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THE OBSESSED: FINALMENTE EM TERRAS LATINAS

Após quase 50 anos de banda, a lenda do doom metal, liderada por Scott "Wino" Weinrich, finaliza sua turnê latino-americana com dois shows no Brasil

Por Daniel Agapito

Se o Black Sabbath é o pai do doom metal, o The Obsessed e o Saint Vitus são os filhos primogênitos; os “Children of the Grave”. Fora a sua sonoridade pesada, densa e certamente revolucionária, os grupos têm algo mais em comum: a presença do vocalista Scott Weinrich, também conhecido como Wino. Atualmente, o The Obsessed, banda que antecedeu o Saint Vitus, está em terras latino-americanas pela primeira vez. A banda está divulgando o seu novo álbum, Gilded Sorrow (2022), e promete passear por sua extensa carreira. A ROADIE CREW teve a chance de sentar e conversar com a banda completa, discutindo a turnê, o novo álbum e muito mais. Confira o resultado deste bate-papo.

Esta primeira turnê de vocês pela América Latina já passou por quatro países (México, Colômbia, Chile, Argentina) e agora essa gira será fechada com dois shows no Brasil (Belo Horizonte, em 21 de junho, e São Paulo, 22 de junho). Diria que o público latino atingiu suas expectativas até agora? Como descreveria essa turnê?

Chris Angelberger: Ah, vocês fizeram muito mais do que estávamos esperando. Já sabíamos que ia ser uma turnê empolgante, poder ver a América Latina pela primeira vez, para muitos de nós, sabendo que o público quer ver o Wino e o The Obsessed. Os shows têm estado bem cheios, sempre com todos que estão presentes muito felizes. Excederam completamente todas as nossas expectativas.
Brian Costantino: O entusiasmo (vindo dos fãs) tem sido impressionante.

 

A banda foi formada ainda na década de 70 e desde então parou e voltou suas atividades. Mesmo assim, nunca fez shows aqui pela região. Houve algum motivo para essa ausência de vocês na América do Sul?

Scott “Wino” Weinrich: Bom, já era para termos vindo com esta mesma formação, mas tivemos alguns problemas com as datas no México. Por ser nosso ponto de partida, precisávamos que aqueles shows acontecessem, porém os produtores de lá misturaram algumas coisas e acabou não rolando. Noutra vez, aconteceu tudo aquilo com o COVID. Sempre quis vir para cá, desde que era criança. Sempre fomos fascinados com a América do Sul.
Costantino: Agora cá estamos!

Foto: Jessy Lotti

Agora que vocês estão aqui, quais as expectativas para estes dois últimos shows no Brasil?

Wino: Viemos para quebrar tudo! É isso. Não estamos aqui para brincar… Sempre ouvi dizer que o público do Brasil é incrível, que vocês sempre enlouquecem nos shows. Por meio desta turnê, ficou óbvio para nós que o público latino-americano tem uma paixão inenarrável.
Costantino: Os outros shows foram muito bons, mas acho que estes últimos dois agora vão ser ainda melhores!
Jason Taylor: Ouvir o público começar os cantos de jogo de futebol, os “olê, olê, olê” foi realizar um sonho (risos). Foi foda!
Angelberger: Realmente, vai ser difícil decidir qual público terá sido o melhor, porque até aqui todos foram insanos! Boa parte deles estavam completamente cheios, os outros quase cheios, mas a paixão dos fãs esteve em evidência em todos eles.
Wino: Então, “bora” Brasil!

 

Para estes últimos dois shows aqui no Brasil, vocês não vão tocar sozinhos, contarão com o Pesta (de Belo Horizonte) fazendo a abertura de ambos os shows. Como essa parceria aconteceu? Já conheciam o trabalho deles?

Costantino: Pior que não, fomos inseridos juntos por conta de quem estava administrando a turnê.
Wino: Na verdade, essa é a nossa primeira turnê com nosso novo time empresarial, aí eles entraram em contato com um cara da Colômbia que acabou tocando tudo. Dali para a frente, já está nas mãos dos produtores de cada país. Estamos fazendo um bom “networking”.

 

Em relação ao setlist, o que podemos esperar, uma mostra de sucesso com clássicos como The Way She Fly e Brother Blue Steel, ou o repertório vai focar mais no novo álbum, Gilded Sorrow?

