvi não gravar.

Alex Rocha, Foto Por: Divulgação

Então o The Cross ficou em hiato por quase 20 anos. Muito tempo. Neste período você participou de algum projeto? Banda?

Eduardo “Slayer” Mota: Não!!! Nunca quis me envolver em projetos, continuei ouvindo Doom e acompanhando a cena de fora dos holofotes.

Para minha felicidade e também para muitos fãs que sentiam falta da existência do The Cross, a banda retorna com força total. O que ou quem motivou a banda a retomar sua gloriosa carreira?

Eduardo “Slayer” Mota: Sempre achei que o The Cross precisava registrar seu trabalho e não ser conhecido como uma banda de uma demo. O que me motivou …rsrsrs… foram os fãs pedindo para a banda voltar à ativa, e um show do My Dying Bride que fui assistir, foi aí que me deu o estalo. …rsrsrs…

2015 foi um ano marcante, a banda volta totalmente renovada e trazendo em seu line-up novos membros, o excelente e respeitado baterista do Poisonous, Alex Rocha e Elly Brandão na guitarra. Com essa formação a banda nos presenteia com o EP “Flames Through Priests”. Como surgiu a proposta para o lançamento deste importantíssimo EP?

Eduardo “Slayer” Mota: Ensaiamos por 5 meses …rsrsrs… após 18 anos sem cantar e eu decidi gravar este EP para mostrar que o The Cross está vivo. E não é uma banda de voltar depois deste hiato de 18 anos e ficar tocando músicas antigas, simples assim!. A Eternal Hatred Rec. e seu dono deram o aval então fizemos a parceria.

Este EP teve uma grande distribuição dentro do país. E quanto ao exterior houve uma boa divulgação?

Eduardo “Slayer” Mota: Sim, foi uma distribuição muito boa, até além do esperado tanto no Brasil quanto no exterior.

Neste mesmo ano a banda faz sua primeira apresentação após o retorno às atividades na cidade de Itabuna/BA. Nos conte como foi… e por que a cidade escolhida foi Itabuna para a estreia?

Eduardo “Slayer” Mota: Foi um festival junto com o Mystifier, fomos convidados e é claro que aceitamos. Só tive consciência do que estava acontecendo quando subi no palco, aí a ficha caiu. Foi maravilhoso e o público foi fantástico e nostálgico. Sem palavras!!!

Pouco depois a banda divulga uma notícia muito triste, em 2016 o seu guitarrista Elly Brandão falece. Como a banda lidou com esta triste perda? O que você nos diz à respeito da importância do, também meu amigo, Elly Brandão na carreira do The Cross?

Elly Brandão (R.I.P.), Foto por: Divulgação

Eduardo “Slayer” Mota: Elly era meu amigo desde 1993, ia nos ensaios do The Cross e fui eu que mostrei a ele o Candlemass. Quando o chamei para banda ele me falou: “sempre sonhei em tocar no The Cross”, eu falei: “chegou a hora …rsrsrs…”. Eu sabia da doença e mesmo assim o trouxe, também para ele se inspirar e ter mais força para lutar contra o câncer. Foi uma perda irreparável, mas como era do desejo dele a banda seguiu se superando.

Neste interim a banda sofre importantes alterações, saem da banda o Alex Rocha e o guitarrista Pedro Maia, este que esteve ao seu lado desde o início. Quais foram os motivos para não estarem mais no The Cross?

Eduardo “Slayer” Mota: Quanto ao Alex Rocha foi o compromisso com a turnê do Mystifier e o Pedro estava voltado para outros projetos pessoais. Ambos são meus amigos particulares até hoje.

Em 2017 finalmente chega em nossas mãos o tão esperado Debut Álbum, “The Cross”. Contando com os novos membros, Mário Baqueiro no baixo, Zé Felipe (ex-Carnified) e Paulo Monteiro nas guitarras e também o renomado Louis do Drearylands na bateria. Como aconteceu essa quase que total reformulação da banda?

Eduardo “Slayer” Mota: O Elly foi recrutando esta formação e o Paulo entrou após o seu falecimento, mais desta formação agora a banda conta comigo, Mário e o Paulo. O Alex retornou à banda assumindo novamente a bateria.

Flames Through Priests (EP)-2015

Realmente são músicos de peso. Houve alguma dificuldade de adaptação destes novos membros à proposta musical da banda? O que você nos fala à respeito deles no atual The Cross?

Eduardo “Slayer” Mota: Sim!!! Houve dificuldades, mas foi 80% resolvido e posso falar de quem está comigo hoje. O Paulo é um excelente músico e o Mário é um baixista inigualável na minha opinião.

Este álbum nos apresenta um The Cross muito coeso e firme em sua proposta. Um CD indispensável para os amantes do estilo. Como está sendo a divulgação?

Eduardo “Slayer” Mota: Vendeu praticamente tudo, está sendo algo incrível para uma banda que esteve parada por tanto tempo.

The Cross (1º Álbum)-2017

A parte lírica é muito profunda, letras muito intensas e algumas com muita melancolia. Você como principal compositor, quais as suas influencias literárias? O que te inspira para tais composições?

Eduardo “Slayer” Mota: Olha, quando escrevo me projeto na letra como um visitante e observador. Elly também escreveu neste disco. Influências… rsrsrs… são dor, angustia e depressão que são temas que adoro, incluindo tudo que envolve a morte.

Houveram muitos shows para a divulgação deste marco da carreira do The Cross?

Eduardo “Slayer” Mota: Houveram alguns shows e infelizmente por causa desta crise financeira ao qual o país vive atualmente ficou meio que inviáveis os preços das passagens aéreas. Mas foi satisfatório.

Darkness Sets In Vol. 3 (Compilação) – 2018

O que podemos esperar do The Cross para o futuro? Podemos esperar por mais um álbum em breve?

Eduardo “Slayer” Mota: Em agosto entramos em estúdio e após 25 anos da demo “The Fall” e vamos regrava-la com novos arranjos. Será um EP que vai ser lançado em outubro deste ano e se chamará “Still Falling” e que virá com um bônus, a música “Unto the Deep” que também será lançada em agosto na coletânea “Dark Sets In vol.3” pelo selo Black Order Productions do Lord Vlad (Malefactor). E também estamos compondo material novo para próximo álbum que será lançado em 2019.

Meu amigo Eduardo “Slayer” Mota, saiba que de fato você é um percussor do Doom Metal na américa do sul. Muito obrigado pela honra concedida a mim em poder realizar esta entrevista para o site da Roadie Crew. Conte sempre conosco. O espaço é seu…

Eduardo “Slayer” Mota: Que responsabilidade …rsrsrs… Eu agradeço imensamente a você. Vejo que o Doom Metal cresceu no Brasil e isto é muito bom. Tem uma vasta lista de bandas excelentes, sites, grupos etc. Tenho graças ao Doom conhecido pessoas incríveis e irmãos como Alex do Dying Suffocation, Tuka do Volkmort, Fábio do Mythological Cold Towers, Fábio do Hellight e muitos de outros estilos. O Underground é feito de atitudes e gestos nobres e o Doom Metal segue o caminho escrito por ele mesmo. “okill” grande abraço a todos “still falling a 27 anos”…

Abaixo segue a Lyric Video da música “UNTO THE DEEP” que estará na coletânea “Dark Sets In” em agosto e também virá como faixa bônus no próximo EP da banda, “Still Falling”.

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