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THE EXPLOITED – São Paulo (SP)

Por Marcelo Gomes

Fotos: Roberto Sant’Anna

Mesmo com a noite chuvosa, o grupo inglês The Exploited realizou, no último dia 3 dezembro, um show sold out no tradicional Hangar 110, no bairro do Bom Retiro, na região central de São Paulo. O evento, organizado pela Agência Sobcontrole, ainda contou com a presença do Dischava, Delinquentes e Agrotóxico, expoentes do punk/hardcore do Brasil.

Quem abriu a noite, foi o Dischava que lançou um single em 2022, Cidadão De Bem. Formada por Mauro Landim (vocal), Marcos Abreu (guitarra), Fabio Godoy (baixo) e Marcelo Ladwig (bateria, King Bird, ex-A-I5, Salário Mínimo, Exon, M-19) e apresentaram material de um vindouro trabalho. Apesar de o público estar ainda chegando, o quarteto iniciou o set com Levante a Cabeça e Vida Desgraçada, mandando um som de protesto contra a bancada evangélica (Em nome do Seu Deus), as injustiças e a favor do meio ambiente. Conseguiram entreter o público durante a apresentação, que contou ainda com Rios de Sangue e Cidadão de Bem e covers de Protest and Survive, The More I See e Never Again, do Discharge, algo que combina com a concepção musical e até do logotipo do grupo. “Para o Dischava, como uma banda nova, foi uma oportunidade incrível participar desse evento ao lado da lenda The Exploited. Foi o primeiro show dessa formação, ficamos muito felizes com a receptividade do público que entendeu bem a proposta. Muito gratos à Agência Sobcontrole pelo convite”, declarou o experiente baterista Marcelo Ladwig.

Na sequência foi a vez da banda veterana do Pará, Delinquentes, formada por Jayme Katarro (vocal), Paulo Henrique (guitarra), Pablo Cavalcante (baixo) e Raphael Lima (bateria), que faz um hardcore e crossover bem agressivo e com elementos de thrash metal. Os músicos subiram ao palco com a casa mais cheia e apresentaram sons dos álbuns Pequenos Delitos (2000), Indiocídio (2009) e Infectus Humanos (2019). Em suma: eles simplesmente destruíram! Trata-se de uma formação com muita pegada e agressividade, que conseguiu fazer o público agitar o show todo.

Depois foi a vez do Agrotóxico, a última antes do The Exploited. Com quase três décadas, a banda formada por Jeferson (vocal e baixo), Marcos e Arthur (guitarras) e Edu Nicolini (bateria, Anthares, Ação Direta e Voodoopriest) apresentou músicas dos trabalhos Caos 1998, Estado De Guerra Civil, Libertação e XX, começando por Eles Não Vão Parar e Zona Ocupada.

A apresentação furiosa seguiu com músicas como Epidemia, As Ruas São Nossas, Neoliberalismo Em Ataque Frontal, mas, em certo momento, um fã teve a péssima ideia de pegar o pedestal do microfone do palco. Jeferson teve uma reação explosiva, tentou chutar o pedestal da mão do sujeito, atirou uma garrafa d’água e xingou, até ser contido por Marcos. A apresentação seguiu, mas o clima ficou um pouco estranho depois disso e o set foi encerrado com Marcas da Revolta e Vozes da Periferia. “O evento foi muito bem organizado pela Sobcontrole e foi um grande prazer dividir o palco com a lenda britânica The Exploited no Hangar 110, que é minha casa de shows favorita e lugar que eu mais toquei na vida com diversas bandas. O público, que compareceu em peso, prestigiou todas as bandas, representou abrindo rodas enormes no moshpit e com stage divings insanos durante toda noite”, comentou o baterista Edu Nicolini.

