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THE GAZETTE

A relação entre Japão e Brasil vem se mantendo a longínquas décadas, vide a aliança entre os dois países, durando 120 anos, e a imigração acordada pelos dois governos desde o Século 20. Esses simples fatos históricos foram apenas os primeiros passos para que o amor pela cultura japonesa tomasse conta dos brasileiros, traduzido hoje pela admiração pelos Animes e Mangas. A cada ano são realizados eventos ao redor de todo o Brasil, mostrando pessoas fazendo releituras desses personagens e desfrutando da sua culinária, o que já é normal e comum para qualquer sujeito. Na música, principalmente o Rock e o Heavy Metal, mas sem deixar o lado Pop, não podia ser diferente. Uma banda que ganhou (de maneira fácil) o público brasileiro foi o The Gazette, que retornou ao Brasil no último dia 22 de abril, após três de anos de espera.

Caracterizado pela moda Visual Keie explorando um som forte a agressivo, o quinteto, formado por Ruki (vocal), Uruha e Aoi (guitarras), Reita (baixo) e Kai (bateria), trouxe, em uma única apresentação, na Audio Club (SP), a “Dogmatic Word Tour 16”, nome que também batiza o mais recente disco da banda. Essa nova turnê trouxe algo diferente se comparado a 2013, e é o que explica a fã Larissa Ghinato: “O show de 2013 foi muito esperado e, talvez, tenha decepcionado alguns fãs por conta da casa de show que foi escolhida, porque o Espaço Victory não estava preparado para receber uma grande quantidade de pessoas e não estava preparada no quesito de ar e de bebida pra galera”, declarou a fã, que reside em Mauá-SP.

Graças à banda e a Yamato Corporation, responsável novamente pela vinda do grupo ao país, deu direito aos fãs a adquirirem ingressos vips, que foram esgotados rapidamente, incluindo, dessa vez, um super Meet & Greet. “A fila do Meet, quando você chegava na Audio Club, estava um pouco desorganizada. Acabou atrasando um pouco por conta dos integrantes não estarem prontos”, contou Ghinato. “Entravam de 10 em 10 pessoas, fila indiana. E a gente dava uma volta inteira na Audio Club para conseguir chegar na sala que eles estavam aguardando a gente. Chegamos e eles já estavam aguardando. Então você passava, dava a mão, conversava e saía. Você via que os integrantes estavam felizes e bem agradecidos de estar ali”, completou Larissa.

Observando a grande fila que imperava no lado de fora não restaram dúvidas que a noite assegurava-se ser de casa cheia. A certeza foi comprovada, com as pistas e camarotes praticamente lotados, tomado por adolescentes (principalmente), dando a lógica que os brasileiros são fieis ao trabalho dos ‘Gazettos’. E em se tratando de uma apresentação única, era de se imaginar que pessoas de outros estados estariam presentes no show, e dentre tantas pessoas estabelecidas no local, acabei encontrando, no final, pessoas vindas do Rio de Janeiro, Recife a até mesmo da Argentina, já que os japoneses cancelaram a apresentação em Buenos Aires na mesma semana. “Viemos diretamente de Buenos Aires pra cá. Estávamos esperando muito por esse show! São Paulo é muito lindo, Brasil é muito lindo e estamos muito felizes! Gostamos muito do show!”, declarou uma das fãs argentinas.

No momento em que se apagaram as luzes, a animação compungiu ambos os cantos da casa. E ao início da compulsiva introdução de “Nihil”, que abre o mais recente disco, a banda entrou em cena, às 20h35, coma destrutiva “Dogma”, levando muita gente à insanidade, transformando energia e emoção logo de imediato. A banda aumentou cada vez mais o grau do espetáculo na hora que executou “Rage”. Para se ter uma ideia, a essa altura, o peso que vinha dos PAs era algo absurdo!

Após um simples muito obrigado do vocalista Ruki, o show foi progredido com “Vortex”, de “Toxic” (2011). E o público não cansava de tirar os pés do chão, deixando até a própria banda impressionada com o que via na plateia e nos camarotes. O terreno alargou-se mais ainda com “Leech”, do single homônimo de 2008, em que os fãs cantaram cada verso com a banda até o final.

A essa altura da apresentação já dava pra perceber que o jogo já estava praticamente ganho. Completando a metade do set, era chegada a vez de “Fadeless”, que é um pouco mais cadenciada, mas sem perder os traços melódicos. Ruki, mostrando domínio e ginga nas suas coreografias, foi ovacionado. Com o palco totalmente sóbrio e ao som de batidas eletrônicas, não restaram dúvidas que a faixa seguinte seria “Dripping Insanity”, do álbum “Division” (2012), também destacada pelo peso, mas sem deixar os traços melódicos de lado, principalmente na parte lírica, tornando-se uma ‘power ballad’. O único problema é que não deu para ouvir direito o solo do Uruha, já que o som estava muito alto.

Voltando a focar no ultimo disco, o comportamento bestial dos japoneses veio novamente à tona com “Deux”. A malevolência da música é traduzida em todas as partes, sem deixar de omitir graciosidades (preenchidas por belas melodias de piano). Ruki fazia, constantemente, gestos teatrais, que deixava até o próprio comovido com sua atuação. Para deixar o clima mais soturno, após o fim da música, Ruki retornou ao palco com uma lamparina acessa na sua mão, dando início para “Ominous”, um dos momentos mais épicos da noite. Todos com as mãos para alto e cantando a plenos pulmões. Alguns, que estavam na Pista Vip, não contiveram as lágrimas. O quinteto queria ainda mais potência, e a casa acabou se tornando um furacão com a suja “Incubus”, outra do mais recente disco, que foi muito bem recebida pelo público, apesar de a maioria preferir as mais antigas. E já que a atração principal foi o público, o quinteto queria sentir isso cada vez mais de perto na música seguinte, “Hyena”, na qual Ruki, Uruha, Aoi e Reita se aproximavam cada vez de quem estava na frente.

Em “Ugly”, tanto a banda como o público acabaram não fazendo feio, apesar de a música ter sido batizada com esse nome. Todos gritaram os coros. Indo para a surpresa da noite, foi apresentado, em primeira mão para os brasileiros, o novo single, “Undyng”, lançado de forma oficial em 27 de abril, mas que acabaram soltando na rádio deles uma semana antes. O pessoal não perdeu tempo, porque a letra já estava na ponta língua de todos.

A primeira parte do ser foi encerrada em alta com “Filth In The Beauty”, que teve uma grande participação dos fãs. O barulho do público chegava ficar mais alto que o volume do microfone do Ruki, que se divertia e pulava. Depois de uma demora de quase 10 minutos, os cinco retornaram para o Bis com “Agony”. No comecinho dela, Uruha acabou tropeçando no pequeno palanque que ficava à sua frente. Como o fim da apresentação se aproximava, as próximas músicas tinham que ser abrasivas e pesadas para findar a noite dignamente. E a satisfação foi completamente carregada diante de “Headhache Man” “Tomorrow Never Dies”, encerrando o show de forma contagiante e pura. “Comparado ao show de 2013, esse show foi insano! O público não só cantou as músicas antigas, mas também as músicas do novo CD e de todos os singles”, testemunhou novamente a Larissa Ghinato. “Foi incrível, fodástico e perfeito!, disparou a pernambucana Thaís Holanda. Para quem não gosta, ou nunca teve a curiosidade de conhecer a banda, sugiro, pelo menos uma vez na vida, assistir a apresentação deles para entenderem realmente do que estou falando.

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