Jason Taylor: Tudo, o pacote completo, toda a carreira do The Obsessed. Acho até que tem pelo menos uma música de cada álbum.
Angelberger: Com certeza. Tem até mais de uma música por álbum. Estamos cobrindo a história toda.
Wino: Tem também uma surpresa no final, que a esta altura não deve mais ser uma surpresa (risos). Vamos tocar uma música de outra banda, que originalmente era para ser uma nossa, do The Obsessed. Quando assinamos com a Columbia Records (em meados de 1993-94, época do The Church Within), era para fazermos dois discos, mas acabamos não conseguindo fazer este segundo, então acabou que esta música que tocaremos virou do Spirit Caravan (outra banda de Wino).

 

Wino, sobre a nova empreitada, você chegou a dizer que é não apenas a coisa mais pesada que já fez, como também a mais bem arredondada. Fale um pouco mais.

Wino: Bastante gente que me conhece, que acompanha de perto minha carreira, vem me dizendo que também é uma das coisas mais escuras e sinistras que já fiz. É interessante, e acho que acaba sendo verdade. No final, é tudo sobre diversidade, não quero “trancar” o The Obsessed, ser “tudo doom” ou coisas do tipo. Tudo é hard rock.
Costantino: Muita diversidade nesse disco novo. Não é doom toda hora, como ele disse. Temos uma variedade boa, com muitas músicas de hard rock, mas também muita coisa bem pesada.
Taylor: Lidamos bastante com os temas anti “big brother” em faixas como Stoned Back to the Bomb Age, muitos temas sinistros das nossas próprias vidas, majoritariamente com a do Wino. Muita morte, muitas perdas, seja de amigos, ex-relacionamentos…
Wino: Temos tido uns anos pesados, sofremos muito. Perdemos muitos amigos, o Bruce (Falkinburg) do Hidden Hand, o Dave Sherman do Spirit Caravan, Jon Blank da Wino Band, Mark Adams… Foram muitas mortes, e certamente nos afetaram. Foram muitas. O resultado final, ou o final em si, é que somos uma ‘hope band’ (banda da esperança), não uma banda de doom (desgraça, neste caso).
Taylor: O Will Mecum do Karma to Burn, Carlos (Denogean) do Weedeater…

E daqui para a frente? Já iniciaram o trabalho para mais um disco?

Wino: Começar começamos, já temos algumas músicas encaminhadas para material novo, mas nada a ponto de já poder tocar.

 

Wino, pulando rapidamente para seu outro projeto de doom, no ano quem vem o V, aclamado quinto álbum do Saint Vitus, comemorará 35 anos. Há alguma possibilidade de uma reunião sua com a banda, talvez alguns shows?

Wino: Eu duvido muito, falando sério. Na minha opinião, o Dave (Chandler, guitarrista) estava com o mundo na mão, sempre dizia lá atrás que tínhamos que fazer uma saída graciosa, dando ao público o que ele precisa. A minha ideia era fazer dez shows em cada continente, mas acabou que isso nunca se materializou. Agora, à medida em que o tempo vai passando, acho que não vai acontecer.

 

Sendo uma grande figura do doom metal, alguém certamente muito influente, você teria algo a dizer sobre a evolução do gênero em si? O que acha das bandas mais modernas do estilo?

Wino: O que posso dizer é, se quer doom (desgraça), é isso que está rolando (risos). O mundo está indo por água abaixo, escorrendo pelo ralo. Fora isso, diria que existem muitas bandas boas aparecendo agora. Com a Internet, os grupos podem se livrar da sina de assinar com uma grande gravadora e acabar quebrado, sem dinheiro. Hoje em dia, dá para ser tudo D.I.Y. – faça-você-mesmo. Pessoalmente, estamos todos (da banda) sempre muito dispostos a sentar e conversar sobre equipamento, passar alguns toques, algumas dicas para as bandas novas, o que precisarem mesmo.

 

Saindo um pouco do assunto, pesquisei e vi que você adora desenhar enquanto está em turnê, fazer flyers… Você conseguiu ter tempo de se conectar com seu lado artístico desta vez?

Wino: Fiz alguns rabiscos aqui e ali, mas nada de que me orgulhe (risos). Até consegui alguns materiais de arte em Buenos Aires (ARG), mas não fiz nada ainda. Não tive tempo. Pode ser que encontrem algumas coisas na mesa de merchandising aqui em São Paulo.
Costantino: Tem sido muito difícil termos tempo livre por conta de todos os voos, estamos sempre na correria, seja no hotel, seja no aeroporto, sempre correndo para chegar em algum lugar.

 

Para fechar, vocês têm algo mais a dizer aos leitores da ROADIE CREW?

Wino: Estamos muito felizes de finalmente podermos estar aqui, vir tocar aqui. Nos sentimos muito sortudos, abençoados. Agora vamos subir ao palco e dar 100%, deixar tudo de nós.

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