Com a casa totalmente toda tomada, os fãs tiveram que esperar 35 minutos para troca de palco. Mas quando o lendário vocalista Wattie Buchan apareceu com seu clássico moicano vermelho perguntando “Como vocês estão?”, ninguém se lembrou da espera. O The Exploited começou com os dois pés no peito com Let’s Start A War, do álbum homônimo de 1983. Nem as falhas da guitarra no início atrapalharam esse começo brutal, que seguiu com Fight Back, tendo seu refrão cantado a plenos pulmões e as rodas tomando conta da frente do palco.

Com Dogs of War não foi diferente, os fãs começaram a subir no palco para dar os stage diving. A banda estava muito à vontade com os fãs se divertindo. Wattie dedicou Massacre ao presidente russo Vladimir Putin, “aquele idiota”, conforme gritou o vocalista. A seguinte foi uma daquelas faixas que consagraram o Exploited, a destruidora UK 82, na qual o Slayer e Ice T fizeram anos atrás um medley sob o nome de Disorder que continha Disorder e War. As rodas insanas, stage diving e fãs cantando no palco continuaram.

O set seguiu com pouca conversa com Chaos Is My Life e Dead Cities. Uma pequena pausa para uma justa homenagem do Wattie para Pelé: “Sei que ele não está muito bem, mas ele é brilhante, uma lenda…”, declarou. E então, tocaram Alternative em homenagem ao Rei Pelé. O baterista Wullie Butchan puxou Breed Apart do Sepultura, enquanto Wattie perguntou: “Vocês conhecem o Sepultura?”. Em seguida, o guitarrista Stevie Campbell tocou o riff de Slave New World, mas ficaram por aí e seguiram com Noize Annoys e Troops of Tomorrow. Então, quando estavam tocando I Believe in Anarchy, um fã se machucou após um stage diving e o vocalista Wattie mandou parar o show.

Após uma pausa de 5 minutos para o fã acidentado ser atendido e se recuperar, tocaram novamente I Believe in Anarchy e seguiram com I Don’t Want A Holiday e Never Sell Out. Após o incidente, os fãs pararam um pouco de subir no palco, mas as rodas não cessaram, como se viu na furiosa Beat The Bastards. Interessante notar que em praticamente todos os refrãos, Wattie colocou o microfone para alguém do público cantar.

Seguiram com Cop Cars e tudo estava indo bem até que em Fuck The System a corda da guitarra quebrou e a troca levou uns 3 minutos. Porém, eles voltaram com força total de onde pararam. De forma irônica, Wattie anunciou Porno Slut como uma “canção romântica” antes da pancadaria começar. Continuaram com Disorder, Army Life e Fuck The USA. Em Sex & Violence, Wattie saiu do palco por alguns instantes e o baterista Wullie pegou o microfone e pediu para que 10 fãs subissem ao palco… Claro que o número extrapolou. Com o palco tomado, os fãs cantam a música com a banda por vários minutos até que Wattie voltou para cantar, um dos momentos memoráveis do show. Chegando ao fim, Punk’s Not Dead foi dedicada a todo público que compareceu ao show e o encerramento veio com Was It Me.

Wattie, mesmo com todos seus problemas de saúde ao longo dos anos, mostrou que ainda tem muita lenha para queimar. O restante da banda agitou sem parar e o público, que lotou o Hangar 110, também deu um show à parte. Definitivamente, o punk não está morto e o The Exploited fez um show insano em São Paulo.

Setlist – The Exploited:

01) Let’s Start a War

02) Fight Back

03) Dogs of War

04) UK 82

05) Chaos in My Life

06) Dead Cities

07) Alternative

08) Noise Annoys

09) Troops of Tomorrow (The Vibrators)

10) I Believe In Anarch

11) I Don’t Want a Holiday

12) Never Sell Out

13) Beat the Bastards

14) Cop Cars

15) Fuck the System

16) Porno Slut

17) Disorder

18) Army Life

19) Fuck the USA

20) Sex & Violence

21) Punk’s Not Dead

22) Was It Me

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